Doutor em sociologia (Universidade de São Paulo). Mestre em sociologia (IUPERJ). Licenciado em sociologia (Universidad Nacional de Cuyo, Mendoza, Argentina). Professor aposentado da UFPB. Terapeuta Comunitário Formador. Escritor. Membro do MISC-PB Movimento Integrado de Saúde Comunitária da Paraíba. Vários dos meus livros estão disponíveis on line gratuitamente: https://consciencia.net/mis-libros-on-line-meus-livros/
Em quase dez anos de pontificado, Francisco falou várias vezes sobre a alegria e agora será lançado o livro “La gioia” (A Alegria) que reúne vários pensamentos seus sobre o assunto. A introdução é de Mons. Dario Edoardo Viganò, que explica o significado desta atitude para os cristãos: “Não simples otimismo, mas sim a capacidade de olhar a história através do olhar de Deus”
“A alegria dos fiéis não é ingenuidade ou incapacidade de ver os problemas da história”. Mons. Dario Edoardo Viganò, vice-chanceler da Pontifícia Academia das Ciências e das Ciências Sociais, ilustra assim o livro intitulado “A Alegria”, no qual escreveu a introdução. Um texto desejado pelo Papa, que reúne textos nos quais falou sobre este tema – extraído de encíclicas, homilias, discursos e mensagens – com o objetivo de dar ao leitor a oportunidade de embarcar no seu próprio caminho pessoal. “Não é um livro que se lê da primeira à última página, mas pode ser lido de forma desordenada”, explica Viganò. Na verdade, continua, “são textos que, especialmente neste momento de palavras gritadas, notícias terríveis e mortes, permitem alargar o coração, erguer o olhar e reapropriar-se da experiência de ser cristão”.
A alegria do vinho
“A Igreja é uma experiência de povo que vive a alegria”, esclarece o religioso, convidando-nos a refletir sobre a experiência das Bodas de Caná. A história do primeiro milagre de Jesus tem como ponto central o casamento, no qual, entretanto, falta um elemento importante, o vinho, que é um sinal de alegria. “Os jarros de purificação estão vazios”, sublinha o Viganò. E este é o símbolo de uma relação de amor agora consumada entre Deus e seu povo. Nem mesmo a lei e a purificação podem restaurar a paixão dessa relação. “É por isso que Jesus não está presente, mas é convidado”, continua. “De fato, é Cristo quem traz o vinho novo, sancionando assim uma aliança nova, eterna, última e definitiva”. Uma aliança que nasce neste primeiro grande milagre do vinho, ou seja, da alegria. É por isso que para Viganò “a Igreja é um povo de homens e mulheres que não vivem sob a Lei, mas que vivem na alegria de serem filhos e filhas de Deus”.
A alegria de viver do jeito de Deus
O dom do batismo nos permite receber a vida de Deus, tornando-nos assim filhos no seu filho Jesus. E isto nos torna capazes de viver as relações, em relação ao mundo ou a criação, no modo do Senhor. “Portanto a prioridade”, afirma, “não é o eu, mas sobretudo o outro, assim como é para Deus, cuja prioridade sempre foi o filho”. Ao contrário do que acontece com o ladrão crucificado no Calvário, que naquela ocasião diz a Jesus: ‘Se és realmente o Filho de Deus, salva-te a ti mesmo, e depois me salve também’. “Se não se vive a filiação em Deus”, continua Viganò, “os relacionamentos só serão instrumentais e funcionais, enquanto viver a alegria significa sentir a urgência de viver no modo de Deus”.
A estrutura narrativa
Para facilitar a leitura, o livro foi dividido em três áreas temáticas, ou melhor, em ‘três percursos de aproximação à alegria’, que são delineados a partir de três verbos: ‘ser’, ou seja, a identificação da alegria entendida como uma atitude pessoal e espiritual; ‘compartilhar’, que é a alegria no compromisso e na amizade social; ‘testemunhar’, que é a alegria de viver no modo de Deus. “Ler este livro”, assinala ainda, “é como caminhar nas páginas, da mesma forma que os discípulos de Emaús”. Nesta passagem do Evangelho, os discípulos só reconhecem Jesus ao partir o pão, mas se perguntam: ‘Será que ele não chega ao nosso coração enquanto conversa conosco?’ “O Espírito Santo”, conclui, “prepara o homem e a mulher para reconhecer o Senhor no ato de compartilhar o pão, mas ele trabalha antes disso, também quando estamos caminhando com uma pessoa que é desconhecida”.
Doutor em sociologia (Universidade de São Paulo). Mestre em sociologia (IUPERJ). Licenciado em sociologia (Universidad Nacional de Cuyo, Mendoza, Argentina). Professor aposentado da UFPB. Terapeuta Comunitário Formador. Escritor. Membro do MISC-PB Movimento Integrado de Saúde Comunitária da Paraíba. Vários dos meus livros estão disponíveis on line gratuitamente: https://consciencia.net/mis-libros-on-line-meus-livros/
Sair de casa e se deparar com alguém lendo Guimarães Rosa. De repente, ao sair com seu companheiro ou companheira, ser surpreendido por alguém lendo Machado de Assis, em um café ou lanchonete.
E no piquenique, seu filho brincando ver, subitamente, alguém lendo Cecília Meireles.
E nas páginas policiais de um jornal, todos os dias, ler um escrito de Jorge Amado, Vinícius de Morais e Carlos Drumond de Andrade.
Quem entra numa biblioteca não tem apreço pela ignorância. Está premeditando praticar um atentado contra o desconhecimento, uma emboscada à desinformação.
Fico imaginando um mundo com as facções disputando em rodas de leitura quem vai espalhar obras do Arcadismo, do Romantismo, do Realismo e do Parnasianismo.
Fico pensando qual será minha reação se, andando despreocupadamente pela rua, alguém armado com um livro, disser: parado aí, isso é um poema! E me atingir com rimas de Cora Coralina.
E se no cruzamento, com o sinal fechado, alguém bater no vidro e, de livro em punho, anunciar um trecho de João Cabral de Melo Neto.
Já pensaram se em vez de violência contra a mulher os homens passarem a praticar leitura com as mulheres. Ou num ato mais tresloucado ainda, dedicar-lhes poesias.
Poesias são melhores do que rosas e flores, pois podem ter todos os cheiros, todas as cores e podem ser despetaladas com bem me quer e mais me quer e não murcham nunca.
Se todo cidadão tiver a autorização para portar um livro, inclusive fora de casa, ele estará seguro contra a idiotice, a burrice e a incompetência.
Faltou o apedeuta dizer que se ele não for reeleito ouviremos por aí, absurdos como “analfabeto bom é analfabeto letrado” ou, então, como “razão em cima de tudo, amor em cima de todos”.
Já que Lula está livre, a palavra de ordem agora é Lula livro.