Doutor em sociologia (Universidade de São Paulo). Mestre em sociologia (IUPERJ). Licenciado em sociologia (Universidad Nacional de Cuyo, Mendoza, Argentina). Professor aposentado da UFPB. Terapeuta Comunitário Formador. Escritor. Membro do MISC-PB Movimento Integrado de Saúde Comunitária da Paraíba. Vários dos meus livros estão disponíveis on line gratuitamente: https://consciencia.net/mis-libros-on-line-meus-livros/
Burrice paga-se caro. Ignorância também. Burrice e ignorância poderiam vir a ser considerados como sinônimos, mas não são. Não senhor ou senhora. Burro é um ignorante que não sabe que é burro. Ignorante é apenas alguém que não sabe, mas pode vir a aprender.
Nesta revista temos como lema uma frase de Simón Bolívar que diz assim: “Um povo ignorante é instrumento cego da sua própria destruição”. Conhecer história é preciso. Precisamos saber que o mundo é um lugar que já existia antes da nossa chegada. Quando ignoramos tudo sobre todas as coisas, levam-nos para qualquer lugar. Por isso é que todo governo antidemocrático, terrorista e oligárquico, investe pesado na ignorância.
Desinformação, abestalhamento. Os vários nomes da idiotice gerada, mantida e promovida para melhor dominar o rebanho. Todo regime neonazista ataca a educação, a ciência e a cultura. A universidade abre caminhos. Não apenas no campo profissional e científico, no mercado de trabalho, mas ainda mais, humaniza. Ou poderia vir a humanizar. Na universidade você aprende que tudo poderia ser diferente. Você conhece pessoas de distintas partes do país, que pensam e agem diferente de você. Você cresce e aparece.
Trabalha em conjunto. Supera o individualismo, ou pode vir a superá-lo. Os governos de Lula investiram pesadamente na educação universitária. Interiorizaram a universidade. Enraizaram as pessoas na sua região de origem. Isto têm um significado e impacto profundo. A pessoa não se via obrigada a sair do seu lugar para ir para uma cidade grande ou distante. Por que os ataques à democracia brasileira, que está tentando se recuperar? Por que os ataques aos prédios que simbolizam os três poderes da República?
Um pouco de história, outra vez. Há algo que quer destruir a república, e o vem fazendo. São as pessoas e grupos que vivem apenas do dinheiro e para o dinheiro. Dinheiro todo mundo precisa. Mas há algo que não pode e não deve ser comprado nem vendido. Dignidade. Decência. Respeito. Isto se consegue trabalhando. Lula e Alckmin representam todo um pais, um povo em movimento. Isto não vai ser detido. Ao contrário, estes ataques de domingo passado, consolidam ainda mais a certeza de que educar é preciso. Em todos os níveis. Em casa e na rua.
Doutor em sociologia (Universidade de São Paulo). Mestre em sociologia (IUPERJ). Licenciado em sociologia (Universidad Nacional de Cuyo, Mendoza, Argentina). Professor aposentado da UFPB. Terapeuta Comunitário Formador. Escritor. Membro do MISC-PB Movimento Integrado de Saúde Comunitária da Paraíba. Vários dos meus livros estão disponíveis on line gratuitamente: https://consciencia.net/mis-libros-on-line-meus-livros/
No meio a um mundo em que prevalece frequentemente a aceitação acrítica de visões disseminadas pelos setores de poder
Prosseguimos numa tarefa miúda de voltar o olhar, a atenção, a ação e o sentimento, para a responsabilidade pessoal pela vida e pelas consequências dos nossos atos
A compreensão é libertadora, e esse é o nosso foco
“Ninguém liberta ninguém, ninguém se liberta sozinho ou sozinha. As pessoas se libertam umas às outras em comunidade, mediadas pelo mundo” (Paulo Freire)
Poucas palavras. Atenção ao sentimento. Foco nas emoções, naquilo que nos une como humanidade.
Discursos frequentemente escondem o afã de dominação. A visão se restabelece na brevidade de uma palavra, uma imagem, um som, uma canção, um abraço, um aperto de mão, um olhar.
Poesia é a preferência, por ir direto ao ponto
Criar mais do que consumir
Estes são alguns dos nossos valores norteadores
Aqui é um lugar para respirar.
Somos criaturas efêmeras. Que valha cada instante, cada segundo, todos os momentos!
Encadernemos a nossa vida no dia a dia, ano após ano, até nos apossarmos da totalidade da nossa experiência!
Por más que lo intente, no puedo. No puedo quedarme indiferente frente a lo que veo. No hay modo de que me quede callado, cuando veo el furor desenfrenado y destructivo. La propia bestialidad, la deshumanidad imperando.
No me refiero solamente a la esfera pública. El poder político institucionalizado bajo el régimen de excepción. El blindaje de la delincuencia que viene destuyendo al país y a la sociedad.
Lo que más me llama la atención, lo que me hace gritar con fuerza, es hasta cuándo. ¿Por qué tanta pasividad, tanta tolerancia frente a lo inaceptable? ¿Cuáles son los límites de la decencia, cuáles los de la corrección?
¿Han sido abolidos los contornos de la humanidad? Les dejo la pregunta. Por mi parte, tengo las cosas bien claras. Sé lo que quiero y lo que no quiero de ninguna manera. Hagan sus elecciones. Yo ya hice las mías.
Aprendí desde temprano a hacer las cosas de un cierto modo, a tener ciertos valores. Hay cosas que están bien, cosas que nos humanizan, y otras que están mal, no se hacen, nos degradan.
Hoy tenemos al Brasil, uno de los países más ricos del mundo, y no me refiero únicamente a riqueza material sino cultural, naufragando bajo un régimen totalmente parasitario y brutalmente retrógrado.
¿Hasta cuándo? Es la pregunta que me hago y les hago. ¿Adónde quedaron los sentimientos? ¿Dónde el amor? Preguntas y preguntas. Aprendí a pensar preguntando, y sigo preguntando.
La imbecilidad al poder. Inimaginable. ¿No se dan cuenta que están destruyendo lo mismo que les sustenta? Están matando a la clase trabajadora, destruyendo la estructura productiva, la educación, la ciencia, la salud, la cultura.
Es tiempo de abrir los ojos. Mirar y ver. Y decidir si es esto lo que queremos. Por mi parte, les puedo asegurar que quiero algo bien diferente. Pero quien decide es la mayoría, y no se sabe bien si esta mayoría está conciente o embrutecida.
Veremos en octubre. Es un tiempo largo para esperar. No esperen sentados, sentadas. Hay que ponerse a trabajar y atender a las exigencias del momento. Cuidar y cultivar los valores superiores, que le dan sentido a la vida.
Doutor em sociologia (Universidade de São Paulo). Mestre em sociologia (IUPERJ). Licenciado em sociologia (Universidad Nacional de Cuyo, Mendoza, Argentina). Professor aposentado da UFPB. Terapeuta Comunitário Formador. Escritor. Membro do MISC-PB Movimento Integrado de Saúde Comunitária da Paraíba. Vários dos meus livros estão disponíveis on line gratuitamente: https://consciencia.net/mis-libros-on-line-meus-livros/
Foi eleito presidente do Brasil um figura sinistra, claramente possuída pela pulsão de morte e de ódio. Parece ter sofrido uma lobotomia pois estão estranhamente ausentes nele quaisquer sentimentos de empatia face às milhões de famílias enlutadas pela ação mortal do Covid-19 de quem se fez aliado, pois o minimizou, ridicularizou e combateu, sendo responsável por grande parte dos mais de 600 mil de vítimas. Fez da distorção da realidade, da fake news e da mentira método de governo. Semeou ódio e espírito de vingança entre seus seguidores e apoiou práticas criminosas com referência à Amazônia e discriminatórias à população indígena, negra, quilombola, de outra condição sexual e, em geral, aos pobres e marginalizados.
Esta triste figura que não possui um centro, conseguiu trazer à toma as várias sombras que acompanham a nossa sociedade, desde o genocídio indígena, da colonização, do escravismo e da dominação das elites opulentas que sempre ocuparam o estado e seus aparelhos em benefício próprio e à custa do bem estar das grandes maiorias. Liberou a dimensão dia-bólica (que divide) que habita nos porões escuros da psiqué pessoal e coletiva, a ponto de escantear a dimensão sim-bòlica (a que une), aquela que nos faz verdadeiramente humanos e sociáveis. O assassinato por razões políticas em Foz do Iguaçu por um bolsonarista, não exime de responsabilidade moral o presidente, pois ele deu a senha para o uso da violência.
A essa onda de ódio que está tomando várias nações no mundo mas de forma exponencial entre nós fez com que o eminente intelectual norte-americano Noam Chomsky, casado com uma brasileira, dissesse recentemente: ”O Brasil é uma espécie de caso especial; raramente vi um país onde elementos da elite têm tanto desprezo e ódio pelos pobres e pelo povo trabalhador”.
A esse ódio devemos contrapor o amor, a amorosidade, na linguagem de Paulo Freire: promover aqueles valores que ele,seus filhos e seus seguidores jamais poderão usar: como o amor, a solidariedade, a fraternidade, o cuidado de uns para com os outros e para com a natureza, o direito de cada um de possuir um pedacinho de Terra, a Casa Comum, que Deus destinou a todos, uma moradia decente, o cultivo da compaixão para com os sofredores, o respeito, a compreensão, a renúncia a todo espírito de vingança, a transparência dos atos governamentais e o direito de ser feliz . Todos estes valores são negados teorica e praticamente pela verdadeira seita bolsonarista.
Abordarei o tema do amor não no sentido ético/moral, filosófico e teológico. Basear-me-ei somente em sua base biológica, tão bem formulada pelos cientistas Humberto Maturana e James D.Watson que junto com Francis Crick em 1953 descoficou o código genético.
O biólogo chileno Humberto Maturana, em seus estudos sobre a autopoiesis, vale dizer, sobre a auto-orgnização da matéria da qual resulta a vida, mostrou como o amor irrompe de dentro do processo evolucionário. Na natureza, afirma ele, se verificam dois tipos de conexões (ele chama de acoplamentos) dos seres com o meio e entre si: um necessário, ligado à própria subsistência e outro espontâneo, vinculado a relações gratuitas, por afinidades eletivas e por puro prazer, no fluir do próprio viver.
Quando esta última ocorre, mesmo em estágios primitivos da evolução há bilhões de anos, ai surge a primeira manifestação do amor como fenômeno cósmico e biológico. Na medida em que o universo se inflaciona e se complexifica, essa conexão espontânea e amorosa tende a incrementar-se. No nível humano, ganha força, faz-se um projeto consciente de vida e se torna o móvel principal das ações humanas (Cf.A árvore da vida: a base biológica do entendimento humano,1955).
O amor se orienta sempre pelo outro. Significa uma aventura abraâmica, a de deixar a sua própria realidade e ir ao encontro do outro, homem ou mulher, e estabelecer uma relação de afetividade, de aliança vital e de amor.
Whatson, em seu volumoso livro DNA:o segredo da vida (2005) afirma explicitamente:
”No DNA, o manual de instruções da vida humana, o amor pertence à essência do ser humano.Embora eu não seja religioso não deixo de ver elementos profundamente verdadeiros, escritos por São Paulo na sua primeira Carta aos Coríntio (13,1-13):’ainda que eu falasse línguas, a dos homens e as dos anjos…ainda que tivesse o dom da profecia, o conhecimento de todo os mistérios e de toda a ciência…se não tivesse o amor nada seria”. Continua Whatson: “Paulo, no meu entendimento, revelou com clareza a essência de nossa humanidade; o amor, esse impulso que nos faz ter cuidado com o outro, foi o que permitiu a nossa sobrevivência e sucesso no planeta; é esse impulso, creio, que salvaguardará nosso futuro…tão fundamental é o amor à natureza humana, estou certo de que a capacidade de amar está inscrita em nosso DNA; um Paulo secular como eu diria que o amor é a maior dádiva de nossos genes à humanidade”(p.413-414).
Como se depreende, quem faz tais afirmações são cientistas da maior seriedade e de reconhecimento internacional. O amor pertence à nossa natureza essencial. Agindo contra ele, como o faz o presidente e o bolsonarismo, se colocam na contramão da humanidade e da lógica do universo. Daí sua maldade e perversidade.
A sociedade brasileira não pode se construir sobre esta barbárie e anti-humanismo. O povo deverá rejeitar sua reeleição, não só por razões ético-morais-políticas e de bom senso, mas também por razões científicas.
De sua boca ouvi e de seu exemplo aprendi o que meu pai legou a toda família: “Quem não vive para servir, não serve para viver”. O atual presidente não serve o povo brasileiro, pior, nega aquela única energia que cresce e se renova quanto mais é vivida e doada: o amor. Amor, repito, negado ao povo brasileiro, à natureza e à Mãe Terra.
Nascido em 1938, doutorou-se em teologia pela Universidade de Munique. Foi professor de teologia sistemática e ecumênica com os Franciscanos em Petrópolis e depois professor de ética, filosofia da religião e de ecologia filosófica na Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Conta-se entre um dos iniciadores da teologia da libertação. É assessor de movimentos populares. Conhecido como professor e conferencista no país e no estrangeiro nas áreas de teologia, filosofia, ética, espiritualidade e ecologia. Em 1985, foi condenado a um ano de silêncio obsequioso pelo ex-Santo Ofício, por suas teses no livro Igreja: carisma e poder (Record).