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Mídia estrangeira exalta discurso de Lula na COP-27: “O Brasil está de volta”

Sob a liderança do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, o Brasil finalmente retoma o protagonismo das discussões globais sobre o clima. Foi esse o tom da cobertura estrangeira sobre a participação de Lula na COP-27, em Sharm el-Sheikh, no Egito. O já histórico discurso de Lula, nesta quarta-feira (16), repercutiu com alarde nos principais veículos e agências de notícias estrangeiros, como New York Times, Washington Post, The Guardian, Le Monde, Der Spiegel, Bloomberg, Reuters, entre outros. O NY Times destacou a exuberância de Lula na manchete e reconheceu que o petista “eletrizou” a Conferência do Clima.

“O entusiasmo era palpável aqui para Luiz Inácio Lula da Silva, conhecido simplesmente como Lula para a maioria”, reportou o jornal. “Recentemente, ele derrotou Jair Bolsonaro, um homem que os ambientalistas brasileiros descrevem como um pesadelo, por governar durante quatro anos de desmatamento desenfreado e aplicação negligente das leis na vasta e frágil floresta amazônica do país”, apontou o Times.

O jornal fez questão de amplificar a principal mensagem de Lula aos participantes: “Estou aqui para dizer a todos vocês que o Brasil está de volta ao mundo”.

 

O Washington Post chamou a atenção para a mudança geopolítica representada pela chegada de Lula e como o Brasil pode influir positivamente na agenda climática. “Como a floresta amazônica é vasta, seu destino é crítico para as emissões globais”, opinou o Post. “E como o Brasil é uma grande nação em desenvolvimento, tem credibilidade e peso para levar os países indecisos a aumentar suas ambições climáticas, dando-lhe um poder que transcende suas fronteiras”, diz o texto.

Redução do desmatamento

Sem exageros, a agência Reuters informou que Lula foi tratado pelos participantes como um rockstar e destacou o compromisso do próximo presidente em proteger a Amazônia.

Lula reduziu o desmatamento a níveis quase recordes em sua primeira presidência, de 2003 a 2010”, lembrou a Reuters. “Para seu novo governo, ele prometeu um plano abrangente para restaurar a aplicação da lei ambiental que foi corroída sob Bolsonaro e criar empregos verdes”, noticiou a agência.

A revista alemã Der Spiegel observou que Lula pretende levar a próxima Cúpula do Clima para a região amazônica, em 2025. “O (futuro) chefe de Estado anunciou que vai combater o desmatamento em todos os ecossistemas brasileiros, reconstruir os órgãos ambientais e de controle que foram enfraquecidos durante o governo Bolsonaro e punir crimes ambientais”, completou a revista.

Fundo de proteção ambiental

O francês Le Monde destacou os apelos de Lula para a criação de um novo fundo para mitigar os efeitos danosos das mudanças climáticas, como o aquecimento global.

O tradicional britânico Guardian também reforçou os compromissos de Lula com a proteção ambiental e classificou como “empolgante” o discurso do próximo presidente. “Presidente eleito diz que trabalhará para salvar a floresta amazônica e os principais ecossistemas em discurso empolgante na COP27”.

Ainda de acordo com o diário inglês, “Lula disse que o Brasil não precisava desmatar mais um hectare de floresta tropical para ser um grande produtor agrícola”.

Retorno de um Brasil amigo

“A COP 27 marca o retorno de um Brasil amigo às negociações internacionais sobre o clima”, festejou o Liberátion. “Na era do Bolsonaro pró-agronegócio e minerador, o país foi burro: desacelerou o progresso e revisou seus compromissos para baixo. A dois meses da posse oficial, Lula, eleito presidente em outubro, era esperado com esperança em Sharm el-Sheikh”, descreveu o diário.

“A aparição de Lula, que fez um retorno extraordinário aos holofotes políticos no ano passado após uma passagem pela prisão, foi provavelmente um dos eventos mais energizantes da COP27”, reconheceu o argentino Clarín.

O também argentino Página 12 também destacou a mudança de eixo geopolítico trazida pela eleição do petista e chama a atenção para os planos de Lula em relação aos povos originários. “O presidente eleito anunciou a criação de um ministério dos povos indígenas”, sublinhou o jornal.

Fonte: PT

(17/11/2022)

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Como combater a desinformação, as fake news e a guerra psicológica?

O segundo turno das eleições para presidente do Brasil nos mostra o cenário de uma luta em que a desinformação e as fake news continuam fazendo a sua obra perversa. Minando, agredindo, semeando medo e desconfiança. Perigoso reagir do mesmo modo como o inimigo age.

Irrefletidamente.  A própria denominação de “inimigo” já nos põe no território dele. Nos tira do nosso lugar. Cuidado! Tudo isto é antigo. Já aconteceu. Acontece de novo. Não sou especialista em guerra psicológica, apenas alguém que sobreviveu a ela.

Não vamos poder combater o inimigo se ele já entrou na nossa casa. Devemos impedir que entre. Isto é o que eu aprendi. Não o deixar entrar. O que fazer? O caminho que escolhi para enfrentar a dúvida que me assediava foi me informar.

(1) “O perigo das fake News.” Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (clique aqui)

(2) Programa de combate à desinformação no âmbito do Supremo Tribunal Federal (clique aqui)

(3) “A luta contra as fake News.” Change Brasil (clique aqui)

(4) “Cidadania e Fake News.” Fundação FHC (clique aqui)

(5) “Fake News Uma verdade inquietante,” por Luis Gustavo de Azevedo, jornalista e secretário de comunicação de Pelotas (RS). Centro de Liderança Pública (clique aqui)

Concluo que se bem que o inimigo é poderoso, não é onipotente. Há várias ações em andamento para enfrentar esta ação dissolvente e desumana. Educação e justiça. É por aí.

O Papa: conhecer-se e reconhecer o que é realmente importante para nós

Por Mariangela Jaguraba

Francisco disse na Audiência Geral que “muitas vezes o que é dito num programa na televisão, em alguma propaganda que é feita, toca o nosso coração e nos faz ir para aquela direção sem liberdade”. “Tenham cuidado com isso”, advertiu o Papa.

O Papa Francisco deu continuidade ao ciclo de catequeses sobre o discernimento, na Audiência Geral desta quarta-feira (05/10). O tema do encontro semanal do Pontífice com os fiéis, na Praça São Pedro, foi “Os elementos do discernimento. Conhecer a si mesmo”.

Na catequese da semana passada, Francisco sublinhou a oração como “um elemento indispensável do discernimento, entendida como familiaridade e confidência com Deus. A oração com o coração aberto”, sublinhou o Papa. No encontro de hoje, o Papa ressaltou “que o bom discernimento exige também o conhecimento de si”. O discernimento envolve “memória, intelecto, vontade, afetos”. “Muitas vezes não sabemos discernir porque não nos conhecemos bem, e assim não sabemos o que realmente queremos”, sublinhou.

A seguir, Francisco citou um autor de espiritualidade que diz: «Cheguei à convicção de que o maior obstáculo para o verdadeiro discernimento (e para o verdadeiro crescimento na oração) não é a natureza intangível de Deus, mas a constatação de que não nos conhecemos suficientemente, e nem sequer queremos conhecer-nos como verdadeiramente somos. Quase todos nos escondemos por trás de uma máscara, não só perante os outros, mas também quando nos olhamos no espelho».

“Desativar o piloto automático”

Segundo Francisco, conhecer-se “implica um paciente trabalho de escavação interior. Requer a capacidade de parar, de “desativar o piloto automático”, de tomar consciência da nossa maneira de agir, dos sentimentos que nos habitam, dos pensamentos recorrentes que nos condicionam, muitas vezes sem que saibamos.

Também requer distinguir entre emoções e faculdades espirituais. “Sinto” não é a mesma coisa que “estou convencido”; “eu gostaria de” não é a mesma coisa que “eu quero”. Assim chegamos a reconhecer que a visão que temos de nós mesmos e da realidade é às vezes um pouco deturpada. Compreender isto é uma graça! Com efeito, muitas vezes pode acontecer que convicções erradas sobre a realidade, baseadas nas experiências do passado, nos influenciem fortemente, limitando a nossa liberdade de apostar naquilo que realmente conta na nossa vida”.

Vivendo na era da informática, sabemos como é importante conhecer as senhas para poder entrar nos programas em que se encontram as informações pessoais e preciosas. Até a vida espiritual tem as suas “senhas”: há palavras que tocam o coração, porque remetem para aquilo a que somos mais sensíveis. O tentador conhece bem estas palavras-chave, e é importante que também nós as conheçamos, para não nos encontrarmos onde não gostaríamos.

Conhecer as senhas do nosso coração

Segundo o Papa, “a tentação não sugere necessariamente coisas más, mas muitas vezes coisas desordenadas, apresentadas com uma importância excessiva. Deste modo, nos hipnotiza com a atratividade que tais coisas suscitam em nós, coisas bonitas, mas ilusórias, que não podem cumprir o que prometem, deixando-nos no final com uma sensação de vazio e de tristeza. A sensação de vazio e tristeza é um sinal de que tomamos uma estrada que não era certa, que nos desorientou”. As coisas desordenadas “podem ser o título de estudos, a carreira, os relacionamentos, tudo em si louvável, mas se não formos livres, corremos o risco de nutrir expectativas irreais, como por exemplo, a confirmação de nosso valor. Você, por exemplo, quando pensa num estudo que está fazendo, pensa nele somente para se promover, para seu próprio interesse, ou também para servir a comunidade? Ali, é possível ver qual é a intencionalidade de cada um de nós. Desse mal-entendido muitas vezes vem os maiores sofrimentos, pois nada disso pode ser a garantia da nossa dignidade”, sublinhou Francisco.

Por isso, queridos irmãos e irmãs é importante conhecer-nos, conhecer as senhas do nosso coração, aquilo a que somos mais sensíveis, para nos proteger de quem se apresenta com palavras persuasivas para nos manipular, mas também para reconhecer o que é realmente importante para nós, distinguindo-o das modas do momento ou de slogans vistosos e superficiais. Muitas vezes o que é dito num programa na televisão, em alguma propaganda que é feita, toca o nosso coração e nos faz ir para aquela direção sem liberdade. Tenham cuidado com isso: sou livre ou me deixo levar pelos sentimentos do momento, ou pelas provocações do momento?

O exame de consciência ajuda muito

O Papa ressaltou que “uma ajuda para isso é o exame de consciência, ou seja, um exame de consciência geral do dia. O que aconteceu no meu coração neste dia? Fazer um exame de consciência, ou seja, o bom hábito de reler com calma o que aconteceu no nosso dia, aprendendo a observar nas avaliações e escolhas aquilo a que damos mais importância, o que procuramos e porquê, e o que afinal encontramos. Aprender sobretudo a reconhecer o que sacia o meu coração. Pois somente o Senhor pode nos dar a confirmação de quanto valemos. Ele nos diz isto todos os dias da cruz: morreu por nós, para nos mostrar quão preciosos somos aos seus olhos. Não há obstáculo nem fracasso que possa impedir o seu terno abraço.

O exame de consciência ajuda muito, pois assim vemos que o nosso coração não é uma estrada onde passa de tudo e não sabemos. Não. Ver: o que passou hoje? O que aconteceu? O que me fez reagir? O que me deixou triste? O que me deixou alegre? O que foi ruim? Fiz mal aos outros? Ver o percurso dos sentimentos, das atrações no meu coração durante o dia.

“A oração e o conhecimento de nós mesmos nos permitem crescer na liberdade. São elementos básicos da existência cristã, elementos preciosos para encontrar o próprio lugar na vida”, concluiu o Papa.

Fonte: Vatican News

Lá e cá. Isto e aquilo.

“Os místicos da pessoa a interiorizam, os políticos da pessoa a exteriorizam, mas a pessoa é um ir e vir” (Emmanuel Mounier, O personalismo)

Desde o tempo em que publiquei por primeira vez em Consciência, bem lá nos comecinhos desta revista, Gustavo Barreto* começou a se perfilar como um amigo. Um aliado. Alguém com quem algo de muito bom estava acontecendo.

Ver os meus textos apreciados e publicados, foi se tornando uma alavanca que ia me tirando do poço. Eu ia saindo da depressão. Leitoras e leitores liam meus textos e comentavam, geralmente positivamente. Tanto que uma leitora tomou a liberdade de encadernar vários dos meus escritos e me enviar por correio, com capa dura. Belo gesto.

Assim nasceu meu livro Resurrección. Digo estas coisas para frisar a escrita como um lugar de fazer juntos, juntas. Construção. Eu sou o que escrevo. Sou o que leio e li. Me leio em mim e na escrita do mundo. A partir do momento em que comecei a ter uma consciência clara deste fato, fiquei mais tranquilo e em paz.

Não é apenas algo que faço, mas sim algo no qual me faço. Me construo, me refaço, me conecto com as pessoas e comigo mesmo. Enquanto professor, estimulava minhas alunas e alunos para que escrevessem. Escrevam, não deixem de escrever. As palavras são espelhos, me vejo e outras pessoas nelas se veem também.

São pontes, estradas, caminhos, janelas. O tempo passou, muito tempo, na verdade. Estou perto de entrar na sétima edição. Muita cousa mudou nestes anos. Muita mesmo. A vida se integrou mais, tecnologicamente. O mundo se costurou mais, nos aproximamos mais umas das outras, uns dos outros. Esta proximidade continua a ser um desafio.

Como é habitar esta cidade unificada, programada talvez demais? Tenho que lhes deixar, já que o dia está indo e eu também preciso ir. Mais tarde ou numa hora, tá? É isto. Fui alguém feito em boa medida em revistas. América Latina, Cristianismo y Revolución, PinUp, JV, Estrella Roja. A vida passava por aí.

Não sei muito bem por onde passa a vida agora, e sei, sim. Compreendo com clareza o quanto apendi nessas revistas que lia. Até hoje está viva na minha memória, a sensação, o sentimento de andar com elas por aí. Era como ter o mundo em mim, comigo, sei lá. Não sei se é bem isso, mas se parece muito com isso.

E vocês poderão estar a se perguntar, como também eu me pergunto agora, aonde é que tudo isto vai levar? A vida tem muitos canais, muitos caminhos, muitas veredas. Acabo de voltar de Jacumã, onde moro. Parece a Mendoza daqueles anos. Pessoas num ritmo em que eu volto a andar. Ainda se conversa, ainda se escuta, ainda se olha nos olhos. É isso aí.

A vida anda, corre, parece que correu tanto que já não se sabe mais o que é o que. Mas sabemos, sim. Sabemos que habitamos uma brevidade grandiosa. Os dias de hoje não são (e são, sim!) muito diferentes dos dias de ontem e de antes de ontem e de antes de antes de ontem.

A vida passa como um rio, como bem nos lembra Jorge Luis Borges. E nesse passar desse rio que passa, passamos nós também. Passar bem.

*Criador, fundador desta revista.

O valor da vida

Sinto muito se algumas ou muitas pessoas

Esqueceram das revistas

Ou preferem espaços

Onde as coisas já estão resolvidas.

Da nossa parte, cumprimos com um papel educativo

Suscitar a vida

Estimular a liberdade

Promover a criatividade

Sacudir entorpecimentos

Que poderiam nos levar a esquecer o valor da vida.

(Os dias passam, as horas vão passando

E neste passar, uma hora nos vamos também, como tanta gente querida já se foi

Façamos com que este dia, esta hora, agora

Brilhe a luz do esplendor que nos anima!)