Todos os posts de Alder Júlio Ferreira Calado

É em vão restringir-se ao Ocidente o direito de exercer a democracia

No Ocidente, o que é mesmo Democracia?

Paraíso dos ricos, inferno dos pobres

 

É farsesco o regime democrático

Da maneira exercida no Ocidente

O regime democrático do Ocidente

Cumpre a risca a tirania do capital

 

O Império não aceita que a China

Se revele a primeira economia

 

Para além das sanções punindo a Rússia

Grande alvo do Império é mesmo a China

 

Tribunal sentencia prisão de Putin

Sem que Rússia integre o TPI

 

Os Estados Unidos, igualmente

Não integram o mesmo Tribunal

 

É bizarro que o Império venha impondo

Que países implementem a punição

 

Palavrão não convém à autoridade

Só traz lenha à fogueira do adversário

 

Palavrão furioso contra ex-juiz

Não anula a excelência da entrevista

 

Jornalistas do canal 247

Entrevistam Lula, longamente

(https://www.youtube.com/watch?reload=9&v=bjxJCHGywuM)

 

Reduzir entrevista de hora e meia

A um termo infeliz, é pequenez

 

Convincente, didático, assertivo

Presidente reitera compromissos

 

Presidente da FIESP, além de Stiglitz

Lançam crítica pesada a juros altos

 

Perguntado a respeito, Lula mantém

Dura crítica a Roberto Campos Neto

 

Reitera, com força, a diferença

Entre gasto e o que é investimento

 

Não devemos jamais chamar de gastos

O dinheiro investido no bem público

 

Gastar é cobrar juros estratosféricos

Impedindo o país de investir

 

Bons países mantém como estratégicas

As empresas que são chave pro bem público

 

Água, Luz, Energia, até Correios

Nunca saem do controle do Estado

 

Um escândalo, a venda da Eletrobras

Por um preço muito aquém do seu valor

 

Não contente, Paulo Guedes ainda agrava:

Concedeu ao privado controle máximo

 

O Estado participa com quarenta

Mas seu voto só vale dez por cento

 

Nos revolta a omissão deliberada

Do que Lula falou na entrevista

 

Da entrevista de mais de meia hora

A Direita extraiu sete segundos

 

Só assim é possível distorcer

A essência do que diz a própria fonte

 

Desprezar o contexto é velha tática

Só importa a aparência, não a verdade

 

Ideal é ouvir toda a entrevista

Pra se ter consciência do conjunto

 

Jornalista Helena quer saber

De seus dias vividos na prisão

 

Respondeu dos bons tratos recebidos

Bem assim de perguntas capciosas

 

Uma delas: quando solto, o que fará?

Provocando revolta no encarcerado

 

Percebendo malícia da pergunta

Disparou impropério contra Moro

 

Veio-lhe à tona toda a carga de injustiças

Das quais Moro é peça decisiva

 

Exigir de um ser tão massacrado

Que se porte friamente, é razoável?

 

Logo após, vem à tona forte denúncia

A juíza divulga plano iminente

 

PCC ameaça Sérgio Moro

Nisto, Lula suspeita “armação”

 

Mas,sem prova,encadeia fortes críticas

Poderia,no caso,se conter

 

O rentismo sufoca a maioria

Mas a mídia burguesa detona Lula…

Argentinos venceram a ditadura

Inclusive, punindo generais

 

24 de Março lá é lembrado

Resistir é preciso a qualquer golpe

 

Bravas Mães da valente praça de maio

Solidárias, clamando por justiça

 

Pela enésima vez, nós sustentamos:

Sem ter povo na rua,Direita cresce

 

Petroleiros do Brasil nos dão exemplo:

Sua luta não para,são resistentes.

 

João Pessoa, 24 de Março de 2023

Bravo, Lula! Não ceda nenhum passo nesta guerra insana, imperialista

Nesta guerra, tem Putin as digitais:

Não se deve invadir a terra alheia

O ocidente, porém, forjou a teia

Inda finge ser vítima, o ”rei da paz“

Seu Império, de guerras só se faz

Desta “obra”, a OTAN é a grande artista

Os dois lados tem culpa: a culpa é mista

Ocidente comete erro crasso

Bravo, Lula! Não ceda nenhum passo 

Nesta guerra insana, imperialista 

 

A União Soviética teve fim

E o Pacto de Varsóvia se desfez

No entanto, a OTAN, por sua vez

Ao invés de fazer ação a fim

Mais se estende no rumo do confim

Apesar de promessa pacifista

Fez valer tão somente seu ponto de vista

Preferiu proceder como um devasso

Bravo, Lula! Não ceda nenhum passo 

Nesta guerra insana, imperialista 

 

Duplicando os seus membros, a OTAN

Foi rumando pro Leste sua fronteira

Cooptando nações bem estrangeiras

A denúncia da Rússia restou vã

O Império fez valer o seu afã

Em 14, o Império, oportunista

Gesta um golpe, traz a vista

Sua estratégia de cerco, em tempo escasso

Bravo, Lula! Não ceda nenhum passo

Nesta guerra insana, imperialista 

 

Mas, há, assim, uma guerra santa e justa

Me refiro a miséria de dois terços

De milhões que na fome morrem inmersos

Porque deles uns poucos vivem a custa

Este fato existe, e nos assusta

E bem vale a batalha de quem insista

Combatendo  o racismo nazifascista

Um apelo então a todos faço

Bravo,Lula! Não ceda nenhum  passo

Nesta guerra insana imperialista

 

A semente nazista se esparrama

Ela atua, de forma subcutânea

Pelo mundo, inclusive na Ucrânia

Em 14 e 15, grande fama

No-pós golpe, do Azov se reclama

Há quem diz que este grupo arrivista

Pode usar armamento à sua vista

Um motivo pro mais estardalhaço

Bravo,Lula! Não ceda nenhum passo

Nesta guerra insana, imperialista 

 

Se os Estados Unidos, no comando

Em um caso ao da Rússia parecido

Como ele mesmo teria agido?

O que fez contra o Iraque: como? e quando?

Qual é mesmo o agir de um tal bando?

Nada impede que assim siga e persista

Ocidente vezeiro em “conquistas”

Este agir de corifeus eu nao abraço

Bravo, Lula! Não ceda nenhum passo 

Nesta guerra insana imperialista

 

Esta Guerra é um insulto a Mãe-Terra

Grande ultraje aos viventes do planeta

A quem mesmo interessa agir “careta”?

À indústria de armas, que ela encerra

A lucrar sem medida, com a guerra

A fortuna que nela se invista

É o que falta aos pobres pacifistas

E o que sobra à elite dos ricaços

Bravo, Lula! Não ceda nenhum passo 

Nesta guerra insana imperialista

 

Se na Rússia, o governo é autocrata

O da Ucrânia é fantoche do ocidente

Tem parceiros nazistas convergentes

Oponentes, Zelensky desidrata

Mesmo assim pro Império é “Democrata”

Do bom-senso, o império muito dista

Pois a Rússia, avalia comunista

Europeus ante o Império se mostram lassos

Bravo, Lula! Não ceda nenhum passo 

Nesta guerra insana imperialista

 

O Ocidente invadiu vezes seguidas

Terra, povos, nações, impunemente

O Iraque, a Líbia, Médio Oriente

Saqueando riquezas, ceifando vidas

América Latina, agredida

Por quem jura até ser pacifista

És a marca moral desses “artistas”

Seu caráter se mostrar bem devasso

Bravo,Lula! Não ceda nenhum passo

Nesta guerra insana,imperialista  

 

Esta guerra todo mundo ameaça

O ambiente, os viventes, os humanos

É urgente deter o perverso plano

Monstruosa, cruel, amarga taça

Levantemos um grito, em nossas praças

Detenhamos esse rumo armamentista

Espalhando nosso grito pacifista

Aos que amam a vida eu abraço

Bravo, Lula! Não ceda nenhum passo

Nesta guerra insana,imperialista 

 

Quase todas nações ocidentais

Invadiram países pelo mundo

E deixando-os mendigos, Moribundos!

Quando é outro que invade,voltam atrás

Se fingindo cidadãos de bem, vindo de paz

Esquecidos de suas vis conquistas

Contra os outros, se tornam armamentistas

Eis por que meu apelo, eu refaço:

Bravo, Lula! Não ceda nenhum passo

Nesta guerra insana,imperialista 

 

João Pessoa 23 de Fevereiro de 2023

Palestinos, Migrantes e Africanos são as vítimas fatais do capital

Capital xenofóbico de raiz:

Não tolera conviver com os diferentes 

Seu racismo faz sofrer milhões de gentes

Com os humanos sua prática não condiz

Só nos cabe repor pontos nos is

É uma tragédia cruel e desigual

Tradição genocida e grande mal

É urgente pôr fim a este plano

Palestinos, Migrantes, Africanos

São as vítimas fatais do Capital

 

O holocausto inda hoje aterroriza

Palestinos são vítimas incessantes

Do Estado de Israel, cruel gigante

Pro algoz, o Império, manda brisa

Esse crime, o Império avaliza

A Europa nunca deixa o pedestal

Insensível é o Império, até letal

Aos seguidos massacres, desumanos

Palestinos, Migrantes, Africanos

São as vítimas fatais do Capital

 

Décadas faz que o penar dos Palestinos

Desde mil novecentos e quarenta e oito

O Estado d’ Israel irrompe, afoito

A infligir um terror vil demais cretino

Com o aval do Império… que destino!

Palestinos enfrentam um vendaval

Tal postura sionista é abissal

Aguentar tal tragédia, 70 anos

Palestinos, Migrantes, Africanos

São as vítimas fatais do Capital

 

Os migrantes forçados são a prova

Do espírito mesquinho do Ocidente

Que riquezas pilhou impunemente

Saqueando suas gentes velhas, novas

E forjando versões e falsas trovas

A tragédia da África/enorme mal

Expressão do Ocidente Imperial

O Império comporta-se desumano

Palestinos, Migrantes, Africanos

São as vítimas fatais do Capital

 

Nao há chance de mais se pactuar

Com império rentista, genocida

Quem se indigna em favor da humana vida

E também com o Planeta, nosso lar

Do combate vem as armas empunhar

Se opondo, de vez, a todo aval

Há quem lucra com a fome imoral

Movimentos se unam como humanos

Palestinos, Migrantes, Africanos

São as vítimas fatais do Capital

 

Um escândalo a postura dominante

Das potências que à ONU tem atada

Apesar de dezenas de rodadas

De pedidos pra punir o vil Gigante

Sem efeito: tudo segue como D’antes

Privilégio do veto é o grande mal

Maioria absoluta é surreal

E o mundo se torna desumano

Palestinos, Migrantes, Africanos

São as vítimas fatais do Capital.

 

João Pessoa, 21 de fevereiro de 2023

 

O Brasil, Democracia enjaulada

Em apenas 45 dias desde sua apoteótica investidura no Governo do Brasil, fortemente marcada por uma rica simbologia (haja vista, por exemplo, a entrega da faixa presidencial por uma mulher negra, catadora de resíduos recicláveis), eis que o povo brasileiro, uma semana depois, se sentem duramente atacados pela Intentona de Golpe, no dia 08 de janeiro, ataque e depredação de cada sede dos três Poderes ardilosamente preparados pelas lideranças criminosas da Extrema Direita (articulados pelos bolsonarismo, por militares, por empresários financiadores, entre outros).

 

Contida essa fúria neofascista, com centenas de prisões e processos instaurados, o povo brasileiro voltaria a ser duramente impactado pela ampla divulgação, no dia 21 de janeiro, de imagens relativas ao genocidio do povo Yanomami, submetido que vinha sendo ao genocidio bolsonarista, com a invasão de sua terras por milhares de garimpeiros, e madeireiros, de líderes do Agronegocio, com a compricidade do Desgoverno Bolsonaro e seus aliados, inclusive figuras das Forças Armadas.

 

As energias  que  deveriam mover o novo Governo a pôr em prática, desde os primeiros dias, seu plano de gestão, tiveram que ser desviadas para a contenção da barbárie em curso. Ainda assim, o projeto neofascista continua impedindo a ação governamental tão esperada. Mais um entrave está sendo colocado, neste sentido, desta vez, pelas forças financistas do grande Capital, por meio da excêntrica intrusão que representa a “independência do banco central”, cuja a presidência foi assumida por Roberto Campos Neto, nomeado por Bolsonaro, e cujo cargo deve estender-se até Dezembro de 2024.

 

Desta perniciosa intromissão direta na gestão de um Governo democraticamente eleito, decorre a sabotagem do Capital financista, de inviabilizar, por meio da fixação pelo Banco Central de uma escandalosa taxa da selic, de 13,75%- algo inexistente em qualquer país do mundo, impedindo com isto qualquer pretensão de investimento e de retomada das atividades econômicas programadas.

Trata-se de uma evidente chantagem da elite financista, com claro objetivo de colocar uma camisa de força no Governo Lula. Esta avaliação não parte apenas de setores da Esquerda.em recente entrevista concedida ao Canal Livre pelo ex Ministro do governo FHC, André Lara Resende (cf. https://www.youtube.com/watch?v=tuPETK1-9kU), um dos principais responsáveis pela elaboração do plano real, que recomendo aos leitores, mostra-se fortemente crítico e contrário à decisão tomada pelo atual Presidente Central.

 

Outra posição que se manifesta em oposição a mesma decisão, foi exposta pelo Jornalista Luis Nassif ,ao tecer críticas aos entrevistadores e entrevistadoras de Roberto Campos Neto, no Programa Roda Viva:

 

“No grupo de WhatsApp dos Ministros de Bolsonaro, há menção a afirmações suas de que Bolsonaro venceria as eleições devido às abstenções. Essa conclusão, em sua opinião, inspirou a decisão de utilizar a Polícia Rodoviária Federal para bloquear ônibus com eleitores no nordeste? O “erro” de conta do BC, escondendo o déficit nas contas externas em 2022, teve alguma motivação eleitoral? Porque, dispondo de reservas de 350 bilhões de dólares, o Banco Central permite a volatilidade do câmbio? Porque no início da pandemia, o Banco Central divulgou uma estatística tentando provar que a imunização de rebanho seria melhor para a economia do que a vacinação. Quem encomendou o trabalho? No grupo de WhatsApp dos Ministros de Bolsonaro, há menção a afirmações suas de que Bolsonaro venceria as eleições devido às abstenções. Essa conclusão, em sua opinião, inspirou a decisão de utilizar a Polícia Rodoviária Federal para bloquear ônibus com eleitores no nordeste? O “erro” de conta do BC, escondendo o déficit nas contas externas em 2022, teve alguma motivação eleitoral? Porque, dispondo de reservas de 350 bilhões de dólares, o Banco Central permite a volatilidade do câmbio? Porque o BC deixa o mercado definir a estrutura de taxas de juros longa, essencial para a definição da Selic? O BC procurou estudar, alguma vez, os esquemas de compras de juros futuros, para saber se há movimentos de cartelização? O senhor não considera imoral reuniões fechadas com agentes financeiros, para informá-los sobre as tendências da Selic?”

 

Nesta mesma toada, desta vez sob a análise crítica de uma figura da esquerda, o historiador e analista político Jones Manoel, vai mais além, ao questionar não apenas a arbitrariedade da fixação da atual taxa SELIC, mas a própria “independência”do banco central, astuciosa estratégia da ditadura rentista, hegemônica no mundo capitalista (cf. https://www.youtube.com/watch?v=HmdZyNBiwM0).

 

Não é por acaso que, mais de uma vez em textos anteriores, temos recomendados -especialmente aos jovens militantes dos Movimentos Populares- a revisitar os sólidos argumentos suscitando Ladislau Dowbor, seja em seus livros, seja em numerosos e didáticos vídeos, disponibilizados em seu conhecido “site”.

 

O Rentismo gera a morte

“Intra Cápital, nulla salus “

 

Alder Júlio Ferreira Calado

 

 No Brasil em qualquer parte

 Onde reina a burguesia

A riqueza se extravia

Nada disso ela reparte

Secular, segue essa arte

Pobres gemem sob abalo

Só sua classe vem salvá-los

A sangria é de tal sorte

O rentismo gera a morte

“Intra capital, nulla salus “

 

“Banco Central independente”

É armadilha bem letal

A serviço do Capital

Quem milita contra a gente

Essa lei é indecente

Nossos bens, jogam no ralo

Nós que vamos desatá-lo

Nossa luta será forte

O rentismo gera a morte

“Intra capital, nulla salus “

 

Pra salvar Democracia

É urgente retirá-la

Desta jaula e servil vala

Que o burguês tanto aprecia

Lhe impondo mais sangria

Lula diz, sem ter abalos

É preciso considerá-lo

Povo unido é povo forte

O rentismo gera a morte

“Intra capital, nulla salus”

 

João Pessoa, 17 de fevereiro de 2023.

Movimento Raiz Cidadanista, em seu percurso programático: Notas sobre a Teia de Arcoverde-PE

Como anunciada, teve lugar, em Arcoverde-PE, no dia 14 de janeiro próximo-findo, mais uma Teia – termo com que a Raiz designa seus Encontros nacionais e regionais -, desta feita de âmbito regional, para dar sequência a sua agenda programática. Deste Encontro, sob a coordenação de Wellington Santana, integrante da Coordenação nacional da Raiz, participaram membros vindos de diversos municípios nordestino, de Pernambuco e da Paraíba, com o objetivo de debaterem e de indicarem pistas acerca de três questões que compuseram a pauta do encontro:

  • Em que conjuntura internacional e nacional, estamos navegando?

  • Qual a posição dos participantes sobre a questão partidária, sobre o caráter de Movimento ou de Partido e Movimento-Partido a ser priorizada pela Raiz?

  • Qual tem sido a prática cotidiana dos membros da Raiz, em sua ação de militantes?

 

Roda de conversa sobre nossa percepção crítica dos desafios da atual conjuntura

 

Após uma primeira intervenção de Wellington, de boas-vindas e de rememoração dos objetivos desta Teia, seguiu-se também uma rodada de apresentação, após o que foi solicitado a cada participante expressar sua leitura crítica da atual realidade. Tratamos, em seguida, de realçar pontos que julgamos mais tocantes de análise do nosso atual quadro conjuntural.

 

Menos de uma semana após os acontecimentos tenebrosos do dia 8 de Janeiro em Brasília, trazendo a tona toda a violência golpista – felizmente contida e frustrada-, marca inconfundível da barbárie do Desgoverno Bolsonaro, passou-se a conectar criticamente tais acontecimentos ao que sucede no plano da atual Geopolítica, da economia e da grade de valores em vigência, no plano internacional.

 

Nas falas compartilhadas, foi acentuada a conexão entre as práticas neofascistas presentes no Brasil e o que se passa de modo semelhante em outros países (Hungria, Polônia, Inglaterra, França, Espanha…), de modo a nos prevenir da necessidade de termos sempre presentes as características comuns e singulares que o nazifascismo nos traz, fazendo-nos lembrar o alerta de Bertolt Brecht, de que continua fecundo o ventre da besta.

 

Outro ponto, vindo a tona, disse respeito ao contexto da guerra entre a Rússia e a OTAN, travada em solo Ucraniano, de modo a nos alertar contra a tendência ocidental hegemônica, via OTAN/EUA, de atribuir exclusivamente à Rússia a responsabilidade pelo conflito, tentando passar a versão de que o conflito tenha iniciado em 24 de fevereiro o ano passado. Foi também alvo das falas, no contexto da geopolítica e da economia, o desenrolar das estratégias ligadas a nova rota da seda protagonizada pela China e seus aliados, inclusive na América Latina.

 

Trabalhar a Raiz como Movimento, como Partido, como Movimento-Partido?

 

Tendo a Raiz surgido de uma dissidência da Rede – portanto, como Partido – não soa estranha a tendência, sustentada por parte de seus integrantes, de voltar a constituir-se em Partido, iniciativa malograda, em seus primeiros passos. Ainda assim, parte dos integrantes da Raiz tem insistido, inclusive, na possibilidade de se fazer aliança com algum partido, a exemplo do PSOL, com o propósito de organizar candidaturas coletivas. Outra parcela dos integrantes da Raiz, por sua vez, insiste na defesa de a Raiz permanecer como um Movimento Popular, com o propósito de ajudar a fortalecer a sociedade civil, argumentando inclusive a fragilidade partidária institucional, no que tange ao compromisso com as transformações necessárias.

 

Há, ainda, os que, ao interno da Raiz, apostam em uma combinação Movimento-Partido, de modo a desenvolver parceria com alguns partidos, no sentido de potencializar suas iniciativas não institucionais.

 

Práticas militantes em nosso cotidiano

 

A terceira rodada de conversas se deu em torno do que e como, no Nordeste, especialmente em Pernambuco e na Paraíba, os militantes da Raiz vêm desenvolvendo sua ação transformadora. Ouvimos relatos palpitantes, dos quais tratamos de resumir alguns que nos pareceram mais importantes.

 

Na região conhecida como do Moxotó-Pajeú, em torno do Sertão de Arcoverde- PE, algumas iniciativas se mostraram bastante promissoras. Uma delas tem a ver com a experiência de convivência com o semi-árido nordestino, a exemplo das iniciativas protagonizadas pelo grupo liderado por José Artur, no município de Afogados da Ingazeira, em uma área que apresenta um trabalho exemplar, em termos de agroecologia e de convivência com o semi-árido. A Raiz já conhece tal experiência relatada pelo próprio José Artur, em outras Teias, também por meio de vídeos.

 

Nesta mesma toada, vem atuando em diversas comunidades de trabalhadores e trabalhadoras do campo, sertanejos, recorrendo inclusive a iniciativa de produção organicamente ligada a vocação dessa microrregião do Moxotó. Ao mesmo tempo, foram relatadas experiências promissoras no campo da cultura sertaneja e no campo da Educação Popular, bem como na área da Comunicação, em que se acha em curso o projeto de instalação de uma rádio comunitária, com vistas ao atendimento da população situada entre os municípios de Sertânia, Buíque, e Arcoverde.

 

No terreno específico da Educação Popular, seja em Pernambuco, seja na Paraíba e em outros Estados nordestinos, diversas iniciativas vêm sendo desenvolvidas, de modo a assegurar uma agenda contínua de formação, envolvendo a questão de Gênero, da diversidade humana, do espectro etnico (relacionado com os povos originários, as comunidades quilombolas, ciganas…). Não menos importantes vêm sendo vivenciados os trabalhos de formação política, especialmente junto aos militantes de movimentos populares, como acontece, por exemplo, no município de João Pessoa, de Sobrado, de Sapé (estes, na Paraíba), bem como em Recife e Arcoverde (em Pernambuco).

 

Os trabalhos desta Teia contaram com uma boa animação dos participantes, inclusive no intervalo para o almoço, tendo sido encerrados, já passando das 18 horas, com muita disposição dos presentes para o enfrentamento de velhos e novos desafios.

 

Desde então, fatos impactantes, sobretudo no cenário nacional, têm despertado nossa atenção para a profundidade e a urgência e um enfrentamento exitoso dos desafios atuais, dentre os quais merecem especial destaque:

 

  • Menos de duas semanas após o 8 de Janeiro, eis que somos confrontados com as imagens do genocídio dos Yanomami, marca inconfundível da barbárie bolsonarista, que infelizmente se estende por diversos outros povos originários e pelas comunidades quilombolas;

  • Segue sendo urgente a definição do papel dos militares, de modo a superar sua inaceitável tutela sobre a sociedade civíl;

  • Os rastros do neofascismo também se fazem presentes no campo econômico, no qual se revela inaceitável a condução do Banco Central, nas mãos de um bolsonarista, não bastasse a bizarra condição de “independência” legalmente atribuída ao seu dirigente de plantão.

Arcoverde/João Pessoa, 07 de fevereiro de 2023.

Toda a era Bolsonaro é desumana: Como pôde ter vez, em quatro anos?

Genocídio Yanomami é a expressão

Do que é a essência neofacista

 

Como pôde tanta gente apoiá-lo?

Garimpeiros em terras yanomami

 

Garimpeiros aos milhares invadem terra

Um exército do mal a ser banido

 

Desta rede ignóbil de fascistas

Fazem parte “cristãos”contra o Evangelho

 

Muita gente instruída – até “cristãos”

Apoiaram Bolsonaro e suas tropas

 

Deste 8 de Janeiro a culminância

Não se devem olvidar seus precedentes

 

Numerosos sinais nos foram expostos

Da barbárie infligida ao Brasil

 

Dos ataques aos Índios e Quilombolas

Às mulheres e aos homossexuais

 

Um desmonte completo contra o povo

No Trabalho, também da Previdência

 

Sobretudo o Trabalho ”intermitente”

Denuncia o caráter das “reformas”

 

O descaso com o SUS, na pandemia

Implicou vasto números de óbitos

 

O orçamento secreto é um ultraje

Contra o nosso tesouro nacional

 

Os ataques em série de Bolsonaro

Têm apoio de altos generais

 

O direito à História prevalece:

Golpe é golpe, não é democracia

 

Petrobras é riqueza da nação

É urgente combater privataria

https://www.youtube.com/watch?v=WwFIdYzBpbw

 

Caldeirão e Canudos nos ensinam

A jamais desistir de nossas lutas

https://www.youtube.com/watch?v=k1FGhelqkjI

 

Formação popular continuada

Nos ajuda a manter a militância

 

Infeliz quem confia em banqueiros

Pelos frutos se conhece seu trabalho…

https://jornalggn.com.br/coluna-economica/as-licoes-do-golpe-da-americanas-por-luis-nassif/

 

Capital se diz técnico, e apolítico

Vira e mexe, os seus feitos vêm à tona

https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2023-01/banco-central-corrige-dados-cambiais-e-pais-fecha-2022-no-negativo

 

Israel volta à cena do terror

Palestinos seguem sendo as grandes vítimas

https://www.brasil247.com/mundo/acao-genocida-representacao-da-diaspora-palestina-no-brasil-repudia-ataque-israelense-em-jenin

 

João Pessoa, 30 de janeiro de 2023