Esta revista é um lugar de defesa da humanidade. Isto não se faz apenas com declarações ou denúncias. Se faz com um trabalho cotidiano em defesa da ordem social e política.
A defesa da vida é um exercício diário de construção e potenciação da capacidade humana resiliente. O que temos aprendido ao longo da vida? Que é necessário, é imprescindível resistir aos golpes de estado e a todo tipo de abuso cometido por quem quer que seja.
O desafio do viver impõe que a cada golpe ou agressão recebida, desenvolvamos uma capacidade correspondente de superação e enfrentamento. Os anos dos desgovernos Temer e Bolsonaro ofereceram o lamentável espetáculo da delinquência institucionalizada cometendo todo tipo de abusos. Isto acabou com o retorno à normalidade institucional.
Pena que os militares golpistas não sejam julgados e punidos. Isto incentiva a reincidência. Tem que acabar a impunidade. Quem se acha acima da lei é bandido. Terminou a era da delinquência. Dizíamos que não nos limitamos à denúncia, que é necessária e imprescindível. Mas não basta. É preciso ir além.
Valorizar a humanidade todo dia, toda hora, em qualquer lugar. Com gestos, com atos e atitudes. Basta de indiferença diante do inaceitável. A nossa aposta é na educação contínua e libertadora, aquela que nos abre constantemente para uma vida mais plena, justa e digna.
É hora de mostrar com atos o valor da vida. Ação, trabalho, criatividade. Num olhar, num abraço, num aperto de mãos, numa atitude solidária. Arte, poesia, ciência, consciência, tudo que nos faz e faz mais bela a vida!
Doutor em sociologia (USP). Terapeuta Comunitário. Escritor. Membro do MISC-PB Movimento Integrado de Saúde Comunitária da Paraíba. Autor de “Max Weber: ciência e valores” (São Paulo: Cortez Editora, 2001. Publicado em espanhol pela Editora Homo Sapiens. Buenos Aires, 2005), Mosaico (João Pessoa: Editora da UFPB, 2003), Resurrección, (2009). Vários dos meus livros estão disponíveis on line gratuitamente: https://consciencia.net/mis-libros-on-line-meus-livros/
Pelo menos 300 pessoas LGBT+ tiveram mortes violentas em 2021, crescimento de 8% em relação ao ano anterior, segundo balanço divulgado pelo Grupo Gay da Bahia (GGB)
Ativistas marcharam hoje (17), dia internacional de combate a LGBTQIfobia, contra o aumento da violência contra essa população. Após concentração no vão livre do Masp, na Avenida Paulista, que deu início ao ato cultural #17MBolsonaroNuncaMais, uma multidão seguiu em direção à Rua Augusta com gritos de “Fora, Bolsonaro!”, e “Bolsonaro, Nunca Mais”. A data é marcada pela exclusão da homossexualidade da classificação internacional de doenças pela Organização Mundial da Saúde, em 1990.
Segundo o Conselho Nacional Popular LGBTI, o ato teve como objetivo fomentar, por meio da cultura e da arte, “a resistência à política genocida do atual presidente Jair Bolsonaro, que tem colocado as vidas LGBTQIA+ em risco”. “Por meio do discurso do próprio governo, que incentiva o ódio a qualquer pessoa que fuja da norma de gênero, há o crescimento dos assassinatos”.
Pelo menos 300 pessoas LGBT+ tiveram mortes violentas em 2021, crescimento de 8% em relação ao ano anterior, segundo balanço divulgado pelo Grupo Gay da Bahia (GGB), com base em notícias coletadas em parceria com a Aliança Nacional LGBTI+. Foram 276 homicídios (92% do total) e 24 suicídios (8%). “O Brasil ainda é o país do mundo onde mais se assassinam LGBT: uma morte a cada 29 horas”, afirmam as entidades.
De acordo com o levantamento, 35% dos casos se concentraram na região Nordeste e 33%, no Sudeste. “É a primeira vez que o Sudeste concentra tantos óbitos. Mais do que a soma das regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sul. Não há regularidade sociológica que explique essa e muitas das ocorrências, como também, por exemplo, a redução das mortes nos meses de primavera”, diz o GGB.
Mais cedo, representantes de movimentos, organizações e entidades do Conselho Nacional Popular LGBTI+ participaram de audiência na Assembleia Legislativa de São Paulo, promovida pela deputada Professora Bebel (PT), em defesa do Museu da Diversidade Sexual.
O museu foi fechado no final de abril, por tempo indeterminado, por decisão judicial que suspendeu o contrato de cerca de R$ 30 milhões firmado entre o governo paulista e o Instituto Odeon, responsável pela administração do espaço. A decisão, do início de abril, é baseada em ação movida pelo deputado estadual Gil Diniz (PL), apoiador de Jair Bolsonaro.
Ato cultural, com concentração na avenida paulista, denuncia o aumentos dos assassinatos. Foto: Guilherme Gandolfi
Enquanto o Brasil atravessa sua mais grave crise econômica e social, o presidente da República desfila com seu jet ski debochando da dor de um país inteiro
Enquanto os problemas sociais, políticos, econômicos, ambientais e institucionais do Brasil crescem de maneira exponencial, o presidente da República desfila com seu Jet Ski em tom de deboche e de eternas férias.
Aliás, há um equívoco fundamental no parágrafo acima. Não são os problemas do país que “crescem”: é Bolsonaro quem cuida diligentemente para que eles cresçam e tomem ares de dramaticidade.
Nunca a população brasileira sofreu tanto com desemprego, inflação, desemprego e violência política.
O desalento não é dos desempregados que não procuram trabalho, mas de um país inteiro que não tem perspectiva de nada, a não ser de uma eleição que permita dar o início da restauração da dignidade.
A única dimensão que nos dá esperança neste momento é justamente o alvo principal do presidente da República. Bolsonaro ataca as eleições como a mais terrível ameaça à “estabilidade” nacional, um processo repleto de fraudes e ilegalidades.
Enfraquecido, o presidente já não bota mais medo em ninguém, mas o estrago que ele articula será o maior vexame da nossa história, bem no nervo do Bicentenário (e até onde posso ver, nós merecemos).
Bolsonaro enlameará a vitória espetacular de Lula e terá o beneplácito do nosso jornalismo de cativeiro nesse intento: os grandes veículos de comunicação já deixaram claro que irão contribuir para eclipsar da impressionante vitória lulista que se avizinha.
A notícia da noite de 2 de outubro, mesmo com a vitória de Lula, será Bolsonaro e seu miserável talento para atrair os holofotes cúmplices de uma imprensa que o tem como santo padroeiro (se não sabiam, saibam: São Bolsonaro é o santo padroeiro do jornalismo convencional brasileiro).
Teremos de amargar mais essa: vencer as eleições e ter de assistir Bolsonaro e jornalões emporcalhando a vitória da democracia.
Se serve de consolo, será o início da virada de página. Levando-se em conta o grau de delinquência de nossas elites brancas, já é muita coisa.
A defesa do ex-presidente acionou a ONU já em 2016. Comitê do órgão atesta que Lula sofreu com arbitrariedade, parcialidade e teve seus direitos violados na Lava Jato
O Comitê de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas), segundo Jamil Chade, do UOL, concluiu que o ex-presidente Lula (PT) foi vítima do ex-juiz parcial Sergio Moro (União Brasil-SP) e do Estado brasileiro durante a Lava Jato.
O órgão recebeu da defesa de Lula em 2016 uma queixa envolvendo quatro denúncias. Todas foram atendidas pelo Comitê de forma favorável ao ex-presidente:
a) a detenção de Lula pela PF em 2016 em uma sala do aeroporto de Congonhas, considerada como arbitrária por seus advogados;
b) a parcialidade do processo e julgamento;
c) a difusão de mensagens de caráter privado de familiares de Lula;
d) e a impossibilidade de uma candidatura em 2018.
A conclusão é de que Lula teve seus direitos violados em todos os artigos.
O Comitê responsável pela análise do caso, que durou seis anos, é encarregado de supervisionar o cumprimento do Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos, assinado e ratificado pelo Brasil. Por isso, o Estado tem a obrigação de seguir a recomendação do órgão. Por outro lado, o Comitê não tem uma forma específica de obrigar os países a adotarem as penas contra seus governos. Assim, suas decisões podem ser ignoradas.
Procurada por Chade, a defesa de Lula disse que não pode se manifestar, por conta de um embargo imposto pela ONU.
Acusação deve constar do relatório do senador Renan Calheiros (MDB-AL)
A CPI da Covid pretende responsabilizar Jair Bolsonaro por crimes contra a humanidade, levando seu caso para o Tribunal Penal Internacional em Haia, na Holanda. “Integrantes da CPI da Covid se articulam para que uma cópia do relatório final da investigação parlamentar seja enviada ao TPI (Tribunal Penal Internacional), em Haia, na Holanda. Pretendem atribuir ao presidente Jair Bolsonaro condutas que, na avaliação deles, configuram crime contra a humanidade, um tipo penal avaliado pela Justiça internacional”, informa o jornalista Marcelo Rocha, em reportagem publicada na Folha.
“A insistência em tratamentos sem eficácia (o que contribuiu para o elevado número de vítimas da pandemia, mais de 600 mil), o atraso na vacinação e a desassistência aos povos indígenas são algumas das acusações. Levada adiante, avaliam senadores, a estratégia de acionar o TPI tem potencial para ampliar o desgaste à imagem de Bolsonaro no mundo, ainda que não produza resultados jurídicos”, diz ainda o jornalista.
“É positivo que setores da direita democrática se incorporem às manifestações”, diz Frente Brasil Popular. Para deputado do Psol, “importante é uma grande manifestação contra o bolsonarismo”
As manifestações do #24J nas ruas do país no próximo sábado pelo impeachment de Bolsonaro tiveram confirmados, até ontem (21) à noite, 294 atos em 285 cidades de 15 países. Entres os organizadores, estão as frentes Brasil Popular e Povo sem Medo, que, juntas, agregam mais de um centena de organizações sociais. A Campanha Nacional Fora Bolsonaro, criada em junho de 2020, reúne ainda as centrais sindicais e diversos partidos, como PT, PSB, PDT, Psol, PCdoB, PSTU, PCB, PCO e UP.
Além disso, algumas das principais lideranças dessas agremiações e entidades tratam como positiva a adesão aos protestos de representantes de espectros políticos para além da esquerda. “A urgência é remover o atual presidente da República e estancar a destruição que seu governo promove no país”, avaliam pessoas ouvidas pela RBA. Auxílio emergencial de R$ 600 e vacina contra a covid-19 para toda a população são bandeiras do #24J.
“Avalio como positivo que setores da direita democrática se incorporem às manifestações. Seja motivados pelos crimes de responsabilidade e contra democracia, seja pela sabotagem do governo Bolsonaro ao combate à covid”, diz Raimundo Bonfim, coordenador nacional da Central de Movimentos Populares (CMP) e da Frente Brasil Popular. “Se a esquerda saiu na frente, cabe à direita também entrar. As ruas são democráticas”, acrescenta.
Na opinião do deputado federal Ivan Valente (Psol-SP), o mais importante na atual conjuntura é “fazer uma grande manifestação contra o bolsonarismo”. Para ele, se a hegemonia da organização e mobilização é da esquerda, e mesmo que os partidos conservadores, enquanto instituições, não se manifestem oficialmente, serão bem-vindas as pessoas individualmente, figuras públicas, cidadãos e cidadãs, independentemente das cores partidárias. “Não tem problema nenhum. Quanto mais amplo, melhor”, afirma.
“Quem quiser somar, deve ir”
“O PSDB, por exemplo, tem baixa capacidade de mobilização. As grandes figuras não estão indo mesmo. Claro que o PSDB esteve envolvido no golpe institucional de 2018. Mas agora o principal é se chegar ao impeachment de Bolsonaro ou a sua derrocada. Quem quiser somar nessa direção, deve ir ao ato”, pondera o parlamentar do Psol. “Não tem sentido querer fazer um ato só do campo de esquerdas. E quem não quer impeachment de Bolsonaro não vai estar lá mesmo.”
Na opinião de Bonfim, embora a presença de figuras da esquerda à direita democrática seja positiva para somar forças contra o mal maior, ainda é “muito tímida” a disposição do PSDB. Em 3 de julho, filiados do partido na cidade de São Paulo participaram das manifestações. Na ocasião, o presidente do diretório municipal, Fernando Alfredo, afirmou que os tucanos foram à rua “para pedir o impeachment do Bolsonaro”.
Alfredo se coloca como oposição ao presidente. O PSDB tem 33 deputados federais e até o momento nenhum deles, a não ser, ironicamente, Alexandre Frota (SP), se posicionou a favor do impeachment, como fez até mesmo o partido Novo, do ex-banqueiro João Amoêdo. “O PSDB tampouco sinaliza nesse sentido”, constata o coordenador da CMP.
Outras manifestações
A deputada estadual do PSDB Maria Lúcia Amary, parlamentar na Assembleia Legislativa de São Paulo desde 2003, diz preferir não se manifestar sobre apoiar impeachment e o “fora Bolsonaro”, já que o partido e a direção nacional ainda não discutiram a questão. “Uma decisão como essa entendo que tem que ser partidária, das executivas nacional e estadual, no meu caso, e dos deputados federais e estaduais”, diz.
Já o Movimento Brasil Livre (MBL), do deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP), promoverá manifestações contra Bolsonaro em 12 de setembro. “A gente considera que são inaceitáveis as inúmeras traições e sabotagens que o presidente da República tem feito desde sua eleição”, declarou. Essas manifestações são convocadas separadamente também por outras agremiações de direita, como o Vem Pra Rua. Isso porque, segundo alegam, querem evitar conflitos como os episódios isolados envolvendo militantes do PCO e do PSDB, no protesto realizado no dia 3.
Em nota intitulada “Em Defesa da Vida e da Democracia”, a organização “Bloco Democrático”, que reúne inúmeros partidos e entidades, afirma que #24J é “dia de unir o país em defesa da democracia, da vida dos brasileiros e do Fora Bolsonaro”.
Líderes da esquerda e da direita já chegaram a se entender em torno do superpedido de impeachment apresentado à Câmara dos Deputados no último dia 30. A ação assinada por mais de 40 pessoas, das centrais sindicais e movimentos sociais, passando por parlamentares da oposição e de direita. A peça foi elaborada por advogados como Mauro Menezes, que já relatou alguns dos mais de 100 pedidos de impeachment de Bolsonaro, juristas do grupo Prerrogativas, da Associação Juristas pela Democracia (AJD) e Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD). Estão representados no superpedido de impeachment de Bolsonaro PT, PDT, PSB, PC do B, Psol, Coalizão Negra por Direitos, UNE, MBL e ex-aliados bolsonaristas Alexandre Frota (PSDB-SP), Joice Hasselmann (sem partido-SP) e Kim Kataguiri.
Leia a nota
“BLOCO DEMOCRÁTICO – Em Defesa da Vida e da Democracia.
24 de Julho – #24J – Dia de unir o país em defesa da democracia, da vida dos brasileiros e do Fora Bolsonaro
O Brasil vive uma das maiores tragédias da sua história, com a perda de 540 mil vidas para a pandemia do Covid 19. Nesse difícil momento, a ação do governo federal tem sido marcada de maneira criminosa pela irresponsabilidade e descaso com a defesa da vida do nosso povo, atacando a ciência e sabotando a vacinação, usando o momento de dor e perda por que passamos como uma oportunidade para ações corruptas, reveladas pela CPI da pandemia.
Ao mesmo tempo em que sabota todos os esforços da sociedade para vencer o coronavírus, Bolsonaro ataca diariamente o regime democrático brasileiro e busca, inequivocamente, as condições para a imposição de um regime autoritário que destrua as instituições republicanas para acabar com as liberdades democráticas.
Não é a primeira vez que o Brasil enfrenta essa ameaça. Já assistimos a esse filme e sabemos o caminho para derrotar o arbítrio. É hora de unir os brasileiros, independente de colorações partidárias e ideológicas, na defesa intransigente da democracia. É preciso, ainda, apoiar as demandas sociais pelo auxílio emergencial de $600, vacina para todos já, contra a carestia e política ativa de geração de empregos de qualidade.
Por isso convidamos a todos para vir à Avenida Paulista, no dia 24 de julho. Estaremos com as nossas bandeiras do Brasil, em frente ao Conjunto Nacional, a partir das 15 horas.
Assinam o texto
Acredito,
Agora,
Central de Sindicatos Brasileiros (CSB)
Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB)
Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB)
Confederação das Mulheres do Brasil (CMB),
Derrubando Muros,
Federação das Mulheres Paulistas – FMP,
Federação dos Bancários de São Paulo,
Força Sindical,
Juventude Pátria Livre (JPL),
Juventude Socialista do PDT de São Paulo (JS),
Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST),
Pública Central do Servidor,
União Geral dos Trabalhadores (UGT),
União da Juventude Socialista (UJS),
União Municipal de Estudantes Secundaristas (UMES),
União Nacional dos Estudantes (UNE),
Cidadania,
PV,
PCdoB,
PDT,
PSB,
PSDB,
Rede Sustentabilidade,
Solidariedade
Confira os atos marcados no #24J
Região Norte
AP – Macapá – Praça da Bandeira | 16h
PA – Altamira – Em frente Celpa/Equatorial | 8h
PA – Belém – Praça da República | 8h
PA – Santarém – Praça São Sebastião | 16h
PA – Bragança – Praça da Bandeira | 8h
RO – Guajará-Mirim – Parque Circuito | 9h
RO – Ji-Paraná – Casa do Papai Noel | 8h30
RO – Porto Velho – Praça do CEU da zona leste, rua Antônio Fraga Moreira, 8250 | 8h30
RO – Porto Velho – Campo Florestão na Av. Jatuarana | 16h