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Siendo uno

Esta mañana andaba por el veredón de la beira-mar

A lo lejos el barranco de Cabo Branco.

La Ponta do Seixas.

Poco importa el nombre, lo que cuenta es la imponencia

La belleza

Verlo es estar en este cuadro

Esto es lo que he viendo haciendo y sigo haciendo

Metiéndome en lo que me rodea

Juntándome.

Uniéndome.

Siendo uno.

Em mim

A delinquência no poder é sempre lamentável.

Ainda bem que o eleitorado brasileiro decidiu voltar para a democracia.

A ignorância é sempre lamentável.

Ignorante não tem pior do que aquele que acha que sabe de tudo.

Saber o que ignoro, é algo que preciso aprender constantemente

O presente é passado consolidado

É uma reunião de tempo

A menos que eu esteja atento

Poderei estar perdendo o único tempo que tenho

Habitar os limites

Esta é a tarefa que me toca

Ninguém gosta de limites

Mas sem limites hão há humanidade

Teremos aprendido a lição?

Na idade que tenho

Habitar os limites é uma aventura cotidiana

Redescobrir o que posso e o que não posso

Não para me fechar numa auto-lamentação

Mas, ao contrário

Para potenciar ao máximo o fato de estar vivo

A minha história me abraça e me envolve

Me enraizei no tempo e no espaço

Em mim.

El sentido de pertenecer a una comunidad

Hoy me di cuenta muy fuertemente del valor de formar parte de una comunidad. Sentir que tengo un lugar. Un espacio de acogimiento de los sentimientos.

Esto se ha venido dando y sigue sucediendo. Me voy dado cuenta de que formar parte de una comunidad es existir desde el sentimiento.

No es tanto compartir ideas, sino más bien valores, principios.

En un mundo donde hay una fuerte tendencia a la despersonalización, mantener vivo el sentido de pertenecimiento comunitario, es consolidar una existencia más saludable.

Fortalecer justamente lo que es más valioso: el sentido de ser gente, de ser una persona en medio de personas.

No necesito vivir a la defensiva, temiendo ataques, ni corriendo o escapando. Mi lugar es donde estoy pisando y el aire que respiro. Así de simple.

Ayer y hoy anduve en medio de la gente, como antes. Mucho antes. Una sensación de que está todo bien en medio de la gente. No hay nada que temer.

La vida sigue pasando en este espacio antiguo, permanente. ¡Qué bueno! Me veo en las caras de las personas, como ayer y antes de ayer y aún antes de todo.

Só o amor vence o ódio anti-vida do bolsonarismo

Foi eleito presidente do Brasil um figura sinistra, claramente possuída pela pulsão de morte e de ódio. Parece ter sofrido uma lobotomia pois estão estranhamente ausentes nele quaisquer sentimentos de empatia face às milhões de famílias enlutadas pela ação mortal do Covid-19 de quem se fez aliado, pois o minimizou, ridicularizou e combateu, sendo responsável por grande parte dos mais de 600 mil de vítimas. Fez da distorção da realidade, da fake news e da mentira método de governo. Semeou ódio e espírito de vingança entre seus seguidores e apoiou práticas criminosas com referência à Amazônia e discriminatórias à população indígena, negra, quilombola, de outra condição sexual e, em geral, aos pobres e marginalizados.

Esta triste figura que não possui um centro, conseguiu trazer à toma as várias sombras que acompanham a nossa sociedade, desde o genocídio indígena, da colonização, do escravismo e da dominação das  elites opulentas que sempre ocuparam o estado e seus aparelhos em benefício próprio e à custa do bem estar das  grandes maiorias. Liberou a dimensão dia-bólica (que divide) que habita nos porões escuros da psiqué pessoal e coletiva, a ponto de escantear a dimensão sim-bòlica (a que une), aquela que nos faz verdadeiramente humanos e sociáveis. O assassinato por razões políticas em  Foz do Iguaçu por um bolsonarista, não exime de responsabilidade moral o presidente, pois ele deu  a senha para o uso da violência.

A essa onda de ódio que está tomando várias nações no mundo mas de forma exponencial entre nós fez com que o eminente intelectual norte-americano Noam Chomsky, casado com uma brasileira, dissesse recentemente: ”O Brasil é uma espécie de caso especial; raramente vi um país onde elementos da elite têm tanto desprezo e ódio pelos pobres e pelo povo trabalhador”.

A esse ódio devemos contrapor o amor, a amorosidade, na linguagem de Paulo Freire: promover aqueles valores que ele,seus filhos  e seus seguidores jamais poderão usar: como o amor, a solidariedade, a fraternidade, o cuidado de uns para com os outros e para com a natureza, o direito de cada um de possuir um pedacinho de Terra, a Casa Comum, que Deus destinou a todos, uma moradia decente, o cultivo da compaixão para com os sofredores, o respeito,  a compreensão, a renúncia a todo espírito de vingança, a transparência dos atos governamentais e o direito de ser feliz . Todos estes valores são negados teorica e praticamente pela verdadeira seita bolsonarista.

Abordarei o tema do amor não no sentido ético/moral,  filosófico e    teológico. Basear-me-ei somente em sua base biológica, tão bem formulada pelos cientistas Humberto Maturana e James D.Watson que junto com Francis Crick em 1953 descoficou o código genético.

O biólogo chileno Humberto Maturana, em seus estudos sobre a autopoiesis, vale dizer, sobre a auto-orgnização da matéria da qual resulta a vida,  mostrou como o amor irrompe de dentro do processo evolucionário. Na natureza, afirma ele, se verificam dois tipos de conexões (ele chama de acoplamentos) dos seres com o meio e entre si: um necessário, ligado à própria subsistência e outro espontâneo, vinculado a relações gratuitas, por afinidades eletivas  e por puro prazer, no fluir do próprio viver.

Quando esta última ocorre, mesmo em estágios primitivos da evolução há bilhões de anos, ai surge a primeira manifestação do amor como fenômeno cósmico e biológico. Na medida em que o universo se inflaciona e se complexifica, essa conexão espontânea e amorosa tende a incrementar-se. No nível humano, ganha força, faz-se um projeto consciente de vida  e se torna o móvel principal das ações humanas (Cf.A árvore da vida: a base biológica do entendimento humano,1955).

O amor se orienta sempre pelo outro. Significa uma aventura abraâmica, a de deixar a sua própria realidade e ir ao encontro do outro, homem ou mulher, e estabelecer uma relação de afetividade, de aliança vital e de amor.

Whatson, em seu volumoso livro DNA:o segredo da vida (2005) afirma explicitamente:

No  DNA, o manual de instruções da vida humana, o amor pertence à essência do ser humano.Embora eu não seja religioso não deixo de ver elementos profundamente verdadeiros,  escritos por São Paulo na sua primeira Carta aos Coríntio (13,1-13):’ainda que eu falasse  línguas, a dos homens e as dos anjos…ainda que tivesse o dom da profecia, o conhecimento de todo os mistérios e de toda a ciência…se não tivesse o amor nada seria”. Continua Whatson: “Paulo, no meu entendimento, revelou com clareza a essência de nossa humanidade; o amor, esse impulso que nos faz ter cuidado com o outro, foi o que permitiu a nossa sobrevivência e sucesso no planeta; é esse impulso, creio, que salvaguardará nosso futuro…tão fundamental é o amor à natureza humana, estou certo de que a capacidade de amar  está inscrita em nosso DNA; um Paulo secular como eu diria que o amor é a maior dádiva de nossos genes à humanidade”(p.413-414).

Como se depreende, quem faz tais afirmações são cientistas da maior seriedade e de reconhecimento internacional. O amor pertence à nossa natureza essencial. Agindo contra ele, como o faz o presidente e o bolsonarismo, se colocam na contramão da humanidade e da lógica do universo. Daí sua maldade e perversidade.

A sociedade brasileira não pode se construir sobre esta barbárie e anti-humanismo. O  povo deverá  rejeitar sua reeleição, não só por razões ético-morais-políticas e de bom senso, mas também por razões científicas.

De sua boca ouvi e de seu exemplo aprendi o que meu pai legou a toda família: “Quem não vive para servir, não serve para viver”. O atual presidente não serve o povo brasileiro, pior,  nega aquela única energia que cresce e se renova quanto mais é vivida e doada: o amor. Amor, repito, negado ao povo brasileiro, à natureza e à Mãe Terra.

(14/07/2022)

La función del arte

“El espíritu se sumerge en la apatía a menos que sus invisibles tentáculos busquen constantemente una luz inalcanzable.” (Herbert Read, Imagen e Idea. La función del arte en el desarrollo de la consciencia).

Esta afirmación tiene un sentido muy profundo. El ser humano es direccional. Debe construír sentidos para su vida. Y si no orienta su energía en el sentido de la creación como actitud contínua frente al mundo, se degrada. Un dicho popular dice que “Un cerebro desocupado es el taller del diablo.”

¡Cuánto placer y alegría obtenemos al disfrutar de lo bello! La belleza nos rodea por todas partes. Es necesario crear un sentido para ella. La persona parásita es estéril y dañina. No adquirió el hábito de la construcción, que nos habitúa a la colaboración solidaria, a la suma de esfuerzos.

Si no adquirimos el hábito de trabajar con las manos, nos disociamos de esta función fundamental de la vida humana. Todo es creado. El proprio ser humano se crea y recrea continuamente. Por eso me alegra haber aprendido desde niño a jugar con un juego de maderas que mi madre había hecho con sus propias manos. El Ti-Co-Tí.

Inventábamos lo que queríamos. Puentes. Casas. Sube y bajas. Todo dependía de la imaginación. Así nos fuimos habituando a crear con la mente. Imaginar. Ver que es posible hacer las cosas. Todo implicaba en algún trabajo. Entonces también fuimos ganando una intimidad con las cosas.

Conocer, comprender, cuidar. Todo da trabajo. Son trabajos placenteros. Humanizadores. El arte nos enseña que siempre hay una salida posible. Siempre podemos encontrar una solución. Y podemos transformar en bien el mal que nos pueda estar afectando.

Fin del mundo

Fin del mundo

No existe el fin del mundo, aunque haya todo un esfuerzo descomunal tratando de convencernos de lo contrario.

El mundo no acaba después de alguna gran tragedia. Nos levantamos y seguimos adelante. Así ha sido desde que hay noticias de la existencia de la humanidad.

Tampoco hay un fin de la historia, al contrario de lo que también tratan de implantarnos en la cabeza a fuerza de repetición.

Lo que hay es una masa imbécil que ignora el pasado y supone, en su ignorancia, que no hay otro tiempo que un presente atemporal.

El presente es pasado consolidado y prolongado.

La historia y el pasado, la filosofía y la educación, la cultura y el arte, la creatividad y la fe, el amor y la alegría, la amistad, existirán si es que va a seguir habiendo humanidad.

El tiempo sigue pasando aún en medio del confinamento obligatorio.

La pandemia va a pasar, así como pasaron las dictaduras, el nazismo y el fascismo, aunque estas calamidades dejaron resquícios.

La vida sigue, no termina. Es como el mundo, contínua.

Lo que puede acabar y acaba es la mentira, el engaño, la falsedad, el terrorismo de estado, la idiotización masiva midiática.

Estos males no terminan por sí mismos. Un trabajo colectivo sin prisa y sin pausa es lo que termina por desenmascarar todo lo que no es cierto.

Todos/as tenemos la responsabilidad de mantener de pie los valores supremos que sostienen y dan sentido a la vida.

¿Adónde quiero llegar con estas reflexiones?

Hacer de cuenta de que no estamos viendo la destrucción antihumana que se procesa a diario, es suicida. La fila avanza.

Callarse frente a lo inaceptable es complicidad. La historia es implacable. No hay impunidad ni imbecilidad que duren para siempre. El tiempo pasa.

Ya se está yendo. Ya pasó. ¿Qué hice con mi vida? ¿Cómo puedo construir un mundo mejor aquí y ahora?

Prestando atención. Asumiendo la vida que soy. Aceptando mi origen y mi identidad, mi historia y mi memoria. Mi pertenecimiento traza un camino que me sostiene y conduce.

 

 

Respirar, pensar, y todo lo demás

Sentir, desear, querer, amar, decidir, elegir, ir, venir, quedarse, hacerlo, dejarlo.
El ser humano es una realidad compleja. No es fácil orientarse y actuar, vivir.
Estos días he estado sintiendo la respiración, su fuerza, el entrar y salir del aire. Un hecho fundamental. Sin él no hay vida. Cuando respiro libre e intensamente, pienso menos, estoy más tranquilo.
La memoria, la imaginación, todo lo que me compone, es una organización precisa sobre la cual tengo solamente un pequeño poder.
Mi experiencia y mi fe me dan una referencia para elegir y actuar.
Jesús dice “Yo soy la luz del mundo…”. Yo puedo orientarme por esa luz. Puedo orientarme también por mis valores, mis deseos, las necesidades que debo atender.

Humanidade é prioridade

A vida é uma luta. Extremamente desigual para os/as de baixo, para quem trabalha, quem cria. Os setores parasitários e privilegiados têm tudo ao seu favor menos a ética. Desfrutam de vantagens, imunidades, impunidade. Violam os Direitos Humanos como se de fato não pertencessem à raça humana.
Para os trabalhadores/as e para o povo, resta a miséria, a fome, a precariedade. Nada obriga a que esta situação se perpetue. Ao contrário, se quisermos efetivamente recuperar uma condição humana universal como está enunciado na Declaração dos Direitos Humanos, teremos um árduo trabalho pela frente.
Não se trata apenas de governos aberta e declaradamente nazistas, o que de per si já deveria ser um sinal de alerta internacional, mas de uma situação estrutural do sistema capitalista, que garante a continuidade da exclusão, miséria, fome e ignorância.
Em outras épocas havia uma ênfase no sentido de garantir o acesso da população à educação e à cultura. Deveremos empenhar todo o nosso esforço nessa direção.
Não podemos ficar de braços cruzados diante de uma situação em que as autoridades nacionais são abertamente a favor de crimes contra a humanidade como a tortura, a discriminação por orientação sexual, a perseguição a pessoas pela sua crença religiosa.
Trata-se de uma ditadura da pior espécie, um regime de terrorismo de estado alicerçado na ignorância e no preconceito, na perversão da linguagem e da comunicação, na inversão dos valores.

Natal de ontem e de hoje

Natal ! Anúncio de que algo vai vir, estrela que serve de orientação para quem caminha, famílias migrantes em busca de um novo lar e proteção da vida em gestação, manjedoura que serve de leito para o migrante recém-nascido. Símbolos tão velhos como a história da humanidade e ao mesmo tempo tão atual. 

No passado, enquanto anjos anunciavam a boa nova, boatos circulavam que o nascimento de uma criança era uma ameaça ao poder estabelecido. Erodes decreta a perseguição a matança de varões recém-nascidos. A ordem era matar, dizimar os primogênitos, símbolo da esperança que poderia ameaçar o poder político da época.

Afim de proteger seus filhos, muitas famílias buscaram asilo em terras estranhas e foi lá que nasceu a criança que mudou a história da humanidade. Apesar de todas as manobras políticas para silenciar a esperança dos perseguidos, apesar de todas as “fake news” para impedir a vinda do novo, o novo nasce em terras de exílio, bem longe de tudo que era oficial.

No presente, as guerras motivadas seja pela avidez insaciável de lucros, ou por ideologias de direitas ou esquerdas, obrigam populações inteiras a buscarem abrigos em terras estranhas ou a se sentirem prisioneiras em seus próprios países de origem. No Brasil não é tão diferente.

Nesta confusão orquestrada, enquanto muitos tentam seguir uma estrela guia, reaparecem as “fake news” para confundir ainda mais, para desorientar pessoas, famílias e até toda uma nação. Cria-se insegurança para se vender proteção. A quem interessa espalhar mentiras?

A quem interessa semear inverdades, estimular preconceitos e promover a violência senão aqueles que tiram proveito desta confusão? A quem interessa um lobo usar pele de cordeiro ou confundir o joio com o trigo, senão aqueles que tem o hábito de devorarem o dinheiro público na surdina dos conchavos políticos partidários?

O certo é que vivemos um caos construído intencionalmente no laboratório da intriga, da divisão, da mentira que quer confundir, de ideologias que não admitem que se pense, questione e descubra as falcatruas do poder. Neste contexto, a escuridão que desorienta, ou as luzes que ofuscam ambas nos obrigam a uma parada a uma pausa.

Nos lembra a lenda cristã que é neste ambiente de insegurança, de perseguição de precariedade que a sagrada família faz uma pausa. Nasce então a boa nova tão esperada. Foram os animais que com o seu calor aqueceram o recém-nascido, foi a manjedoura que alimentava os brutos que acolheu a divina criança nascida de um casal de fugitivos.

Hoje, o caos externo, construído minuciosamente, para nos confundir, nos dividir, nos convida a rever nossas certezas que nos aprisionam e nos impedem de abandonar territórios onde prevalecem a intolerância e a divisão. É o momento de fazer uma pausa.

Olhar para dentro de si e buscar nos orientar por nossos valores, princípios que reconheçam o direito à vida e a convivência pacífica, onde o lucro não seja mais importante do que a solidariedade. É neste universo que o refugiado Jesus de Nazaré, símbolo do amor emerge como luz que clareia em harmonia com a natureza.

Natureza hoje ameaçada de extinção pela avidez do lucro da política neoliberal que põe em risco a sobrevivência dos primeiros brasileiros, nossos indígenas e a biodiversidade da Amazônia fonte de vida para toda a humanidade. Faça uma pausa neste natal!

Se está de olhos abertos, feche-os o suficiente para se conectar consigo mesmo, com seus princípios e valores; se anda de olhos fechados abra-os o necessário para perceber os caminhos que está percorrendo e tenha a coragem de mudar se for preciso.

Pare, olhe, escute, pense e descubra que a boa nova já está em cada um de nós. Que está criança divina nasceu quando nascemos. Ela já está lá, só aguardando que você a reconheça e a adote. Feliz Pausa! Feliz Natal!