Arquivo da categoria: Refúgio & migração

Día nacional de la Memoria por la Verdad y la Justicia

Valorizar la vida.

El trabajo diario por significar la vida.

Cada instante es precioso.

Esto es lo que comparto este Día Nacional de la Memoria por la Verdad y la Justicia.

Es lo que pude preservar estos años pasados.

Todo el tiempo de mi vida se resume a esta actitud. Este acto.

Imagen. ‘Flor nacida de una tumba’

Em Cuba o Socialismo democrático segue brilhando

Em Cuba o Socialismo democrático segue brilhando. Por frei Gilvander Moreira[1]

Em Havana, capital de Cuba, na Fortaleza de San Carlos de La Cabaña, de 15 a 25 de fevereiro de 2024, aconteceu a 32ª Feira Internacional do Livro de Havana, a maior Feira de Livro do mundo, que é realizada há 32 anos, anualmente. A Fortaleza de San Carlos de La Cabaña foi construída no século XVIII como uma das fortalezas que defendiam a cidade de Havana contra ataques inimigos e saques piratas. La Cabaña foi declarada Patrimônio Mundial pela UNESCO[2], juntamente com a cidade velha de Havana, em 1982, ano em que foi realizada a primeira Feira Internacional do Livro de Havana.

O Brasil foi o país convidado de honra desta 32ª Feira. Com organização da Embaixada do Brasil em Cuba e do Ministério da Cultura, sob a liderança da ministra Margareth Menezes, na delegação brasileira estavam mais de 65 escritores, artistas e intelectuais, entre os quais Conceição Evaristo, Frei Betto, Emicida, Aylton Krenak. Tive a alegria de ir com algumas pessoas de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo que realizaram o sonho de conhecer e conviver um pouco com muitas pessoas cubanas, em Cuba. Eu tinha estado em Cuba em dezembro de 2006, ocasião em que pude conviver com muitas pessoas cubanas em Havana e escrever o artigo CUBA: os desafios de um grande povo “ilhado”.[3] Digo ilhado entre aspas, porque o bloqueio que o império estadunidense continua impondo a Cuba há mais de 60 anos é brutal, pois tudo que o Povo Cubano precisa importar demora chegar a Cuba e custa de quatro a seis vezes mais caro. Se não fosse o bloqueio, Cuba seria hoje um dos países mais desenvolvidos economicamente do mundo, pois tem um povo guerreiro e muito preparado sob todos os aspectos.

Após os dez dias da Feira do Livro em Havana, a Feira do Livro acontece ao longo do ano nas 15 Províncias (estados) de Cuba, nas escolas, universidades, hospitais, penitenciárias. Em 2024, a 32ª Feira teve a participação de 45 países e apresentação de mais de mil novos títulos de livros. Cerca de três milhões de livros foram doados ou vendidos em preços variados e muitos podem ser baixados gratuitamente em pdf[4]. Com o tema Ler é construir identidade, a Feira Internacional do Livro de Havana promove a leitura como uma das principais atividades para a formação da consciência individual e coletiva e do pensamento crítico autêntico.

Foi encantador e inesquecível ver a multidão de jovens que participou ativamente da 32ª Feira Internacional do Livro de Havana. Ver e ouvir escritores, tais como Conceição Evaristo, Emicida, nos leva a dialogar com o mais profundo do nosso ser e nos inspira a sermos melhores como humanos, pois diante da brutal Emergência Climática com eventos extremos cada vez mais frequentes e letais, embora haja tempo para muita coisa, só não há tempo a perder para superarmos a barbárie que é o capitalismo e construirmos uma sociedade socialista, democrática, com sustentabilidade ambiental e respeito à imensa pluralidade cultural.

Pela literatura e por todas as artes, encontramos e convivemos com nossos ancestrais e com pessoas de outros tempos, tal como José Martí, nascido em Havana e considerado o Apóstolo da Pátria em Cuba, esteve nas celas de La Cabaña em sua juventude como prisioneiro político por sua atividade revolucionária. Martí foi um dos maiores poetas e escritores da cultura hispânica, precursor da Revolução Cubana. Seu compromisso político permeou toda a sua obra. Em 1891, José Martí escreveu que “as trincheiras de ideias valem mais do que as trincheiras de pedra” e “o conhecimento liberta”. A ignorância e a cegueira impostas pela ideologia dominante escravizam e matam, muitas vezes usando e abusando do nome de Deus e de textos sagrados. Por exemplo, o absurdo que é crentes e (neo)pentecostais apoiarem o Estado de Israel genocida, por estar dizimando o Povo Palestino há mais de 76 anos com requintes de crueldade, porque imaginam que judeu é cristão e crê em Jesus Cristo. Ledo engano! Salvo raras exceções, os judeus não acreditam em Jesus Cristo como Filho de Deus. A Bíblia dos judeus não tem o Novo Testamento Cristão, pois não acreditam que Jesus Cristo seja o Messias, enviado de Deus. Os judeus não têm um “Novo Testamento”, têm a Mishná, que são comentários de rabinos que ajudam na interpretação dos textos do Antigo Testamento.

Além de participar da 32ª Feira do Livro em Havana, tivemos tempo para conviver com pessoas cubanas encantadoras. Viajamos umas 17 horas de ônibus em Cuba, de Havana para Cienfuegos, Trinidad, Varadero…, ida e volta. Que maravilha ver com nossos próprios olhos que em Cuba não existe, ou quase não existe, engarrafamento de trânsito, não há rios poluídos, não há agrotóxicos na alimentação – a comida é produzida com adubação orgânica na linha da agroecologia e tem sabor de comida de verdade -, não há violência social, não há drogas, as praças são do povo e continuam sendo lugares de encontros e de boas conversas, sem medo de assaltos. Os jovens estão sempre carregando, com os seus livros, instrumentos musicais e/ou uniformes de esportes, demonstrando que têm acesso amplo à educação e, se quiserem, à música e ao esporte. Saúde, educação, cultura e esporte são prioridades nas políticas públicas.

Em todas as quadras de todos os bairros de Cuba existem funcionando os Comitês de Defesa da Revolução (CDRs)[5] que vigiam para que os imperialistas não minem o processo revolucionário socialista em curso, organizam mutirões de limpeza das áreas públicas e ações de apoio e solidariedade com as pessoas que precisam. Em Cuba existe de fato um Sistema Único de Saúde, o público. Lá não tem planos de saúde, pois não existem hospitais privados. Não há universidades privadas. A saúde e a educação do povo não são mercadorias, mas bens comuns que precisam ser cuidados com absoluta prioridade. O povo é culto, tem consciência histórica e de cabeça erguida afirma “Fidel somos todos nós, os 11 milhões de cubanos”. O comandante Fidel vive e viverá sempre no Povo Cubano inspirando e guiando na defesa da revolução socialista.

Em Cuba não tem a poluição visual do exagero de propaganda que há aqui no Brasil e nos outros países capitalistas. O patrimônio histórico e arquitetônico é muito rico e diversificado, pois há nas cidades cubanas muitos hospitais, cinemas, teatros, museus e obras de restauração de belíssimas ruínas e edificações únicas, prédios atribuídos aos estilos barrocos, neoclássicos, ecléticos, art déco e art Nouveau. Cuba possui importantes núcleos arquitetônicos e históricos considerados “Patrimônio da Humanidade” pela UNESCO. Em Cuba, o povo admira e respeita a bandeira cubana, os mártires da revolução cubana, Fidel, Che Guevara, Camilo Cienfuegos e a todos os homens e mulheres que doaram as suas vidas pela causa revolucionária. Todos os/as lutadores/as da história são reverenciados/as.

Pessoas contaminadas pela ideologia capitalista trombeteada aos quatro ventos pela mídia empresarial, propriedade de algumas famílias riquíssimas, caluniam e difamam o socialismo democrático vivenciado em Cuba, porque sabem que se o povo latino-americano e africano descobrirem as belezas, as verdades, a justiça e a ética do socialismo democrático praticado em Cuba, o capitalismo, máquina brutal de moer vidas, desabará como um gigante com pés de barro. Emicida iniciou sua fala em Havana, na 32ª Feira do Livro dizendo: “Muitos nos perguntam “por que ir a Cuba?”, mas a melhor pergunta é “por que não ir a Cuba?””

Voltei de Cuba com a certeza de que o império estadunidense está caindo e Cuba continuará sendo uma estrela cintilante apontando o caminho que a humanidade deve trilhar para impedirmos a “queda do céu”, na linguagem do xamã Yanomami Davi Kapenawa, e um Apocalipse, não querido pelo Deus da vida, mas que está sendo causado pela idolatria do mercado que é tocado a todo vapor pelas grandes mineradoras, pelos agronegociantes e capitalistas do capital especulativo que não enxergam nem um dedo diante dos olhos, além do luxo e do poder que os deixam obcecados.

Enfim, o heroico povo cubano faz-nos acreditar que os ideais libertários, a utopia de emancipação da humanidade da opressão capitalista de exploração humana e da natureza, é possível de se realizar e necessária. Mesmo brutalmente bloqueada e perseguida pelo imperialismo estadunidense, Cuba nos inspira e alimenta esta certeza. “Até a vitória, sempre!”, como bradava Fidel e Che Guevara. E o povo revolucionário respondia em um só brado: “Venceremos!”

27/02/2024

Obs.: As videorreportagens nos links, abaixo, versam sobre o assunto tratado, acima. Em breve publicaremos no youtube, no canal “Frei Gilvander luta pela terra e por direitos”, muitos outros vídeos filmados em Cuba em fev./2024.

1 – Visita a Cuba: Havana e Capitólio por dentro. Fev./2024. Video 1 (Visita a Cuba: La Habana y el Capitolio desde dentro)

2 – Cuba: visita guiada ao belíssimo e suntuoso Capitólio, em Havana. Fev./2024. Video 2 (Cuba: visita guiada al hermoso y suntuoso Capitolio, en La Habana)

3 – Cuba: bloqueio, resistência e direitos sociais. Osvaldo Manuel Bosch entrevistado por frei Gilvander Luís Moreira, em Belo Horizonte, MG, Brasil. 20/09/2016.

4 – Tributo a Tilden Santiago: sua trajetória religiosa e na política – PT, embaixador do Brasil em Cuba

 

 

[1] Frei e padre da Ordem dos carmelitas; doutor em Educação pela FAE/UFMG; licenciado e bacharel em Filosofia pela UFPR; bacharel em Teologia pelo ITESP/SP; mestre em Exegese Bíblica pelo Pontifício Instituto Bíblico, em Roma, Itália; assessor da CPT, CEBI, SAB e Ocupações Urbanas; prof. de “Movimentos Sociais Populares e Direitos Humanos” no IDH, em Belo Horizonte, MG. Autor de livros e artigos. E “cineasta amador” (videotuber) com mais de 6.000 vídeos de luta por direitos no youtube, canal “Frei Gilvander luta pela terra e por direitos”. E-mail: gilvanderlm@gmail.com – www.gilvander.org.br – www.freigilvander.blogspot.com.br      –       www.twitter.com/gilvanderluis        –     Facebook: Gilvander Moreira III

[2] Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.

[3] https://gilvander.org.br/site/cuba-os-desafios-de-um-grande-povo-ilhado-por-frei-gilvander/

[4] Veja www.filcuba.cu

[5] Visitamos um CDR na cidade de Trinidad, que é Patrimônio Histórico da Humanidade, e também o Museu dos Comitês de Defesa da Revolução, em Havana.

Celebración

Aquí soy invulnerable

En mi lugar nada me puede dañar

Para esto me dispongo a lo más simple y efectivo

Me mantengo en la sensación y sentimiento de mí

Empiezo el día con el sol

Disfruto de la belleza circundante

Y esto me nutre, me alegra y me protege

Sentir es la clave

Ser es sentir

Sentirse

Sentirme sentirnos

La sensación placentera nos une con la eternidad

Esto es vivir en comunión con el todo.

El placer de ser es esencial e implícito

Basta ser consciente y disfrutarlo.

Entonces se disuelve toda rabia o reacción desmedida

Los miedos tienden a desaparecer o disminuyen

Al menos no impiden el movimiento

Me permito recibir cariño

Merezco ser feliz.

Hoy celebro mis 46 años de Brasil

Llegué un 8 de diciembre.

 

Santa Sé na ONU: Estados se comprometam a eliminar as causas da migração forçada

O observador permanente da Santa Sé junto às Nações Unidas e outras Organizações Internacionais em Genebra, dom Balestrero, falou na quarta-feira, 29 de novembro, na 114ª Sessão do Conselho da Organização Internacional para as Migrações, destacando a necessidade de um esforço conjunto de cada país e da comunidade internacional para garantir que todos possam viver em paz e com dignidade em seu próprio país

O observador permanente da Santa Sé junto às Nações Unidas e outras Organizações Internacionais em Genebra, dom Balestrero, falou na quarta-feira, 29 de novembro, na 114ª Sessão do Conselho da Organização Internacional para as Migrações, destacando a necessidade de um esforço conjunto de cada país e da comunidade internacional para garantir que todos possam viver em paz e com dignidade em seu próprio país.

Fonte: Vatican News

Aniversário

Recebi mensagens de pessoas queridas desta rede

Ia dizer pessoas de diversas partes

Mas a rede não tem partes

A rede é una e une

Então compreendi e agradeço

Pertenço a um coletivo que trabalha na inclusão e integração social

Integrar e incluir

Esta e a nossa guerra

Uma guerra que vencemos todo dia, toda hora

É a guerra do amor contra a exclusão

A vitória é nossa porque o amor não pode ser derrotado

O amor é o que sustenta o mundo

Somos a semente que sobrevive

Começa uma outra jornada

Argentino, vim para o Brasil buscando primaveras

Me fiz neste país que ainda busca primaveras

É uma busca humana a flor

O amor, o que nos da a vida, o que embeleza

Vocês me lembraram que nós não morreremos

Nos eternizamos

Nos unimos à substancia da vida

Então meu aniversário foi ao mesmo tempo

A minha chegada à casa dos setenta em ritmo de sessenta

Aniversário da revista Consciência e do meu tempo nesta rede

Que costura afetos combatendo a exclusão

A vitória é nossa

Obrigado por me ter lembrado disto no meu aniversário!

(01-11-2023)

 

Migrantes e trabalho, as Congregações religiosas unidas para vencer o desafio

“Voices of the migrants” é um projeto do Global Solidarity Fund, que conecta os religiosos para formar e inserir nos países de acolhimento quem está reconstruindo a própria vida.

https://www.vaticannews.va/pt/tag/sisters-project.html

Iniciativas deste tipo são de uma importância fundamental para quem chega a um país de acolhimento, geralmente deixando para atrás circunstâncias difíceis.

Fonte: Vatican News

O Papa: “Marselha acolhe, é uma mensagem para a Europa”

Por Matteo Bruni

Francisco em diálogo com jornalistas no voo de regresso da França: “As migrações bem conduzidas são um tesouro”. As palavras sobre a eutanásia: “Cuidado com as colonizações ideológicas que arruínam a vida humana”. Ucrânia: “Não devemos brincar com o martírio desse povo”

Boa noite Santidade, boa noite a todos. Obrigado por reservar esse tempo no voo de volta. Foi uma viagem particular, em que pode sentir também, como dizia sua Eminência, todo o afeto dos franceses que foram rezar com o senhor. Mas creio que ainda existem algumas perguntas ou questões que os jornalistas queriam fazer-lhe. Ou o senhor queria nos dizer algumas palavras.

Papa Francisco

Boa noite e muito obrigado pelo seu trabalho. Antes que me esqueça, quero dizer duas coisas. Hoje acredito que seja o último voo do Roberto Bellino porque ele está se aposentando (aplausos). Obrigado obrigado obrigado. A segunda coisa é que hoje é aniversário do Rino, o inefável Rino (aplausos). Existe a claque. Agora, por favor, façam as perguntas.

Raphaelle Schapira (France Televisions)

Santo Padre, boa noite. O senhor começou seu pontificado em Lampedusa, denunciando a indiferença. Dez anos depois, continua pedindo à Europa que demonstre solidariedade. E vem repetindo a mesma mensagem há dez anos. Isso significa que o senhor falhou?

Papa Francisco

Eu diria que não. Eu diria que o progresso tem sido lento. Hoje, há consciência do problema da migração. Há consciência. E também existe a consciência de que o problema chegou a um ponto… como uma batata quente que você não sabe como segurá-la. Angela Merkel disse uma vez que o problema é resolvido indo à África e resolvendo-o na África, elevando o nível dos povos africanos. Mas há casos que são difíceis. Casos muito difíceis. Em que migrantes são enviados como “pingue-pongue”. E sabe-se que muitas vezes eles acabam em “campos de concentração”, acabam em situações piores do que estavam antes. Eu acompanhei a vida de um rapaz, Mahmoud, que estava tentando sair porque precisava, e no final ele se enforcou; ele não suportou essa tortura. Eu já lhes disse para lerem esse livro: Irmãzinho, ou “Hermanito“. As pessoas que retornam são primeiro vendidas. Depois, tiram-lhes dinheiro. Em seguida, obrigam-nas a ligar para a família para enviar mais dinheiro. Mas são pessoas pobres. É uma vida terrível. Ouvi uma pessoa que testemunhou, quando à noite, ao embarcar, viu um navio tão simples, sem segurança, e não quis embarcar. E… “pum pum” (barulho como de tiros). Fim da história. É o reino do terror! Eles sofrem não apenas porque precisam sair, mas porque lá é o reino do terror. Eles são escravos. E não podemos, sem ver a realidade, enviá-los de volta como uma bola de “pingue-pongue”. Não. É por isso que continuo dizendo que, em princípio, os migrantes devem ser bem-vindos, acompanhados, promovidos e integrados. Se você não puder integrá-los em seu país, então acompanhe-os e integre-os em seu próprio país, mas não os deixe nas mãos dessas pessoas cruéis do tráfico de pessoas. O problema com os migrantes é o seguinte: nós os enviamos de volta e eles caem nas mãos desses infelizes que fazem tanta maldade. Eles os vendem, eles os exploram. As pessoas tentam sair. Há alguns grupos que se dedicam a resgatar pessoas com barcos no mar. Convidei um deles para participar od Sínodo, que é o líder da “Mediterranea Saving Humans”. Eles nos contam histórias terríveis. Em minha primeira viagem, como a senhora disse, foi a Lampedusa. As coisas melhoraram. Realmente melhoraram. Há mais conscientização. Naquela época, nós não sabíamos. E também não nos diziam a verdade. Lembro que havia uma recepcionista na Casa Santa Marta, que era etíope, filha de etíopes. E ela estava acompanhando minha viagem pela TV. E durante a minha viagem havia um etíope, um pobre etíope, me explicando a tortura e outras realidades. E o tradutor – ela me disse – dizia mentiras, ele amenizava a situação. É difícil ter confiança. São inúmeros dramas. Naquele dia em que eu estava em Lampedusa me disseram: olhe para aquela mulher, era uma médica. Ela foi para o meio dos cadáveres, olhando os rostos das pessoas, porque estava procurando a filha, que ainda não tinha encontrado. Esses dramas… é bom que os tomemos em nossas mãos. Isso nos tornará mais humanos e, portanto, também mais divinos. É um chamado. Eu gostaria que fosse como um grito. Vamos estar mais atentos. Devemos fazer alguma coisa. A consciência mudou. Realmente mudou. Hoje há mais consciência. Não porque eu tenha me manifestado, mas porque as pessoas perceberam o problema, e muitos estão falando sobre isso. E essa foi minha primeira viagem. Quero dizer mais uma coisa pessoal, eu nem sabia onde ficava Lampedusa, nem isso. Mas ouvi as histórias. Li algo e, em oração, senti que precisava ir até lá. Como se o Senhor estivesse me enviando para lá, em minha primeira viagem.

Clemónt-Melki (AFP)

Boa tarde, Santo Padre. Esta manhã, o senhor encontrou Emmanuel Macron depois de ter expresso o seu desacordo em relação à eutanásia. O governo francês está se preparando para aprovar uma controversa lei sobre o fim da vida. Poderia gentilmente nos dizer o que disse ao presidente francês em relação a isso? E se pensa fazê-lo mudar de ideiaObrigado!

Papa Francisco

Hoje não falamos sobre esse tema, mas falamos sobre isso na outra visita, quando nos encontramos, eu falei claramente. Quando ele veio ao Vaticano. Eu dei o meu parecer claro: com a vida não se brinca, nem no início nem no fim, não se brinca! E não o meu parecer, é custodiar a vida, sabe, porque depois acabará com aquela política de “não dor”, de uma eutanásia humanística. Sobre isso quero repetir, um livro – leiam-no – é de 1903, é um romance. Se chama “O senhor do mundo”, The Lord of the World ou The Lord of the Earth (tem dois títulos), escrito por Robert Benson, o autor, é um escritor futurista [romance de ficção científica distópico escrito por Robert Hugh Benson em 1907 que se centra no reino do Anticristo e no Fim do Mundo – ndr ]. Ele mostra como as coisas serão no final. E são tiradas todas as diferenças, todas, e também são tiradas as dores, tudo, e a eutanásia é uma dessas coisas, a morte doce, a seleção antes do nascimento,  como esse homem havia visto os conflitos atuais. Hoje, estejamos atentos com as colonizações ideológicas, que arruínam a vida humana, porque vão contra a vida humana. Hoje se cancela a vida dos avós, por exemplo, quando a riqueza humana vai no diálogo dos netos com os avós, se cancela, são velhos, não servem. Com a vida não se brinca. Desta vez não falei com o presidente, mas da outra vez sim, quando veio, eu dei o meu parecer, com a vida não se brinca, seja a lei de não deixar que cresça a criança no ventre da mãe, a lei da eutanásia, nas doenças, na velhice. Não digo que é uma coisa de fé, é uma coisa humana, humana, há a má compaixão. A ciência chegou a fazer com que cada doença dolorosa seja menos dolorosa, e a acompanha com tantos remédios. Mas com a vida não se brinca!

MARTÍNEZ BROCAL OGÁYAR Javier – ABC

Santo Padre, obrigado por responde às perguntas, por este tempo que nos dedica nesta viagem muito intensa, densa de conteúdos. Até o último momento o senhor falou da Ucrânia e o cardeal Zuppi acaba de voltar de Pequim. Houve progressos nesta missão? Pelo menos na questão humanitária do regresso das crianças? Depois, uma pergunta um pouco dura: como vive o fato, inclusive pessoalmente, de que esta missão não consegue obter nenhum resultado concreto até agora? O senhor, em uma audiência, falou de frustração. Sente frustração? Obrigado

Papa Francisco

Isto é verdade, um pouco de frustração se sente, porque a Secretaria de Estado está fazendo de tudo para ajudar nisto, também a “missão Zuppi” foi lá, há algo com as crianças que está indo bem, mas me vem em mente que esta guerra vai além do problema russo -ucraniano, mas é para vender armas, o comércio de armas. Dizia um economista alguns meses atrás que hoje os investimentos que dão mais lucro são as fábricas de armas, certamente fábricas de morte! O povo ucraniano é um povo mártir, tem uma história muito martirizada, uma história que faz sofrer, e não é a primeira vez: no tempo de Stalin, sofreu muito, muito, muito, é um povo mártir. Mas nós não devemos brincar com o martírio deste povo, devemos ajudá-los a resolver as coisas no modo mais real possível. Nas guerras, o real é possível, não para fazer ilusões: que amanhã os dois líderes em guerra vão comer juntos, mas até o possível, onde chegaremos para fazer o possível. Agora vi que algum país se retrai, que não dá armas, e começa um processo onde o mártir será o povo ucraniano certamente. E isso é algo ruim!
Você mudou de tema, e por isso gostaria de voltar ao primeiro argumento, à viagem. Marselha é uma civilização de tantas culturas, muitas culturas, é um porto de migrantes. No passado eram migrantes rumo a Cayenne, de lá saiam os condenados à prisão. O arcebispo [de Marselha, ndr] me presentou Manon Lescaut para me lembrar daquela história. Mas Marselha é uma cultura do encontro! Ontem, no encontro com os representantes de várias confissões – convivem islâmicos, judeus, cristãos -, mas existe a convivência, é uma cultura da ajuda. Marselha é um mosaico criativo, é esta cultura da criatividade. Um porto que é uma mensagem à Europa: Marselha acolhe. Acolhe e faz uma síntese sem negar a identidade dos povos. Devemos repensar este problema para outros lugares: a capacidade de acolher. Voltando aos migrantes, são cinco as pequenas cidades que sofrem a presença de muitos migrantes, mas em alguns delas quase não há população, penso num caso concreto que conheço onde moram menos de 20 idosos e nada mais. Por favor, que esses povos façam o esforço para integrar. Precisamos de mão de obra, a Europa necessita. As migrações bem conduzidas são uma riqueza, são uma riqueza. Pensemos nesta política migratória para que seja mais fecunda e nos ajude muito.

Agora tem a janta e também a festa para Rino [Anastasio coordenador da Alitalia-ITA Airways das viagens papais, ndr] e a despedida de Roberto. Vamos parar por aqui. Muito obrigado pelo trabalho de vocês e por suas perguntas.

Confira a coletiva.
Fonte: Vatican News

Sentido

El espíritu se sumerge en la apatía a menos que sus invisibles tentáculos busquen constantemente una luz inalcanzable.” (Herbert Read, Imagen e Idea. La función del arte en el desarrollo de la consciencia)

Pensando en esta frase, veo lo que me orienta, lo que reúne y da sentido a mi vida. Es algo tan claro, que puedo verlo desde el origen de mi existencia. Ahora, que me encuentro en la etapa de ir arreglando las valijas para el viaje final, todo esto va siendo cada vez más evidente y concreto.

He hecho una lista de las cosas que me hacen bien, lo que me hace sentirme bien. Son cosas que voy haciendo todos los días. Así mi tiempo se mantiene ocupado y centrado en lo positivo y constructivo.

Son cosas simples, que voy recuperando diariamente. Andar por el barrio. Sentir esa sensación inigualable de bienestar en medio de lugares familiares, donde el tiempo parece haberse detenido.

Me doy cuenta de que mi malestar y rabia se debían en buena medida a confusiones a mi respecto, que sigo deshaciendo diariamente. No soy lo que creía ser. Soy lo que soy, alguien que va reuniendo el trabajo de toda una vida en algunas lecciones cotidianas.

Ahora que me veo focalizado y centrado en lo que me hace bien, mi tiempo se ajusta. Por supuesto que siento el paso del tiempo. Pero un paso por vez es bastante. Junto todo lo aprendido a cada instante.

Me siento más fuerte y feliz.

Imagen e idea. Volvemos al principio. Sol, solamente sol. Fuego. Luz. Esto es lo que ilumina y orienta. Lo que da la vida y la mantiene. Es algo muy simple y concreto.

¿Qué era lo que me movía como argentino en 1970? Estoy llegando a la casa de los 70 ahora. Era un sueño que alcancé. Un sueño que vivo hoy.

Soy un migrante. Un argentino que enfrentó a sus perseguidores en 1978. No quieran darme lecciones, que yo no viví al pedo.

Tener un lugar en el mundo. Esto lo conseguí. Lo que me mueve hoy es el amor. Una luz inalcanzable.

 

Presencia

En mí.

¿Puedo estar en mí?

¿Estoy en mí?

¿Hay algún otro lugar donde yo pueda estar, que no sea aquí?

¿Qué es estar en mí?

¿Si no estoy en mí, donde podría llegar a estar?

Todas estas preguntas, obviamente, presuponen alguna consciencia. Alguna noción de sí.

Estar en sí.

Volver en sí.

¿Qué es lo que podría llegar a apartarme de mí?

Abandono. Sensación de no ser querido.

Falta de raíces. Extrañamiento. Descalificación. Violencia.

Migración.

Necesidad de agradar, aún desagradándome.

Sobre-exigencia. Perfeccionismo.

¿Cómo es que puedo ir volviendo a mí?

Acogimiento. Reconocimiento de la propia identidad. Descubrir que sí fui amado, aunque no de la forma como pude llegar a querer que hubiera sido.

Adopción de la propia persona. Aceptación incondicional de sí mismo. Conocimiento de la propia historia.

¿Por qué son tan importantes los servicios de acogimiento a migrantes?

¿Por qué son tan importantes los programas de inserción laboral de jóvenes?

Una persona sin raíces es facilmente manipulable.

¿Por qué es importante que sepamos qué queremos, y qué es lo que no queremos ni debemos aceptar bajo ninguna condición?

¿Cuál es el papel de la sociología en la construcción de una sociedad realmente humana?

¿Qué tipo de conocimiento libera, y cuál es el que embrutece?

¿Qué significa educación libertadora?

¿Por qué es fundamental el conocimiento de la Historia?

¿Arte y cultura tienen importancia para la humanización de la gente?