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Pertenecimiento

Me alegró cuando fue elegido, una cita de una entrevista suya en que se comparaba a un arroyo de montaña, ahora remansando, con la edad. Sigue vigente, sigue entero. Justicia sigue siendo el centro. Historia, memoria. Identidad. Pertenecimiento.

Ayuda a comprender ciertas características del tiempo actual, aparentemente tan inmediato. La esperanza se fortalece al ver que la integridad sigue siendo una fuerza política y personal. Argentina es una memoria. Una historia viva.

Brasil se lee también en este panorama. La justicia usada indebidamente como mecanismo de persecución contra Lula. El periodismo deformando más que informando. Viejas historias.

A contramano, la atención y la intención de promover lo mejor en el ser humano. Aquí estamos.

En esta entrevista, Jorge Mario Bergoglio, el papa Francisco, responde sobre temas como abuso sexual en la iglesia, lawfare, y homosexualidad, entre muchos otros.

 

Fuente: Vatican News, 01-04-2023

“A Reforma Agrária Popular só acontecerá se respeitar os corpos e eliminar a violência”

Por Wesley Lima

Em memória aos mártires LGBTI+ Sem Terra, MST lança campanha contra as violências na Escola Latino Americana de Agroecologia

Na tarde desta quinta-feira (15), o MST realizou mais um espaço de lançamento da Campanha Permanente Contra a LGBTI+fobia no Campo. A atividade fez parte da programação do Curso de Agroecologia, Saúde e Diversidade Sexual, que teve início no último dia 13, na Escola Latino Americana de Agroecologia (ELAA), localizada no assentamento Contestado, no município da Lapa (PR).

Com poesia, músicas e em memória aos mártires LGBTI+ Sem Terra, o lançamento emocionou os participantes do Curso e convidados da Escola Latina. A ideia do espaço foi de construir uma mística em torno da Campanha, para impulsionar as iniciativas de lançamento e construção de processos de formação, estudo e enfrentamento à LGBTI+fobia nos assentamentos, acampamentos, escolas, centros de formação, entre outras estruturas do Movimento.

Para subsidiar a construção desse momento, o Coletivo LGBTI+ do MST elaborou uma cartilha e um cartaz da Campanha para que possam ser utilizados como ferramentas que fomentem o processo de organização de ações em torno do enfrentamento à violência. Flávia Tereza, da direção nacional do MST pelo coletivo LGBTI+, diz que a campanha é um espaço de denúncia, mas também de anúncio do projeto político defendido pelo MST: a Reforma Agrária Popular.

“Quando pensamos em violência, pensamos em que corpo? Quando sofremos alguma violência, somos nós, é você é ele? Quem está sendo violentado? O que é violência?”, essas questões foram realizadas por ela para provocar uma reflexão sobre as principais vítimas dos crimes de ódio no Brasil.

Somente em 2021, foram registradas pelo menos 316 mortes violentas de pessoas lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e pessoas intersexo (LGBTI+). Esse número representa um aumento de 33,3% em relação ao ano anterior, quando aconteceram 237 mortes. Os dados constam no Dossiê de Mortes e Violências contra LGBTI+ no Brasil. Entre os crimes ocorridos, 262 foram de homicídios (o que corresponde a 82,91% dos casos), 26 de suicídios (8,23%), 23 latrocínios (7,28%) e cinco mortes por outras causas (1,58%).

Para Kelvin Nícolas, do coletivo nacional LGBTI+ do Movimento pelo estado de São Paulo, a Reforma Agrária Popular não deve ser desassociada do processo de construção de novas relações no campo.

Durante o lançamento da Campanha ele destacou também a simbologia da coletividade na construção desse debate e a importância da conspiração. “É nesse coletivo que nós temos construído esses espaços e essa força coletiva para impulsionar o nosso Movimento rumo ao processo de humanização do campo. Humanização essa que só se efetivará, se nós e nossos corpos, fizerem parte desta construção”, destacou Nícolas.

Para ele é central posicionar a Campanha nas comemorações dos 40 anos do Movimento, que acontecerão durante todo o ano de 2024. “Nosso Movimento, rumo a mais um aniversário, tem se dedicado a debater tantos temas, que são muito caros para o conjunto da sociedade, mas que muitas das vezes só um Movimento dessa dimensão e dessa grandeza consegue colocar na ordem do dia temas que mexem com as estruturas de dominação, de opressão e de repressão sobre a terra e sobre os nossos corpos.”

E continua: “nós temos aprendido que a Reforma Agrária Popular só tem sentido se nós compreendermos os corpos, se nós compreendermos as relação humanas que vamos construir a partir disso, se nós compreendermos quem são os sujeitos construtores do nosso projeto coletivo. A reforma agrária só vai acontecer se respeitar os nossos corpos e eliminar a violência. Nós temos entendido que para nós, não nos basta um pedaço de terra, nós também queremos escola, saúde de qualidade. Nós queremos viver dignamente, em plenitude. Compartilhar afetos, amar a terra, assim como se ama a semente ao germinar a terra, que quando entrelaça com ela, faz ela germinar. E quando entrelaçada cria um processo de conspiração, e é esse processo que nós temos feito dentro do coletivo LGBTI+.”

Para o dirigente LGBTI+ do Movimento, esse “processo de conspiração” precisa ser permanente, de maneira cotidiana. “Só é possível chegar aqui, lançando a campanha e debatendo esse tema, porque o movimento entendeu que precisamos colocar em cheque as violências sobre os nossos corpos”, concluiu.

No ponto de vista metodológico, a ideia é que durante todo o ano de 2023 sejam realizados diversos espaços de lançamento da campanha, com o objetivo de mobilizar e sensibilizar as famílias Sem Terra, militância e dirigentes do Movimento na luta contra todo o tipo de violência.

A campanha prevê ainda, um conjunto de outras ações como conferências online, debates, cursos de formação e articulação com outros movimentos e organizações populares, e parceiros para a construção de uma rede de denúncia, apoio e acolhimento às pessoas que sofreram algum tipo de violência, entre elas, a LGBTI+fobia.

Edição: Fernanda Alcântara

Fonte: MST

(16-06-2023)

Comunicar es un compromiso con la humanidad. Un compromiso con la realidad

La tendencia sería empezar por lo que es repudiable. El discurso del odio también es practicado por quienes dicen combatirlo. No enfatizan en lo esencial, sino en lo que mueve al prejuicio, al rechazo, a la separatividad.

En vez de decir que un neonazi atacó a Cristina Fernández de Kirchner, vice-presidenta de la Argentina, dicen que fue un brasileño. Lo relevante en esta agresión es la actitud del agresor frente al mundo, no su nacionalidad.

Siempre me llama la atención el modo como se usan las palabras. Cuando se dice media verdad, se está queriendo engañar, dirigir la atención no hacia lo real, sino a lo que interesa. El neonazismo, lamentablemente, está demasiado expandido.

El presidente de uno de los más importantes países de América del Sur, tiene estas actitudes. Odia a las mujeres, ofende a personas LGBTQIA+, etc, etc, etc. ¿Por qué esa llamada prensa alternativa o independiente sólo posteriormente aborda la esencia del hecho?

Porque vive de lo mismo que la prensa venal, aquella que abiertamente apoya o apoyó genocidios, exclusión social, persecuciones, prisiones ilegales. No hay medio término. O servimos a la verdad, o atendemos a intereses parciales, mezquinos.

Cuando asumimos la misión de comunicar, estamos asumiendo un compromiso con lo esencial del ser humano. Un compromiso con la humanidad. Una actitud de promoción y defensa de lo mejor de la persona. Lo mejor de la comunidad. Los sentimientos que unen.

Lo humano no está dado. No basta nacer para ser. Hay que hacerse todos los días. Nacer de nuevo a toda hora. La palabra es elemento esencial en esta construcción contínua. Yo puedo sentirme una persona despreciable, si es que aprendí a condenarme en nombre de lo que sea.

Una perfección inalcanzable, agresiones internalizadas, sentimientos de abandono o inadecuación. O bien puedo irme amando, irme adoptando, aceptándome tal como soy. Esto no es fácil, ya que la sociedad circundante vive más bien del conflicto que de la armonía y paz.

Pero es una decisión mía irme trayendo de vuelta. Irme amando de verdad. Perdonándome y perdonando también a la gente próxima. Perdonando quiere decir aquí evitando el juicio condenatorio previo, el prejuicio que separa y opone.

Podemos construír puentes. Esta acción libertadora tengo la impresión de que no sucede en soledad. Requiere comunidad, sociedad. Hacer con. Puedo empezar focalizando en mis cualidades, lo que me gusta, lo que me hace bien, la belleza del mundo. Gente con quien tengo afinidades profundas.

Entonces veo que no estoy solo. Dejo de sentirme un paria, un sapo de otro pozo porque soy extranjero, porque soy migrante, porque soy como soy y no de otra manera. Cuando veo actitudes solidarias alrededor, me siento anidado. Una sonrisa, una mirada afectuosa, un gesto de apoyo.

Entonces ya veo que el mundo es más bien amoroso. Hay más gente a favor de lo que es bueno y común, lo que es noble y generoso. Nada de lo que comparto aquí es otra cosa que búsquedas, ejercicios, intentos contínuos por ir saliendo de trampas que constantemente se van presentando.

Hacer que este día valga la pena depende también de mí. Cuando cuido de mí y me siento y me sé cuidado, tengo más energías para encarar la vida. Cuando cuido de la comunidad siento también que soy parte de un mundo que me incluye.

Entonces no necesito salir a la calle armado hasta los dientes. No necesito andar armado. Puedo andar amado. Amando. Puedo elegir y elijo las palabras que me constituyen. Escuchar las canciones que me animan. Las escucho alegremente.

Fueron canciones de amor, aunque muchas veces nostálgicas. La melancolía puede ser materia prima de la creación poética y literaria. Puede ser también un puente que me recuerda de dónde vine y adónde voy. Un puente que me une a quienes andan también por los bordes.

Relatório dá números a cotidiano de violência contra LGBTQIA+

Homicídio é o crime mais frequente contra gays e travestis, aponta relatório lançado pelo Conselho Nacional de Justiça sobre violência de gênero

Pesquisa lançada nesta terça-feira (9) pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) constata que a possibilidade de morrer de forma violenta é uma preocupante realidade para boa parte da população LGBTQIA+. O relatório mostra em que proporção são cometidos os vários crimes de que essas pessoas são diariamente vítimas no país. A lista destaca injúria, ameaça, lesão corporal e homicídio.

No período abordado pelo estudo Discriminação e Violência contra a População LGBTQIA+, entre os vários crimes cometidos contra os travestis, 80% deles foram homicídios. O mesmo crime é o que mais assola homens gays, com com 42,5% das ocorrências.

Nos crimes de lesão corporal, gays estão em 39,1% dos relatos e 28,6% nos de injúria. Lésbicas sofreram mais crimes de lesão corporal (36%). Contra mulheres trans, os crimes de ameaça foram os mais comuns (42,9%).

“Apagamento”

Os pesquisadores analisaram 102 processos classificados como crimes motivados por LGBTfobia. Outros 131 casos foram utilizados como subsídio analítico, já que a motivação do crime não teria sido a LGBTfobia. Para completar o estudo, foram entrevistadas 52 pessoas operadores de Justiça, além de 33 vítimas de violências LGBTfóbicas, considerados pelo grupo de trabalho “atores-chave”.

Clique para saber o significado da sigla LGBTQIA+

Porém, o relatório ressalta a dificuldade do acesso a dados sobre o tema. “Não há assunto processual específico para LGBTfobia”, afirma a publicação. “Elementos de LGBTfobia não necessariamente são nomeados como tal”, completa. Os analisas observaram, ainda, “falta de homogeneidade” no modo como são narrados os casos de LGBTfobia, o que contribui para o “apagamento” desses processos.

Responsabilização

Entre as vítimas de homicídio por LGBTfobia apontadas pelo estudo, 57,6% eram homens gays, 15,2% eram lésbicas e 12,1% travestis

Segundo o estudo, houve condenação da parte acusada em 70% dos processos que tiveram sentença. Nos casos de absolvição, considerou-se falta de provas suficientes em 46,7% dos processos. Os pesquisadores ressaltam, nesse universo, a dificuldade na produção de provas, já que muitas vezes se trata apenas da palavra da vítima ou das provas testemunhais por parte de familiares e conhecidos.

Procedimento

Também hoje, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) lançou formulário de ocorrência de emergências para proteção e enfrentamento da violência contra a população LGBTQIA+. O chamado Formulário Rogéria – em homenagem à atriz, falecida em 2017 –, será aplicado em delegacias, pela Defensoria Pública, por equipes psicossociais dos tribunais de Justiça e nos serviços de assistência social de proteção a vítimas de violência.

A medida foi elaborada por um grupo de trabalho específico para levantar informações e aprimorar as respostas institucionais aos crimes.

Durante o evento de lançamento, o presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Luiz Fux, afirmou que a dignidade da pessoa humana está no centro do ordenamento jurídico brasileiro e deve receber atenção dos magistrados. “Em que pese a homofobia e a transfobia serem considerados crimes desde 2019 no Brasil, a violência infelizmente continua contra essa população”, disse Fux.

Da cerimônia de lançamento com o presidente do CNJ, ministro Luiz Fux, e A cantora Daniela Mercury, que participou ativamente da elaboração do projeto, também participou do evento de lançamento da pesquisa.

Com Carta Capital e Agência Brasil

Fonte: Rede Brasil Atual

Em “alegria e luta”, lésbicas e bissexuais fazem caminhada contra violência e invisibilidade

Por Gabriela Moncau

“Marchamos por uma sociedade em que todas as pessoas possam viver sem medo de ser felizes”, resume manifestante

A vigésima edição da Caminhada de Mulheres Lésbicas e Bissexuais de São Paulo marcou, neste sábado (18), o retorno do evento às ruas depois de pouco mais de dois anos, desde que começou a pandemia de covid-19 no Brasil.

O ato se concentrou na praça do Ciclista, na av. Paulista, e depois de atrações culturais, saiu em caminhada pela rua Augusta até a praça Roosevelt, na região central. Na faixa da frente, os dizeres “Pela luta, memória e resistência. Contra o racismo, a transfobia, a bifobia e a lesbofobia”. Segundo a organização, entre 1.500 e 2.000 pessoas participaram da caminhada.

“Hoje é um dia de alegria para a gente celebrar nosso amor e nosso modo de ser, mas é também um dia de luta porque nossa invisibilidade é muito grande: no trabalho, na família, em todos os campos da sociedade”, frisou Marcia Balades, da Liga Brasileira de Lésbicas e do Bloco Feminista da Marcha da Maconha.

Por Luana e Marielle 

“Também pedimos justiça por Marielle Franco e por Luana Barbosa”, disse Balades, se referindo a duas mulheres negras, periféricas e LGBTQIA+ brutalmente assassinadas.

A vereadora carioca do PSOL foi executada em março de 2018 no Rio de Janeiro, em caso cujos mandantes ainda não foram apontados. Luana Barbosa foi morta dois anos antes disso, em abril de 2016, em Ribeirão Preto (SP). Ela foi espancada por três policiais militares depois de recusar ser revistada sem a presença policial feminina.

“Estamos aqui para resistir a essa violência institucional, física, sexual e moral. A esse heteropatriarcado que se impõe sobre nossas vidas e corpos e que determina o que é considerado normal na sociedade”, destacou Célia, da Marcha Mundial de Mulheres (MMM).

“Estamos em marcha em defesa de um projeto popular e feminista de vida. Ou seja, por uma sociedade em que todas, todos, todes vivamos com liberdade, autonomia e sem violência. Onde não tenhamos medo de ser felizes”, resumiu.


Manifestantes descem a rua Augusta em direção ao centro de São Paulo / Lucas Martins / @lucasport01

Fora Bolsonaro

“A festa está bonita”, descreveu Paula Mendes, também da MMM, ao som da música eletrônica tocando no fundo. Cartazes e adesivos “Fora Bolsonaro” permearam o ato, em consonância com a fala de Mendes de que o “desgoverno” é responsável pelo aumento da pobreza e, consequentemente, pelo crescimento da população vivendo em situação de rua.

“Essa situação atinge muito as mulheres lésbicas, bissexuais e trans, porque nossa orientação sexual faz com que estejamos mais vulnerabilizadas economicamente”, avaliou Paula. “Muitas de nós perdemos inclusive o direito de continuar convivendo com a família, perdemos o teto”, exemplificou. “Mas seguimos resistimos com muita luta, alegria e festa”.

A Caminhada Lésbica e Bissexual acontece tradicionalmente um dia antes da Parada LGBTQIA+ de São Paulo. Marcado para este domingo (19), a expectativa é que 3,5 milhões de pessoas compareçam ao evento.

Edição: Raquel Setz

Fonte: Brasil de Fato

(18/02/2022)

Parada LGBTQIA+ volta às ruas de SP depois de dois anos com o tema “voto com orgulho”

Por Nara Lacerda e Thalita Pires

Organização espera 3,5 milhões de pessoas na primeira edição presencial do evento desde 2019

Depois de dois anos com atividades online, a Parada LGBTQIA+ de São Paulo volta às ruas nesse domingo (19), na Avenida Paulista. Com o tema “Vote com Orgulho – Por uma Política que Representa”, a 26ª edição do evento deve contar com a participação de 3,5 milhões de pessoas, segundo a organização.

O tema deste ano foi escolhido de maneira coletiva, por militantes e ONGs que atuam com a temática LGBTQIA+. “Tivemos três reuniões que convergiram para esse tema”, afirma Renato Viterbo, vice-presidente da Parada LGBT+ de São Paulo.

O objetivo é fazer com que as pessoas reflitam sobre o voto e possam escolher candidatos comprometidos com a causa LGTBQIA+, sem perder de vista as outras injustiças da sociedade. “Estamos com um governo que destruiu políticas públicas e desconstruiu toda a história que o Brasil tinha fora do país”, diz Viterbo. “Isso não foi apenas com as políticas LGBTQIA+, mas para todas as pessoas. Estamos falando de uma questão de sobrevivência.”

Outro objetivo da Parada deste ano é dialogar com os jovens e mostrar a importância da manutenção da democracia. “A juventude, que tem a força para mudar o país, tem que estar atenta para o quanto a democracia é importante”, explica. “Passamos por períodos sombrios e a democracia é algo muito recente, que está ameaçada o tempo todo”.

Festa política

A Parada LGBT+ é encarada por muitos como uma grande festa, mas, se por um lado o evento é de fato uma grande celebração, é sobretudo um ato político. “As paradas do Brasil, dos interiores, são muito importantes porque constroem políticas públicas em suas cidades”, explica Viterbo.

“A Parada de São Paulo discutiu os principais temas e direitos da população LGBTQIA+. Em 2005, a gente falava da parceria civil, e só conseguimos esse direito, pelo Judiciário, em 2013”, lembra. Outros direitos que já foram abordados pela Parada foram a criminalização da homofobia e o uso do nome social, que também foram conquistados ao longo dos anos.

“Isso mostra que a gente está no caminho certo. A parada tem essa função de festa sim, levamos nossa pauta e celebramos o orgulho de sermos quem somos”.

Edição: Rodrigo Durão Coelho

Fonte: Brasil de Fato

(18/02/2022)

Marcha em São Paulo denuncia aumento da violência contra população LGBTQIA+

Pelo menos 300 pessoas LGBT+ tiveram mortes violentas em 2021, crescimento de 8% em relação ao ano anterior, segundo balanço divulgado pelo Grupo Gay da Bahia (GGB)

Ativistas marcharam hoje (17), dia internacional de combate a LGBTQIfobia, contra o aumento da violência contra essa população. Após concentração no vão livre do Masp, na Avenida Paulista, que deu início ao ato cultural #17MBolsonaroNuncaMais, uma multidão seguiu em direção à Rua Augusta com gritos de “Fora, Bolsonaro!”, e “Bolsonaro, Nunca Mais”. A data é marcada pela exclusão da homossexualidade da classificação internacional de doenças pela Organização Mundial da Saúde, em 1990.

Segundo o Conselho Nacional Popular LGBTI, o ato teve como objetivo fomentar, por meio da cultura e da arte, “a resistência à política genocida do atual presidente Jair Bolsonaro, que tem colocado as vidas LGBTQIA+ em risco”. “Por meio do discurso do próprio governo, que incentiva o ódio a qualquer pessoa que fuja da norma de gênero, há o crescimento dos assassinatos”.

Pelo menos 300 pessoas LGBT+ tiveram mortes violentas em 2021, crescimento de 8% em relação ao ano anterior, segundo balanço divulgado pelo Grupo Gay da Bahia (GGB), com base em notícias coletadas em parceria com a Aliança Nacional LGBTI+. Foram 276 homicídios (92% do total) e 24 suicídios (8%). “O Brasil ainda é o país do mundo onde mais se assassinam LGBT: uma morte a cada 29 horas”, afirmam as entidades.

De acordo com o levantamento, 35% dos casos se concentraram na região Nordeste e 33%, no Sudeste. “É a primeira vez que o Sudeste concentra tantos óbitos. Mais do que a soma das regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sul. Não há regularidade sociológica que explique essa e muitas das ocorrências, como também, por exemplo, a redução das mortes nos meses de primavera”, diz o GGB.

Mais cedo, representantes de movimentos, organizações e entidades do Conselho Nacional Popular LGBTI+ participaram de audiência na Assembleia Legislativa de São Paulo, promovida pela deputada Professora Bebel (PT), em defesa do Museu da Diversidade Sexual.

O museu foi fechado no final de abril, por tempo indeterminado, por decisão judicial que suspendeu o contrato de cerca de R$ 30 milhões firmado entre o governo paulista e o Instituto Odeon, responsável pela administração do espaço. A decisão, do início de abril, é baseada em ação movida pelo deputado estadual Gil Diniz (PL), apoiador de Jair Bolsonaro.

Ato cultural, com concentração na avenida paulista, denuncia o aumentos dos assassinatos. Foto: Guilherme Gandolfi

Fonte: Rede Brasil Atual
(17/05/2022)