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Uma nova aldeia indígena no contexto urbano

Queridas irmãs e irmãos,

Aqui no grande Recife, neste início de janeiro, a novidade maior foi que irmãos e irmãs indígenas de vários povos que viviam na área urbana de Recife decidiram se juntar, ocupar um terreno que estava desocupado e dar assim início a um território que pode ser uma reserva indígena para os muitos/as indígenas que viviam na diáspora nesta região metropolitana. 

Desde o início de janeiro, 60 famílias pertencentes a vários povos originários do Nordeste, Brasil e Abya Ayla ocuparam um terreno próximo ao antigo engenho Monjope no município de Igarassu (norte do Estado de Pernambuco) mais ou menos a 30 quilômetros da capital. O terreno pertence à prefeitura e esta não quer ceder o terreno aos índios e já obteve a liminar de reintegração de posse contra a comunidade.

A retomada é formada por membros de vários povos indígenas que promoveram uma “emergência étnica” e formaram o povo “Karaxuwanassu”, assim como se organizam através da “Associação dos Povos Indígenas em contexto urbano” (ASSICUKA). Além de muitos dos povos originários de Pernambuco há várias famílias do povo Warao que vieram da Venezuela e também participam dessa reserva indígena que precisa da nossa solidariedade e do nosso apoio para se manter e ver seus direitos de existência respeitados.

A comunidade se organiza de acordo com as culturas e tem um conselho presidido por uma liderança escolhida por todos, liderança política (cacica) e liderança religiosa (pajé).

O que podemos fazer para apoiar?

1 – Penso que, antes de tudo, divulgar essa notícia e manifestar apoio popular para que da noite para o dia a prefeita não possa cumprir sua ameaça de despejar a todos e todas da área.

2 – Seria bom articular grupos de apoio nas diversas áreas. No campo político, jurídico e principalmente popular.

O nosso contato é através de Daniel Ribeiro, jovem advogado do Conselho Indigenista Missionário (CIMI) que está acompanhando a comunidade (Telefone e zap 81 – 9 8198941-1441).

(21/01/2023)

Como não me sentiria feliz, se sinto?

Sinto o meu corpo

Sinto o prazer de respirar e fazer parte de uma família

Sinto o alívio de ver se afastando o medo e o terror

Sinto o prazer de me sentir, e não apenas me usar para fazer isto ou aquilo

Muitas pessoas não sabem o que fazer com os seus sentimentos

Sinto a minha história

Passo a passo vou andando

Assim foi como cheguei até aqui

Não foi aos solavancos

Sentir é o meu forte

Me espero e espero

Sinto a vida nova nascendo a cada instante

Ano novo é agora

Natal é agora.

Não preciso reagir de imediato, nem falar sem saber o que estou a dizer, nem fazer mais do que posso

Posso me respeitar, e me respeito.

Madeirada! Lula da show no debate contra Bolsonaro na Globo | confira melhores momentos

Repare nos melhores momentos da fala de Lula ontem na Globo. Um estadista que ama o Brasil. Alguém que é movido pelo amor e pelo desejo de felicidade para todas as pessoas, sem excecao!

Recomeço

O pesadelo parece estar prestes a terminar.

Se vão ser julgados e punidos os crimes cometidos pelo regime ilegal estabelecido desde 2016, é uma outra questão. Relevante, sem dúvida. Relevantíssima.

No entanto, com tudo, todavia, porém…

O principal parece ser que o povo está a enxergar a diferença entre um estadista que pensou e agiu pelo povo e pelo país, sem distinções nem exclusões, e alguém sem qualquer condição para sequer ocupar um cargo público.

O público, aliás, é o que deverá –esperamos—recuperar a sua hierarquia e dignidade.

As possibilidades que a sociedade e o estado devem a todas as pessoas, sem exceção.

Comida, casa, saúde, educação, respeito, salário digno, emprego decente.

A legalidade é um limite tênue, uma contenção frágil, mas imprescindível. Sem ela, é a barbárie.

O governo de pessoas sem qualquer qualidade positiva, apegadas apenas ao dinheiro e à impunidade.

Isto têm que acabar.

O Brasil vai decidir. Queda livre em direção à extinção do que resta de sociabilidade e vida em relação, ou recomeço.

Apostamos no recomeço.

“Vamos trabalhar e fazer a maior transformação que esse país já viu”

Nos braços dos trabalhadores, onde tudo começou, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu a largada na campanha, nesta terça-feira (16/08). Na porta da fábrica da Volkswagen do Brasil, em São Bernardo do Campo (SP), Lula garantiu que vai voltar a ser presidente para recuperar o país. “Nós vamos ganhar a eleição porque esse país precisa de nós”, disse aos trabalhadores. “Se preparem porque nós vamos trabalhar e fazer a maior transformação que esse país já viu. Com a volta do emprego, do salário e do respeito”, afirmou.

“A nossa história vai mudar. Vocês não vão ver mais criança pedindo esmola. Não vão ver mais companheiro nosso dormindo na sarjeta. Esse país precisa ter vergonha na cara. Não é por falta de dinheiro, é por falta de vergonha das pessoas que estão governando. Eles não têm sentimento, não sabem o que é fome, o que um cidadão mendigar um prato de comida”, discursou, emocionado.

Diante dos trabalhadores, o ex-presidente anunciou que o reajuste da tabela do imposto de renda será a primeira medida a ser tomada em seu governo. E que retornará ao chão da fábrica para informar pessoalmente. “Eu não vou mandar recado, eu vou vir pessoalmente dentro da Volks conversar com vocês”, prometeu.

Lula lamentou que o país está numa situação pior hoje do quando assumiu o governo pela primeira vez, em 2003. “Esse governo (Bolsonaro) não se preocupou em criar empregos”, reclamou ele, ao comparar o número de empregados daquela fábrica nos anos de 2003 (13.857), 2012 (14.164) e 2022 (7.931).

Consciência política

O ex-presidente disse que escolheu estar na porta de fábrica para encontrar antigos e novos companheiros de luta, além dos filhos dos trabalhadores que estão estudando para se posicionar no mercado de trabalho. “Eu devo tudo que eu vivi, que aprendi na política, eu devo a essa categoria extraordinária chamada ‘metalúrgicos do ABC’. Eu venho na porta da Volks desde 1969. Naquele tempo em que a fábrica tinha mais de 40 mil trabalhadores”, lembrou.

Lula relatou a época em que o berço do sindicalismo paulista chacoalhou o país ao se posicionar contra o regime militar. “Foi na porta da Volks, da Ford e da Mercedes que nós conseguimos fazer com que a classe trabalhadora brasileira se politizasse, fosse pra rua fazer as greves de 78, 79 e 80, para que nós conseguíssemos derrubar o regime militar e conquistar a democracia”, declarou.

O evento contou ainda com a presença de Fernando Haddad (PT), candidato ao governo de São Paulo, Márcio França (PSB), que disputa uma vaga no Senado pelo mesmo estado, Gleisi Hoffman, presidenta nacional do PT e candidata a deputada federal pelo estado do Paraná, além dos sindicalistas Wellington Damasceno, diretor administrativo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, e Moisés Selerges, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.

Fonte: PT

(16/08/2022)

Parada LGBTQIA+ volta às ruas de SP depois de dois anos com o tema “voto com orgulho”

Por Nara Lacerda e Thalita Pires

Organização espera 3,5 milhões de pessoas na primeira edição presencial do evento desde 2019

Depois de dois anos com atividades online, a Parada LGBTQIA+ de São Paulo volta às ruas nesse domingo (19), na Avenida Paulista. Com o tema “Vote com Orgulho – Por uma Política que Representa”, a 26ª edição do evento deve contar com a participação de 3,5 milhões de pessoas, segundo a organização.

O tema deste ano foi escolhido de maneira coletiva, por militantes e ONGs que atuam com a temática LGBTQIA+. “Tivemos três reuniões que convergiram para esse tema”, afirma Renato Viterbo, vice-presidente da Parada LGBT+ de São Paulo.

O objetivo é fazer com que as pessoas reflitam sobre o voto e possam escolher candidatos comprometidos com a causa LGTBQIA+, sem perder de vista as outras injustiças da sociedade. “Estamos com um governo que destruiu políticas públicas e desconstruiu toda a história que o Brasil tinha fora do país”, diz Viterbo. “Isso não foi apenas com as políticas LGBTQIA+, mas para todas as pessoas. Estamos falando de uma questão de sobrevivência.”

Outro objetivo da Parada deste ano é dialogar com os jovens e mostrar a importância da manutenção da democracia. “A juventude, que tem a força para mudar o país, tem que estar atenta para o quanto a democracia é importante”, explica. “Passamos por períodos sombrios e a democracia é algo muito recente, que está ameaçada o tempo todo”.

Festa política

A Parada LGBT+ é encarada por muitos como uma grande festa, mas, se por um lado o evento é de fato uma grande celebração, é sobretudo um ato político. “As paradas do Brasil, dos interiores, são muito importantes porque constroem políticas públicas em suas cidades”, explica Viterbo.

“A Parada de São Paulo discutiu os principais temas e direitos da população LGBTQIA+. Em 2005, a gente falava da parceria civil, e só conseguimos esse direito, pelo Judiciário, em 2013”, lembra. Outros direitos que já foram abordados pela Parada foram a criminalização da homofobia e o uso do nome social, que também foram conquistados ao longo dos anos.

“Isso mostra que a gente está no caminho certo. A parada tem essa função de festa sim, levamos nossa pauta e celebramos o orgulho de sermos quem somos”.

Edição: Rodrigo Durão Coelho

Fonte: Brasil de Fato

(18/02/2022)

Antes de que seja tarde

Os tempos mudaram e não para melhor. Enquanto não há muitos anos atrás estudava-se, pesquisava-se, liam-se livros e consultavam-se estudos e dados, nos dias de hoje qualquer coisa é dita com a maior leviandade, como se o mundo tivesse se liberado da obrigatória necessidade de ir ao encontro da verdade. A verdade foi substituída pelas opiniões, geralmente sem fundamento.

Não interessa mais a realidade, mas, sim, o que sobre ela é dito. O que acontece quando nos distanciamos da realidade, é que deixamos de viver. Passamos a vegetar, a sermos manipuladas e manipulados. O tempo vai passando e a nossa existência vai se desvanecendo em ações estranhas a nós mesmos, a nós mesmas.

Penso o que me dizem para pensar, faço o que me dizem para fazer, sinto o que me forçam a sentir. Para quem vêm desse outro tempo em que éramos obrigados e obrigadas a estudar, pesquisar, analisar, interpretar, comprovar, fundamentar, agir coerentemente, os dias de hoje se assemelham a uma espécie de enterro antecipado.

Cadáveres ambulantes que sequer sabem da sua inexistência, pululam por toda parte, de cima abaixo na pirâmide social. Baniram o pensamento, a ética, a fé, a moralidade, o respeito, a solidariedade, o compromisso com a verdade. E julgam desta forma estarem a viver no melhor dos mundos possíveis.

A descida a este nível de desumanidade não se restringe ao Brasil e ao seu atual desgoverno. Trata-se de um estado da sociedade mais abrangente. O mínimo, o próprio, o singular, o familiar, a comunidade, em suma, a vida vivida, foram preteridos do cenário da humanidade para adotar no seu lugar a vida alheia imposta.

A atual situação de pandemia, com o confinamento obrigatório, têm nos forçado a um novo olhar sobre o que realmente importa. Se não formos capazes de pôr ao nosso favor o conhecimento, a pesquisa, o estudo, a investigação e a ação, de nada terá valido toda esta sacudida.

Continuaremos manada rumo ao matadouro. Olhar para a história e para a filosofia é preciso. Respirar a arte, a poesia, a literatura, a música, a fé. Refazer a vida, dia a dia, todo dia. Antes de que seja tarde.