Arquivo da categoria: Mídia

Foco

Na contramão das tendências dominantes nestes tempos

E também em outros tempos

Esta revista tem desde o começo oferecido um espaço de olhar para o mínimo

O essencial

A vida vivida

O cotidiano

A pessoa na sua singularidade

Foco na arte, na criatividade, nas atitudes, a solidariedade.

Esta nossa orientação continua a ser a razão da nossa existência.

Libertação

Difícil não ceder à tentação de celebrar esta longa trajetória de construção coletiva que é esta revista

Posso ver na tela da minha mente com nitidez e detalhe lugares onde estive e desde os quais, fosse em atividades familiares ou comunitárias, frequentemente entrelaçadas,

Trocava umas palavras com este meu já velho amigo Gustavo Barreto, criador de Consciência

Fazendo juntos, somando, ganhando fôlego, não desistindo

Calçando sob os pés um grãozinho de esperança que permitisse prosseguir mais um pouco, mais um passo

Daí nesta tarde, neste exato momento, me permitir agradecer a persistência e integridade que nos guiam

Bem como apostar ainda mais num horizonte libertador que continue e nos animar na direção do mais alto!

(04-01-2024)

A mentira como arma de dominação

A vergonhosa cobertura do massacre em Gaza pela mídia hegemônica

 

Todo ser  humano, dado o seu inacabamento, é suscetível à mentira, embora sempre vocacionado à verdade. Reconhecimento feito inclusive por textos sagrados, a exemplo da tradição judaica e cristã: ”Omnis Homo Mendax” (Sl 116, 11) – expressão de circunstância  perturbadora. Se tal constatação, de um lado,  nos parece uma postura salutar de autocrítica reconhecedora de nossos limites, por outro lado, grave equívoco cometemos em banalizar este traço limitativo, por não nos comprometermos com uma incessante busca de superação desta marca.

 

O êxito ou malogro desta busca depende de nossa resposta ao chamamento ao nosso compromisso com a verdade. Depende também de como organizamos as relações sociais – econômica, políticas, culturais e outras -, desde que orientadas para um processo de humanização do um ser humano como um todo e de todos os seres humanos, ou sucumbimos à tentação desumanizante, como ocorre nas sociedades de classes especialmente no modo de produção capitalista.

 

O atual cenário de  cobertura dos conflitos entre Israel e Palestina, tal como feita pela mídia hegemônica (CNN, Rede Globo e Mídia Digital de extrema-Direita), ilustra bem o profundo grau de parcialidade e comprometimento com o Estado Sionista de Israel, marcado pela sucessão de massacres, de limpeza étnica, de supremacia racial, de apartheid e de colonialismo cometidos contra o povo palestino (já se fala em mais de 15 mil mortos, dentre as quais em torno de 7000 crianças, e cerca de 33 mil feridos). Nas linhas que seguem, cuidamos de examinar a natureza e a extensão da estratégia hegemônica diuturnamente usada e abusada pelos meios de comunicação dominantes, de modo a tornar reféns enormes parcelas de nossa sociedade, fazendo-as introjetar e assimilar, como se verdades fossem, as notícias circuladas pela imprensa, pela televisão, pelo rádio, e pela mídia digital de extrema-direita.

 

Em toda sociedade de classes, o pensamento que prevalece é ditado pela classe dominante

 

O pensamento único constitui a grande meta de toda sociedade de classes, máxime nas sociedades capitalistas, hoje amplamente dominantes. Toda sua organização econômica, política e cultural se acha sob o rígido controle de uma ínfima minoria (correspondente a cerca 1% da população mundial), em mãos da qual se encontram concentradas as riquezas, as terras, a renda, as poderosas redes de comunicação de massa. É graças a este acúmulo de poderes nas mãos dos grandes conglomerados transnacionais, a operarem em todas as atividades econômicas, políticas, culturais, educacionais, religiosas, no próprio mundo das artes, etc., mundo afora, que acabam determinando a hegemonia das ideias, dos valores, das crenças, das modas, do próprio estilo de vida dominante. Poderio tão forte, que impacta até as relações do Sagrado, como temos observado, também no Brasil com o que se passa nas Igrejas cristãs, em sua grande maioria.

Os crescentes escândalos sexuais e financeiros não deixam de ser expressão e resultado dessa tenebrosa teia de relações.

 

Expressão igualmente da predominância, em larga escala, de um cristianismo sionista, em franca contradição com os valores do Reino de Deus anunciado, inaugurado e testemunhado por Jesus de Nazaré. A este propósito, recomendamos fortemente que acompanhem a recentíssima entrevista concedida pela teóloga Nancy Cardoso (cf. https://www.youtube.com/live/OoB_jMpgv6g?si=KubDDw09uE2GYLFp)

 

Experiente e com amplo reconhecimento, a teóloga biblista Nancy Cardoso que viveu longos anos na Palestina, cuida, nesta entrevista, de apontar os principais entraves a uma compreensão crítica acerca dos conflitos Israel x Palestina, que têm a ver com uma espécie de tapa-olho. Tal compreensão decorre, segundo a teóloga, de uma incapacidade ou de uma indisposição dos cristãos sionistas, de fazerem uma leitura crítica, com base em uma perspectiva histórica e geopolítica, sobre o que anda acontecendo entre Israel e Palestina desde as primeira décadas do século passado, principalmente após a primeira e a segunda grandes guerras, após cada uma delas, tendo como consequência a distribuição pela força entre a França e a Grã Bretanha, a Síria, o Líbano e a Palestina de modo a tudo reduzirem a uma mera questão religiosa, ocultando assim os fatores geopolíticos e econômicos aí presentes, o que se agrava por uma leitura fundamentalista da Bíblia. No que tange ao componente religioso, ela nos instiga a exercitar a leitura popular da Bíblia, como um procedimento de exercício da crítica com que devemos visitar e revisitar os textos sagrados, tendo, aliás, chamado a atenção para o alerta feito pelo Profeta Amós (Am 7,9). Ela acentua o significado de um Deus que opta sempre pelos mais vulneráveis: os pobres são sempre seus preferidos, a exemplo do contexto assinalado pelo Livro do Êxodo, em que Deus assume a causa libertadora dos oprimidos, garantindo-lhe uma terra, mas não na condição de novos opressores.

 

“Quem come do meu pirão prova do meu cinturão”  

 

A sabedoria popular segue sendo, para além de seus limites, uma fonte de bom senso, como se mostra o dito popular acima mencionado. É, com efeito, que sucede também ao controle dos meios de comunicação de massa pelo Capital, em suas diversas manifestações, em especial sob o controle maior do mundo financista. Afinal, por quem são financiados jornais, televisão, rádio, mídia digital de extrema-direita? Como ocultar que cada programa televisivo, em especial as grandes agências noticiosas são controladas, em escala mundial, nacional e local, por esses grandes conglomerados transnacionais? Como ignorar que a imprensa hegemônica, a exemplo de o Estadão, O Globo, A Folha de São Paulo, são mantidos por grupos familiares aristocráticos, representantes da Casa Grande? São estes veículos que, dia a dia, bombardeiam os leitores e leitoras com notícias, reportagens e coberturas feitas no interesse direto dos centros do Império.

 

É triste tomar conhecimento das relações senhoriais a que são submetidos, salvo raras exceções, seus jornalistas, frequentemente constrangidos a fazerem passar fatos e versões do agrado de seus empregadores. A este propósito, vale a pena conferir recente denúncia coletiva feita por jornalistas ao Ministério Público: (conferir https://www.brasil247.com/midia/jornalistas-do-estadao-pedem-socorro-contra-o-assedio-moral-que-sofrem-de-andreza-matais )

 

Algumas pistas alternativas

 

Diante destes fatos e versões que utilizam cotidianamente a mentira como arma de dominação, consola-nos saber que tal situação não é insuperável. Na verdade, diversos são os veículos noticiosos e de análises que temos à nossa disposição. Trata-se de uma lista de canais, de blogs e de sites que nos ajudam e nos permitem uma leitura crítica desta realidade, em busca de sua transformação.

 

Ainda a propósito do bombardeio diário sobre milhares de Palestinos (crianças, mulheres, pessoas idosas, etc.), sobre o qual a mídia hegemônica se limita a acusar o Hamas, fechando os olhos aos crimes de guerra também cometidos – e em dose exponencial – pelo Estado Sionista de Israel, o poderoso “Lobby” de judeus sionistas se atreve, sem cessar, a controlar não apenas a mídia coorperativa, mas também as diversas instâncias governamentais dos países, inclusive do Brasil, chegando a perseguir até judeus que ousem denunciar o massacre cometido pelo Estado Sionista de Israel. É o que sucede, por exemplo, ao jornalista judeu Breno Altman, que vem sendo penalizado judicialmente, como no caso da recente sentença liminar proferida por um juíz de primeira instância.

 

A exemplo da ABI (Associação Brasileira de Imprensa), também nos associamos às manifestações de solidariedade a Breno Altman e a outros perseguidos por sua coragem de denunciarem os crimes contra a humanidade que vêm sendo cometidos pelo Estado Sionista de Israel. Recomendamos vivamente o acompanhamento de entrevistas, palestras e análises produzidas pelo jornalismo crítico alternativo aos porta-vozes do imperialismo. Entre estes espaços críticos, sugerimos acessar: Opera Mundi, Brasil 247, Brasil de Fato, ICL, José Arbex, Rogério Anitablian, José Reinaldo Carvalho, Ualid Rabah, Valter Pomar, Nathalia Urbano, Jones Manoel, Mainara Nafe, Nancy Cardoso, para citar apenas estes nomes. A este propósito, recomendamos conferir a mais recente exposição sobre os conflitos Israel X Palestina, feita por Valter Pomar, dentro da programação organizada pela Fundação Perseu Abramo: https://www.youtube.com/watch?v=RORQs547r8Q&t=1s

 

Finalmente, foram acordados alguns dias de trégua para a liberação de reféns em Gaza e de prisioneiros em Israel. Ainda que insuficiente, temos um alívio, mas o que importa mesmo é lutar por um cessar fogo.

 

João Pessoa, 25 de Novembro de 2023.

Foto: Revista Forum

Perseverancia

Siento necesidad de agradecer a Gustavo Barreto, periodista y docente, creador de la revista Consciência

Este vehículo de prensa subsiste y resiste con el apoyo de un pequeño grupo de personas que colaboran

Más allá del boom de publicaciones digitales que marcó el comienzo del siglo, esta revista persiste, insiste

No buscamos las masas ni las evitamos. Quien sabe seamos recuerdo y memoria de algo imperecedero que prevalece por encima de todas las adversidades

Una chispa, un fuego a veces apenas perceptible. Una llama que es el aliento y el sustento de la esperanza, la confianza y la sobrevivencia

He tenido el placer y la alegría de publicar textos de terapeutas comunitarios(as). Reflexiones sobre la práctica de la Terapia Comunitaria Integrativa, poemas

El restablecimiento de la democracia en Brasil nos ha puesto en un clima de esperanza renacida

Que este esfuerzo colectivo se siga manteniendo y alimentando esa luz inextinguible que somos cada uno, cada una que participamos de este proyecto.

Papa: não promovam mensagens de ódio na web, comunicar é envolver-se com amor

Através de uma mensagem por ocasião da abertura da 13ª edição do Festival de Doutrina Social na cidade de Verona, na Itália, o Papa convida a traduzir concretamente os ensinamentos do Evangelho na sociedade. “#soci@Imente livres” é o tema deste ano e o desejo de Francisco é que, na cultura digital, “ninguém seja promotor de uma comunicação que promova a cultura do descarte”.

A comunicação atinge sua plenitude na doação total de si mesmo à outra pessoa e é nessa relação de reciprocidade “que se desenvolve a rede da liberdade”. O Papa Francisco reiterou isso em uma mensagem dirigida aos organizadores e participantes da 13ª edição do Festival da Doutrina Social, que começou hoje, 24 de novembro, em Verona. Três dias de encontros entre profissionais, empresários, professores e leigos empenhados “em traduzir concretamente os ensinamentos do Evangelho na sociedade”, como também foi solicitado na síntese da primeira sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo.

 

“@”, símbolo de proximidade e conectividade

O tema deste ano, “#soci@lmente livres”, enfatiza a comunicação na cultura digital, “que influencia as relações entre as pessoas e, consequentemente, a sociedade”. Em particular, é um dos caracteres especiais usados para escrever o tópico deste ano, ou seja, o ‘@’ usado em e-mails, que chama a atenção do Papa. O caractere @, de fato, que na antiguidade indicava uma unidade de medida de peso e de capacidade (era a arroba espanhola e a ânfora toscana) e que depois assumiu valor contábil como “um valor comercial”, agora é usado no e-mail para indicar “uma conexão”. “Da história vem, portanto, uma indicação para viver a liberdade hoje nas mídias sociais”, escreve o Papa, “o caractere ‘@’ indica proximidade, contato, uma expressão íntima de liberdade, para ser guardada no coração”.

Não se deve promover a cultura do descarte por meio de mensagens de ódio

A rede que queremos, “não foi feita para prender, mas para libertar, para valorizar uma comunhão de pessoas livres”. A própria Igreja é uma rede tecida a partir da comunhão eucarística, “onde a união não se baseia em ‘likes’, mas na verdade, no ‘amém’, com o qual cada pessoa adere ao Corpo de Cristo, acolhendo ao próximo”. “Em comparação com a velocidade da informação, que provoca a voracidade relacional”, continua o Pontífice, “o ‘amém’ é de fato “uma espécie de provocação para ir além da superficialidade cultural para dar plenitude à linguagem, no respeito por cada pessoa”. “Que ninguém seja promotor de uma comunicação de descarte através da difusão de mensagens de ódio e da distorção da realidade na web!”, é, portanto, o desejo do Papa.

Jesus tem interesse pela pessoa em sua totalidade

Um exemplo de verdadeira comunicação inspirada pelo amor, escreve o Pontífice, é a passagem do Evangelho de Marcos que narra o episódio da multiplicação dos pães e dos peixes. Cerca de cinco mil pessoas se juntaram a Jesus às margens do Lago Tiberíades, caminhando quilômetros para ouvi-lo. De acordo com o Papa, “o Cristo se propôs a ensinar-lhes muitas coisas” e sua autoridade “vem a partir de Seu envolvimento pessoal e de Sua presença como o rosto e a palavra do Pai nas reviravoltas da existência humana: Ele tem compaixão pelas pessoas, tem os mesmos sentimentos que as pessoas que estão diante Dele, não as despreza, faz dos problemas delas os Seus, cuida delas”. E então Jesus as alimenta, porque “o ensinamento é seguido pela oferta de pão e companhia: o Senhor está interessado na pessoa como um todo, ou seja, em sua integridade”.

Testemunhas da liberdade em um mundo livre

Ao fazer isso, Jesus não está sozinho, mas pede a colaboração dos discípulos, que, por sua vez, são convidados a participar de forma pessoal. “Esta é a liberdade à qual o discípulo é chamado: a de quem se envolve com inteligência e amor para fazer o outro crescer”. O desejo do Papa é, portanto, o de sermos “testemunhas da liberdade em um mundo de liberdade” e o pedido dos participantes, a começar pelo presidente da Fundação Segni Nuovi, Alberto Stizzoli, que, juntamente com um grande grupo de leigos, o Comitê Científico e os amigos que apoiam concretamente o festival, é o de traduzir a hashtag “soci@lmente” “em iniciativas para o bem comum” e comprometer “na educação à cultura do dom”.

Fonte: Vatican News

Esperançando

Um ano atrás Lula e Alckmin venciam as eleições nacionais

Um respiro para um país que saía desta forma e por esse ato

De um dos piores momentos da sua história

Dez anos de destruição minuciosa do tecido social

Ficavam para atrás

Saudamos este processo de reconstrução do Brasil

Enfatizando a importância dos trabalhos coletivos

As ações entrelaçadas além de identificações setoriais

Pensar grande e ver com o coração

Vamos que vamos!

(30-10-2023)

Ação

Confesso que não me sinto demasiado confortável em ver que este projeto prossegue sem o concurso de muitas pessoas.

No entanto, talvez seja este o destino de determinadas iniciativas que em algum momento congregaram muita gente, para depois se verem reduzidas a um punhado de vontades persistentes. É da minha personalidade, como também constato ao longo da minha trajetória de vida, ver movimentos e iniciativas levados em frente por apenas umas poucas pessoas.

É o nosso caso. Esta revista persiste com o apoio e o esforço destas poucas pessoas. Vamos em frente! As modas passam, as pessoas pegam outros caminhos, nem sempre costurados com uma linha consequente que dê um sentido maior às suas vidas. Não estou aqui para julgar, mas apenas como alguém a quem se concedeu uma posição neste projeto, e que trata de cumpri-la da melhor maneira.

El valor de la vida

Tener una revista a disposición es un sueño realizado. Un sueño a muchas manos. Es un volver en el tiempo y volver al tiempo en que el mundo estaba de pie. La juventud buscando primaveras. Ahora otra vez lo mismo. La guerra. La muerte. El programa anti-humano. Anti-vida. No podemos dejar que esto nos supere. No hemos llegado hasta aquí para ahora arriar banderas.

Insistimos en lo mismo. La diversidad es el dato de lo humano. No tenemos que pensar igual ni ver el mundo del mismo modo, ni actuar de la misma manera. Basta respetar. El respeto es todo.

La vida es un trayecto breve, al borde del crepúsculo. Cuando nos damos cuenta ya pasó. Yo me hice pintor gracias a Van Gogh. Había un cuadro de Van Gogh en la casa de mis padres, y yo lo veía todos los días. Una reproducción. Unas flores de almendro.

Esa imagen me fue llamando y llevando y me fui hacia allá. Pinté, dibujé, vine en colores y canciones. Eran Los Beatles, Sui Generis, Tormenta, Leo Dan, Palito Ortega, Arco-Iris.

¿Y ahora qué? Insisten en la guerra Palestina Israel. ¿Cuál es el problema? ¿No hay lugar para todas y todos?

El mundo cambió mucho desde 1967 hasta ahora. Pero no dejo de ver que este no es mi mundo. No, no. No. Para nada. Yo soy vida, luz, amor. Nada que ver con el horror. No me vengan con esas morbilidades. Morbosidades, o como se diga.

Termino esta breve anotación recordando nada más ni nada menos que el valor de la vida. Sólo se vive una vez. No olvidar.