Como ajudar a refazer o tecido social, a solidariedade, o amor e a justiça?
São perguntas grandes e miúdas ao mesmo tempo.
Cada um de nós, cada uma, sabe o que fazer.
Não estamos aqui para prescrever comportamentos ou linhas de ação.
Apenas queremos lembrar de algo básico:
Todas e todos, todes, temos alguma responsabilidade para que o mundo em que vivemos seja mais digno de ser vivido.
Mais seguro e prazeroso, mais propício para o desenvolvimento de uma vida humana em plenitude.
O poder público, as instituições tem uma grande responsabilidade na execução de políticas públicas includentes, na implementação da justiça social, na preservação e defesa da vida.
Distribuir riqueza e oportunidades, abrir as portas para que entrem aquelas pessoas que o sistema deixa de fora.
Mas a cidadania como um todo tem um papel crucial para que a ordem social esteja de fato apoiada nos valores superiores, e não na cobiça, na ambição de poder, nem menos ainda o ódio ou a raiva.
Lembremos que acabamos de sair de um período absurdo e anômalo, em que o governo federal estava nas mãos da delinquência nazifascista.
Cuidemos da democracia recuperada.
Iniciativas pessoais e comunitárias, familiares e próximas, devem ser um espaço a ser ocupado para que brote o melhor de nós!
A Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) irá sediar, no dia 27 de maio, uma das etapas da Pré-conferência Livre, Democrática e Popular de Saúde. Com o tema “Envelhecimento e Saúde: Em defesa do SUS e da democracia”, o evento é preparatório para a 17ª Conferência Nacional de Saúde (CNS) e tem o objetivo de agregar a população brasileira na construção de propostas para um envelhecimento digno e saudável.
A iniciativa é uma parceria da Escola Politécnica com o Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz), o Sindicato dos Trabalhadores da Fiocruz (Asfoc), o Centro Brasileiro de Estudos em Saúde (Cebes) e a Frente pela Vida.
Para o professor-pesquisador da EPSJV, Daniel Groisman, que coordena o evento pela Fiocruz com o também professor-pesquisador da Escola, Ronaldo Travassos, e com a pesquisadora do Icict/Fiocruz, Dalia Romero, o Brasil retrocedeu, nos últimos anos, em relação às políticas voltadas para a promoção da saúde e proteção aos direitos da pessoa idosa. Ao mesmo tempo, segundo Groisman, a sociedade está cada vez mais envelhecida. “Então, estamos em um momento extremamente desafiador, no qual nunca foi tão urgente avançarmos nas políticas públicas para as gerações que envelhecem. É difícil acreditar que, quase 30 anos após a criação da Política Nacional do Idoso, a gente ainda não tenha avançado, por exemplo, nas políticas de cuidado para as pessoas idosas com maior dependência”, aponta.
Nesse cenário, Groisman destaca que o envelhecimento é transversal à toda a população brasileira. “Envolve a população já idosa, as famílias com idosos, os idosos sem família, os trabalhadores e militantes do tema e também as gerações mais jovens, que um dia também envelhecerão. Assim, esse evento representa uma oportunidade para pessoas de todas as idades, raças, gêneros, da cidade e do campo, de todas as regiões do país, para que possamos encaminhar propostas e eleger delegados para participarem da 17ª Conferência Nacional de Saúde”, ressalta.
Com o tema “Garantir Direitos e Defender o SUS, a Vida e a Democracia – Amanhã vai ser outro dia”, a etapa nacional da 17ª Conferência Nacional de Saúde será realizada de 2 a 5 de julho de 2023, em Brasília.
Envelhecimento e saúde: em defesa do SUS e da democracia
A Conferência Livre e uma etapa preparatória para a 17ª Conferência Nacional de Saúde e tem o objetivo de agregar a população brasileira na construção de propostas para um envelhecimento digno e saudável.
A participação social é um direito e um dos princípios do Sistema Único de Saúde, por isso sua contribuição é fundamental. Nesse dia iremos construir propostas que serão encaminhadas para a Conferência Nacional de Saúde, além disso se obtivermos o quórum necessário, poderemos também eleger delegados para a etapa nacional.
Defender condições de vida dignas para a população idosa é fundamental para o futuro das próximas gerações e para garantir um curso de vida com saúde, dignidade e direitos.
A Conferência será aberta a todas as pessoas: idosas, jovens, adultas, cuidadoras, gestoras, usuárias do SUS e trabalhadoras; integrantes de movimentos sociais; indígenas, moradoras de comunidades, do campo e das cidades; de todos os gêneros e raças. Pelo curso de vida com saúde, dignidade e direitos!
Eixos Temáticos:
1. O envelhecimento no Brasil hoje e o que queremos para amanhã.
2. O papel do controle social e dos movimentos sociais para salvar vidas e envelhecer com dignidade
3. Garantia dos direitos e cuidado da pessoa idosa no SUS: compromisso para uma sociedade justa e democrática
4. Desigualdade, invisibilidade e o papel do SUS: amanhã vai ser outro dia para as gerações que envelhecem?
O presidente Lula enviou uma carta para ser lida na conferência mundial “Para uma Internet Confiável” (Internet for Trust), promovida pela Unesco – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura em Paris, para debater os rumos e desafios do ambiente digital global. O evento, que é o primeiro sobre o tema promovido pelas Nações Unidas, teve início na quarta-feira (22) na capital francesa.
No documento enviado à diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay, Lula alertou para a volumosa disseminação de mentiras durante episódios como a pandemia do novo coronavírus. “A disseminação de desinformação durante a pandemia contribuiu para milhares de mortes. Os discursos de ódio fazem vítimas todos os dias. E os mais atingidos são os setores mais vulneráveis de nossas sociedades”.
Lula lembrou também no texto os ataques realizados no Brasil em 8 de janeiro, cujos episódios de violência representaram o “ápice de uma campanha, iniciada muito antes, que usava, como munição, a mentira e a desinformação”.
Para ele, os ataques tinham como alvos “a democracia e a credibilidade das instituições brasileiras”. De acordo com Lula, essa campanha antidemocrática foi “gestada, organizada e difundida” por meio das diversas plataformas digitais e aplicativos de mensagens. “Repetiu o mesmo método que já tinha gerado atos de violência em outros lugares do mundo. Isso tem que parar”, reforçou ele no documento.
Para Lula, é urgente a união da comunidade internacional para que respostas efetivas sejam dadas ao problema. “Precisamos de equilíbrio. De um lado, é necessário garantir o exercício da liberdade de expressão individual, que é um direito humano fundamental. De outro lado, precisamos assegurar um direito coletivo: o direito de a sociedade receber informações confiáveis, e não a mentira e a desinformação”.
Na visão do presidente brasileiro, apesar dos inúmeros benefícios acarretados pelo desenvolvimento da internet, é fundamental que também se discuta mais profundamente preocupações globais com relação ao ambiente digital, como a concentração do mercado e de poder nas mãos de poucas empresas e países, assim como os riscos à democracia, à convivência entre as pessoas e à saúde pública.
Na carta enviada à organização da conferência, Lula defendeu ainda que a regulação das redes sociais sejam fruto de um amplo debate global, com coordenação multilateral e com ampla participação social nas discussões.
“Para ser eficiente, a regulação das plataformas deve ser elaborada com transparência e muita participação social. E no plano internacional deve ser coordenada multilateralmente. O processo lançado na Unesco, tenho certeza, servirá para construção de um diálogo plural e transparente. Um processo que envolva governos, especialistas e sociedade civil”, argumentou.
O Brasil participa da conferência “Internet for Trust” com uma comitiva formada pelo secretário de Políticas Digitais da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República, João Caldeira Brant, o Procurador-Geral da União, Marcelo Eugenio Feitosa Almeida; a assessora especial do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), Estela Aranha; além de Frederico Assis (Assessoria Especial do Presidente da República) e Alfonso Lages Besada (Ministério das Relações Exteriores), entre outros.
Governo cria GT para combater discurso de ódio
O governo brasileiro, através do Ministério dos Direitos Humanos, criou um grupo de trabalho para propor estratégias no combate ao discurso de ódio e ao extremismo, principalmente nas redes sociais. A portaria com a criação do GT foi publicada na quarta-feira (22) no Diário Oficial da União.
A ex-deputada Manuela D´Ávila (PCdoB) vai coordenar o grupo de trabalho que será formado por cinco representantes do Ministério dos Direitos Humanos e mais outros 24 representantes da sociedade civil.
Entre os integrantes do GT estão o influenciador Felipe Neto, a antropóloga Débora Diniz, o psicanalista Christian Dunker, a cientista social e acadêmica Esther Solano, o cientista política especialista em relações internacionais Guilherme Casarões, a antropóloga Isabela Oliveira Kalil e o epidemiologista Pedro Hallal, entre outros.
Ainda devem participar desse GT representantes de outros ministérios do governo, entre eles a AGU (Advocacia-Geral da União), Educação, Igualdade Racial, Justiça, Mulheres, Povos Indígenas e Secretaria de Comunicação da Presidência.
O grupo, que deverá atuar por um período de 180 dias prorrogáveis, terá como missão assessorar o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, além de elaborar estudos e estratégias para o enfrentamento ao discurso de ódio e atos extremistas.
Em apenas 45 dias desde sua apoteótica investidura no Governo do Brasil, fortemente marcada por uma rica simbologia (haja vista, por exemplo, a entrega da faixa presidencial por uma mulher negra, catadora de resíduos recicláveis), eis que o povo brasileiro, uma semana depois, se sentem duramente atacados pela Intentona de Golpe, no dia 08 de janeiro, ataque e depredação de cada sede dos três Poderes ardilosamente preparados pelas lideranças criminosas da Extrema Direita (articulados pelos bolsonarismo, por militares, por empresários financiadores, entre outros).
Contida essa fúria neofascista, com centenas de prisões e processos instaurados, o povo brasileiro voltaria a ser duramente impactado pela ampla divulgação, no dia 21 de janeiro, de imagens relativas ao genocidio do povo Yanomami, submetido que vinha sendo ao genocidio bolsonarista, com a invasão de sua terras por milhares de garimpeiros, e madeireiros, de líderes do Agronegocio, com a compricidade do Desgoverno Bolsonaro e seus aliados, inclusive figuras das Forças Armadas.
As energias que deveriam mover o novo Governo a pôr em prática, desde os primeiros dias, seu plano de gestão, tiveram que ser desviadas para a contenção da barbárie em curso. Ainda assim, o projeto neofascista continua impedindo a ação governamental tão esperada. Mais um entrave está sendo colocado, neste sentido, desta vez, pelas forças financistas do grande Capital, por meio da excêntrica intrusão que representa a “independência do banco central”, cuja a presidência foi assumida por Roberto Campos Neto, nomeado por Bolsonaro, e cujo cargo deve estender-se até Dezembro de 2024.
Desta perniciosa intromissão direta na gestão de um Governo democraticamente eleito, decorre a sabotagem do Capital financista, de inviabilizar, por meio da fixação pelo Banco Central de uma escandalosa taxa da selic, de 13,75%- algo inexistente em qualquer país do mundo, impedindo com isto qualquer pretensão de investimento e de retomada das atividades econômicas programadas.
Trata-se de uma evidente chantagem da elite financista, com claro objetivo de colocar uma camisa de força no Governo Lula. Esta avaliação não parte apenas de setores da Esquerda.em recente entrevista concedida ao Canal Livre pelo ex Ministro do governo FHC, André Lara Resende (cf. https://www.youtube.com/watch?v=tuPETK1-9kU), um dos principais responsáveis pela elaboração do plano real, que recomendo aos leitores, mostra-se fortemente crítico e contrário à decisão tomada pelo atual Presidente Central.
Outra posição que se manifesta em oposição a mesma decisão, foi exposta pelo Jornalista Luis Nassif ,ao tecer críticas aos entrevistadores e entrevistadoras de Roberto Campos Neto, no Programa Roda Viva:
“No grupo de WhatsApp dos Ministros de Bolsonaro, há menção a afirmações suas de que Bolsonaro venceria as eleições devido às abstenções. Essa conclusão, em sua opinião, inspirou a decisão de utilizar a Polícia Rodoviária Federal para bloquear ônibus com eleitores no nordeste? O “erro” de conta do BC, escondendo o déficit nas contas externas em 2022, teve alguma motivação eleitoral? Porque, dispondo de reservas de 350 bilhões de dólares, o Banco Central permite a volatilidade do câmbio? Porque no início da pandemia, o Banco Central divulgou uma estatística tentando provar que a imunização de rebanho seria melhor para a economia do que a vacinação. Quem encomendou o trabalho? No grupo de WhatsApp dos Ministros de Bolsonaro, há menção a afirmações suas de que Bolsonaro venceria as eleições devido às abstenções. Essa conclusão, em sua opinião, inspirou a decisão de utilizar a Polícia Rodoviária Federal para bloquear ônibus com eleitores no nordeste? O “erro” de conta do BC, escondendo o déficit nas contas externas em 2022, teve alguma motivação eleitoral? Porque, dispondo de reservas de 350 bilhões de dólares, o Banco Central permite a volatilidade do câmbio? Porque o BC deixa o mercado definir a estrutura de taxas de juros longa, essencial para a definição da Selic? O BC procurou estudar, alguma vez, os esquemas de compras de juros futuros, para saber se há movimentos de cartelização? O senhor não considera imoral reuniões fechadas com agentes financeiros, para informá-los sobre as tendências da Selic?”
Nesta mesma toada, desta vez sob a análise crítica de uma figura da esquerda, o historiador e analista político Jones Manoel, vai mais além, ao questionar não apenas a arbitrariedade da fixação da atual taxa SELIC, mas a própria “independência”do banco central, astuciosa estratégia da ditadura rentista, hegemônica no mundo capitalista (cf. https://www.youtube.com/watch?v=HmdZyNBiwM0).
Não é por acaso que, mais de uma vez em textos anteriores, temos recomendados -especialmente aos jovens militantes dos Movimentos Populares- a revisitar os sólidos argumentos suscitando Ladislau Dowbor, seja em seus livros, seja em numerosos e didáticos vídeos, disponibilizados em seu conhecido “site”.
Los actos terroristas en Brasil el domingo pasado son un buen ejemplo para entender hasta dónde pueden llegar personas tomadas por rabia, frustración y elementos de control de masas como la implantación de un miedo patológico a un enemigo imaginario.
Foto: eldesconcierto.cl
Los actos terroristas en Brasil el domingo pasado son un buen ejemplo para entender hasta dónde pueden llegar personas tomadas por rabia, frustración y elementos de control de masas como la implantación de un miedo patológico a un enemigo imaginario.
Durante el día experimentamos una serie de emociones y sentimientos que van cambiando dependiendo del contexto en que nos encontramos y de nuestra historia de vida.
Tomamos decisiones y enfrentamos situaciones de mejor o peor manera dependiendo de la disposición emocional y, muchas veces, nos arrepentimos de algunas decisiones que fueron tomadas cuando la emoción que nos guiaba era la tristeza o la rabia.
Humberto Maturana plantea que las emociones son disposiciones corporales dinámicas que definen los distintos dominios de acción en que nos movemos y todos los que pertenecemos al Reino Animalia las tenemos. Todas las acciones que realizamos se fundan en una emoción que la hace posible.
La frustración es una emoción que se manifiesta con la sensación de incomodidad que aparece cuando algo no sale tal como lo esperábamos. Esta emoción empieza desde muy temprana edad, de hecho, desde el mismo día en que nacemos y dejamos el ambiente cómodo y seguro en el útero donde todas nuestras necesidades son atendidas. Al nacer, lloramos cuando tenemos hambre, frío o cualquier malestar que todavía no sabemos distinguir. Este llanto es la primera forma que encontramos para manifestar la frustración y quienes han convivido con niños y niñas de 3 ó 4 años saben que la forma de manifestarla tiende a empeorar.
En general, la frustración viene acompañada de otras emociones como la ira y esta emoción estimula la producción de hormonas de estrés como el cortisol y la adrenalina. Cuando nuestro organismo se ve tomado por el exceso de cortisol disminuye la serotonina (la hormona de la felicidad) y esto aumenta el comportamiento agresivo, aunque es importante considerar que la manifestación del enojo varía de una cultura a otra. Cuando hay un elevado nivel de cortisol también se suprimen las actividades en el córtex prefrontal y en el hipocampo. Al disminuir la actividad del córtex prefrontal dejamos de tomar decisiones “sensatas” y perdemos la memoria de corto plazo conforme disminuye la actividad en el hipocampo.
En palabras más fáciles: cuando alguien se siente frustrado y enojado porque no obtuvo lo que deseaba, actuará con un cerebro que disminuyó su capacidad de reflexionar sobre su entorno.
Felizmente, no todas las personas agreden a otras cuando se sienten frustradas. Estas personas aprendieron, probablemente en su infancia, que esta incómoda sensación por no haber obtenido lo deseado pasa en pocos minutos. Estas personas también aprendieron que la frustración nos enseña a modelar los deseos, a aumentar nuestra perseverancia y, principalmente, a manejar de modo funcional la emoción de la ira.
Lamentablemente, otras personas no lo aprendieron y, tomadas por la rabia que la frustración les generó, cometerán actos violentos hacia otras o hacia ellos mismos.
No me detendré a analizar aspectos considerados patológicos y tampoco me detendré a explicar métodos de enseñar a niños y niñas a lidiar con la frustración. Sí explicaré que hay situaciones en la vida cotidiana que pueden generar impulsos no deseables solo por el hecho de no saber lidiar con la frustración que un “no” provoca.
Los actos terroristas en Brasil el domingo pasado son un buen ejemplo para entender hasta dónde pueden llegar personas tomadas por rabia, frustración y elementos de control de masas como la implantación de un miedo patológico a un enemigo imaginario.
Tal como aquel machista frustrado que agrede a su esposa cuando ella le dice que no lo quiere más, los terroristas brasileños incentivados por su ex Presidente que no sabe lidiar con la frustración ni con su control de impulsos, decidieron invadir los edificios de los tres poderes de la capital brasileña y en el camino destruir todo lo que estaba por delante, incluso poniendo en riesgo a la democracia.
Hombres y mujeres que dejaron de lado la capacidad de tomar decisiones que no dañen a otras personas, decidieron demostrar su rabia por no haber conseguido ganar una elección.
Estas personas ya venían demostrando un grado bastante elevado de los síntomas de descontrol descritos, llegando incluso a pedir ayuda a “extraterrestres” para que las Fuerzas Armadas se tomaran en poder.
A estas personas, que no soportan la frustración de la pérdida política, no les importó dañar obras de arte y objetos de inmensurable valor. Tampoco robar lo que encontraron mientras rompían, con palos y objetos contundentes, muebles, escritorios, fotografías, computadores y vidrios. Secuestraron y golpearon a periodistas y, como si todo esto fuera una gran fiesta para descargar frustraciones, se filmaron y se fotografiaron orinando y defecando en las dependencias de los edificios de los tres poderes de Brasil.
Tal como los hacen siempre los machistas violentos, algunos encontraron justificativa para sus actos y otros niegan haberlos cometido.
La justicia decidirá quiénes son los culpables, quiénes incentivaron y financiaron estos actos de barbarie y lo más probable es que algunos, no todos, sean detenidos. Pero las marcas dejadas en el alma de la democracia brasileña no se borrarán con restauraciones o prisiones.
La marca que estas personas dejaron en Brasil permanecerá por mucho tiempo y, espero, que la memoria colectiva nos ayude a recordar estos actos la próxima vez que se escoja un gobernante, especialmente si en el concurso electoral compite uno que demostró, desde siempre, su violencia, su machismo y su falta de respeto por la vida.
As manchetes dos jornais na Argentina foram dedicadas ao ataque bolsonarista em Brasília e os desdobramentos do caso durante os primeiros dias desta semana. O país que será destino da primeira visita internacional do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) põe especial atenção ao ocorrido no território vizinho, parceiro estratégico em termos de comércio e aliança política.
Segundo a agenda presidencial, Lula aterrissará na Argentina do próximo dia 23, onde se reunirá com o presidente Alberto Fernández e participará da próxima cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), no dia 24, em Buenos Aires. O Brasil participa desta reunião como convidado especial, uma vez que o país se retirou da CELAC sob o governo de Jair Bolsonaro (PL).
“A tentativa de golpe foi muito forte na Argentina, pela proximidade, afinidade e importância que o Brasil tem para a Argentina”, destaca o jornalista e analista internacional Gerardo Szalkowicz, mencionando o majoritário repúdio ao atentado por parte do arco político argentino.
Bandeiras do Brasil e da Argentina durante ato pela democracia em Buenos Aires, em repúdio ao atentado golpista em Brasília / Juliano Mazzuchini
O embaixador argentino no Brasil, Daniel Scioli,, classificou o ocorrido como sendo “muito mais grave do que aconteceu no Capitólio”, em entrevista à rádio argentina Rivadavia, na segunda-feira (9). “É um acontecimento inédito, sem precedentes, de uma violência e uma atitude terrorista e golpista”, disse o embaixador. “Há um grande questionamento sobre a polícia militar e as forças de segurança.”
“Conhecemos o temperamento e o comedimento de Lula, um homem capaz de superar adversidades”, continuou Scioli. “Esperemos que no dia 23 esteja na Argentina porque temos um grande acordo com Brasil, que viemos trabalhando com ele e sua equipe de integração nas distintas áreas do governo, que dará um grande impulso à Argentina.”
Com a presença de Lula na cúpula da CELAC, o tema da integração regional deverá ser tratado com ênfase, segundo o ministro argentino das Relações Exteriores Santiago Cafiero. “Não se trata apenas de uma integração econômica ou financeira, mas de fortalecer as instituições democráticas de cada país”, disse o chanceler à rádio El Destape.
Lula é visto como líder regional
No país vizinho, há uma alta expectativa de que Lula retome o lugar de liderança na região quando o assunto é integração, tanto por parte do governo atual da Frente de Todos quanto por organizações sociais internacionalistas.
“Será um acontecimento que o Brasil volte a integrar a CELAC, e que possa dinamizá-la e oxigená-la”, afirma Szalkowicz, que diz ter esperança de que Lula aponte para uma agenda extraoficial para dialogar com os movimentos sociais e sindicais da Argentina. Essas pontes são parte fundamental, segundo o jornalista, para enfrentar a investida da extrema direita na América Latina e o Caribe.
“O que aconteceu no Brasil foi uma explícita demonstração da estratégia das direitas, desde o golpe de Honduras, no Paraguai, incluindo o golpe parlamentar no Brasil em 2016, o golpe da Bolívia, em 2019, a tentativa de magnicídio e de proscrição política contra Cristina Kirchner e a perseguição contra Pedro Castillo no Peru. Não são situações isoladas. Quando não ganham nas urnas, a direita não tem problema em pisotear a democracia.”
A ativista Beverly Keene, da organização Diálogos 2000, esteve presente na mobilização em defesa da democracia em Buenos Aires, em frente à embaixada brasileira na segunda (9). Em diálogo com o Brasil de Fato, destacou que, mesmo com as limitações do contexto, o governo de Lula traz “ventos de integração e irmandade que a América Latina e o Caribe precisam”, em um contexto de processos democráticos abalados recentemente em distintos países.
“Será um ano difícil em toda a região. A democracia que construímos nos anos pós-ditadura é muito frágil. A desigualdade e a falta de ferramentas básicas para a vida das grandes maiorias se traduz em que as pessoas não se sentem representadas ou incluídas nela”, diz. “Na reunião presidencial da CELAC, deve-se discutir a situação, por exemplo, do Peru, onde o povo ocupa as ruas para defender seu direito a decidir seu governo, e do Haiti, também atualmente mobilizado por sua soberania e para definir sua própria forma de governo e representantes.”
No caso da Argentina, o impacto da notícia sobre o atentado em Brasília fez eco nas recentes investidas antidemocráticas nacionais, tendo como estopim a tentativa de assassinato da vice-presidenta Cristina Kirchner, em setembro do ano passado. “Antes do atentado à vice-presidenta, houve vários episódios de grupos que se expressaram de forma violenta. Há algo que não é levado suficientemente a sério, não há contenção de ação suficiente sobre esses grupos”, diz Amílcar Salas Oroño, doutor em ciências sociais da Celag, referindo-se à assimetria entre a ação das autoridades diante das mobilizações que geraram distúrbios e pediam golpe de Estado desde o início.
“Situações como essa explicitam uma preocupação vigente na América Latina sobre o papel não só dos militares, mas o das polícias. Na Argentina, houve uma mobilização policial durante a pandemia, e aí surge um conflito que deveria ser priorizado”, pontua Oroño.