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Mudança de olhar

Velho hábito me traz para este espaço ao começar o dia. O prazer de ver o sol raiar.

Uma oportunidade para, mais uma vez, ensaiar alguns passos na direção do bem a alcançar.

Não consigo falar no abstrato, no genérico. Para mim, se trata de chegar um pouco mais perto da felicidade. A plenitude. O ser autêntico.

Para isto, deverei prestar atenção ao que me faz bem. Aquilo que me traz satisfação. O que dá sentido à minha vida.

Isto dá uma orientação aos meus passos. Consistência. Integração com a minha história. O que eu elejo hoje, as minhas decisões de hoje, brotam do chão que percorri.

O que eu quero, o que me faz bem, me orienta e direciona. Não me obrigo a repetir constantemente as mesmas escolhas, sempre. Trato de manter um olhar conectado com o que está aqui.

Vejo que muitas vezes preciso mudar de olhar. Ver as coisas de outra perspectiva. Isto é o que chamo de olhar poético. Deixar que a realidade venha, se mostre, então posso fluir melhor.

Tinha fixado a minha leitura de mundo e de mim mesmo, da minha história, e isto me deixava preso. Posso agora manter a minha integridade, sem necessidade de ficar repetindo sempre as mesmas coisas.

Uma visão fixa esconde o que é. Quando eu deixo a realidade vir, venho com ela. Remoço, renasço, abre-se outra possibilidade.

Refletindo

Hoje acordei pensando em uma frase que é atribuída a Osho (Bhagwan Shree Rajneesh). Teria ele dito, ao ser perguntado acerca de quem fora o seu mestre, que cada pessoa que encontrou na vida, fora seu mestre. Hoje de manhã esta frase soou muito oportuna, pois estava pensando que necessito ser mais flexível, deixar a vida acontecer, deixar a vida me levar, como a água, que contorna as dificuldades, ao invés de se defrontar com os obstáculos de frente. Pensava que muitas vezes podemos ganhar mais fluência no viver, se nos deixamos levar pela vida, ao invés de fazer força numa ou noutra direção. Algumas atitudes automáticas enraizadas, perdem força desta maneira, e é como se o nosso existir ganhasse oxigênio. Não sei se isto ocorre com vocês, mas me parece que sempre algumas das nossas reações automáticas, sejam no pensar, no sentir ou no agir, são simplesmente hábitos cristalizados, que nada nos trazem de benéfico. Afrouxar esses automatismos, deixar a vida acontecer, pode ser uma forma de irmos ganhando mais flexibilidade, mais fluência. Uma espécie de paz, uma leveza, podem então vir a fazer parte da nossa vida. Coincidentemente, no final do dia, uma frase do Evangelho de Marcos, veio me chamar a atenção, sobre o fato de que cada dia tem o seu próprio afã. Não se preocupar com o amanha. Confiar.