A meia noite era associada, quando eu era criança e também depois, a medo. Assombração, fantasmas. Namoro, encantamento, criação. As memórias vão juntando os tempos, e atualmente são momentos de respiro. Reflexão, posicionamento num mundo que por aí cobra demasiada obediência a normas.
Tenho desfrutado de instantes de liberdade, bem como também de acolhimento e pertencimento, ao me descobrir parte do todo, no meio ao convívio social. Encontro nos livros pérolas que me restabelecem. Neles recupero uma força nova para o viver.
Agora me refiro especialmente a coisas que tenho lido em Rubem Alves, “Ostra feliz não faz pérola.” Mas também a escritos de Edgar Allan Poe, como “A queda da casa de Usher,” e poemas de Cecília Meireles, como “A canção excêntrica”. Eu me liberto da prisão e da pressão em papéis e comportamentos fixados, ao me sentir e saber parte da criação. Como sou um leitor voraz, na biblioteca por onde transito, há lugar para contos e ciência, sociologia e a arte, entre outros muitos assuntos. É isto.