Nestas minhas duas veredas convergentes, o que pude ver e continuo a ver, é que há dois lados em confronto
Um lado da sociedade que trabalha, estuda, pesquisa, constrói, presta serviços
E um outro lado, minoritário, que vive às custas de quem trabalha, mente, engana, desfruta de privilégios indevidos, e fica impune
A justiça deveria regular a coexistência não apenas entre estes dois lados, mas ainda mais: deveria ensinar a todas e todos, que temos que nos respeitar mutuamente
Quando a justiça deixa de ser justiça e assume o papel de sócia da injustiça, está tudo perdido
Nestes últimos 10 anos, o que temos visto é uma minuciosa destruição do tecido social, a quebra da ordem pela ação de pessoas e grupos que mentem, enganam, difamam, caluniam.
Instalaram o ódio, a desconfiança, a discriminação contra mulheres, comunidade LGBTQIA+, pessoas negras, etc.
Racharam a sociedade ao ponto de apagarem o raciocínio, cancelando a necessária reflexão que nos torna donos e donas dos nossos atos
As pessoas que praticaram os atos vergonhosos de 8 de janeiro em Brasília, destruindo os prédios dos Três Poderes da república, quebraram algo mais do que objetos
Quebraram a esperança. Danificaram a confiança
Ficou escancarado que as forças armadas, a polícia, não defendem o país nem a população. Servem à destruição e à conduta criminosa
Somente a Justiça poderá refazer o que foi destruído. E não será com discursos nem declarações.
Deverá ser com ações. Processos, prisões, condenações. Sem uma clara delimitação entre o que seja normal e aceito, correto, e o que seja crime, estaremos nas mãos de bandas criminosas da pior espécie, como de fato estamos até o momento.
A história ensina que a inação diante de hordas criminosas abre o espaço para regimes de terrorismo de estado como nazismo, o fascismo, as ditaduras.
Com a palavra, a Justiça.
Doutor em sociologia (Universidade de São Paulo). Mestre em sociologia (IUPERJ-Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro). Licenciado em sociologia (Universidad Nacional de Cuyo, Mendoza, Argentina). Professor aposentado da UFPB. Terapeuta Comunitário Formador. Escritor. Membro do MISC-PB Movimento Integrado de Saúde Comunitária da Paraíba. Autor de “Max Weber: ciência e valores” (São Paulo: Cortez Editora). Vários dos meus livros estão disponíveis on line gratuitamente: https://consciencia.net/mis-libros-on-line-meus-livros/