Cuando me hago esta pregunta, veo la trayectoria total de mi vida. Los caminos que me trajeron hasta aquí. La persona que soy en sus múltiples dimensiones.
El arte. El juego
La acción educativa
El humor
La fe. La familia.
Voy a enumerar hasta ocho campos de actuación.
La sociología. La ciencia.
La poesía.
¿Qué es lo que une, lo que junta todo esto?
Un sentimiento, o varios.
¿Cuáles son mis vulnerablidades o fragilidades?
Una sensación como de inadecuación, no pertenecimiento, extrañeza.
¿Cómo es que esto es una fortaleza para mí?
¿Consigo ver el nexo entre una cosa y otra?
Justamente lo que me mueve y me mantiene activo, es esa sensación de desborde, de impulso contínuo hacia algo que quiero alcanzar.
Como si no hubiera fronteras entre yo y el mundo.
Esto me fuerza a un equilibrio constante. Una atención permanente para no chocar contra los límites establecidos socialmente. Choco y vuelvo.
Me doy cuenta de que es natural. Soy así. No hay nada de malo, nada equivocado, ninguna deficiencia ni defecto.
Busco constantemente algo que está en mí y me envuelve.
Me perdono por ser así y no de otra manera. Me abro al entorno buscando acogimiento.
Lo encuentro pues sinceramente necesito imperiosamente, vitalmente, saber que tengo un lugar en el mundo.
Doutor em sociologia (Universidade de São Paulo). Mestre em sociologia (IUPERJ). Licenciado em sociologia (Universidad Nacional de Cuyo, Mendoza, Argentina). Professor aposentado da UFPB. Terapeuta Comunitário Formador. Escritor. Membro do MISC-PB Movimento Integrado de Saúde Comunitária da Paraíba. Vários dos meus livros estão disponíveis on line gratuitamente: https://consciencia.net/mis-libros-on-line-meus-livros/
Segue em curso a XII Semana Teológica Pe. José Comblin (STPJC), que se estende por vários meses de trabalho, quatro jornadas comunitárias, além da Sessão de encerramento, marcada para o dia 25 de setembro vindouro.
Esta XII edição de STPJC, organizada por diversos grupos e coletivos (Kairós, CPT, Coletivo Feminista, CEBI, Comunidades organizadas em volta de Café do Vento, entre outros), tem como tema central: “Os pobres e Pe. José Comblin nos ensinam a caminhar no Caminho de Jesus”, que se desdobra em outros temas conexos, trabalhados durante as jornadas comunitárias: “Fé e Evangelho na vida cotidiana”, “humanizar a humanidade: o rosto humano de Jesus”, “Evangelho não é Religião”, além de reflexões sobre o tema central da XII STPJC, durante a Sessão de encerramento.
No domingo, 26/06/2022, realizamos a II Jornada Comunitária, que teve lugar no Centro de Formação Pe. José Comblin, em Café do Vento. Acolhidos pelo Pe. Hermínio Canova, que, juntamente com Rolando Lazarte, coordenou os trabalhos do Encontro, do qual participaram em torno de vinte pessoas: representantes do Kairós, do Coletivo Feminista, do CPT, de vários grupos de jovens das comunidades em volta de Café do Vento, procedentes de Sobrado, Sapé, Riachão do Poço, São Miguel de Taipu, Pilar, Caldeiras Brandão, Riacho do Gado…
A Segunda Jornada Comunitária se inspirou no tema “Fé e Evangelho na vida cotidiana”, como havia sido escolhido desde a I Jornada. Pe. Hermínio Canova e Rolando Lazarte coordenaram o Encontro. De início, coube ao Pe. Hermínio Canova apresentar para os participantes do Encontro, muitos dos quais eram jovens que se faziam presentes pela primeira vez, uma síntese das últimas STPJC, bem como especificamente acerca do tema central da XII STPJC (“os pobres e o Pe. José Comblin nos ensinam a caminhar no Caminho de Jesus”). Coube a Pe. Hermínio e a Elinaide explicitarem o sentido da Teologia, já que estamos vivenciando a XII STPJC. Sublinharam tratar-se do estudo sistemático e metodológico da ideia que os humanos têm de Deus muitas vezes atribuindo a Deus predicados humanos. A reflexão prosseguiu com diversas outras intervenções. Um dos entendimentos expressos acentua a teologia como uma estratégia usada e abusada pelo Clero, ao longo da história da Igreja para afirmar-se como Classe ou casta, com o objetivo de ditarem normas de crença e conduta dos leigos e leigas. Por outro lado, não esqueçamos que, a despeito de tal hegemonia, sempre houve e há da parte das “minorias abraâmicas” a produção de uma teologia alternativa, tal como a Teologia da Libertação e a Teologia Feminista, que teologizam a partir do povo dos pobres.
Neste sentido, destacam o aprendizado recíproco: Comblin, como verdadeiro discípulo de Jesus, de quem os pobres são os prediletos, em sua longa convivência com o povo da América Latina, muito aprendeu a viver a insegurança dos pobres, ao mesmo tempo em que, como grande teólogo, pastor e profeta, empenhou-se incansavelmente em rememorar o espírito do Evangelho, ajudando o povo dos pobres a discernir os apelos do Evangelho frente aos contra-valores que impregnam a cultura das classes dominantes.
A leitura orante e comunitária do Evangelho nos permite, pessoal e comunitariamente, não apenas desmascarar esses contravalores, como também fazemos uma leitura crítica da realidade, com o objetivo de transformá-la, conforme o espírito do Movimento de Jesus.
Dando sequência as reflexões, coube a Rolando Lazarte compartilhar, como coordernador dos trabalhos, distintos aspectos de seu sentir acerca do tema da Jornada. Expressou seu encanto pelas afinidades encontradas entre o Papa Francisco, o Pe. Comblin e o Antropólogo Aldaberto Barreto, fundador do Movimento Terapia Comunitária Integrativa (TCI): as três personalidades se empenham em ressaltar a incidência da Fé e do Evangelho nas relações do dia a dia. Os três, cada qual atuando em seu modo e conforme o contexto em que atuam, sublinham a relevância de se testemunhar os Valores do Evangelho, desde as ações mais simples do cotidiano.
Maria Oliveira, formadora do Movimento Terapia Comunitária Integrativa, compartilhou o relato de diversas experiências, nos trabalhos da TCI, ilustrando a eficácia da partilha fraterna de experiências, observadas nas rodas de conversa.
Da parte dos jovens participantes surgiam uma dúvida: diante do Evangelho que apresenta um Jesus pobre entre os pobres, será que nós também não somos chamados a ser pobres? Das sucessivas falas compartilhadas, formou-se um certo consenso, de que importa distinguir entre pobreza e miséria. Para Jesus, pobreza deve ser uma opção a ser tomada por seus discípulos e discípulas, com abertura e liberdade, assegurada a satisfação das necessidades básicas como sugere o texto dos Atos dos apóstolos (“e todos repartiam o pão, e não haviam necessitados.”), enquanto a miséria deve ser sempre combatida por desfigurar o ser humano em sua dignidade.
A Segunda Jornada foi encerrada com a confraternização dos participantes, com brindes e um saboroso almoço preparado por Maria José.
“A ação cristã é uma ação de tipo pessoal: faz com que apareça a pessoa esquecida.” Padre José Comblin
Esta reflexão do Padre Comblin nos traz para uma questão central na vivência da fé. A fé é mais do que uma crença ou uma adesão intelectual. É um dado anterior à vida.
Pela fé, a pessoa passa a acreditar em si mesma, no seu futuro e na sua comunidade.
Algo semelhante encontramos na Terapia Comunitária Integrativa de Adalberto Barreto. A pessoa passa a ser o centro. Passamos a ser o ator principal da nossa própria vida, ao invés de meras marioneste a atender demandas externas.
O Papa Francisco veio refroçar estas questões cruciais desde o começo do seu papado. No começo da pandemia, perguntou: “Aonde estávamos indo com tanta pressa?”
A vida não pode estar nas mãos de engrenagens de dominação ou opressão.
O resgate do nosso ser total pode e deve começar desde dentro de nós mesmos/as.
Lançamos aqui este desafio. Venha conversar conosco! Traga as suas experiências!
Temos tentado manter desde o início desta revista, um espírito construtivo.
Apoiando e promovendo a defesa tanto dos Direitos Humanos, quanto distintas formas de realização da vida humana em plenitude.
Isto significa estimular nas pessoas o desenvolvimento do seu potencial resiliente, o espírito comunitário, que nos leva a privilegiar o que une ao invés do que nos separa e opõe.
Acreditamos que desta maneira estamos colaborando com a preservação e saúde do tecido social, tão seriamente danificado por vários fatores.
Um deles, o discurso do ódio, tão amplamente difundido pelas chamadas “redes sociais”.
Um outro, não menos importante e estreitamente conectado com o anterior, a difusão de atitudes negativas com relação a outros seres humanos, não importa quem sejam.
Um terceiro, a difusão de atitudes negativas com relação à história, à memória, os valores superiores.
Este quadro perverso e adverso está sendo um desafio para pessoas que, como nós, valorizamos os pequenos esforços cotidianos, o dar as mãos, a construção coletiva.
A vida é uma prova contínua. Não somos um movimento de massas nem acreditamos em transformações que dispensem a tomada de decisões e responsabilidades claras e firmes no interior de cada ser humano.
A pandemia, o confinamento, o golpe de estado de 2016 e a instalação do regime autoritário em 2018, têm potenciado a capacidade resiliente de muitas pessoas e comunidades.
A construção de vínculos solidários positivos, a promoção do senso de pertencimento, o acolhimento, a escuta com o coração, a fala desde o coração, são outros tantos recursos positivos que tivemos que desenterrar e reavivar.
Temos plena consciência da brevidade do tempo. Daí a nossa teimosa insistência numa esperança ativa que volte o nosso olhar, nosso sentimento e a nossa ação, para aquilo que não morre. O amor. A fé em nós mesmos e nós mesmas.
A certeza de que não estamos sós, mas que fazemos parte, com tudo que nos rodeia, de uma amorosidade infinita que nos aguarda no fim do caminho, que não é fim, mas recomeço.
A vida bela é uma obra de arte. É a obra de arte por excelência. É um esforço cotidiano centrado e focado no amor, que nos vai dando a pauta do que fazer, por onde ir, o que dizer ou não dizer.
Os anos passam, os dias passam, passam as horas. Uma hora passaremos nós também. Que tenhamos deixado um rastro de amor e consequência.
Só se vive uma vez. A vida não é descartável. É perene. Renova-se constantemente, com tanta mais força quanto maiores os desafios a enfrentar.
Partilhe conosco as suas experiências! Vamos reforçar esta corrente solidária!
Era uma palavra muito escutada e pronunciada nos anos 1960.
Continua a ser uma palavra que mobiliza, neste século XXI em que parece que temos nos tornado presos e presas numa jaula de aço.
O que é a libertação?
Não vamos dissertar nem desenvolver uma reflexão de tipo acadêmico, mas sim vivencial. Apoiados, certamente, nas buscas e achados da pesquisa científica, que embasa este conceito ou noção.*
Trata-se de uma pessoa, comunidade, povo, nação ou coletivo maior (humanidade) vir a ser quem é, sem quaisquer constrangimento ou restrição à sua própria natureza essencial.
Uma olhada pelas páginas da história nos mostra como esta busca é incessante.
Práticamente poderíamos dizer que a própria humanidade é uma busca da liberdade.
Mas que tipo de liberdade? O que é liberdade? É um sinônimo da libertação?
Muitos textos desta revista estão inspirados e motivados pela busca de uma humanidade autêntica.
O que é que isto significa?
Virmos a ser quem somos, essencialmente, realmente, concretamente.
Não importa qual seja a sua idade, nem onde você esteja a morar, ou em que país você tenha nascido, nem tampouco qual a sua classe social nem etnia ou religião.
Importa que você é uma pessoa única e irrepetível.
Isto faz com que a sua caminhada em busca de si mesma ou de si mesmo, constantemente a ponha frente a frente com normas e leis.
Qual o papel do indivíduo na história?
Hoje muito se fala em “liberdade”, entendendo como tal, fazer o que eu quero, sem ligar para os demais.
Isto é um bastardeamento da palavra. Um sucateamento do seu significado. Liberdade é ser quem eu sou, em todas as minhas dimensões, uma das quais é a da responsabilidade.
Uma outra dimensão humana é a da colaboração, reciprocidade, solidariedade.
Constantemente e em todo momento somos remetidos e remetidas a outras pessoas.
Cada pequena coisa que fazemos ou deixamos de fazer, está a nos relacionar com outras pessoas. Nada somos nem fazemos em solidão.
A sociabilidade, portanto, é uma outra dimensão essencial do ser humano.
Mas qual é a sociabilidade libertadora, e qual a alienante?
Vocês podem ter percebido que aqui temos mais perguntas do que respostas.
A intenção é a de mobilizar, movimentar, estimular o desenvolvimento de buscas pessoas e coletivas, grupais.
Não tentamos impor visões de mundo, embora tenhamos as nossas.
O nosso propósito é promover o desenvolvimento integral da pessoa humana em todas as suas dimensões.
Uma prática pedagógica e cotidiana libertadora é a que me faz saber da minha multiplicidade, a minha diversidade, a totalidade em movimento que eu sou.
Eu não caibo em nenhuma doutrina nem teoria ou dogma.
Posso criar, devo criar, se de fato quero me tornar uma pessoa humana plena e feliz, ativa e livre, formas pessoais de existência.
Olhar em volta e para dentro, sempre.
Faça-nos chegar as suas impressões e experiências! Somos um canal aberto para o crescimento!
Bibliografia:
José Comblin, Vocação para a liberdade
Erich Fromm, O medo à liberdade
Paulo Freire, A educação como prática da liberdade
Adalberto Barreto, Terapia Comunitária passo a passo
Ninguém liberta ninguém, ninguém se liberta sozinho ou sozinha. As pessoas se libertam em comunidade, mediadas pelo mundo. (Paulo Freire)
Muitos anos se passaram já desde o começo da minha vida.
Mesmo sem ter-me dado muita conta, envelheci.
Agora me toca compreender o que venho aprendendo a partir da minha experiência em situações de guerra.
Guerra não é apenas ameaça de morte, medo.
É também invasão, pressão excessiva, incerteza sobre tudo ou quase tudo.
Quando digo que a paz se faz, é porque tudo que é humano é feito. Nada está dado. Depende de nós.
Somar, agregar, abrir portas, construir pontes.
A paz depende mais bem disto: de saber que podemos ser quem somos.
Violência é invasão da privacidade. Agressão à individualidade, padronização, homogeneização, desconhecimento das diferenças.
Tudo isso é guerra. E temo-nos acostumado a considerar que é normal. Não é. De jeito nenhum. É a própria negação da humanidade.
Programas de TV que estimulam a depreciação das pessoas, atiçam a hostilidade diante da diferença, exacerbam a intolerância.
Isso é incitação à violência. Guerra se faz assim. Construir a outra pessoa como inimiga. Desfazer o diálogo. Desfazer a escuta,
Confundir a percepção.
A paz se faz no sentido contrário a estas tendências e comportamentos. Esclarecer, escutar, prestar atenção, ouvir, refletir, confiar, aprender com as outras pessoas.
Não é necessário optar pelo suicídio coletivo. Podemos optar pela vida. Esta é uma situação recorrente. Nós podemos, gente!
A sociologia, a educação transformadora, a inclusão social, a Terapia Comunitária Integrativa, a literatura e a poesia, são outras tantas ferramentas humanizadoras que podem e devem ser usadas para reconstruir a opção pela vida.
O mercado não é tudo, a moda não é tudo, o consumismo não é tudo.
Quando digo que a paz é possível, é porque não vejo outra possibilidade. Paz com o passado, aceitação da pessoa que somos, imersão nessa mutação constante que é a vida cotidiana.
Consciência não é algo que temos ou não temos. É uma opção que fazemos pela vida ou pela morte. O neonazismo instalado no poder no Brasil, naturalizado, pode e deve ser combatido em todas as frentes.
A frente interna, acolhendo a minha própria diversidade, a frente familiar, aceitando e confiando nas pessoas mais próximas, exercitando a solidariedade, a frente comunitária, acolhendo o sentir das pessoas, antes de meramente rejeitar ou agredir.
Doutor em sociologia (Universidade de São Paulo). Mestre em sociologia (IUPERJ). Licenciado em sociologia (Universidad Nacional de Cuyo, Mendoza, Argentina). Professor aposentado da UFPB. Terapeuta Comunitário Formador. Escritor. Membro do MISC-PB Movimento Integrado de Saúde Comunitária da Paraíba. Vários dos meus livros estão disponíveis on line gratuitamente: https://consciencia.net/mis-libros-on-line-meus-livros/