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Diários e revistas na era atual

Era da informação, do conhecimento, da comunicação?

Editoriais sub-reptícios, subversivos, instantâneos, pareceriam estar terminando

Tempo que esqueceu os instantes, a força de tanto correr, tanto imediatismo

Nem sabemos quem nos lê, nem se ainda nos lêem

Permanece o jogo, a aposta na intergeracionalidade, a costura de tempos

Palavras que voam e voltam

Antigamente diários e revistas eram o lugar da notícia

Atualmente notícias, informação, boato, tudo misturado, vem de toda a parte

Qual é o nosso papel, agora que se pretende substituir conhecimento, estudo e consciência, por treinamento, domesticação, abestalhamento, doutrinação?

Cor esperança

Temos tentado, principalmente depois do dia 30 de outubro de 2022, quando o nazifascismo foi derrotado nas eleições presidenciais no Brasil, de potenciar a esperança.

Positivar as ações em prol da inclusão social, a integração social, a recomposição do tecido social seriamente danificado nesta última década, a contar desde 2013.

Chega de focar no que não presta, no que está errado, no que não está certo. Pôr as energias naquilo que vale a pena. Os valores superiores.

O esforço pessoal de que sejamos capazes, para transformar ódio em amor, raiva e ressentimento em costura de vínculos, construção de redes solidárias.

Mudança de olhar

Velho hábito me traz para este espaço ao começar o dia. O prazer de ver o sol raiar.

Uma oportunidade para, mais uma vez, ensaiar alguns passos na direção do bem a alcançar.

Não consigo falar no abstrato, no genérico. Para mim, se trata de chegar um pouco mais perto da felicidade. A plenitude. O ser autêntico.

Para isto, deverei prestar atenção ao que me faz bem. Aquilo que me traz satisfação. O que dá sentido à minha vida.

Isto dá uma orientação aos meus passos. Consistência. Integração com a minha história. O que eu elejo hoje, as minhas decisões de hoje, brotam do chão que percorri.

O que eu quero, o que me faz bem, me orienta e direciona. Não me obrigo a repetir constantemente as mesmas escolhas, sempre. Trato de manter um olhar conectado com o que está aqui.

Vejo que muitas vezes preciso mudar de olhar. Ver as coisas de outra perspectiva. Isto é o que chamo de olhar poético. Deixar que a realidade venha, se mostre, então posso fluir melhor.

Tinha fixado a minha leitura de mundo e de mim mesmo, da minha história, e isto me deixava preso. Posso agora manter a minha integridade, sem necessidade de ficar repetindo sempre as mesmas coisas.

Uma visão fixa esconde o que é. Quando eu deixo a realidade vir, venho com ela. Remoço, renasço, abre-se outra possibilidade.

Pertencimento

A celebração do aniversário de Consciência me trouxe as vozes e o afeto, a proximidade e o reconhecimento, a sensação de pertencimento. Tudo de que preciso para seguir em frente, mais contente e confiante.

Essas expressões vieram nas e das redes da Terapia Comunitária Integrativa. Um espaço de construção coletiva em que a nossa revista é apreciada.

Venho trabalhando na mirada poética, esse mínimo em que consiste a vida. Aquela eternização que está ao nosso alcance quando nos tornamos acessíveis à beleza. Um lugar de pertencimento essencial. Na altura da vida em que me encontro, tudo vêm convergindo. Já não há mais dissociações, ou as que ainda persistem, tendem a se dissolver numa integração.

Descomprimir. Desexigir. Deixar mais espaço. Ver que há mais espaço. Positivar o esforço resiliente. A construção de vínculos. A potenciação da solidariedade que nos faz ver que sempre há alguém a nosso favor, em qualquer circunstância. Deixar a mania de achar que sabemos mais do que alguém. Abrir a possibilidade da colaboração e da complementação.

A integração de saberes, a ênfase na experiência, recompõem um senso de pertencimento que costura as fendas da coesão social. Ao invés de uma sensação de estranheza e alheamento, passamos a viver com um sentimento mais benigno: a segurança. A confiança que nasce de saber que temos um lugar no convívio social.

Ilustração: “O tecido do universo”

Confiança se constrói dia a dia

Vim me tornar um assíduo colaborador desta revista em tempos em que com toda a minha alma, fazia todo tipo de tentativas por vir à tona.

Hoje, quase 23 anos depois, escrever continua a ser uma atividade vital para mim.

Enquanto pode ter quem escreva como um  meio para se mostrar, exibir erudição, dominar, etc, para mim esta nobre arte continua a ter uma única finalidade.

Ser mais eu cada vez. Ser mais pleno e feliz.

Ditas estas coisas, passo ao que me traz aqui agora. Como reconstruir a confiança? Confiança em mim mesmo, nas pessoas em volta, no futuro?

Saindo para a rua e vendo que não há ameaças. Ou que em aparecendo alguma, pode ser enfrentada.

Vendo quem está por perto e saber sem sombra de dúvidas, que é alguém que me quer bem. Alguém confiável.

Com estes simples passos, e mais alguns que fui dando pela mão da comunidade, fui recuperando a confiança.

Colocando os medos e as tensões para mais longe.

O lazer, a distração, o trabalho manual, a leitura e a música, são outras ferramentas de que me valho para manter esta sensação de prazer que é prima irmã da confiança.

A beleza tem o poder de ativar uma internação no que é eterno. Beleza há por toda a parte. Dentro e fora de nós.

Digo e repito para mim mesmo as minhas qualidades e conquistas. As minhas vitórias. Então sobrevêm uma sensação de pertencimento que alicerça o meu estar aqui.

Sem culpas.

Combatir el fascismo cotidiano es una agenda ciudadana

Ya va amaneciendo el día. Decir esto es evocar muchos amaneceres. Como ya han pasado muchos tiempos desde el comienzo, es como decir que ya tengo un álbum para cada cosa. O por lo menos algunos álbuns para muchas cosas.

Como en este ya bastante largo tiempo me he ido acostumbrando a hablar en dos idiomas, por lo menos, por ahí las cosas se confunden un poco. Lo cual a veces crea situaciones risueñas y otras no tanto. Todo ha cambiado mucho desde que yo era chico. Para empezar el barrio. La casa. La ciudad. El país. El mundo en sí mismo.

Esto es: la calle, la gente, las costumbres. ¡Es un cambio bárbaro, che! De Mendoza a João Pessoa, pasando por São Paulo, Río de Janeiro y Fortaleza. Todo está bastante claro en mi memoria. Y creo que en la memoria de ustedes también. Para mi alegría, he visto en personas jóvenes, la misma percepción del tiempo y de la vida.

Cada día un libro. Cada persona, una biblioteca. Así se va organizando todo. Y lo que pudo llegar a haber parecido un ciclón, una tormenta, un maremoto, de pronto no es nada de eso. Son cambios multiplicados, centuplicados, infinitamente diversificados, entrelazados, entrecruzados, interceptados. De ayer a hoy. ¡Tanto tiempo! Tanta gente que se ha ido ya.

La lista de personas queridas que han partido, se ha hecho numerosa. Ahora me toca a mí ver las cosas en perspectiva. La perspectiva otoñal. El crepúsculo. Lo básico del vivir, sin embargo, se me hace que no ha cambiado tanto. Cambió y no cambió. El levantarse a la mañana y ver como veo ahora los colores de la aurora.

Estoy en la casa de campo en Carapibus. Un sueño que ha ido cambiando y en parte permanece. El enfrentar personas todos los días. O de vez en cuando. Enfrentar en el sentido de encontrar, no necesariamente de manera conflictiva. El conflicto está medio como si dijéramos instalado.

Se ha creado una especie de atizamiento artificial del aspecto conflictivo del encuentro. Es la ideología del odio. Es la burla contra las personas diferentes. Esto siempre existió, pero estaba medio solapado.

Ahora hay un tipo de fascismo cotidiano naturalizado, que los grupos de riesgo vienen enfrentando para superar. Garantizar la supervivencia de todo el mundo. Racismo, homofobia, fundamentalismo, irracionalismo, xenofobia. No son chistes.

No hay chistes homofóbicos o racistas. Hay racismo y homofobia, que son crímenes. Los derechos humanos han salido del espacio restringido de las grandes catástrofes como los exterminios, la tortura, la persecución, la calumnia, la difamación, la exclusión social. Todo está a la orden del día. Todo está a la luz del día.

La misoginia, la objetificación de la mujer. Son combatidos de diversas maneras, en distintos escenarios. En la familia, en el cine, en la TV, en las redes sociales. Lo que era una pauta o una agenda de activistas, se ha hecho una agenda ciudadana.

Esto es saludable. La reacción al fascismo cotidiano naturalizado es una recuperación de la humanidad que se había desdibujado.

Justiça já!

Não é direito

Atacar prédios públicos

Desconhecer o resultado das eleições de 30 de outubro de 2022

Pedir ditadura

Fazer apologia da tortura

Não é certo nem é direito. Não é justo, e é punido pela lei, ou deveria

Caso houvesse justiça

Justiça é uma decisão, são ações, não declarações, não declamações

Foram 10 anos de minuciosa destruição do tecido social

Agressões à Presidenta Dilma Rousseff que ficaram impunes

Ataques a Lula que o levaram para uma prisão injusta

10 anos de minar as bases da sociedade

Não são manifestantes, não, não, não!

São nazifascistas!

Deve haver defesa da democracia, ou este inferno não terá fim

Não é justo. Não é certo.

Como se combate o nazi-fascismo?

Julgando e punindo os crimes contra a humanidade.

Sem punição os crimes tendem a se repetir

É imprescindível, é justo e necessário, que a justiça julgue e puna todos e cada um dos atentados contra o estado democrático de direito cometidos nestes últimos 10 anos.

Limpar a casa é preciso.

Direito é necessário.

Leis são para serem cumpridas!!!!

Impunidade nunca mais!

Volver!

Mais uma vez o Brasil sai das trevas para a luz

Voltar para a luz

Isto é o que está a acontecer

Um povo decidiu que não queria mais morte e sim, vida!

Desnecessário evocar ecos desta transição

Quem já não saiu de uma escuridão para a luz?

Como não recuperarmos aquela alegria original e primeira?

A delinquência política e social encontrou o seu limite.

É hora de voltar, sim.

Voltar a si, sim!

Chega de apologia da morte, tortura, destruição, abominação

Humanidade é mais!

Até quem apoiou o inominável está a tentar recompor o que foi destruído nestes últimos 10 anos de prolixa e perversa ação criminosa de decomposição do tecido social.

A humanidade volta.

Volta sempre.

Atinge um limiar e volta.