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Por que vou votar em Lula-Alckmin?

Porque necessito de um mínimo de segurança para poder tocar a vida em frente. Mais livros, menos armas.

Porque já vi que a parceria operário-empresarial, que deu certo nos governos Lula, é boa para o conjunto da nação e do povo. Todo mundo ganha, e há um clima de alegria e felicidade. Isso é muito bom! Ninguém precisa sofrer para que outros ou outras desfrutem!

Porque quero completar o meu processo de humanização, completar o que tenho que aprender para ser de fato uma pessoa melhor. Preciso das demais pessoas, da cooperação, da solidariedade, da proximidade com os e as diferentes.

O incentivo ao ódio, o desrespeito e a segregação social, a exclusão social, me doem profundamente, e atrapalham demasiadamente o meu processo evolutivo.

Estas são algumas das minhas razões. Há mais. Migrante acolhido no Brasil em tempos difíceis, quero que esta volte a ser uma terra de acolhimento. Chega de perseguições, assassinatos, mortes evitáveis! Respeito à vida!

A omissão, o silêncio, enquanto a barbárie se espalha e continua a amedrontar, paga-se muito caro.

As mortes das pessoas que foram assassinadas por motivos políticos nestes últimos anos, vão pesar na consciência de quem se omitir.

Posso lhes assegurar que não desejo a ninguém, ter que viver com esse peso na consciência.

Mesmo que você não tenha concordado com esses assassinatos, eles irão lhe atormentar pelo resto da sua vida. Eu sei o que lhe digo.

É melhor prevenir. Agir certo. Atuar de acordo com a nossa consciência.

Finalmente, mas não menos importante. Eu não quero ficar de fora da reconstrução do Brasil. Fiz a minha parte pela reconstrução social e nacional na Argentina, e continuarei a colaborar para reconstruir o Brasil. Como? Não me escondendo, dando a cara, dando as mãos, fazendo juntos e juntas, que é o que sei fazer. Fiz e continuarei a fazer. Para não me esquecer de mim.

Por que eu voto em Lula-Alckmin?

Por Henriqueta Camarotti*

Queridos e queridas, Terapeutas Comunitários e simpatizantes da causa: Por que eu voto em Lula-Alckmin?

Vivemos um momento singularmente difícil em nosso país. Como Terapeutas Comunitários, creio que temos responsabilidades especiais neste caso, um tanto diferentes daquelas que assumimos quando coordenamos grupos de TCI. Refiro-me à necessidade de nos posicionarmos, como cidadãos, frente ao momento atual. Assim eu, Henriqueta Camarotti, acima de tudo cidadã, mas também médica e Terapeuta Comunitária não poderia deixar de me manifestar neste momento tão importante para o destino do povo brasileiro. Assim, vejamos alguns fatos atuais, não meras opiniões minhas ou de alguma outra pessoa, que demonstram, sem sombra de dúvida, que nosso país vem caminhando, nos últimos quatro anos, literalmente para o fundo do poço, em todos os setores, mas principalmente naqueles dos quais dependem a segurança, a saúde, a educação e o bem-estar de nossa gente.

1- Na saúde, ocorreu abandono total e irresponsabilidade por parte do governo federal e seus aliados com a pandemia de Covid, acarretando não só catastróficas centenas de milhares mortes, como também atraso e cancelamento de cirurgias, tratamentos de câncer, controle de doenças crônicas, cuidados a crianças em estado de risco, além de desmobilização social nas vacinações, precarização da atenção em saúde mental, gerando um estado de  autêntico caos na saúde pública e forte desinvestimento no SUS, como nunca visto até então.

2- Na educação, ausência de projetos de melhoria e intenso corte de verbas, levando ao sucateamento de escolas, queda da oferta de vagas para crianças e jovens, abandono por parte de jovens estudantes, desestímulo aos professores, além de militarização das escolas, com a atenção em tempo integral abandonada como projeto de governo, em troca da militarização e do incentivo ao desacreditado home-schooling, fazendo com que, na prática, as crianças fiquem na rua ou entregues aos programas sensacionalistas ou violentos de TV, enquanto os pais estão trabalhando para ganhar minimamente para seu sustento.

3- Na área social, volta da fome, retornando o país a uma situação de décadas atrás, com favelamento, aumento de moradores de rua e precarização cada vez maior da vida nas cidades e no campo.

4- Na segurança individual e pública, índices de criminalidade crescentes, com o crescimento do fenômeno das milícias, das execuções sumárias, da arbitrariedade e da violência policial, além do terror gerado por indivíduos fora da lei nas comunidades mais pobres.  Aumento da violência com mulheres e crianças e crescente aumento da violência nas ruas.

5- Nos costumes e relações sociais, manifestações e incentivos, por parte de certas autoridades, a atitudes de preconceito, ódio, desrespeito às mulheres e aos diferentes em termos religiosos, raciais, étnicos, regionais e de classe social.

Por estas e outras razões, que são hoje de conhecimento amplo da sociedade e que só não vê quem ficou cego e surdo aos anseios da sociedade, é que comunico aos meus amigos e amigas, em especial à valorosa turma de propagadores da Terapia Comunitária Integrativa, venho de público MANIFESTAR MEU VOTO, NO DIA 30 PRÓXIMO EM  LULA e ALCKMIN, porque vejo nisso a única forma de evitar ou pelo menos atenuar a verdadeira interrupção e mesmo destruição de um processo civilizatório, que mesmo com dificuldades diversas, vinha sendo empreendido no nosso país.

Chega de mentiras, de violência, de desrespeito aos diferentes, de truculência, de fazer com que nós brasileiros continuemos a passar vergonha perante outros povos.

*Neuropsiquiatra , homeopata, gestalt terapeuta e terapeuta comunitária. Criadora da abordagem Terapia Transessencial.

Milhares protestam pelo país contra nomeação de pastor racista e homofóbico à Comissão de Direitos Humanos

Milhares de pessoas foram às ruas mostrar sua indignação contra a nomeação de Marco Feliciano (PSC-SP) para presidir a Comissão de Direitos Humanos e minorias da Câmara dos Deputados. Mediante suas declarações homofóbicas e racistas, protestos ocorreram pelo Brasil e por países como França e Inglaterra. Os atos questionavam como o governo pode permitir que Feliciano, com opiniões públicas que desrespeitam os setores oprimidos, possa os representar.

No último fim de semana, 9 e 10 de março, houve atos em São Paulo, Ribeirão Preto-SP, Rio de Janeiro, Curitiba, Porto Alegre, Vitória, Fortaleza, Brasília, Salvador, Feira de Santana-BA, Florianópolis, Belo Horizonte, Uberlândia-MG, Juiz de Fora-MG entre muitas outras cidades, incluindo manifestações de solidariedade em Buenos Aires e em Londres.

O maior dos atos foi em São Paulo, e reuniu milhares de pessoas na esquina da Avenida Paulista com a Rua da Consolação. A manifestação foi engrossada por outro ato que acontecia na Paulista, contra o presidente do Senado, Renan Calheiros. A manifestação chegou a fechar três faixas da avenida no centro da cidade.

Veja abaixo uma lista de frases absurdas ditas por Marco Feliciano:

“A maldição que Noé lança sobre seu neto, Canaã, respinga sobre o continente africano, daí a fome, pestes, doenças, guerras étnicas!”.

“A podridão dos sentimentos dos homoafetivos levam ao ódio, ao crime e à rejeição”.

“Trinta mil pessoas que foram retiradas, tudo isso para beneficiar 500 indígenas” “…é muita terra para 500 pessoas”.

“Africanos descendem de ancestral amaldiçoado por Noé. Isso é fato. O motivo da maldição é polêmica”.

“Sendo possivelmente o 1o. ato de homossexualismo da história, a maldição de Noé sobre canaã toca seus descendentes diretos, os africanos”.

“Casamento civil é entre um homem e uma mulher. E ponto final. É o que diz nossa Constituição. Fora disso, nada existe. Defendo o plebiscito e vou ver em que pé está meu projeto, que estava parado na comissão”.

“Sobre o continente africano repousa a maldição do paganismo, ocultismo, misérias, doenças de lá: ebola, aids, fome… etc”.

“Casamento civil é entre um homem e uma mulher. E ponto final. É o que diz nossa Constituição. Fora disso, nada existe”.

Sobre a ministra da Cultura, Marta Suplicy, e a deputada Erika Kokay (PT-DF) ele diz: “Mulheres de sexualidade distorcida”.

Sobre o casamento gay: “Porta de entrada para o caos”.

Não podemos cruzar os braços

Além da nomeação de Feliciano para a presidência da Comissão de Direitos Humanos, Renan Calheiros, acusado de corrupção, está presidindo o Senado; o ruralista e um dos maiores produtores de soja do Brasil, Blairo Maggi foi eleito para presidir a Comissão de Meio Ambiente; João Magalhães (PMDB-MG) preside a Comissão de Finanças e Tributação da Câmara, mas responde a três inquéritos no STF –peculato, tráfico de influência e crime contra o sistema financeiro. Seus bens encontam-se bloqueados desde dezembro passado.

Não podemos permitir que a nomeação desses políticos, com histórico de corrupção e má gestão do dinheiro público, continue. Devemos ir às ruas protestar e exigir do governo que todos esses políticos sejam destituídos.

Fonte: CSP-Conlutas
Foto: postada no Facebook de Bueiro Alberto