Arquivo da tag: Brasil

Foco

Na contramão das tendências dominantes nestes tempos

E também em outros tempos

Esta revista tem desde o começo oferecido um espaço de olhar para o mínimo

O essencial

A vida vivida

O cotidiano

A pessoa na sua singularidade

Foco na arte, na criatividade, nas atitudes, a solidariedade.

Esta nossa orientação continua a ser a razão da nossa existência.

Esperançar

Manter esta revista no ar

É mais do que meramente postar textos

É vir neles, ser eles, ser esses textos

Pretexto para suscitar a vida!

Essa é a nossa meta, nosso alvo, nossa razão de ser.

Em um mundo que corre apressado

Ainda há de haver tempo para o pulsar do mínimo

A escuta de si e do mundo.

A perspectiva dos anos e da experiência é uma ciência

Mostra que não temos muito tempo

O tempo é este

O mundo girou e continua a girar

Um dia nos vamos, é o que sabemos

Que valha a pena termos passado por aqui!

Nesses giros o Brasil voltou à democracia. Um alívio. O fim do pesadelo.

A Argentina tenta sair de laços que a prendem a um passado oligárquico e vertical.

Torcemos por esse mundo que se faz no cara a cara, no olho-no-olho.

Esperançar é isto. Parir o presente a toda hora. Nascer e seguir nascendo.

Escribir como forma de terapia

Escribir como forma de terapia

Acogimiento

Clarificación

No es fácil entender ni entenderse

Positivar la esperanza

Lo que anda bien

Lo que hace bien.

Conversando y fluyendo me voy viendo y aceptandoPresencia,

Actualizo mi presencia como lo hice siempre.

Sigo creyendo en la construcción colectiva porque veo que es lo que da resultado.

La construcción colectiva se da de varias maneras.

Me respeto en mi singularidad única e irrepetible.

No llegué hasta aquí solo.

Soy el que soy y el que fui haciéndome.

Sigo haciéndome a mi modo

Un modo que es personal y colectivo

Familiar y comunitario.

Felizmente sigo naciendo y siendo nuevo aún a la edad que tengo

Setenta en ritmo de 60.

Y vamos que vamos.

¡Que viva la democracia!

¡Sí, la democracia!

Esperanzando como ayer y como siempre

Siempre hacia la luz y con la luz, en la luz.

Sumando con los más.

Mi fé hecha de retazos de luz recogidos y cosidos

Unificados en una vida que se reconstruye paso a paso.

En un Brasil y en un mundo

En una Argentina que sigue siendo un sol que se busca al horizonte.

¡Allá voy!

¡Allá vamos!

Flores

Dores antigas me visitam

Lembranças de vivências doídas

Encaro estas recordações como um lembrete do que foi a minha caminhada

Acolho a pessoa que sou com estas marcas

Sei que o tempo leva tempo para sarar as feridas

Trato de que nasçam flores destas dores

Não me impediram de chegar até aqui nem de ser a pessoa que sou

Passo de um dia para outro nesta luta cotidiana de ressignificar o vivido

Vejo a minha trajetória, a minha história, as minhas escolhas

O que eu quero.

Já tive o sonho e ainda tenho de um dia não ter essas marcas e essas dores

Até esse dia chegar me toca esculpir e apagar, aparar

Costurar e tecer

Refazer o que sou e onde estou e como estou

Sabendo que tenho um lugar no mundo do jeito que estou, do jeito que sou

Exatamente desse jeito.

O mundo em volta não pára para ver este argentino de Mendoza

Que 46 anos depois de ter vindo pro Brasil ainda sofre com recordações de desaparecimentos e medos

Lembro de pessoas e palavras

Mães de desaparecidos

Dores infindáveis

Tortura contínua

Venho me trazendo de volta e vez por outra uns raios de luz

Me repõem num tempo anterior e benigno

Somente bom

Apenas bom

Muito bom.

Sinto-me perto dessa luz e bondade sempiternas

Alguns segundos deste tempo sem igual me animam e me atiçam

A terra prometida.

Ilustração: “Mimos do céu”

Papa: Pelé manifestou as características positivas da prática esportiva

Quem é melhor, Pelé ou Maradona?”. Com seu tradicional senso de humor, não poucas vezes o Papa fez esta pergunta ao se encontrar com brasileiros. Mas foi o próprio Pontífice a revelar a sua preferência em entrevista ao canal italiano de TV RAI, divulgada em 1° de novembro de 2023: nem Maradona, nem Messi, mas Pelé!

Na noite de sexta-feira, 29 de dezembro, ao completar 1 ano de seu falecimento, o Rei do Futebol, Edson Arantes do Nascimento, recebeu uma homenagem póstuma no Santuário Arquidiocesano Cristo Redentor, por meio do Núcleo Esporte e Fé conjuntamente com a Fundação Pelé. Na cerimônia que teve início às 19h30, foram recordados os feitos do maior ídolo do futebol nacional e mundial e foi lida uma mensagem do Papa Francisco endereçada ao cardeal arcebispo da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro Dom Orani João Tempesta:

“Venerável irmão,

Recebi a sua atenciosa carta, com a qual encaminhava o pedido do Núcleo Esporte e Fé do Santuário Arquidiocesano Cristo Redentor, a respeito da homenagem póstuma ao Sr. Edson Arantes do Nascimento, com ocasião do primeiro ano de seu falecimento.

O Apóstolo São Paulo, na Primeira Carta aos Coríntios, traça um admirável paralelo entre o esforço do atleta no estádio e vida cristã. Com efeito, muitas das virtudes necessárias para a prática de uma atividade esportiva, como perseverança, constância e temperança, são também parte das virtudes cristãs. Além disso, o esporte bem praticado é oportunidade para estreitar laços de verdadeira amizade e fraternidade entre os homens e mulheres que o praticam, mas também entre os povos, nas competições internacionais das diversas modalidades esportivas.

Pelé, como ficou conhecido mundialmente o Sr. Edson Arantes do Nascimento, foi sem dúvida um atleta que manifestou em sua vida estas características positivas da prática esportiva. A memória do “Rei do Futebol” permanece indelével na mente de muitos e estimula as novas gerações a buscarem no esporte este meio para fortalecer os vínculos de unidade entre todos.

Assim, desejo unir-me espiritualmente a este gesto de homenagem, enviando aos participantes a minha bênção e pedindo a todos que não deixem de rezar por mim.

Fraternalmente

Franciscus”

O evento contou com a apresentação da Orquestra Sinfônica Jovem do Rio de Janeiro. Ao final, uma projeção especial no monumento ao Cristo Redentor encerrou as homenagens ao jogador que encantou o mundo inteiro em vida e sempre será uma grande inspiração a todos os brasileiros.

Sobre a Fundação Pelé

Fundada pelo falecido jogador de futebol Pelé, a Fundação Pelé está comprometida em promover mudanças sociais positivas por meio de iniciativas que impactam a educação, o esporte, a saúde e o meio ambiente.

Fonte: Vatican News

Com Arquidiocese do Rio de Janeiro e Fundação Pelé

Presencia

Me acordé de mí mismo y de mi trayectoria

Tuve fuerza y ánimo.
Este recuerdo es integral y poderoso.
Unitivo.
El tiempo es un día
Hoy día
Este día
Y mañana que ya está ahí nomás.
Un tiempo muy valioso
20 años en la Terapia Comunitaria Integrativa
Un espacio de acogimiento
Pertenecimiento y afectos.
Valorización del tiempo y de la vida.
Un momento de ser gente
Abrir el corazón
Confiar.
Mi fragilidad es mi fortaleza.
Inclusión.

Pertenecimiento

Me alegró cuando fue elegido, una cita de una entrevista suya en que se comparaba a un arroyo de montaña, ahora remansando, con la edad. Sigue vigente, sigue entero. Justicia sigue siendo el centro. Historia, memoria. Identidad. Pertenecimiento.

Ayuda a comprender ciertas características del tiempo actual, aparentemente tan inmediato. La esperanza se fortalece al ver que la integridad sigue siendo una fuerza política y personal. Argentina es una memoria. Una historia viva.

Brasil se lee también en este panorama. La justicia usada indebidamente como mecanismo de persecución contra Lula. El periodismo deformando más que informando. Viejas historias.

A contramano, la atención y la intención de promover lo mejor en el ser humano. Aquí estamos.

En esta entrevista, Jorge Mario Bergoglio, el papa Francisco, responde sobre temas como abuso sexual en la iglesia, lawfare, y homosexualidad, entre muchos otros.

 

Fuente: Vatican News, 01-04-2023

Traços da Mãe África: Em busca de nossas raízes (V)

Dotadas, além de enorme beleza espiritual, cultural, também de tantas riquezas naturais, a terra e as Gentes d’África têm sido alvo e vítimas seculares de incessante cobiça por parte dos Ocidentais, sobretudo das principais potências europeias e Estados Unidos. A sede expansionista de ingleses, franceses, portugueses, holandeses, belgas, italianos, espanhóis, estadunidenses… parece não conhecer limites.

Primeiro, invadem-lhes as terras, sob o curioso pretexto de “descobri-las” e de “cristianizá-las”… De suas terras arrancam o que têm de melhor, a começar de sua Gente. Quantos milhões de africanos foram, durante séculos, arrancados à força, para serem convertidos em máquinas de fazer riquezas para os Ocidentais? A escravidão – que ainda está longe de acabar! – constituiu um negócio fortemente lucrativo para as ex(?)-metrópoles.

O regime de escravidão não se restringiu a escravizar pessoas africanas, apanhadas feito bicho, torturadas e embarcadas nos fétidos “Negreiros”, como mera carga de peças lucrativas. Sucedendo ou associando-se ao tráfico de Africanos e Africanas escravizados no “Novo” Mundo, os Ocidentais passaram a apropriar-se diretamente das terras e das demais riquezas da África, continuando a dizimar, sob múltiplas formas, suas populações e a devastar suas riquezas materiais.

Tantas vezes invadidas pelos ocidentais, não raro em nome do Cristianismo, desde o começo da Modernidade, sempre a serviço dos projetos colonialista e capitalista (hoje sob a roupagem dita neo-liberal), eis que no final do século XIX, os avanços da Geografia prestaram relevantes serviços aos invasores. O formato do mapa da África, elaborado pelos Ocidentais, não deixa de ser emblemático: respeita mais a Geometria do que os próprios acidentes geográficos.

A Geografia e outras ciências e invenções tecnológicas foram — e continuam sendo! — empregadas como instrumento de otimização do saque ocidental às terras e às Gentes d’África.

À semelhança do que, antes, fizeram — e continuam a fazer, com a cumplicidade dos respectivos governantes, inclusive dos nossos! -, em relação às terras e às Gentes pré-colombianas (Que tal refrescar-nos a memória com o livro de Eduardo Galeano, As Veias Abertas da América Latina?), sua ambição desmedida e cada vez mais requintada se estende, voraz, ao continente africano. Em sua versão atual, os capitalistas (as transnacionais, o G-7, os organismos multilaterais, com a cumplicidade de quase todos os governos dos países periféricos) cometem o desplante de tentar mascarar esse massacre, por meio de requintes de retórica, tais como “democracia”, “desenvolvimento”/”países em vias de desenvolvimento”, “ajuda ao desenvolvimento” e similares…

Na prática, porém, o que têm feito? Basta conferir alguns resultados básicos do desempenho desses países. A ofensiva dos Ocidentais em terras africanas, com a grave cumplicidade dos governantes locais, tem resultado, a despeito da valentia dos que resistem bravamente ao avanço da barbárie, numa explosão de guerras, de massacres, de golpes de Estado e de ditaduras, incessantes e crescentes crises, aumento de doenças graves (quantos milhões de Africanos vêm sendo dizimados pela AIDS?).

Diante desse quadro dantesco, o quê fazem os senhores das ex(?)-metrópoles, através dos seus organismos multilaterais, a exemplo do FMI e do Banco Mundial? Para responder a essa indagação, vou citar uma pessoa insuspeita, Joseph Stiglitz, ex-vice presidente do Banco Mundial: “Aumentou o abismo entre pobres e ricos, aumentou o número de pessoas vivendo na pobreza absoluta com menos de um euro por dia. Se um país não atende a certos critérios mínimos, o FMI suspende sua ajuda, e, quando o faz, é costume que outros doadores o imitem.  Esta lógica do FMI apresenta um problema evidente: implica que, caso um país consiga ajuda para qualquer realização, um país africano não poderá nunca investir esse dinheiro. Se a Suécia, por exemplo, outorgar uma ajuda financeira à Etiópia para construir escolas, a lógica do FMI impõe ao governo desse país conservar esse fundo como reserva, sob o pretexto de que a construção dessas escolas vai acarretar despesas de funcionamento (salários, manutenção de equipamentos) não previstas no orçamento, e vai provocar desequilíbrios nocivos ao país.” (Citação extraída de Ignácio Ramonet. “Un continent em mutation”, Le Monde diplomatique, Février 2005 (http//:www.mondediplomatique.fr). Como se fosse possível o diálogo entre pescoço e guilhotina…

Fevereiro de 2005.

¿De dónde viene mi fuerza?

La vida no puede ser cancelada. La realidad no puede ser cancelada. La humanidad no puede ser cancelada.

Que haya quienes quieran implantar la inevitabilidad de lo que nos niega, es otra cosa. Es una lucha diaria, recuperar la noción de sí.

Quién soy yo, de dónde vengo, cuáles son mis valores, qué quiero, mi historia. De aquí viene mi fuerza.

Mi historia es sobre todo, la fuerza mayor de mi vida. Reúne todo y resume todo. Lo que fui capaz de hacer de mí.

Pertenecer a un colectivo en movimiento, restablece mi sensación de acogimiento, seguridad, y aquél sentimiento de que la vida permanece.

No puede ser cancelada.

Mantengo la noción clara de ser parte de una comunidad activa. Este enraizamiento es la base de mi respirar. Mi confianza y la integridad por la que me empeño diariamente, son tarea de una colectividad humanizadora.

Más allá de individualismos y otros tipos de alienaciones que hay por todas partes, hay un resguardo, un refugio seguro.

Es el poder de la pregunta que restablece la unidad de mi vivir. La unidad de mi vida. ¿De dónde viene mi fuerza?

Hoy recordé esta pregunta poderosa y sentí como siento ahora, mi vida devuelta. Mi vida de vuelta. Vida nueva. Recomienzo.

Ilustración: “Yo naciendo”