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Primeira turma de formandos em Terapia Comunitária Integrativa debate saúde mental

Por João Pedro Abreu

Projeto da Regional do Gama propõe política de saúde integrativa e envolve educadores e terapeutas

Alguns meses depois da realização do curso de prática em Terapia Comunitária Integrativa (240h), em parceria com a Secretaria de Saúde (SES-DF) e a Universidade de Brasília (UnB), professores do primeiro grupo de docentes da Coordenação Regional de Ensino (CRE) do Gama formados na prática integrativa de saúde se reuniram esta semana para o primeiro encontro da turma apelidada de Florescer. Na segunda (15), o Centro Educacional (CED) Gesner Teixeira do Gama foi palco de uma sessão de TCI.

Na roda de conversa, houve espaço para falas importantes, mas também para momentos de descontração com música. Tudo isso para proporcionar um ambiente acolhedor para os educadores cuidarem da saúde mental de maneira coletiva, e também para discutirem a aplicação das práticas terapêuticas juntamente à comunidade escolar como um todo.

 

 

O encontro aconteceu dentro da escola, conhecido como Espaço ComVida, que existe desde 2018. O local é um marco representativo no avanço do desenvolvimento de políticas e de espaços de acolhimento para educadores e para a comunidade escolar, sendo o primeiro espaço na articulação do projeto de implementação das TCIs.

 

As sessões são adoradas por toda a comunidade do CED Gesner Teixeira, que se orgulha da conquista dessa possibilidade terapêutica coletiva. “A terapia comunitária é uma ferramenta importante na construção da cultura de paz dentro de nossas escolas, pois permite a escuta e a fala. É um lugar onde as dores e alegrias são partilhadas”, afirma Leila Cunha de Albuquerque, uma das idealizadoras do espaço ComVida.

 

Uma das idealizadoras do espaço ComVida, Leila Cunha de Albuquerque (meio), destaca a TCI como ferramenta para promover a cultura de paz | Foto: Felipe de Noronha, Ascom/SEEDF.

 

A sessão foi realizada entre muitos terapeutas e ao final foi aberta uma discussão sobre ampliação, melhorias e desafios da prática terapêutica. Os terapeutas-educadores atuam há dois anos em 10 escolas e, quando necessário, contribuem com outras unidades escolares da Regional do Gama.

 

Ao todo, 26 professores e orientadores formados em Terapia Comunitária Integrativa fizeram um curso de 240 horas e se formaram no final do ano passado. Um deles é o professor e terapeuta comunitário Jairo Mendonça. “A importância das TCIs é acolher e abrir um espaço de escuta sensível aos alunos. A partir do compartilhamento dos problemas, é possível buscar soluções”, comenta.

Terapia Comunitária

 

O professor e terapeuta comunitário Jairo Mendonça toca violão em um dos momentos da sessão da TCI | Foto: Felipe de Noronha, Ascom/SEEDF.

 

Entendida como prática integrativa em saúde, a TCI é uma metodologia inovadora que atua na melhoria sistemática da saúde dos encolvidos promovendo um ambiente acolhedor de partilha de angústias e alegrias. É um momento regado a muita cultura e, para além do diálogo, propõe uma abordagem cultural onde há espaço para música, cânticos populares e danças.

 

A prática integrativa de saúde é reconhecida pelo Ministério da Saúde como uma estratégia psicossocial. Em espaço democrático de expressão e de respeito, a metodologia propõe quatro pilares fundamentais, que funcionam como regras:

 

1º regra: Sempre falar na primeira pessoa. É importante preservar o aspecto narrativo e se incluir como personagem vivo das discussões.

 

2º regra: Silêncio. Além da fala, é fundamental a escuta.

 

3º regra: Não julgar ou dar conselhos. Cada experiência e relato deve ser respeitado.

 

4º regra: Sempre envolver na roda música e cultura.

Fonte: Secretaria de Educação do Distrito Federal. Assessoria de Comunicação.

 

“É um compromisso de honra e de vida acabar com a fome nesse país”, diz Lula

O presidente Lula afirmou, nesta terça-feira (5), que “acabar com a fome é prioridade zero no país” e assumiu o compromisso de terminar o mandato com nenhum brasileiro sem ter o que comer. Ele fez a declaração no Palácio do Planalto, durante a primeira reunião plenária do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) de 2024, quando assinou dois decretos conectados a melhorias na promoção da segurança alimentar.

O evento contou com a participação do ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família em Combate a Fome, Wellington Dias, da presidenta do Consea, Elisabetta Recine, de outros ministros do governo e demais conselheiros.

Um dos decretos assinados regulamenta o Programa Nacional de Cozinhas Solidárias. O outro trata da regulamentação da nova cesta básica, alinhada a recomendações e princípios dos Guias Alimentares Brasileiros.

Criadas em julho de 2023, por meio da Lei 14.628/2023, as Cozinhas Solidárias surgiram a partir de iniciativas da sociedade civil e de movimentos populares que, especialmente durante a pandemia de Covid-19, se articularam e criaram espaços para preparo e distribuição de refeições, em resposta à realidade da fome que se acentuou ainda mais naquele período. A regulamentação garante a implementação e operacionalização do programa.

O texto aponta iniciativas que passarão a ser atendidas em todo o território nacional e determina modalidades de apoio do governo federal, critérios para participação, princípios, diretrizes e finalidades, sempre com base em critérios de segurança alimentar e nutricional.

Cesta básica

O decreto dispõe sobre a nova composição da cesta básica, alinhada a padrões mais saudáveis de alimentação e nutrição, com a finalidade de garantir o direito humano à alimentação adequada, no âmbito da Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional e da Política Nacional de Abastecimento Alimentar (clique aqui para saber mais detalhes).

Durante o evento, também foi firmado acordo de cooperação técnica sobre cozinhas solidárias entre o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família em Combate à Fome (MDS), o Banco do Brasil e a Fundação Banco do Brasil.

Fome e pobreza

No discurso, Lula lamentou que, em um país agrícola como o Brasil, milhões de pessoas não tenham o que comer. Disse que a fome no país não se deve à escassez de alimentos, mas à falta de condições financeiras de grande parte da população para comprar comida, um problema que tem sido enfrentado pelo governo por meio de várias ações voltadas à geração de emprego e renda.

Nós temos todos os instrumentos para acabar com a fome dentro do país”, disse Lula, ao cobrar o empenho dos ministros e dos demais integrantes do Consea para que o país volte a sair do Mapa da Fome da ONU, como ocorreu em 2014, durante o governo da presidenta Dilma Rousseff. Ele também pediu que os ministros reduzam cada vez mais a burocracia para que os objetivos sejam alcançados.

“A gente não tem o direito de desrespeitar as pessoas que passam fome nesse país. Crianças desnutridas não podem esperar. Pessoas que não tomam café e não almoçam não podem esperar. É um compromisso de honra nosso, é um compromisso de fé, é um compromisso de vida a gente acabar com essa maldita doença chamada fome que não deveria existir num país agrícola como o Brasil”, ressaltou o presidente. “Depende de nós, nós temos obrigação”.

Lula disse ainda que o evento no Planalto era muito mais do que a primeira reunião do Consea em 2024. “É a primeira reunião em que a gente está assumindo publicamente o compromisso de que, ao terminar o meu mandato, no dia 31 de dezembro [de 2026], a gente não vai ter mais ninguém passando fome por falta de comida nesse país. Esse é um compromisso que nós temos que cumprir. É importante ter em conta isso. Daqui para frente é muito trabalho e pouca conversa”, enfatizou. “Esta reunião daqui é um chamamento à nossa responsabilidade”.

Avanços

O ministro Wellington Dias destacou os avanços registrados no combate à fome desde a posse de Lula. “A nossa meta é tirar o Brasil do mapa da fome. Avançamos em 23, vamos avançar aceleradamente em 24, e isso é feito com transferência de renda, é feito com complemento alimentar desde o mais potente, que é a rede de alimentação escolar, onde a gente chega já, em 23, com 144 mil escolas, 40 milhões de estudantes que ali são atendidos, mas também a complementação alimentar através de várias áreas”, detalhou.

Dias afirmou ainda que o decreto relacionado às Cozinhas Solidárias é de “grande relevância” e disse que os atos assinados garantirão mais R$ 30 milhões para essa iniciativa. “São 2.400 pontos já cadastrados no governo, garantindo a condição de atendimento daquilo que Lula defende para o Brasil: a segurança alimentar e nutricional”, disse Dias. Ele destacou que, com esse reforço, as Cozinhas solidárias poderão servir mais 1,1 milhão de refeições por mês, numa perspectiva de alcançar 13 milhões.

G20

O titular do MDS também destacou que o governo Lula não se esforça pelo combate à fome apenas no Brasil e citou a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, uma iniciativa inédita lançada pela presidência brasileira no G20, grupo que reúne 19 das maiores economias do mundo mais a União Africana e a União Europeia.

Já o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macedo, ressaltou que o combate à fome é uma das principais marcas dos governos do PT e lamentou que o problema tenha voltado a se agravar após o golpe de 2016. Ele lembrou, inclusive, das cenas de pessoas na fila para comprar osso, durante o governo fascista de Jair Bolsonaro, que chocaram o país.

“Passamos seis anos de retrocesso, e o Brasil voltou a ter pessoas na fila para comprar osso, e seres humanos passando fome. Os dados dizem que 33 milhões de pessoas voltaram a passar fome novamente no Brasil. E precisou o presidente Lula voltar para restabelecer a prioridade desse tema, enfrentar e vamos enfrentar juntos e tirar novamente o Brasil do mapa da fome, essa chaga que assola a nossa história, o nosso povo e a nossa gente”, afirmou.

Ainda durante o evento, a presidenta do Consea, Elisabetta Recine, entregou a Lula o relatório final da 6ª Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, realizada em dezembro, em Brasília. O documento servirá de base para a elaboração do novo Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional.

“Presidente, entregar esse relatório diretamente em suas mãos é a confirmação do que nós já sabemos, mas que, em um mundo tão repleto de versões, sempre vale a pena repetir e demonstrar: sim, o Brasil tem o compromisso, não só interno, mas global, de acabar com a fome e com todas as formas de injustiça”, disse a presidenta do Consea.

Ela acrescentou: “Sabemos o quanto esse anúncio pode parecer ingênuo para mentes e corações brutalizados. Mas entre tantos caminhos, esse é o nosso caminho. O Consea continuará exercendo sua razão de existir, que é assessorá-lo, contribuindo, cobrando, monitorando, para que as nossas políticas públicas sejam aprimoradas”.

Fonte: PT

PT 44 anos: um partido com importância reconhecida no mundo todo

Não há exagero nenhum em afirmar que, ao completar 44 anos, no próximo sábado, 10 de fevereiro, o PT alcançou uma importância reconhecida além das fronteiras brasileiras. Hoje, o Partido dos Trabalhadores é visto internacionalmente como uma peça crucial na luta pela preservação ambiental, no combate à fome e às desigualdades globais e na manutenção da democracia e no enfrentamento ao projeto autoritário da extrema direita no mundo.

Uma das provas disso surgiu ainda durante a campanha presidencial de 2022. Primeiro, foram cientistas de vários países que manifestaram, na revista científica Nature, apoio à candidatura de Lula, preocupados com a destruição da Amazônia causada por Jair Bolsonaro. Depois, pelo mesmo motivo, foi a vez do jornal The New York Times também endossar o petista.

Hoje, pouco mais de um ano após a posse de Lula, está claro que jornal e comunidade científica estavam certos. Depois de quatro anos assistindo ao desmatamento subir no governo Bolsonaro, com o governo do PT o desmatamento nas áreas protegidas da Amazônia caiu 73%, e na Mata Atlântica, 59%, entre outros resultados positivos.

Além disso, as populações indígenas, que foram vítimas de perseguição genocida com Bolsonaro, passaram a ser protegidas. E o Brasil voltou a ser protagonista nos encontros internacionais sobre mudanças climáticas, a ponto de se apresentar para sediar, em 2025, a Cúpula do Clima da ONU.

O Brasil voltou também a ter um líder respeitado mundialmente, cuja mensagem de combate à fome e à miséria é ouvida e repercute. Ao mesmo tempo, ao assumir a presidência do G20, o Brasil levou ao grupo das 20 maiores economias do mundo o debate sobre a redução da pobreza.

Defesa da democracia

E a vitória de Lula também foi muito desejada por todos aqueles que respeitam a democracia e, por isso, se preocupam com o avanço da extrema direita e do fascismo no mundo. Não por acaso, chefes de Estado no mundo todo prontamente se manifestaram em defesa das eleições brasileiras de 2022, tão logo o resultado foi declarado pela Justiça Eleitoral.

Para esses líderes — que incluem nomes como os presidentes da França e dos Estados Unidos, Emmanuel Macron e Joe Biden, e o chanceler alemão, Olaff Scholz —, já estava claro que havia no Brasil, por parte de Bolsonaro e seus cúmplices, um desejo de atacar a democracia, como ficou comprovado em 8 de janeiro de 2023.

Felizmente para o Brasil, e como se vê, para o mundo, havia um líder como Lula e um partido como o PT prontos para enfrentar e vencer a extrema direita. Uma luta que continua, é certo. Mas a democracia e o campo progressista continuarão vencendo. Basta que sigamos alertas e prontos para o embate.

Fonte: PT

(09-02-2024)

Esperançar

Manter esta revista no ar

É mais do que meramente postar textos

É vir neles, ser eles, ser esses textos

Pretexto para suscitar a vida!

Essa é a nossa meta, nosso alvo, nossa razão de ser.

Em um mundo que corre apressado

Ainda há de haver tempo para o pulsar do mínimo

A escuta de si e do mundo.

A perspectiva dos anos e da experiência é uma ciência

Mostra que não temos muito tempo

O tempo é este

O mundo girou e continua a girar

Um dia nos vamos, é o que sabemos

Que valha a pena termos passado por aqui!

Nesses giros o Brasil voltou à democracia. Um alívio. O fim do pesadelo.

A Argentina tenta sair de laços que a prendem a um passado oligárquico e vertical.

Torcemos por esse mundo que se faz no cara a cara, no olho-no-olho.

Esperançar é isto. Parir o presente a toda hora. Nascer e seguir nascendo.

O Papa: a fraternidade é o fermento de paz que as periferias precisam

Por Mariangela Jaguraba

O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta quinta-feira (04/01), uma delegação francesa de jovens da Fraternité Missionnaire des Cités (Fraternidade Missionária das Cidades) por ocasião de sua peregrinação a Roma.

“Vocês vieram para se recarregar espiritualmente junto aos túmulos de São Pedro e São Paulo, para extrair das fontes vivas da Igreja o amor de Cristo que se doa incessantemente a todos os homens. Que o Espírito Santo, por meio do exemplo e da intercessão desses dois pilares da Igreja, reavive em vocês o zelo generoso e missionário da Igreja primitiva”, ressalta o Papa no discurso entregue aos jovens da Fraternité Missionnaire des Cités.

Francisco recorda que “ainda estamos imersos na luz do Natal” e os convida “a contemplar o presépio”. “Vemos um lugar simples e pobre, uma periferia, um subúrbio daquela época. Os pastores que vão ao berço são pessoas marginalizadas com má reputação. No entanto, é primeiramente a elas que o Evangelho da salvação é proclamado. São pobres, mas têm o coração disponível. Essa também é a experiência de vocês”, frisa o Papa no texto.

Descobrir as periferias existenciais de nossas sociedades

“Vocês não precisam ir muito longe, em seu serviço no coração das cidades, para descobrir as periferias existenciais de nossas sociedades, que, na maioria das vezes, estão bem próximas, em seu bairro, na esquina de uma rua, no mesmo patamar. Cabe a vocês levar a mensagem que foi dada aos pastores: «Não tenham medo! Eu anuncio a vocês uma grande alegria para todo o povo». Portanto, não tenham medo de deixar sua segurança para partilhar a vida cotidiana de seus irmãos e irmãs. Entre eles, muitos têm o coração aberto e esperam, sem saber, pelo feliz anúncio”, escreve Francisco.

O Papa os convida “a viverem generosamente a fraternidade nos bairros, a abrirem os corações, as mãos e os ouvidos para uma acolhida sincera”.

“A fraternidade é o fermento de paz de que as periferias precisam: ela permite que cada um se sinta acolhido assim como é, e onde se encontra.”

Francisco exorta os jovens, em cada um de seus encontros, “a descobrir em seus irmãos a presença do Senhor Jesus e a mostrar a presença de um Deus compassivo, um Deus que quer se expressar e agir por meio de seus gestos, suas palavras, sua simples presença; um Deus paciente que se move no ritmo de cada pessoa, com suas feridas, suas rebeliões, sua raiva”. “Sei também como a violência, a indiferença e o ódio podem, às vezes, marcar os bairros: hoje vocês têm a missão corajosa e necessária de levar a proximidade, a compaixão e a ternura de Deus às pessoas que muitas vezes são privadas de dignidade e de amor”, conclui.

Fonte: Vatican News

Governo Lula avança na reindustrialização com investimento de R$ 3,4 bi no parque fabril

O projeto de reindustrialização do Brasil em novas bases tecnológicas deu mais um passo rumo ao desenvolvimento sustentável neste aniversário de um ano do governo Lula. No sábado (30), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou projeto de lei para modernizar o parque fabril nacional com foco na transição ecológica e na transformação digital.

O PL que será enviado ao Congresso prevê investimentos de R$ 3,4 bilhões no setor produtivo para a aquisição de maquinário, tudo por meio da chamada “depreciação acelerada”. Trata-se de um mecanismo de antecipação de receita para as empresas.

Neoindustrialização tem tudo a ver com aumento de produtividade e competitividade. E esse é um passo muito importante nessa direção”, explicou o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) Geraldo Alckmin.

Segundo Alckmin, “a depreciação acelerada promove uma síntese das principais dimensões de nosso projeto industrial, com investimentos em máquinas mais produtivas e com maior eficiência energética”.

A decisão de modernizar o maquinário da indústria nacional chega em boa hora. Dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostram que os equipamentos brasileiros têm em média 14 anos de idade. Muitos inclusive já deveriam ter sido desativados.

De acordo com o governo, os setores comtemplados pelo programa serão definidos após a tramitação do PL no Congresso. Com a depreciação prevista no PL, o abatimento das máquinas adquiridas em 2024 poderá ser feito em apenas duas etapas – 50% no primeiro ano, 50% no segundo. A medida valerá para as aquisições ocorridas a partir de 1 de janeiro e até 31 de dezembro.

Renovação do parque

“Importante destacar que não se trata de isenção tributária”, esclareceu Alckmin. Segundo o vice-presidente, trata-se “de antecipação no abatimento a que o empresário tem direito. Ou seja, o governo deixa de arrecadar agora, mas recupera lá na frente. É medida de incentivo à modernização de nossas indústrias, de aumento da nossa competitividade”.

“O parque industrial precisa ser renovado, as indústrias estão ficando mais velhas, com isso você perde eficiência, perde competividade, gasta mais energia… Então, é um estímulo para poder renovar o parque industrial, buscando competitividade e descarbonização”, disse o vice-presidente, em entrevista coletiva, no domingo (31).

Mobilidade verde

Alckmin detalhou ainda o programa de Mobilidade Verde e Inovação (Mover), desenhado pelo MDIC. A Medida Provisória criando o programa nacional também foi assinada por Lula no sábado (30). Para o vice-presidente e ministro, a medição completa das emissões de CO2 dos veículos ajudará a posicionar o Brasil na vanguarda da transição energética.

O Mover estabelece que as emissões de carbono passarão a ser medidas “do poço à roda”, ampliando as exigências do antigo Rota 2030 para a frota automotiva. Isso significa que as emissões de carbono serão calculadas em todo o ciclo de produção e consumo da fonte propulsora – e não apenas no momento da queima (do “tanque à roda”), como era feito até então.

 

“O mundo faz [medições] do tanque à roda. Nós estamos fazendo do poço à roda. Então, o Brasil fica na vanguarda do mundo na questão da descarbonização. (…) E a partir de 2027, continua do poço à roda, mas será também do “berço ao túmulo”. Que quer dizer do berço ao túmulo? Eu vou verificar como é que o carro é fabricado e como é que ele vai ser descartado”, adiantou Alckmin.

O incentivo fiscal para que as empresas invistam em descarbonização e se enquadrem nos requisitos obrigatórios do programa será de R$ 3,5 bilhões em 2024, R$ 3,8 bilhões em 2025, R$ 3,9 bilhões em 2026, R$ 4 bilhões em 2027 e R$ 4,1 bilhões em 2028, valores que deverão ser convertidos em créditos financeiros. O programa alcançará, no final, mais de 19 bilhões em créditos concedidos.

Balanço

Alckmin encerrou a entrevista fazendo um balanço do primeiro ano de governo, elencando o impacto das medidas adotadas na economia e nas áreas social e ambiental. Ele citou a estabilidade da moeda, a queda da taxa Selic, do risco Brasil, do desemprego e do desmatamento, além do crescimento do PIB, da bolsa de valores e das exportações brasileiras.

“Acho que foi positivo. O presidente Lula está sendo muito fiel [ao programa de governo]”, avaliou Alckmin. “Ele falou desenvolvimento inclusivo. Então, [adotamos] medidas para a população que precisa mais. Ampliou o Bolsa Família, salário mínimo com ganho real, Minha Casa, Minha Vida, SUS. Então, inclusivo e com estabilidade, com inflação em queda. Eu diria que foi um ano de muito trabalho, mas um ano bom”.

Fonte: PT, com MDIC

 

Balanço

A título de balanço

Redemocratização do Brasil

Restabelecimento da normalidade institucional

Nada tão valioso quanto isto

Anos luz do apagamento das fronteiras do humano

A desumanidade decompõe a existência

Sejam estas breves palavras um reconhecimento do valor do mais alto dos valores

A vida.

Natal ontem e hoje

Em um mundo de polarizações, de verdades e mentiras, de mansões e casebres, de manjedouras e berços de ouro, poluem mentes e corações sensíveis, tanto no passado como no presente.
No passado, Maria e Jose, vítimas do ódio de Erodes, para salvar a vida de seu filho Jesus, abandonou sua casa e foi em um estábulo de animais que deu a luz ao seu primogênito. Hoje no mundo, são milhares de pessoas que deixam seus lares e países fugindo de guerras movidas pela ambição e a avidez de lucros.
No Brasil, são milhares de famílias que dormem ao relento em calçadas improvisadas de leitos. No passado, o poder político e econômico de Erodes não admitia notícias que pudessem pôr em risco o seu poder e decretou morte à “boa nova” de que o amor de Deus incarnado viria para curar o ódio que cega o espírito e fere a alma.
Hoje se produz falsas notícias que alimentam bolhas de desinformação para aprisionar mentes desinformadas e assombradas. Ontem e hoje entram em cena os opostos: a luz combatendo as trevas, as fakenews impedindo que a verdade seja reconhecida e celebrada, o ódio sendo alastrado para impedir que o amor ressurja.
A morte a inocentes, produzida e anunciada em nome de direitos a defesa de um território. As forças da vida e da morte estão em erupção total. Natal é um convite a olharmos para além do horizonte, para além do material e olharmos para o eterno, o imaterial.
Esse olhar para o eterno, pode nos unir novamente e descobrirmos que somos todos uma família filho do mesmo pai, criador do universo e que só o amor pode fertilizar os corações petrificados por ideologias produtoras de medo e ódio.
Natal é ora de abrirmos olhos e corações para o eterno, rompermos com as bolhas toxicas, de deixarmos a falsa segurança dos bunkers ideológicos, que nos separam de quem pensa diferente de mim e dissemina o ódio fratricida. É ora de se reconciliar consigo mesmo, com os outros e com Deus.
O autor é Presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria Social
Foto: O Povo

Assentamento de Capim de Cheiro: 50 anos de lutas, resistências e conquistas

Assim como sói acontecer em relação a outros anos, também 2023 tem concentrado uma gama de efemérides relevantes. Por exemplo, no plano eclesial, não devemos esquecer a celebração, em 1º de maio, de 50 anos do manifesto  intitulado “Eu ouvi os clamores do meu povo”, firmado por 11 Bispos do Nordeste (Dom Hélder Câmara, Dom Antônio Batista Fragoso, Dom José Maria Pires, Dom Francisco Austregésilo Mesquita, Dom Severino Mariano de Aguiar, entre outros) e 8 superiores religiosos da mesma região. Sobre ele, já tivemos oportunidade de rememorar seus traços mais fortes. (Cf. https://textosdealdercalado.blogspot.com/2016/07/eu-ouvi-os-clamores-do-meu-povo-um.html).

 

Nas linhas que seguem, nos limitamos a ressoar aspectos que me pareceram mais relevantes da comemoração de 50 anos das lutas, resistência e conquista da comunidade do Assentamento Capim de Cheiro, no município de Caaporã-PB, realizada no dia 18 próximo passado.Uma das animadoras de referência, Tânia Souza, da Coordenação da CPT, da Arquidiocese da Paraíba, acompanhada da Ir. Verônica (das Irmãs Doroteias), logo cedo pela manhã me ofereceu carona para a comemoração, ao lado de Luiz Sena e Pe. Jean.

 

Ao chegarmos ao Assentamento de Capim de Cheiro, já encontramos montada a estrutura de organização deste dia memorável: uma tenda coberta, cadeiras em linha, brinquedos para crianças, música tocando e diversas pessoas a nos acolherem, alegremente. Enquanto nos sentamos, a conversar com animação, pessoas da equipe local nos convidaram para tomar um café.

 

Por volta das 10 horas, o pessoal da Coordenação do Assentamento – nas pessoas de  Iolanda e  Luis Augusto – deu início à comemoração. Luis Augusto deu as boas-vindas, como membro da Coordenação, anunciando a programação do dia , bem como seus objetivos. Iolanda, por sua vez, convidou Pe. Jean o Presbítero Teofanes e mais duas outras pessoas a tomarem assento à mesa, em frente ao público.

 

Em seguida, retornando a palavra ao Pe. Jean, este deu início ao primeiro momento daquela comemoração: O momento orante, fazendo questão de lembrar que não se tratava nem de uma Missa nem de um Culto, mas de um breve exercício de espiritualidade. Tratou, então, de convidar o Presbítero Teofanes para conduzir uma reflexão sobre aquele momento. Ele, em sua reflexão, inspirou-se inicialmente no Salmo 24. Em seguida, convidando a Equipe de animação a entoar, junto com a comunidade, um canto de louvor antes da leitura do Evangelho, leitura extraída de Lucas 6, 20-26, acerca das bem-aventuranças e das maldições. Convidou o Diácono Alder Júlio a uma breve reflexão sobre a leitura recém-proclamada.

 

A seguir, Iolanda convida João Muniz a cantar o hino da Comunidade, tendo-se acompanhado pela Banda da CPT bem como um cordel preparado por ele, narrando a história dos 50 anos de lutas e resistência daquela comunidade. Foi, então, convidado Gabriel, filho da primeira geração de protagonistas – homens e mulheres – de Capim de Cheiro, a dar seu testemunho desta memória histórica.

 

Gabriel cuidou de recordar o contexto histórico das primeiras lutas travadas pela comunidade. Tratava-se de famílias de agricultores exploradas pelos proprietários de um extenso canavial, cujo território alcançava o Estado vizinho de Pernambuco. Gabriel rememora momentos de conflitos agudos enfrentados por aquelas famílias, fazendo questão de destacar o protagonismo de pessoas como Manoel, “Munguba” , Dona Lourdes entre tantos outros, fazendo questão de destacar a convivência fraterna de pessoas de diferentes religiões (Católicos, protestantes, espíritas, pessoas sem confissão religiosa). Lembra que ainda era criança, quando seu pai, já cansado pela idade, não desistia da luta, mesmo quando Gabriel teve que ir ganhar a vida  em São Paulo. Por insistência do pai, retorna a Capim de Cheiro, com a sua esposa Maria do Carmo, e desde então, se juntaram de novo naquela resistência que culminaria com a conquista da Terra há 30 anos atrás.

 

Ao mesmo tempo, fez questão de sublinhar a contribuição profética que várias pessoas da Arquidiocese da Paraíba, há começar por Dom José Maria Pires, bem como de figuras corajosas como a Irmã Tonny, Irmã Marlene, Frei Hermano José, Frei Anastácio, Tânia, Genaro, Wanderley Caixe, entre tantas outras pessoas.

 

Passou, então, a convidar as pessoas presentes a rezarem a oração universal do Pai Nosso. Dando prosseguimento, Pe.Jean, sempre lembrando a presença e a contribuição decisivas das mulheres daquela Comunidade, desde as origens e de suas resistências convidou os participantes a fazerem seu ofertório, solicitando às mulheres para abençoarem o pão produzido pela Comunidade, que foi por todos partilhado.

Chegou o momento em que Pe. Jean solicita que a sra Maria do Carmo trouxesse seu filhinho bebe, para, sob a canção “Feliz Natal”, dar a bênção final.

 

Encerradas as atividades da manhã, todos foram convidados a saborear uma deliciosa feijoada comunitariamente preparada e partilhada.

 

Após o almoço, a Coordenação convidou todos a tomarem assento na sede  da Associação, para assistirem a um curto documentário registrando  relatos sobre a trajetória de lutas, conquistas e resistências do assentamento Capim de Cheiro. De volta à tenda todos puderam acompanhar as apresentações previstas para a parte da tarde.

 

O sentimento principal de aí vivenciamos foi o da importância de fazer memória dos relevantes acontecimentos protagonizados por mulheres e homens daquela Comunidade apoiados pela CPT e outros parceiros e aliados.

 

João Pessoa, 23 de Dezembro de 2023.

Fonte: https://textosdealdercalado.blogspot.com/2023/12/assentamento-de-capim-de-cheiro-50-anos.html