Nos dias de hoje nos toca, aos que temos alguma idade, conviver e tornar positivo o mero fato da existência. Algo que fora assim já nos primeiros anos, e também depois.
Recolher o fio da vida, juntar os momentos, os pedaços. Refazer a caminhada na memória. Diminuir a auto-exigência agora já é praticamente algo inevitável. Refluir para o que é mais prazeroso.
O instante adquire um valor sem igual. A poesia nos traz de volta o que é mais valioso. Resplandece o valor implícito da pessoa que somos. Nada é já tão imperioso nem impossível.
Ao mesmo tempo, necessariamente devo me ater aos meus limites. Longe de ser isto algo imposto, embora o seja, é como que o espaço justo. O que é devido. A ordem natural das coisas. O mundo é mais belo quando me disponho a vê-lo. Aceito o fato de que o aprendizado é contínuo. É por isso que estou vivo.
Imagem: ‘Nascendo’
Doutor em sociologia (USP). Terapeuta Comunitário. Escritor. Membro do MISC-PB Movimento Integrado de Saúde Comunitária da Paraíba. Autor de “Max Weber: ciência e valores” (São Paulo: Cortez Editora, 2001. Publicado em espanhol pela Editora Homo Sapiens. Buenos Aires, 2005), Mosaico (João Pessoa: Editora da UFPB, 2003), Resurrección, (2009). Vários dos meus livros estão disponíveis on line gratuitamente: https://consciencia.net/mis-libros-on-line-meus-livros/