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Obsolescência programada: Uma das mil facetas do Capitalismo

O Planeta e a humanidade padecem, de forma crescente, das graves ameaças com que o modo de produção, de consumo e de gestão societal não cessa de brandir contra nós. O Capitalismo, com efeito, constitui o fator máximo de desumanização e de letalidade socioambiental. Não se trata – cumpre alertar, desde já – de “ideia fixa” do autor destas linhas. Há mais de meio século nos dedicamos ininterruptamente, como tantos outros, como aprendiz, como militante e como pesquisador, junto a nossas organizações de base, em especial os Movimentos Sociais Populares, a estudar e buscar entender o modo de produção capitalista, em suas entranhas e em suas “complexas e múltiplas determinações”. Eis por que, tantas vezes cuidamos de retomar criticamente algumas dimensões deste sistema necrófilo.

 

Justamente por conta desta complexidade e desta amplitude que caracterizam o modo de produção, de consumo e de gestão societal – ou seja, o capitalismo – , cumpre situar a obsolescência programada como uma faceta dinamicamente conectada a centenas de outras que compõem o sistema capitalista. Do ponto de vista de uma militância revolucionária só faz sentido entender melhor e combater a obsolescência programada, se assumirmos também o compromisso de, identificando-a como um fio dinamicamente conectado a tantos outros que compõem a malha do mercado capitalista, nos empenhamos sem cessar em enfrentar e superar suas raízes mais fundas, de modo a irmos construindo um novo modo de produção, alternativo à barbárie capitalista.

 

A obsolescência programada pode ser entendida como uma entre tantas estratégias destinadas a maximizar o lucro das grandes corporações transnacionais que operam na multiplicidade de setores econômicos, políticos, culturais, educacionais, religiosos, etc, caracteriza-se pela produção de bens de consumo, cujo o tempo de vida útil é premeditadamente reduzido, sendo imediatamente descartados e substituídos por novos produtos, com objetivos de gerar lucro para as grandes corporações.

 

Trata-se de uma estratégia organicamente articulada a centenas de outras, com o objetivo de manter e reforçar o processo de mercantilização da vida e das relações entre os humanos e o planeta. Neste modo de produção tudo se transforma em mercadoria, inclusive a natureza, os humanos e demais viventes. O ter passa a ser o grande objetivo do sistema: A acumulação de bens, de patrimônios, de renda, de riquezas, tudo feito à custa das crescente desigualdades que permitem a menos de 1% dos humanos reterem em suas mãos a maior parte das riquezas do Planeta e dos humanos, enquanto na enorme maioria dos países – inclusive em  parte expressiva das grandes potências mundiais  – , a grande massa de empobrecidos vive na extrema penúria.

 

É assim que a obsolescência programada se tem notabilizado como uma força propulsora do processo de desumanização, especialmente pela via do consumismo, da obsessão por seguir a moda da vez, basta que pensemos em um extenso elenco de bens e de produtos acumulados em nossa casa… quanta coisa imprestável! Obcecados pela propaganda – marca evidente do Mercado capitalista -, sucumbimos frequentemente ao modismo, a propaganda multiforme da mídia corporativa e das redes sociais. É assim que, não raramente, cedemos à tentação de descartar bens e objetos em pleno funcionamento ou facilmente reparáveis, por outros, conforme a última onda ou a última “geração”… Isto ocorre, por exemplo, celulares, automóveis, roupa, e tantos outros objetos ou produtos descartáveis. Não nos perguntamos, via de regra, pelo alto preço pago pela mãe natureza, fornecedora de tantas matérias primas rapidamente descartadas do nosso consumismo contribuindo gravemente para o acúmulo ilimitado de produtos não reciclados, muitos deles jogados ao mar, ao subsolo ou a outros ambientes, aumentando exponencialmente a degradação de nossa casa comum.

 

Diante disso, cabe-nos perguntar pelo grau de responsabilidade coletiva e pessoal, ao contribuirmos com o espírito do Capitalismo dentro do qual não há saída libertária para os humanos e para o planeta. Nesse sentido nossas organizações de base – especialmente os Movimentos Populares – são desafiados a enfrentarem, em sua agenda, a fúria deletéria do Capitalismo,  sob todas as suas manifestações, sem que isto nos tolha a incidência de nossa responsabilidade pessoal: em que tenham contribuído, no chão do dia-a-dia, para reduzir os efeitos pernósticos  do consumismo.

 

João Pessoa, 30 de Janeiro de 2024

Fonte da imagem: UEPB Online Blogspot, O Capitalismo que devora – Breve reflexão sobre moradores de rua, por Marcia Tiburi, da Revista Cult, 15/4/2011 http://uepbonline.blogspot.com/2011/04/o-capitalismo-que-devora-breve-reflexao.html

Violência e mentira dominam o mundo Subterrâneas correntes hão de vencer!

Sete décadas e meia de massacres

Ocidente é cúmplice do genocídio

 

Do recente massacre, três meses e meio

Israel segue impune. Até quando?

 

Tudo isso tem a ver com o mesmo Império

Ocidente é parceiro da desventura

 

Volta Trump ao cenário eleitoral

A mostrar ao Império qual sua ética

 

Numa charge dos inícios dos 80

A sua vítima, o assaltante perguntava:

 

“Em quem votar: Em Carter ou Ronald Reagan?”

Ao que a vítima responde: “Pode atirar!”

 

“Puxe logo o gatilho, não amole!”

Uma charge didática daquela época

 

No cenário de hoje, qual seria

A resposta da vítima ao assaltante?

 

No Brasil, a disputa não dá trégua

A “elite” local é escravocrata

 

Celebrada a vitória eleitoral

A direita fascista mostra a cara

 

Inclusive no poder legislativo

Presidente executa o orçamento

 

A despeito do esforço do Presidente

O Congresso usurpa seu poder

 

Ano a ano, aumenta a fatia

Que o Congresso se reserva do Orçamento

 

Seu valor se compara a todo o PAC:

O conjunto de obras públicas do Brasil….

 

Faz-se urgente desmontar os falsos mitos

Que a elite escravista introjeta

 

No legado do escritor Gilberto Freyre

Os senhores “Amavam” suas escravas

 

De alguns casos, ele faz regra geral

Aos estupros tornando sedução

 

Suaviza o regime escravista

Ocultando as enormes resistências

 

Clóvis Moura desfaz, em suas obras

O suposto pacifismo das relações

 

A aparência se mostra pra direita

Como truque de sua dominação

 

Da mentira e da hipocrisia

Se alimenta seu discurso moralista

 

Desde o século passado, ela é assim:

Foi de Esquerda, ela acusa de “ladrão”

 

Os desvios são parte da política

Que reclamam  o combate de todos nós

 

Ultrajante é o cinismo da Direita:

Só de roubo conquista sua riqueza

 

A riqueza se faz da exploração:

Já dizia Crisóstomo, no século século IV

 

Burguesia do roubo se alimenta

E despista, acusando a Esquerda

 

A Direita acusa de corrupta

Toda empresa estatal, qualquer que seja

 

‘té parece exemplar setor privado…

Mas extrai do Estado a melhor parte

 

Financia seus prepostos no Congressos

Pra votar seus projetos mais escusos

 

Resta em vão esperar pelas mudanças

Só no plano da instituição

 

Movimento popular desafiado

A cumprir seu papel ante o dilema

 

Nosso alvo, a resistência, tem três passos:

União, formação, enfrentamento

 

Retomar o trabalho campo-cidade

É mantê-lo eficaz e resistente

 

Avivar a memória dos de “de baixo”

É o passo primeiro da formação

 

Os combates da Senzala ter presentes

De Palmares a Canudos percorrer

 

Mil revoltas do Povo por Liberdade

Nos ajudam, a manter viva a esperança.

 

Eis por que faz-se urgente revisitar

Escritores fiéis de nossa gente

 

Florestan, Clóvis Moura, Lima Barreto

Rui Marine, V. Bambirra e outros mais.

 

Ao povo argentino, hoje em greve

Nos fazemos solidários à sua luta.

Foto: Coliseu, um dos símbolos do Império Romano que ainda estão de pé (Foto: Wikimedia Commons): Revista Galileu / O que você precisa saber sobre o Império Romano / Marília Marasciulo, 4 Out 2019 / https://revistagalileu.globo.com/Sociedade/Historia/noticia/2019/10/o-que-voce-precisa-saber-sobre-o-imperio-romano.html

Escrever.

Há dez anos tive uma complicação nas costas típica de quem trabalha em escritório, sentado, por longas horas. Entre os muitos médicos que consultei, lembro de um argentino que me aplicou a técnica da acupuntura e, durante as sessões, me dava valorosas dicas de saúde mental. Isso ajudaria no problema das costas.

Baño de mar. Escribir. Meditar. Estas fueron algunas de las recetas.

Eu nunca esqueci que ali estavam valiosas sugestões que eu deveria ter seguido com mais frequência, até mais do que as também valiosas receitas da ciência tradicional.

De lá pra cá, não tenho do que reclamar. Escrevi três livros, fruto de pesquisa acadêmica, e tomei alguns banhos de mar memoráveis. Quanto a meditar, não cumpri bem a promessa, mas nesse meio tempo descobri os escritos de Carl Gustav Jung, que acompanho até hoje.

Nos últimos anos não consegui mais escrever com tanta frequência. A vida me trouxe surpresas, como ela costuma fazer com todos nós, e mesmo a leitura – minha tão valorosa companheira – se tornou menos do que o desejável.

Meu amigo Rolando Lazarte, que há incontáveis anos nos acompanha no projeto desta revista, foi uma inspiração pela sua persistência em tentar colocar no papel – ou nas telas – o indizível. A árdua tarefa de escrever sobre a vida, tão complexa, é ao mesmo tempo uma válvula de escape e talvez a mais valorosa profissão.

Sem a escrita, estaríamos reduzidos ao mecânico, ao material. Com a escrita, transcendemos.

Lo sublime se vuelve cotidiano, mientras las palabras se estrechan en los callejones de la vida como quien busca las mejores frutas en un mercado de una hermosa mañana de sábado.

Vamos à escrita.

Presépios da Cracolândia

Vejo um homem nas ruas paulistanas
Visitando pessoas nas calçadas
Invisíveis, inertes, destroçadas
Que vagueiam qual hordas desumanas

Este homem que viu lanças romanas
Infligirem em si lesões chagadas
Todo ano caminha de mãos dadas
Com essas almas de vidas tão profanas

São refugos do neoliberalismo
O pior grau do vil capitalismo
Pois forjado nas vísceras do mal

Te pedimos, ó Deus dos desvalidos
Que fiel às histórias dos ungidos
Não apareças apenas no Natal

Martim Assueros
19/12/2023

Papa no Angelus: mostrar a luz verdadeira, que é Jesus, com o testemunho de vida

João Batista nos ensina pelo menos duas coisas, disse Francisco: Primeiro, que não podemos salvar-nos sozinhos: somente em Deus encontramos a luz da vida. Segundo, que cada um de nós, com o serviço, a coerência, a humildade, com o testemunho de vida – sempre com a graça de Deus – pode ser uma lâmpada que brilha e ajudar os outros a encontrar o caminho para encontrar Jesus”.

Com o testemunho de vida, sabedores de que só em Deus encontramos a luz da vida, podemos ser uma lâmpada para os outros, ajudando-os a encontrar o caminho que leva a Jesus.

Em síntese foi o que disse o Papa na sua alocução antes de rezar o Angelus neste III Domingo do Advento, chamado de Domingo Gaudete, quando a Liturgia nos convida a um testemunho cristão feliz e alegre. E a inspiração de Francisco, foi precisamente a missão e o testemunho de João Batista, conforme narrado no Evangelho de João (Jo 1,6-8.19-28): “Reflitamos sobre isso: testemunhar a luz.”

Dirigindo-se aos milhares de fiés e turistas reunidos na Praça São Pedro para o tradicional encontro dominical, o Papa começa explicando que “o Batista é certamente um homem extraordinário. As pessoas acorrem para ouvi-lo, atraídas pelo seu modo de ser, coerente e sincero”:

O seu testemunho passa pela franqueza da sua linguagem, a honestidade do comportamento, a austeridade de vida. Tudo isso o diferencia de outros personagens famosos e poderosos da época, que contrariamente, investiam muito na aparência. Pessoas como ele, retas, livres e corajosas, são figuras luminosas e fascinantes: estimulam-nos a elevar-nos da mediocridade e a ser, por sua vez, bons modelos de vida para os outros.

O Senhor – observou o Santo Padre – “envia homens e mulheres deste tipo em todas as épocas”. E pergunta: “Sabemos reconhecê-los? Procuramos aprender de seu testemunho, também questionando-nos? Ou nos deixamos encantar por personagens da moda? João é luminoso enquanto testemunha a luz. Mas, qual é a sua luz?”:

Ele mesmo nos responde quando diz claramente às multidões que foram ouvi-lo de não ser ele a luz, de não ser ele o Messias. A luz é Jesus, o Cordeiro de Deus, “Deus que salva”. Somente Ele redime, liberta, cura e ilumina. Por isso João é uma “voz” que acompanha os irmãos à Palavra; serve, sem buscar honras e protagonismos: é uma lâmpada, enquanto a luz é Cristo vivo.

Francisco então, enfatiza que “o exemplo de João Batista nos ensina pelo menos duas coisas”:

Primeiro, que não podemos salvar-nos sozinhos: somente em Deus encontramos a luz da vida. Segundo, que cada um de nós, com o serviço, a coerência, a humildade, com o testemunho de vida – sempre com a graça de Deus – pode ser uma lâmpada que brilha e ajudar os outros a encontrar o caminho para encontrar Jesus.

Então, propõe que nos perguntemos:

Como posso, nos ambientes em que vivo, não num dia distante, mas já agora, neste Natal, ser testemunha de luz, testemunha de Cristo? 

Que Maria, espelho de santidade – disse ao concluir – nos ajude a ser homens e mulheres que refletem Jesus, luz que vem ao mundo.

Fonte: Vatican News

Para onde vai o Ocidente? Dilemas e perspectivas  

Em recente viagem a Portugal, o Papa Francisco perguntou aos seus ouvintes: ”Para onde vocês navegam, Europa e Ocidente?” O Papa expressa sua inquietação quanto aos rumos para os quais o Ocidente acena, preocupado que se sente pela escalada de conflitos que aí ou que daí têm lugar.

 

Somos expressão e resultado de uma longa história de encontros e desencontros multiculturais de povos variados: Ameríndios, europeus, africanos, asiáticos, da Oceania. Nas linhas que seguem, enunciaremos brevemente aspectos relativos especialmente aos povos do Ocidente, portadores de tantas maravilhas e de tantas misérias.

 

Comecemos pelas maravilhas. Na esfera dos saberes, os ocidentais seguem reconhecidos como grandes protagonistas. No campo da Filosofia, por exemplo, a Europa se destaca amplamente, inclusive cultuando-se como berço da filosofia, desde a Grécia antiga, por vezes desatenta às contribuições de povos de outros continentes. No campo científico igualmente, já aqui compartilhando os louros com a América do Norte. A partir do seu reconhecido aporte no desenvolvimento das ciências, importa realçar o Ocidente como o grande protagonista no campo tecnológico.

 

No âmbito das artes, o Ocidente continua apresentando-se como relevante fonte de inspirações estéticas seja no domínio das artes plásticas, seja no vasto campo da literatura. A este respeito, segue sendo de amplo e profundo reconhecimento obras-primas de alcance universal, a exemplo de Dante Alighieri, de Boccaccio, de Cervantes, Shakespeare, Balzac, Victor Hugo, Dostoievski, Tolstoi, Dickens, só para mencionar alguns deles.

 

As maravilhas do Ocidente ainda são reconhecidas em tantos outros campos, como no quadro de grandes invenções científico-tecnológicas de vanguarda, como no caso dos primorosos avanços na área da saúde reiterando tal reconhecimento, importa fazê-lo criticamente isto é: em todas essas áreas, ao lado dos benefícios, devem ser lembrados muitos malefícios. Na área da saúde, por exemplo, há de se reconhecer tantos efeitos danosos resultantes da alopatia, e sobretudo da mercantilização dos serviços de saúde, dos quais seus grandes laboratórios mais se preocupam com o lucro do que com a saúde, especialmente dos pobres.

 

Ao mesmo tempo, pesam sobre o Ocidente não poucas denúncias de atrocidades cometidas contra parte de sua população e, sobretudo, contra povos de outros continentes. Os principais modos de produção classistas (escravismo, feudalismo, capitalismo) tiveram lugar especial no Ocidente, inclusive como centro difusor, como é o caso do modo de produção capitalista. Em conexão com este modo de produção, trágicas experiências para a humanidade foram aí dominantes.

 

Na esfera religiosa, o Ocidente também se destaca como o grande irradiador da cultura judaico-cristã. Com efeito, após as regiões da Ásia Menor, os países ocidentais, sobretudo na era constantiniana, protagonizaram a expansão da religião cristã, tornando-a inclusive a religião do Império Romano. Sob o pretexto de cristianizar o Império, acabaram paganizando o legado cristão, à medida que, recorrendo à aliança entre trono e altar, e assumindo a tradição helenística de vida, foram tomando crescente distância da Mensagem e da Tradição de Jesus.

 

Impérios de grande referência vingaram no Ocidente, de modo a expandir mundo afora seus efeitos pernósticos, a exemplo do Colonialismo, imposto aos povos ameríndios, como aos povos africanos, asiáticos e da Oceania. Com o colonialismo, a vigência duradoura do escravismo, marcado por relações desumanizantes, seja do ponto de vista ético, seja do ponto de vista socioeconômico e cultural, inclusive pelo recurso à dominação religiosa.

 

Relevantes guerras – a exemplo da primeira e da segunda grandes Guerras – aí se processaram. Também aí teve lugar o Holocausto, cujas consequências se espalharam pelo Oriente Médio, em especial na questão Palestina, cuja terra e cuja gente ainda hoje amargam os horrores do Estado Sionista de Israel, em conluio com os Estados Unidos e com potências europeias.

 

É conhecida uma lista de autores e autoras, a denunciarem a superestimação ou hipertrofia do legado dos povos europeus, na idade moderna. Dois deles aqui destacamos: Enrique Dussel (1934-2023) e Edward Said (1935-2023). Ambos se somam a vários outros que identificam uma auto avaliação por parte dos europeus, caracterizada por uma tendência a supremacia a superioridade em relação a outros povos. A este propósito tanto Enrique Dussel, especialmente em seu” 1492:o encobrimento do outro” e Edward Said, em “Orientalismo”, cada qual ao seu, modo conseguem demonstrar as profundas contradições praticadas pelo Ocidente. A ambos também se aliam diversos outros, inclusive o filósofo francês Roger Garaudy, de quem se tornou célebre a expressão “O Ocidente é um acidente.” No  próprio campo das análises feitas pelos europeus e outros povos, despontam registros significativos desta tendência, até hoje observável.

 

Seja quando se ocupam de si, seja quando se debruçam sobre outros povos, constata-se uma forte tendência, salvo exceções, a um olhar prepotente, arrogante, auto-suficiente, sem disposição de nada aprenderem do legado de outros povos, limitando-se, em geral, a passarem como mestres dos outros. Tais características contribuíram e seguem contribuindo para explicar a essência do imperialismo, do Colonialismo que impõem, quer a parcelas majoritárias de suas populações (das classes populares, imigrantes Africanos, Asiáticos, latino-americanos e outros), quer aos demais povos do mundo, para o que não hesitam em usar e abusar da violência, da indústria de armamentos, da exploração predatória dos recursos naturais de outros povos, da extrema concentração de poder, de renda e de riquezas, sem prescindir de toda uma sofisticada máquina de propaganda, expressa pela mídia corporativa e pela mídia digital, a fazerem circular, em escala mundial, seu pensamento único, suas narrativas mentirosas e suas meias verdades. Neste sentido, o Estado sionista de Israel representa a cara fiel do Ocidente…

 

Olhando, porém, por um espectro de média/longa duração, ou seja, em perspectiva histórica, consola-nos saber que o Ocidente hegemônico não terá a última palavra, entre os humanos.

 

João Pessoa 11 de Dezembro 2023

Foto: Gazeta do Povo

¿Por qué leer? ¿Para qué leer?

Para ampliar mi mundo y sentirme parte de él

Para saber quién soy y saber que no estoy solo

Para tener certeza de que la humanidad va a proseguir

Libros de literatura, más que todo

Poesía

Y también otras lecturas

Lo que digo del leer se completa con lo que es escribir

Hago mi lugar en el mundo y lo mantengo

Voy construyendo y habitando mi espacio interior y social

Recupero la noción de ser.