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G20: “Não é humanamente explicável um mundo tão rico com tanta gente com fome”, diz Lula

O presidente Lula participou, nesta quinta-feira (23), no Palácio do Planalto, da reunião de instalação da Comissão Nacional do G20. Foi o último ato da preparação para o Brasil assumir a presidência do grupo que reúne 19 das maiores economias do mundo mais a União Europeia e a União Africana. O mandato brasileiro será exercido do próximo dia 1º de dezembro a 30 de novembro de 2024.

A Comissão Nacional do G20 é coordenada pelo Ministério das Relações Exteriores em conjunto com o Ministério da Fazenda e o Banco Central (BC). Cabe ao colegiado, entre outras atribuições, organizar e facilitar as atividades dos 15 grupos de trabalho que discutirão os mais variados temas de relevância internacional.

A reunião no Planalto contou com a participação de ministros do governo, do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

Missão

Na presidência do G20, o Brasil será responsável, entre outras ações, por preparar a cúpula de líderes que vai acontecer no Rio de Janeiro em novembro do próximo ano. Segundo Lula, “possivelmente o mais importante evento internacional que o Brasil vai assumir a responsabilidade de coordenar”.

“Uma reunião que eu espero que ela possa tratar dos assuntos que são os assuntos que nós precisamos parar de fugir e tentar resolver os problemas”, disse Lula, ao citar as prioridades do mandato brasileiro no G20: inclusão social e combate à fome e à pobreza; transição energética e desenvolvimento sustentável; e reforma da governança global. “Não é mais humanamente explicável, em um mundo tão rico, com tanto dinheiro, a gente ter tanta gente ainda passando fome”, lamentou o presidente.

 

A respeito da transição energética, necessária para o enfrentamento da crise climática, Lula reafirmou que o Brasil está na vanguarda mundial, o que dá ao país grandes oportunidades de atrair investimentos.

“Essa transição energética se apresenta para o Brasil como a oportunidade que nós não tivemos no século XX e temos no século XXI, de mostrarmos ao mundo que quem quiser utilizar energia verde para produzir aquilo que é necessário à humanidade, o Brasil é o porto seguro para que as pessoas possam vir aqui fazer os seus investimentos e fazer com que esse país se transforme num país definitivamente desenvolvido”, ressaltou.

Sobre a necessidade de reforma da governança global, o presidente voltou a criticar instituições como o Banco Mundial (Bird) e o Fundo Monetário Internacional (FMI).

“Não é possível que as instituições de Bretton Woods, o Banco Mundial, FMI e tantas outras instituições financeiras continuem funcionando como se nada estivesse acontecendo no mundo, como se estivesse tudo resolvido. Muitas vezes, instituições emprestam dinheiro não com o objetivo de salvar o país que está tomando o dinheiro emprestado, mas para receber o pagamento da dívida, não para produzir um ativo produtivo, uma demonstração de que não há contribuição para salvar a vida dos países”, afirmou.

“Nós estamos vendo o que aconteceu na Argentina, nós estamos vendo o continente africano com 800 bilhões de dólares de dívida e que, se não houver uma rediscussão de como fazer financiamento para os países pobres, a gente não vai ter solução. Os ricos vão continuar ricos, os pobres vão continuar pobres, e quem está com fome vai continuar com fome. Então nós queremos aproveitar o [mandato do] Brasil e fazer essa grande discussão”, prosseguiu Lula.

O presidente voltou a destacar que a cúpula do G20 no Rio de Janeiro terá uma grande participação de vários segmentos da sociedade na construção das propostas que serão levadas aos líderes do grupo. Além disso, prosseguiu, serão criadas, durante a presidência brasileira, duas forças-tarefa, uma Contra a Fome e a Desigualdade, outra Contra a Mudança do Clima.

Outras novidades anunciadas pelo presidente são o lançamento de uma iniciativa voltada à bioeconomia e a instalação de um grupo de trabalho sobre empoderamento das mulheres, para a implementação das decisões adotadas na cúpula de líderes de Nova Delhi.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, ressaltou que a presidência brasileira do G20 será uma ocasião ímpar para projetar uma imagem renovada do Brasil e apresentar uma visão de liderança em termos de cooperação internacional e no debate das grandes questões econômicas e sociais.

Segundo ele, será uma das principais prioridades da política externa brasileira ao longo dos próximos 12 meses. “Se o ano de 2023 marcou o retorno do Brasil ao mundo, o ano de 2024 será o ano em que o mundo voltará ao Brasil”, afirmou o chanceler.

Fonte: PT

(23-11-2023)

Presidente Lula participa da Assembleia Geral das Nações Unidas pela oitava vez

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a Nova York (EUA) na noite de sábado (16) para uma semana repleta de compromissos. O principal deles será o discurso de abertura da 78ª Assembleia Geral das Nações Unidas, na sede da ONU, nesta terça-feira, (19).

Entre os temas a serem abordados pelo presidente Lula durante sua intervenção aos líderes mundiais está a necessidade de uma reforma no sistema de governança global. O modelo atual, criado depois da Segunda Guerra Mundial, tem afirmado o presidente, não representa mais a geopolítica do século 21.

“O que a gente quer é criar novos mecanismos e que tornem o mundo mais igual do ponto de vista das decisões políticas, sabe, por exemplo, eu vou repetir a questão do Conselho de Segurança da ONU, os membros permanentes. Por que que o Brasil não pode entrar? Por que que a Índia não pode entrar? Por que que a África do Sul não pode entrar? Por que que não pode entrar a Alemanha? Por que que não pode entrar a Índia? Quem é que disse que os mesmos países que foram colocados lá em 1945 continuem lá?”, questionou durante participação no programa “Conversa com o Presidente”.

No domingo (17), o presidente Lula participou de uma reunião com empresários e de um jantar oferecido pelo presidente da Fiesp, Josué Gomes.

Esta será a oitava vez que o presidente Lula abrirá uma Assembleia Geral da ONU. Ao longo de seus dois mandatos anteriores, ele participou do evento todos os anos entre 2003 e 2009. Em 2010, foi representado pelo então ministro das Relações Exteriores e atual assessor especial da Presidência, Celso Amorim.

Na quarta-feira (20), Lula se encontrará com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, com quem lançará uma iniciativa global para promoção do trabalho decente. A agenda de compromissos do presidente também incluirá eventos ligados à ONU, reuniões bilaterais com outros líderes e representantes de entidades internacionais.

 

Comitiva

Sete ministros brasileiros estão em Nova York para participar de encontros e eventos relacionados à agenda da Assembleia Geral e à margem do evento, além do ministro-chefe da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, deverá realizar encontros bilaterais com outros chanceleres e participar de reuniões de alto nível, como G4, L.69, BRICS, IBAS, MERCOSUL e Grupo de Contato de Chanceleres da América do Sul, além de debate aberto do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, participará de eventos oficiais na ONU, encontros com investidores, acadêmicos e sociedade civil, e de reuniões bilaterais e temáticas com ministros e autoridades de outros países. Entre eles: Cúpula para Ambição Climática, seminário na bolsa de valores, reuniões ministeriais preparatórias para a COP28, reunião de ministros de meio ambiente do BASIC e do subcomitê de meio ambiente e mudança do clima da COSBAN e palestra na Universidade Columbia.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participará da Climate Week, em Nova York, um dos principais eventos do calendário global de ações climáticas, onde falará do Plano de Transformação Ecológica do Brasil. Ele também participará do evento com Lula e Biden na quarta-feira, e terá encontros com especialistas e representantes de outros governos.

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, também estará no evento de quarta-feira. Além disso, ele terá reuniões com representantes de entidades multilaterais e participará do Diálogo Tripartite sobre Prioridades para Ação Nacional e Cooperação Internacional, promovido pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, estará na Assembleia Geral para discutir assuntos considerados prioritários pelo governo brasileiro, como a cobertura universal de saúde, preparação e respostas a futuras pandemias, e a necessidade de ações coordenadas para o fim da tuberculose. O Brasil levará para o cenário internacional a experiência do Comitê Interministerial para Eliminação da Tuberculose e de outras Doenças Determinadas Socialmente (Cieds), instituído em abril e voltado para elaborar ações para controlar problemas de saúde pública no país.

O país deve discutir ações coordenadas para o fim da tuberculose como um problema de saúde pública. A meta para a doença é alcançar redução de 90% do coeficiente de incidência da TB e redução de 95% no número de mortes pela doença no País até 2035, em comparação com os dados de 2015.

Ela também terá reuniões bilaterais em Nova York e em Washington, onde participa de reunião do Conselho Diretor da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS).

A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, participará do Painel sobre Igualdade de Gênero e Igualdade Salarial 2023: Percepções do Sul Global, que faz parte da SDG Summit, a Cúpula de ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) promovida pela ONU. Ela também cumprirá agenda com a primeira-dama Janja Lula da Silva, como o “Encontro de Mulheres Elas Lideram”, e fará uma visita ao Consulado-Geral do Brasil, onde são recebidas mulheres brasileiras em situação de violência.

O ministro da Secretaria-Geral, Márcio Macêdo, representará o Brasil no Diálogo de Líderes da Cúpula dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da ONU, manterá encontros com a sociedade civil brasileira para discutir os temas dos ODS e a participação social, e realizará reuniões de trabalho com altas autoridades da ONU, a exemplo do USG for Policy, Guy Ryder.

Agendas extras

Outros cinco ministros e representantes de ministérios, que não fazem parte da delegação oficial, também estão nos Estados Unidos cumprindo agendas oficiais.

A ministra da Cultura, Margareth Menezes, participa de uma mesa temática de estudos latino-americanos do Lemann Center for Brazilian Studies na segunda-feira. Também terá encontros com produtores e artistas brasileiros no Consulado-Geral do Brasil em Nova York na quarta, 20/9. Na quinta-feira, terá uma reunião com produtores estrangeiros que trabalham ou têm interesse em trabalhar com o Brasil.Também terá reunião com a subsecretária Elizabeth Allen, do Departamento de Estado. Ela atua na parte de Cultura do governo Biden.

A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, participará da Abertura da Semana do Clima, e de eventos realizados pela The Nature Conservancy (TNC), do “Unstoppable Africa”, e do “From UNGA to COP28 and beyond: Women leading the Amazon protection & climate action towards a livable planet”, entre outros.

A ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, participará do Fórum Político de Alto Nível sobre Desenvolvimento Sustentável sob os Auspícios da Assembleia Geral das Nações Unidas, e do lançamento da “Iniciativa de Alto Impacto do Secretário-Geral das Nações Unidas sobre Infraestrutura Pública Digital”. Ela também irá a Washington, para a conferência “A Ascensão da Política Econômica Verde e Equitativa nas Américas”.

O ministro das Cidades, Jader Filho, apresentará ações do governo brasileiro e oportunidades no painel “Brasil em foco: mais verde e comprometido com o desenvolvimento sustentável”, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na Bolsa de Valores de Nova York.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, também vai participar do “Brasil em foco”, na Bolsa de Valores. Ele apresentará projetos que demonstram a liderança brasileira na transição energética e projetos desenvolvidos pelo governo, como o Combustível do Futuro.

A secretária de Assuntos Internacionais e Desenvolvimento do Ministério do Planejamento, Renata Amaral, vai estar em um evento da UNFPA em Nova York, onde falará sobre a experiência de inclusão de indígenas e moradores de favelas no Censo 2022.

Fonte: PT

BRICS: cúpula reforça resgate do protagonismo do Brasil no mundo

O presidente Lula teve três encontros bilaterais, nesta quinta-feira (24), em paralelo à XV Cúpula do BRICS, realizada em Joanesburgo, na África do Sul. Ele se encontrou com a primeira-ministra de Bangladesh, Sheik Hasina Wajed, e os presidentes do Irã, Ebrahim Raisi, e da Bolívia, Luis Arce.

A cúpula do BRICS e os encontros bilaterais representam mais um avanço na recuperação do protagonismo do Brasil nas discussões globais, sobretudo em relação às mudanças climáticas, ao desenvolvimento sustentável, ao combate à fome e às desigualdades, pautas prioritárias para o presidente Lula.

Com um caráter histórico, o encontro foi marcado por pedidos de mais de 40 países interessados em ingressar no BRICS, atualmente formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Ao final do evento, uma declaração conjunta dos líderes das cinco nações anunciou que passarão a integrar o grupo, a partir de janeiro de 2024, Arábia Saudita, Argentina, Egito, Etiópia, Irã e Emirados Árabes. Com essas adesões, o BRICS ganhará ainda mais relevância, por meio do controle das maiores reservas de petróleo, gás natural e alimentos do planeta.

Na conversa com a primeira-ministra Sheik Hasina Wajed, Lula foi convidado para visitar Bangladesh, de 170 milhões de habitantes. O presidente ficou de analisar a possibilidade de fazer a visita em 2024 e também convidou a premiê para visitar o Brasil e ampliar o intercâmbio entre os países.

Os dois líderes conversaram sobre as políticas sociais das duas nações no combate à pobreza e sobre questões comerciais. Bangladesh importa carne, petróleo, açúcar e algodão e está buscando um acordo de comércio com o Mercosul. “Em breve quero visitar este país que é apaixonado pelo Brasil e seu futebol e também convidei a primeira-ministra a nos visitar”, disse Lula, no Twitter.

A primeira-ministra cumprimentou os países do BRICS pela cúpula organizada pela África do Sul, que considerou um marco para a cooperação entre os países em desenvolvimento, e reiterou a candidatura de Bangladesh para se juntar ao grupo.

Irã

Lula também teve uma reunião bilateral com o presidente do Irã, Ebrahim Raisi. Foi o primeiro encontro entre os dois, que ocorreu após o anúncio de que o Irã será um dos novos integrantes do BRICS.

No encontro com Lula, o presidente iraniano agradeceu a entrada do país no BRICS e afirmou que deseja ampliar as relações comerciais com o Brasil. Lula destacou que, em 2022, o Irã foi o maior importador de produtos brasileiros no Oriente Médio.

Com um volume de quase US$ 4,3 bilhões em produtos, o Irã ficou em 18º na lista geral de maiores importadores do Brasil em 2022. O presidente Raisi contou que seu país avançou na produção de equipamentos médicos e nas áreas de ciência e indústria. O avanço foi necessário por conta das sanções adotadas por muitas nações ocidentais contra o Irã.

Outra reunião bilateral de Lula foi com o presidente boliviano, Luis Arce. “Aproveitei que estamos os dois na África do Sul para a reunião do Brics e me reuni com o presidente da Bolívia, Luis Arce, que veio para o encontro ampliado do bloco, que reuniu mais de 50 países de diversas partes do planeta”, disse Lula, no Twitter.

Fonte: PT

(24-08-2023)

Presidente Lula quer adesão mundial à luta contra a fome e desigualdades

Em conversa com correspondentes estrangeiros na manhã desta quarta-feira (2), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse esperar a adesão de outras lideranças mundiais ao combate à fome e às desigualdades. Ele chamou de injusta a distribuição de riquezas no mundo e destacou que essa não deve ser uma batalha apenas de um país.

Há uma desigualdade visível na cara de todos nós. Como a gente combate isso? Essa é a tarefa que quero assumir e vai ser parte do meu discurso na ONU, nos Brics, no G-20. Vou levantar essa tese porque não é normal a gente tratar a desigualdade como normal”, disse.

Agora como presidente da República, ressaltou, ele tem mais espaço e autoridade para se engajar nessa luta e conclamar outras nações a fazerem o mesmo. “Não é normal aceitar pacificamente, dormir tranquilo sabendo que há crianças que vão dormir sem ter um copo de leite ou um pedaço de pão para matar a fome”.

No café da manhã oferecido aos jornalistas no Palácio do Planalto, o presidente da República fez uma leitura otimista do Brasil, que fechou o primeiro semestre com “situação alentadora e boas expectativas para o segundo semestre”. Ele mencionou a reconstrução de 40 políticas de inclusão social e dados como a queda do desemprego e da inflação e o aumento real de salários.

“As políticas de distribuição de renda estão acontecendo. Na hora que o dinheiro começa a circular nas mãos de milhões de pessoas, garantimos o crescimento da economia brasileira”, disse.

Investimento

O presidente disse que o Brasil está criando condições para atração de investimento com credibilidade, previsibilidade e estabilidade política, jurídica, social e financeira. Ele destacou a importância da redução dos juros para melhorar o ambiente econômico e disse que a taxa de juro real brasileira é a mais alta do mundo, sem nenhuma explicação, mas que o país continuará crescendo mesmo assim. “Essa é a boa surpresa. Por isso estou tranquilo”, disse.

De acordo com ele, o governo optou por dois momentos de governança. O primeiro foi a retomada de todas as políticas que tinham dado certo em seus governos anteriores e que eram consideradas grandes programas de inclusão social. Isso, disse, já está resolvido, está acontecendo e vai impactar positivamente a economia.

A segunda etapa é a nova política de desenvolvimento, a nova política de investimento em obras de infraestrutura e a nova política de desenvolvimento industrial, que serão anunciadas em 11 de agosto, no Rio de Janeiro.

“Nós vamos ter muitas obras de infraestrutura, vamos retomar todas as políticas de desenvolvimento da Petrobras. A Petrobras volta a ser não apenas uma empresa de petróleo, mas de energia, com a preocupação não apenas de furar poço, mas em produzir biodiesel, produzir tudo aquilo que estiver dentro da transição energética necessária para que a gente construa uma economia verde”.

Segundo ele, com o programa de investimentos combinado à política de inclusão já colocada em prática, a economia do Brasil vai surpreender e superar muitas das previsões feitas por organismos internacionais para o crescimento do país.

Do Planalto.gov.br

Fonte: PT

(02-08-2023)

Fome Zero, a revolução que tirou o Brasil do Mapa da Fome

Uma série de reportagens em comemoração aos 43 anos do PT, nesta semana, relembra as principais ações e realizações do PT ao longo das últimas quatro décadas, sobretudo durante os governos Lula e Dilma, a partir de 2003. A primeira delas destaca o programa Fome Zero.

O caminho para a retirada do Brasil, em 2014, do Mapa da Fome das Nações Unidas começou mais de uma década antes, no dia 3 fevereiro de 2003. Era o início do primeiro mandato de Lula e a cidade de Guaribas, no interior do Piauí, tornou-se o palco de lançamento do programa Fome Zero.

A data ficou marcada na memória dos moradores do pequeno município de 4,5 mil habitantes, considerada uma das cidades mais pobres do país na época. Nada melhor, portanto, que a cidade fosse escolhida como piloto para o início de uma série de políticas públicas sociais que seriam implementadas para erradicar a fome e a miséria no Brasil. Duas décadas se passaram e a população ainda colhe os frutos da iniciativa.

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“20 anos depois, eu tenho na memória aquela visita do presidente Lula, ali, quando ele chegou com toda a sua equipe em Teresina e quando fez a entrega do primeiro cartão do Fome Zero, como era chamado naquela época, depois, remodelado para Bolsa Família”, lembra o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), Wellington Dias, em depoimento em vídeo.

“Naquele primeiro momento era duro a gente ser chamado “o estado mais pobre do Brasil”. Já não somos. Hoje, olhando os 50 municípios mais pobres do Brasil, já não tem nenhum do estado do Piauí”, atesta o ministro, que também foi governador do Piauí.

Assista ao vídeo do MDS sobre os 20 anos do Fome Zero:

Novas oportunidades

A partir do Fome Zero, a cidade recebeu projetos de infraestrutura, iniciativas de inclusão social, de acesso a água, saneamento básico, pavimentação, dentre outras melhorias. Foi a porta para novas oportunidades que se abriu aos moradores do pequeno município do sul piauiense. 

“Guaribas mudou totalmente. O Fome Zero significou Guaribas sem fome. Tinha vários programas. Lembro do programa um milhão de cisternas, que o pessoal ali morria de sede e que salvou muita gente. O Luz Para Todos também veio”, disse Eldiene Maia, 37 anos, que nasceu e mora em Guaribas.

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Programa atendeu milhões

Em todo o país, o Fome Zero conseguiu atender milhões de pessoas com ações como o Programa Bolsa Família, de transferência de renda para os mais pobres, com condicionalidades de educação e saúde, o Programa Nacional de Alimentação Escolar, que fornece refeições gratuitas para crianças e adolescentes em escolas públicas, além de cursos de qualificação profissional.

“Primeiro de tudo, veio a água para a gente se libertar dos olhos d’água. Depois, veio o incentivo para as pessoas estudarem e serem alguém na vida”, recordou Lídia Alves, 56 anos.

Redução da desnutrição

De 2002 a 2013, o Brasil alcançou resultados significativos na redução da desnutrição e na garantia de acesso à alimentação adequada para as camadas mais pobres. No período, caiu em 82% a população considerada em situação de subalimentação.

Aos 28 anos, Guilherme Pereira, foi beneficiado diretamente por toda a transformação que a cidade passou. Atualmente, ele é professor da rede pública municipal e trabalha contribuindo com a formação educacional das novas gerações. “Eu sou fruto daquilo que foi plantado em Guaribas. O Fome Zero foi um programa, em específico, mas acompanhado de diversas outras ações, que de fato fizeram a diferença”, elogiou.

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Guaribas, que foi rotulada como a cidade da fome, sofreu uma transformação que ainda é viva na memória de Natália Alves, 59 anos. Ela lembra do tempo que tinha que buscar água, em baldes, no meio da mata, diretamente nos olhos d’água que ficam no pé da serra ao redor do município. “Ninguém ouvia falar de Guaribas. Era sofrimento demais. As mulheres não dormiam dentro de casa. Eu passava a noite inteira para encher os baldes de água para atender os meus seis filhos”, recorda.

José Aillon, 59 anos, é um exemplo de empreendedorismo, possível devido às melhores condições de vida em Guaribas. Depois de sair da cidade em busca de emprego, viu a terra natal se desenvolver e retornou para abrir seu próprio negócio. “A gente vivia isolado aqui. Não tinha nada. Tinha vez que a gente comia meio dia, às vezes não comia de noite”, contou.

Proprietário do restaurante no centro da cidade, ele deu início ao comércio após ser estimulado por dois médicos cubanos, profissionais do programa Mais Médicos. “Hoje, graças a Deus tem luz, tem uma estrada boa, tem tudo”, continuou.

Do MDS, com Redação do PT

Fonte: PT

(06/02/2023)

Mensagem do Papa Francisco para a Campanha da Fraternidade 2023

Realizada pela CNBB todos os anos no tempo da Quaresma, período de 40 dias que antecede a Páscoa, a Campanha da Fraternidade de 2023 deste ano tem com o tema: “Fraternidade e fome”. A Mensagem de Francisco para a Igreja no Brasil e todos os fiéis brasileiros.

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lança, nesta Quarta-feira de Cinzas, 22 de fevereiro, a Campanha da Fraternidade de 2023, com o tema: “Fraternidade e fome”, juntamente com o lema “Dai-lhes vós mesmo de comer” (Mt 14,16), incentivando assim nossas comunidades a assumirem suas responsabilidades ante a situação da fome que persiste no Brasil, a exemplo do Mestre Jesus.

Para a ocasião o Papa Francisco enviou aos fiéis brasileiros uma mensagem para o início da Quaresma e da Campanha da Fraternidade 2023. Eis a íntegra da sua mensagem:

Queridos irmãos e irmãs do Brasil!

Todos os anos, no tempo da Quaresma, somos chamados por Deus a trilhar um caminho de verdadeira e sincera conversão, redirecionando toda a nossa vida para Ele, que “amou tanto o mundo, que deu o seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3, 16). Ao preparar-nos para a celebração dessa entrega amorosa na Páscoa, encontramos na oração, na esmola e no jejum, vividos de modo mais intenso durante este tempo, práticas penitenciais que nos ajudam a colaborar com a ação do Espírito Santo, autor da nossa santificação.

Com o intuito de animar o povo fiel nesse itinerário ao encontro do Senhor, a Campanha da Fraternidade deste ano propõe que voltemos o nosso olhar para os nossos irmãos mais necessitados, afetados pelo flagelo da fome. Ainda hoje, “milhões de pessoas sofrem e morrem de fome. Por outro lado, descartam-se toneladas de alimentos. Isto constitui um verdadeiro escândalo. A fome é criminosa, a alimentação é um direito inalienável” (Discurso no encontro com os Movimentos Populares, 28/X/2014).

A indicação dada por Jesus aos seus apóstolos “Dai-lhes vós mesmos de comer” ‹Mt 14, 16) é dirigida hoje a todos nós, seus discípulos, para que partilhemos — do muito ou do pouco que temos — com os nossos irmãos que nem sequer tem com que saciar a própria fome. Sabemos que indo ao encontro das necessidades daqueles que passam fome, estaremos saciando o próprio Senhor Jesus, que se identifica com os mais pobres e famintos: “eu estava com fome, e me destes de comer… todas as vezes que fizestes isso a um destes mais pequenos, que são meus irmãos, foi a mim que o fizestes” ‹Mt 25, 35.40).

É meu grande desejo que a reflexão sobre o tema da fome, proposta aos católicos brasileiros durante o tempo quaresmal que se aproxima. leve não somente a ações concretas — sem dúvida, necessárias — que venham de modo emergencial em auxílio dos irmãos mais necessitados, mas também gere em todos a consciência de que a partilha dos dons que o Senhor nos concede em sua bondade não pode restringir-se a um momento, a uma campanha, a algumas ações pontuais, mas deve ser uma atitude constante de todos nós, que nos compromete com Cristo presente em todo aquele que passa fome.

Desejo igualmente que esta conscientização pessoal ressoe em nossas estruturas paroquiais e diocesanas, mas também encontre eco nos órgãos de governo a nível federal, estadual e municipal, bem como nas demais entidades da sociedade civil, a fim de que, trabalhando todos em conjunto, possam definitivamente extirpar das terras brasileiras o flagelo da fome. Lembremo-nos de que “aqueles que sofrem a miséria não são diferentes de nós. Têm a mesma came e sangue que nós. Por isso, merecem que nina mão amiga os socorra e ajude, de modo que ninguém seja deixado para trás e, no nosso mundo, a fraternidade tenha direito de cidadania” (Mensagem para o Dia Mundial da Alimentação, 16/X/2018, n. 7)

Confiando estes votos aos cuidados de Nossa Senhora Aparecida e como penhor de abundantes graças celestes que auxiliem as iniciativas nascidas a partir da Campanha da Fraternidade, concedo de bom grado a todos os filhos e filhas da querida nação brasileira, de modo especial àqueles que se empenham incansável- mente para que ninguém passe fome, a Bênção Apostólica, pedindo que continuem a rezar por mim.

Roma, São João de Latrão, 21 de dezembro de 2022.

Franciscus

Fonte: Vatican News

Lula: que este Natal seja o da reconciliação das famílias e do Brasil consigo mesmo

Em mensagem postada no twitter na manhã deste dia 24, o presidente Lula desejou um Feliz Natal “a cada um e a cada uma dos 215 milhões de brasileiros e brasileiras”. Na postagem, Lula disse saber que, “infelizmente, muitas famílias não terão o que comemorar, porque estão sofrendo com a fome, o desemprego, a inflação e o endividamento”.

Diante das dificuldades vivida pelo povo, Lula reafirmou a mensagem de esperança desejando que este Natal “marque o início da reconstrução do Brasil. E que possamos reconstruir, dentro de cada um de nós, o espírito de união, fraternidade, paz, amor e esperança”.

“Desejo que o Natal seja o da reconciliação das famílias, e da reconciliação do Brasil consigo mesmo. Vou trabalhar mais do que trabalhei nos governos anteriores para que o Natal de todos, em especial dos que mais precisam, seja melhor no próximo ano”, disse.

 

Fonte: PT

(24/12/2022)