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PT e governo Lula garantem reforma tributária com redução de impostos para mais pobres

Dentre as várias promessas de campanha que já foram cumpridas pelo presidente Lula, a reforma tributária, fundamental para o desenvolvimento econômico e a justiça social, foi promulgada nesta quarta-feira (20), em sessão histórica do Congresso Nacional, após uma espera de 40 anos. Durante a cerimônia, Lula destacou a importância de mais esse avanço rumo à melhoria das condições de vida dos brasileiros, sobretudo dos mais pobres.

Entre outras mudanças, a reforma tributária, a primeira do regime democrático, simplifica o sistema com a unificação de tributos, acaba com a cumulatividade na cobrança, define alíquota zero para a cesta básica de alimentos, reduz a tributação dos pobres e aumenta a dos ricos, devolve parte dos impostos para população de baixa renda (cashback) e tributa bens de luxo.

No discurso, Lula disse que estava “muito feliz” por encerrar o primeiro ano de mandato com a promulgação da reforma e uma série de outros avanços, como a queda da inflação e do desemprego, o crescimento econômico, o aumento dos salários e a ampliação do acesso ao crédito.

 

“Eu tenho certeza que nós temos que agradecer a Deus, porque somente o Todo-Poderoso é capaz de fazer com que um Congresso tão adverso como esse vote, pela primeira vez, uma política tributária, para começar a resolver o problema do povo pobre desse país”, afirmou o presidente, ao lado dos chefes do Legislativo e do Judiciário e de ministros do governo.

Lula também fez um agradecimento especial ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, “que teve a inteligência de fazer a proposta ao Congresso Nacional de uma reforma tributária, quando pouca gente acreditava que fosse impossível passar”.

Já Haddad ressaltou que a reforma é importante “para que a litigiosidade dê espaço à concórdia, ao entendimento, à transparência, à justiça tributária e, mais do que tudo, a que os empresários possam concorrer entre si em igualdade de condições e em busca de mais produtividade para a nossa economia, sem planejamento tributário, sem jabutis, sem pautas bomba, olhando para o Brasil, olhando para o futuro do Brasil”.

 

A presidenta do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), comemorou mais esse avanço rumo a um Brasil com mais justiça social.

“A decisão política do governo Lula de trabalhar pela aprovação da reforma tributária foi fundamental. Foi um passo importante para modernizar o sistema tributário. Ano quem vem tem mais, temos de avançar na tributação sobre renda e patrimônio. Parabéns ao ministro Fernando Haddad que encaminhou o debate junto aos parlamentares. A despeito dos bolsonaristas, ditos patriotas, que ficaram de costas durante o Hino Nacional e que iniciaram uma vaia a Lula, a promulgação da reforma tributária no plenário do Congresso Nacional foi bonita, histórica!”, disse Gleisi, nas redes sociais.

 

PT e governo juntos

A promulgação da reforma (Emenda Constitucional 132/2023) é resultado de uma articulação conduzida junto ao Congresso pelo ministro Haddad, das discussões do Grupo de Trabalho coordenado pelo deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) e da atuação conjunta da bancada do PT em favor da aprovação da matéria.

As discussões sobre a reforma tributária se arrastaram por vários anos, sem que o Executivo e o Legislativo conseguissem chegar a um entendimento. A última tentativa começou em 2019, quando o Congresso tomou a iniciativa mas não conseguiu avançar, em razão da falta de vontade política do governo passado em aprová-la.

“Depois de anos parada, o Governo Lula deu prioridade para a pauta e fez história ao aprovar um novo sistema tributário que beneficiará todos os brasileiros e brasileiras”, festejou Lopes, pela rede social “X”.

 

Ouça o Boletim da Rádio PT:

A seguir, os principais pontos da reforma:

Simplificação tributária e redução dos preços

A reforma tributária tem entre seus principais objetivos simplificar e modernizar o sistema de cobrança dos impostos sobre o consumo no Brasil, visto como um entrave ao desenvolvimento e fator de injustiça social.

A reforma vai mudar uma realidade em que são cobrados, nas diferentes etapas de produção, no mínimo, cinco tributos: três federais (PIS, Cofins, IPI), um estadual (ICMS) e um municipal (ISS). Com isso, os impostos se acumulam como uma bola de neve, fazendo com que as empresas tenham que pagar impostos em cima de impostos, o que aumenta os custos da produção e, consequentemente, o preço final ao consumidor.

O texto unifica esses tributos, com a criação do Imposto sobre Valor Agregado (IVA), como é feito em quase todo o mundo (mais de 170 países). O IVA não é cumulativo, ou seja, não haverá mais imposto sobre imposto, e ele será cobrado apenas no destino, onde os bens e os serviços são consumidos. Dessa forma, o fim da cumulatividade poderá reduzir os custos das empresas, que terão mais condições de investir e de gerar empregos. O IVA será dual, ou seja, a União vai arrecadar a sua parcela na tributação separadamente de estados e municípios.

Justiça social

A reforma também promove justiça social, através do fim do caráter regressivo do sistema tributário brasileiro, que obriga as pessoas de menor renda a pagarem mais impostos que os ricos, proporcionalmente. Nos países desenvolvidos, o sistema é progressivo, ou seja, na medida em que cresce a renda, aumenta a contribuição ao fisco.

Cashback do Povo

A reforma tributária prevê a possibilidade de um cashback (dinheiro de volta) para famílias de baixa renda na compra de alimentação e outros itens essenciais. É a melhor maneira de se fazer justiça social na tributação, já que os mais pobres têm um comprometimento maior de sua renda com o consumo. A medida pode beneficiar cerca de 72 milhões de pessoas.

Com o cashback, o valor correspondente ao imposto cobrado das famílias carentes poderá ser imediatamente devolvido. As famílias habilitadas para receberem o benefício poderão ser identificadas a partir das bases de dados de programas sociais, como o CadÚnico.

Alíquota zero para produtos da Cesta Básica Nacional

Em uma das maiores vitórias alcançadas pela classe trabalhadora, a reforma tributária define imposto zero para os produtos da Cesta Básica Nacional, o que pode acelerar ainda o processo de queda dos preços dos alimentos, iniciado no governo Lula.

O texto prevê a definição de uma lista de produtos que vão compor a Cesta Básica Nacional, que terá alíquota zero de impostos federais, estaduais e municipais — atualmente, a cesta é livre apenas de impostos federais.

Com isso, a previsão é que os alimentos mais consumidos pelas famílias, como arroz, feijão, mandioca e outros, cujos preços já vêm caindo, fiquem ainda mais baratos.

Saúde e medicamentos mais baratos

Outra novidade é um regime diferenciado para saúde e medicamentos. A alíquota será reduzida em 60% para medicamentos e produtos de cuidados básicos à saúde menstrual. Já medicamentos usados para o tratamento de doenças graves, como câncer, terão alíquota zerada.

IPVA para itens de luxo

A reforma tributária prevê a cobrança de IPVA sobre veículos aquáticos e aéreos, como iates, jet skis, jatos e helicópteros. Nas regras atuais, o referido imposto é cobrado apenas de proprietários de motocicletas, carros e caminhões.

A cobrança do imposto para itens de luxo é mais uma forma de se promover justiça social, com o fim dos privilégios tributários das parcelas mais ricas da população. Ao mesmo tempo, a medida tem potencial para aumentar a arrecadação de impostos, dando ao governo melhores condições de fazer investimentos e de melhorar a qualidade dos serviços públicos.

Transformação

A promulgação da reforma tributária reforça o caráter transformador dos governos do PT, responsáveis por iniciativas que mudaram a cara do país. São ações que resultaram em expressivos índices de crescimento econômico, na saída do Brasil do mapa da fome, na criação das cotas em universidades federais, na igualdade salarial entre homens e mulheres, no aumento real do salário mínimo, na transposição das águas do Rio São Francisco, no Bolsa Família, no Minha Casa, Minha Viva, entre outros avanços.

Fonte: PT

 

Arte

Manter uma revista no ar é uma arte

Em parte exercida espontânea e livremente

Parte também deliberadamente e com propósito

Abrir espaço para a vida é uma das intenções primordiais

Quem sabe seja a única e principal

O que mais vale a não ser o viver?

Que seja justo e prazeroso

Belo e amoroso

Dizer muito com poucas palavras

Habilitar o exercício cotidiano da confiança e o convívio

Aprender sempre!

 

Papa no Angelus: mostrar a luz verdadeira, que é Jesus, com o testemunho de vida

João Batista nos ensina pelo menos duas coisas, disse Francisco: Primeiro, que não podemos salvar-nos sozinhos: somente em Deus encontramos a luz da vida. Segundo, que cada um de nós, com o serviço, a coerência, a humildade, com o testemunho de vida – sempre com a graça de Deus – pode ser uma lâmpada que brilha e ajudar os outros a encontrar o caminho para encontrar Jesus”.

Com o testemunho de vida, sabedores de que só em Deus encontramos a luz da vida, podemos ser uma lâmpada para os outros, ajudando-os a encontrar o caminho que leva a Jesus.

Em síntese foi o que disse o Papa na sua alocução antes de rezar o Angelus neste III Domingo do Advento, chamado de Domingo Gaudete, quando a Liturgia nos convida a um testemunho cristão feliz e alegre. E a inspiração de Francisco, foi precisamente a missão e o testemunho de João Batista, conforme narrado no Evangelho de João (Jo 1,6-8.19-28): “Reflitamos sobre isso: testemunhar a luz.”

Dirigindo-se aos milhares de fiés e turistas reunidos na Praça São Pedro para o tradicional encontro dominical, o Papa começa explicando que “o Batista é certamente um homem extraordinário. As pessoas acorrem para ouvi-lo, atraídas pelo seu modo de ser, coerente e sincero”:

O seu testemunho passa pela franqueza da sua linguagem, a honestidade do comportamento, a austeridade de vida. Tudo isso o diferencia de outros personagens famosos e poderosos da época, que contrariamente, investiam muito na aparência. Pessoas como ele, retas, livres e corajosas, são figuras luminosas e fascinantes: estimulam-nos a elevar-nos da mediocridade e a ser, por sua vez, bons modelos de vida para os outros.

O Senhor – observou o Santo Padre – “envia homens e mulheres deste tipo em todas as épocas”. E pergunta: “Sabemos reconhecê-los? Procuramos aprender de seu testemunho, também questionando-nos? Ou nos deixamos encantar por personagens da moda? João é luminoso enquanto testemunha a luz. Mas, qual é a sua luz?”:

Ele mesmo nos responde quando diz claramente às multidões que foram ouvi-lo de não ser ele a luz, de não ser ele o Messias. A luz é Jesus, o Cordeiro de Deus, “Deus que salva”. Somente Ele redime, liberta, cura e ilumina. Por isso João é uma “voz” que acompanha os irmãos à Palavra; serve, sem buscar honras e protagonismos: é uma lâmpada, enquanto a luz é Cristo vivo.

Francisco então, enfatiza que “o exemplo de João Batista nos ensina pelo menos duas coisas”:

Primeiro, que não podemos salvar-nos sozinhos: somente em Deus encontramos a luz da vida. Segundo, que cada um de nós, com o serviço, a coerência, a humildade, com o testemunho de vida – sempre com a graça de Deus – pode ser uma lâmpada que brilha e ajudar os outros a encontrar o caminho para encontrar Jesus.

Então, propõe que nos perguntemos:

Como posso, nos ambientes em que vivo, não num dia distante, mas já agora, neste Natal, ser testemunha de luz, testemunha de Cristo? 

Que Maria, espelho de santidade – disse ao concluir – nos ajude a ser homens e mulheres que refletem Jesus, luz que vem ao mundo.

Fonte: Vatican News

Esperançando

Esperança se faz. Se constrói.

Um livro sobre “A importância do ato de ler.” (Paulo Feire)

Um outro livro sobre o por que as pessoas escrevem. (Anais Nin)

Um livro sobre a identidade. Quem somos realmente. (“Tabu. O que não deixa você saber quem você é,” por Allan Watts)

Um outro livro sobre ler. Os direitos de quem lê. (“Como um romance,” por Daniel Pennac)

Um filme sobre os dias e as noites. Filme de 2023 que nos ajuda a nos ver em perspectiva plural. Assista aqui. “Quantos dias. Quantas noites” https://youtu.be/_biFEZgRYd0?si=Ogg3EZ4gmqBs2b4n

“A arte poética” (Jorge Luis Borges). A poesia (Adélia Prado, Cecília Mireles)

A poesia social segundo o Papa Francisco e Marcos Diez, jornalista e poeta.

Voltando a um modelo anterior de síntese, anunciamos aqui o que vem aí.

Natal é tempo de esperança. Diálogo inter-geracional. Pertencimento e identidade

Ler é ser parte e fazer parte. É um ato de inclusão social e integração pessoal.

(Atualizado em 16-12-2023)

A vida ressignificada

Temos procurado manter uma linha editorial pautada pela boa notícia

Aquilo que anima e aumenta a esperança

O restabelecimento da democracia no Brasil criou um clima de luz crescente

Pequenos e nem tão pequenos sinais de reavivamento da vontade de viver

A poesia do dia a dia, a vida ressignificada

Desde estas páginas saudamos a todas e todos que fazem parte da grande movimentação pela inclusão social

O fortalecimento da autoestima e da confiança em nós mesmos (as) e no futuro.

Boa notícia é isso. A vida em primeiro lugar.

Santa Sé na ONU: Estados se comprometam a eliminar as causas da migração forçada

O observador permanente da Santa Sé junto às Nações Unidas e outras Organizações Internacionais em Genebra, dom Balestrero, falou na quarta-feira, 29 de novembro, na 114ª Sessão do Conselho da Organização Internacional para as Migrações, destacando a necessidade de um esforço conjunto de cada país e da comunidade internacional para garantir que todos possam viver em paz e com dignidade em seu próprio país

O observador permanente da Santa Sé junto às Nações Unidas e outras Organizações Internacionais em Genebra, dom Balestrero, falou na quarta-feira, 29 de novembro, na 114ª Sessão do Conselho da Organização Internacional para as Migrações, destacando a necessidade de um esforço conjunto de cada país e da comunidade internacional para garantir que todos possam viver em paz e com dignidade em seu próprio país.

Fonte: Vatican News

Lula: “Lei de Cotas provocou uma revolução pacífica na educação brasileira”

O presidente Lula sancionou, nesta segunda-feira (13), durante solenidade no Palácio do Planalto, o Projeto de Lei n. 5.384/2020, que atualiza a Lei n. 12.711/12 (Lei de Cotas), voltada à reserva de vagas para estudantes egressos de escolas públicas em instituições federais de ensino.

Entre as alterações que a nova legislação prevê estão a mudança do mecanismo de ingresso de cotistas ao ensino superior federal, a redução da renda familiar para reservas de vagas e a inclusão de estudantes quilombolas como beneficiários das cotas. O texto sancionado também determina que a lei seja monitorada anualmente e avaliada a cada dez anos.

Durante o evento, Lula afirmou que a “Lei de Cotas provocou uma revolução pacífica na educação brasileira, a abrir as portas das universidades federais para jovens de baixa renda, negros, pardos, indígenas e pessoas com deficiência”.

“Pela primeira vez, a filha do pedreiro pôde virar engenheira. Pela primeira vez, o filho da empregada doméstica pôde virar doutor. Pela primeira vez, os filhos e filhas de pais que não puderam estudar tiveram a oportunidade de ser o que quiser ser, conquistando um diploma e melhorando a sua vida”, disse o presidente, ao lado dos ministros da Educação, Camilo Santana, da Igualdade Racial, Anielle Franco, dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, e da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macedo.

 

Leia mais: Lula sanciona atualização da Lei de Cotas. Política revolucionou universidades do país 

Novidades

No mecanismo de ingresso anterior, o cotista concorria apenas às vagas destinadas às cotas, mesmo que ele tivesse pontuação suficiente na ampla concorrência. Com a nova legislação, primeiramente serão observadas as notas pela ampla concorrência e, posteriormente, as reservas de vagas para cotas. Os aprimoramentos da Lei de Cotas serão aplicados já a partir da próxima edição do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que ocorrerá em janeiro de 2024.

Também foi reduzido o valor definido para o teto da renda familiar dos estudantes que buscam cota para ingresso no ensino superior por meio do perfil socioeconômico. Antes, o valor exigido era de um salário mínimo e meio, em média, por pessoa da família. Com a nova legislação, esse valor passa a ser de um salário mínimo.

Outras mudanças são: a inclusão dos estudantes quilombolas como beneficiários das cotas, nos moldes do que atualmente já ocorre para pretos, pardos, indígenas e pessoas com deficiência (PcDs); o estabelecimento de prioridade para os cotistas no recebimento do auxílio estudantil; e a extensão das políticas afirmativas para a pós-graduação.

O novo texto também inclui, além do MEC, outros ministérios como responsáveis pelo acompanhamento da política de cotas: Igualdade Racial, Direitos Humanos e da Cidadania; Povos Indígenas e Secretaria Geral da Presidência da República.

Revisão

Conforme previsto na Lei n. 12.711/2012, dez anos após a sanção da Lei de Cotas, em 2022, iniciou-se o processo de revisão da legislação em questão. Dessa forma, os movimentos sociais, pesquisadores, parlamentares e órgãos de controle articularam-se para que a revisão se efetivasse no sentido de aprimorar a Lei de Cotas.

Leia mais: Equidade e inclusão: confira o impacto da Lei de Cotas no Brasil

Em grande medida, os pontos destacados por esses agentes em reuniões, seminários e documentos foram assimilados pelo Projeto de Lei n. 5.384/2020, de autoria da deputada Maria do Rosário (RS), que tramitou no Congresso Nacional entre dezembro de 2020 e outubro de 2023. Na Câmara dos Deputados, a relatora do PL foi a deputada Dandara Tonantzin (PT-MG), enquanto, no Senado Federal, foi o senador Paulo Paim (PT-RS).

Lei de Cotas

A Lei n. 12.711/2012, conhecida como Lei de Cotas, foi sancionada, em agosto de 2012, pela então Presidenta Dilma Rousseff. A legislação instituiu o programa de reserva de vagas para estudantes egressos de escolas públicas; estudantes pretos, pardos, indígenas, oriundos de famílias com renda inferior a um salário mínimo e meio per capita; e estudantes com deficiência. A partir disso, esses grupos passaram a ter mais oportunidades de acesso às instituições federais de ensino. Em 2016, pessoas com deficiência foram incluídas como público beneficiário da política de cotas.

Durante a solenidade, Lula ressaltou que, “nesses últimos 10 anos, a Lei de Cotas tem sido uma importante ferramenta de reconstrução de um país historicamente governado para uma minoria privilegiada” e que “toda a reconstrução é precedida da demolição das estruturas arcaicas e enferrujadas”. Ele acrescentou que, graças a essa lei, o percentual de cotistas nas universidades federais saiu de 3,1%, em 2005, para 48.3%, 2018.

“A história do Brasil foi marcada por quase três séculos de escravidão e pela persistência, até hoje, de uma desigualdade crônica que permeia as relações sociais e de trabalho no país. É preciso demolir o preconceito que está na origem da nossa desigualdade para reconstruir o Brasil sobre um novo alicerce: direitos e oportunidades iguais para todas e todos, sem distinção de raça ou de qualquer outra forma de perpetuação dessa desigualdade”, disse o presidente.

Lula afirmou ainda que os jovens beneficiados pelas cotas estão demolindo um mito propagado pelas elites que sempre tiveram livre acesso às melhores instituições do Brasil e do exterior: o mito de que a chegada dos cotistas ao ensino superior faria cair a qualidade da educação. “Eu ouvi muito isso”, disse o presidente, ao afirmar que o que aconteceu foi exatamente o contrário.

Leia mais: Vitória da Educação: Presidente Lula sanciona nova lei de Cotas

“A realidade é que os jovens das classes menos favorecidas são tão inteligentes quanto os jovens ricos e agarram com unhas e dentes a oportunidade de demonstrar a capacidade de estar onde estão. O que faz cair a qualidade acadêmica é o ódio, que algumas pessoas deste país têm à democratização do conhecimento”, afirmou Lula.

“Ódio este que, no governo anterior, mostrou suas garras na tentativa de sucatear as universidades federais. Não conseguiram. Estejam certos de que nos nossos governos as universidades continuarão a cumprir, com cada vez mais apoio, o extraordinário papel de fonte de geração de conhecimento que o Brasil precisa”, prosseguiu o presidente.

Mecanismo de inclusão social

O ministro da Educação, Camilo Santana, ressaltou que a Lei de Cotas é o principal mecanismo de inclusão social na história da educação superior brasileira. “Desde a sua criação, a Lei de Cotas proporcionou que mais de 1,1 milhão de brasileiras e brasileiros ingressassem em cursos de graduação nas instituições públicas, sendo mais de 810 mil por intermédio do SISU. Estamos diante de uma sólida e exitosa política pública estabelecida desde 2012 e que, agora, foi aperfeiçoada”, disse o ministro.

Ele também destacou que o último Censo da Educação Superior demonstrou que, ao contrário das previsões preconceituosas, a taxa de permanência e conclusão dos estudantes que ingressam pela Lei de Cotas é 10% melhor e superior que a dos alunos que entram pela ampla concorrência.

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, afirmou ser uma “cotista com muito orgulho” e que, graças à Lei de Cotas, ingressou na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), a primeira instituição de ensino a aplicar esse mecanismo de inclusão social. “Imaginem um Brasil onde não tivéssemos a Lei de cotas. Esse Brasil, com toda certeza, seria menos diverso, menos plural e seria afundado em desigualdades estruturais e históricas ainda mais perversas”, disse Anielle.

A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, afirmou que a Lei de Cotas traz um avanço nesse histórico de lutas por educação e por justiça social. “O aprimoramento da Lei de Cotas e das ações afirmativas vem garantir o acesso e a equidade desses estudantes às instituições federais de ensino superior e de ensino técnico, de nível médio, o que fortalece e confirma o compromisso deste governo com a democracia, com a educação, com a igualdade racial, com as mulheres e jovens do nosso país”, declarou.

Já o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, sublinhou que a Lei de Cotas beneficia não apenas os estudantes aos quais ela diretamente se destina, mas toda a população brasileira.

“Eu quero dizer que beneficia toda a população brasileira, faz com que o Brasil possa olhar para os elementos que são desagregadores de qualquer projeto de nação. Um país racista, um país em que o racismo permeia as relações sociais não é uma nação. Portanto, a política de cotas é uma política de importância nacional, é uma política que faz com que o Brasil possa, de fato, ser chamado de nação”, afirmou o ministro.

Fonte: PT, com site do Planalto

Significar a vida

Após anos de luto Hoje luto cada minuto
Significando a vida
Ficou um crédito imenso em favor do presente
Como lembrou uma amiga também sobrevivente
Não me venham com guerras santas
Nada de santo há nesse afazer covarde e cruel
Luto contra a exclusão social
Pela inclusão de todas as pessoas
Esta é a minha luta
Poetizar é a arma
Ando pelo mundo
Me vendo no olhar diverso
Converso e escuto e me escuto
Abro espaço para a vida
Ofício de poeta.
Nasci num mundo em guerra
Guerra que veio para dentro
Para perto, tudo em volta
Volta e meia acordando novamente
Em estado de alerta.
Setentando agora à luz do crepúsculo
Vejo os sóis costurados no caminho.
Não me venham com guerras santas
Vão trabalhar! Vão estudar! Vão ser gente!
Aprender a amar dá trabalho
Matar não é um trabalho.
Não me venham com guerras santas
A única guerra santa é a que nos faz humanos, humanas
É a educação, a arte e a cultura
A comunidade e a família.
Não me venham com guerras santas.

 

Aniversário

Recebi mensagens de pessoas queridas desta rede

Ia dizer pessoas de diversas partes

Mas a rede não tem partes

A rede é una e une

Então compreendi e agradeço

Pertenço a um coletivo que trabalha na inclusão e integração social

Integrar e incluir

Esta e a nossa guerra

Uma guerra que vencemos todo dia, toda hora

É a guerra do amor contra a exclusão

A vitória é nossa porque o amor não pode ser derrotado

O amor é o que sustenta o mundo

Somos a semente que sobrevive

Começa uma outra jornada

Argentino, vim para o Brasil buscando primaveras

Me fiz neste país que ainda busca primaveras

É uma busca humana a flor

O amor, o que nos da a vida, o que embeleza

Vocês me lembraram que nós não morreremos

Nos eternizamos

Nos unimos à substancia da vida

Então meu aniversário foi ao mesmo tempo

A minha chegada à casa dos setenta em ritmo de sessenta

Aniversário da revista Consciência e do meu tempo nesta rede

Que costura afetos combatendo a exclusão

A vitória é nossa

Obrigado por me ter lembrado disto no meu aniversário!

(01-11-2023)