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Por que vou votar em Lula-Alckmin?

Porque necessito de um mínimo de segurança para poder tocar a vida em frente. Mais livros, menos armas.

Porque já vi que a parceria operário-empresarial, que deu certo nos governos Lula, é boa para o conjunto da nação e do povo. Todo mundo ganha, e há um clima de alegria e felicidade. Isso é muito bom! Ninguém precisa sofrer para que outros ou outras desfrutem!

Porque quero completar o meu processo de humanização, completar o que tenho que aprender para ser de fato uma pessoa melhor. Preciso das demais pessoas, da cooperação, da solidariedade, da proximidade com os e as diferentes.

O incentivo ao ódio, o desrespeito e a segregação social, a exclusão social, me doem profundamente, e atrapalham demasiadamente o meu processo evolutivo.

Estas são algumas das minhas razões. Há mais. Migrante acolhido no Brasil em tempos difíceis, quero que esta volte a ser uma terra de acolhimento. Chega de perseguições, assassinatos, mortes evitáveis! Respeito à vida!

A omissão, o silêncio, enquanto a barbárie se espalha e continua a amedrontar, paga-se muito caro.

As mortes das pessoas que foram assassinadas por motivos políticos nestes últimos anos, vão pesar na consciência de quem se omitir.

Posso lhes assegurar que não desejo a ninguém, ter que viver com esse peso na consciência.

Mesmo que você não tenha concordado com esses assassinatos, eles irão lhe atormentar pelo resto da sua vida. Eu sei o que lhe digo.

É melhor prevenir. Agir certo. Atuar de acordo com a nossa consciência.

Finalmente, mas não menos importante. Eu não quero ficar de fora da reconstrução do Brasil. Fiz a minha parte pela reconstrução social e nacional na Argentina, e continuarei a colaborar para reconstruir o Brasil. Como? Não me escondendo, dando a cara, dando as mãos, fazendo juntos e juntas, que é o que sei fazer. Fiz e continuarei a fazer. Para não me esquecer de mim.

Opção pela vida

Como se faz um país?

Como se desfaz um país?

Tivemos a oportunidade de ver como o Brasil foi um país para todas e todos, durante os governos de Lula, do PT.

Como se desfaz um país, estamos a saber desde pelo menos 2016, 2018. Um golpe de estado, um regime autoritário cuja opção é a morte.

É disto que vamos tratar. A morte não é uma opção, é um acontecimento, uma ocorrência, algo que sucede por si mesmo.

Quando uma pessoa, um país, ou um desgoverno optam pela morte, estão a fazer uma opção burra, ignorante, absurda. Estão a optar pelo nada.

Isso é que é o fascismo. Fascismo não é apenas a opção por regimes ilegais e inconstitucionais como o atualmente no poder no Brasil.

É também a opção pela morte. A opção pela morte é a opção pelo ódio, pelo medo, pela discriminação, pela exploração, pela misoginia, pela homofobia, pelo racismo.

Temos que tomar cuidado porque no combate à ideologia do ódio, facilmente podemos cair na armadilha de odiar a quem odeia.

Quem odeia não deve ser odiado ou odiada. Deve ser apenas escutado ou escutada. Saber por que é que essa pessoa adere a opções que lhe são avessas.

É disto que trata a Pedagogia do Oprimido, de Paulo Freire. Por que os pobres e os trabalhadores e trabalhadoras optam pelo que lhes prejudica?

Por que escolhem ser oprimidos ou oprimidas? Porque não têm consciência para si. Não sabem quem são, ainda. Daí a educação.

A necessidade de saber qual é a nossa classe social, quais os interesses e valores que nos constituem.

Quando isto não acontece, agimos de maneira descosturada. Vamos para onde nos mandam.

Para evitar que nos sigam mandando morrer, podemos abrir os olhos. Como é que se abre os olhos e se vê a realidade?

Estudando, lendo, pesquisando, se informando de fontes confiáveis. Para isto esta revista. Consciência é isto.

Uma possibilidade de abrir um espaço para o reconhecimento de si. Quem sou? Que quero? Para onde quero ir? O que é o que dá sentido à minha vida?

O que é que não posso, não quero, não devo e nem vou aceitar de jeito nenhum?

Isto é consciência.

Morrer vamos todos e todas morrer um dia. A opção humana sadia é a de protelar o mais possível esse momento, e que ele aconteça por si.

Não precipitar a morte. Não se matar antes da hora. Não morrer antecipadamente.

A opção burra é a de ir ao encontro da morte. Procurar a morte é procurar o nada. Isto é o que hoje parece que muita gente não percebe.

Ficar nessa vidinha de fazer de conta das “redes sociais”, dando cliques e likes e achando que isso vale alguma coisa, é optar pelo nada.

A vida é, ao contrário, trabalho, esforço, luta. É prazer também, mas não o prazer vazio do sem-sentido.

É o prazer profundo e alegre de ser quem somos.

Num ano eleitoral, não se deixe abestalhar pela imbecilidade circundante. Venha para si. Se escute. Converse com a sua história de vida.

Veja quais são as suas raízes. Opte pela vida, que nos devolve multiplicados cada pequeno esforço que façamos em favor dela.

Basta de mortes. Basta de fome e desemprego. Basta de mentira e força bruta. Opte pela vida!

 

Salve o Brasil

Parece que o tempo das grandes mobilizações internacionais em favor da vida das pessoas de um ou outro país teria passado. Mas não é.

Ainda há gente que se importa com o que está a acontecer no Brasil, o maior país da América do Sul, às voltas com um regime ilegal, ilegítimo e inconstitucional.

A ordem internacional parece não ter olhos para outros “inimigos” do que aqueles países que se contrapõem aos interesses econômicos das grandes potências.

No entanto, o fato de que a população brasileira esteja entregue aos desmandos de um regime avesso aos Direitos Humanos, sequer é noticiado pela mídia que faz e desfaz a “realidade” na cabeça dessa humanidade que já faz muito tempo que não vê mais nada.

Apenas vemos o que nos mostram. O que nos mostram é o que interessa ao poder e à dominação. Como um rebanho enceguecido a força de avalanches diárias de toneladas de informação cuja qualidade sequer aferimos, vamos ora para um lado, ora para outro, abestalhadamente.

Aqui e ali despontam algumas luzes. O papa Francisco acaba de lançar um livro que venho lendo com a sensação bastante forte de que é possível escaparmos da cilada em que nos meteram. Vamos sonhar juntos-O caminho para um futuro melhor é um verdadeiro bálsamo no meio à polarização a que temos nos acostumado.

Com lucidez e clareza, apoiado numa visão mundial sobre as perspectivas de que a humanidade possa construir uma saída para a extinção a que pareceríamos estar condenados/as, o papa Francisco aponta para a necessidade de sairmos de posturas que negam a realidade, quer seja pela polarização, quer pela evitação do confronto.

Confesso que está sendo para mim uma lição de humildade. O chefe de estado católico não vêm das alturas de quem pretende saber tudo, mas ao contrário, partilha experiências que ao longo da sua vida lhe ensinaram a enfrentar e resolver conflitos.

É fácil para mim me espelhar, me reconhecer nas palavras do papa Francisco. Aspectos concretos de uma maneira de estar no mundo que ele denomina de “transbordamento”, uma apertura que possibilita um contato mais além do que supúnhamos saber, a fragilidade longe de ser uma deficiência, pode ser uma porta de superação.

Poderia parecer fora de contexto nesta nota o comentário que acabo de fazer acerca do livro do papa Francisco. Não é. O fato de estarmos em meio a uma situação de gravíssima crise no que diz respeito ao cuidado com a vida humana no Brasil, pode ser um elemento que nos acorde para o que mais poderíamos perder caso continuemos com a velha política do avestruz.

Deixar com que o país se precipite num colapso por conta da total imoralidade do atual regime no poder, pode ser um preço demasiado alto para se pagar. Olhar para ver o que está ao nosso alcance para sairmos da estupidez, da idiotice imposta pela overdose informativa que nos enfia goela abaixo todo tipo de ordens e visões de mundo que sequer percebemos criticamente. Pode ser uma maneira de salvar o Brasil no miúdo, no dia a dia, na vida cotidiana.