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El Papa: “Con la oración abramos las puertas del corazón a Dios”

Por Patricia Ynestroza
El Papa Francisco, al saludar a los fieles de los ocho idiomas oficiales de la catequesis, que siguieron la audiencia general a través de los medios de comunicación, les recordó que en estos momentos difíciles en que la humanidad vive esta emergencia sanitaria, son momentos “favorables” para redescubrir la necesidad de la oración en nuestras vidas. Nos pidió que abramos las puertas de nuestros corazones al amor de Dios nuestro Padre, que sabrá escucharnos.
En momentos difíciles debido a la pandemia del coronavirus, el Papa Francisco nos invita a redescubrir la necesidad de la oración en nuestras vidas, que abramos las puertas de nuestros corazones al amor de Dios nuestro Padre, que sabrá escucharnos. Así lo dijo a los franceses y a los portugueses, además, a estos últimos les afirmó que al abrir la puerta de nuestra vida a Dios, esto nos ayuda a “salir nosotros mismos” para ser solidarios con los demás que están inmersos en la prueba. De esta manera, especialmente en este momento de pandemia, dijo, podemos traerles consuelo, luz y esperanza.
Y a los de habla alemana, les señaló que la oración es la más bella expresión de fe en Dios, de confianza en su amor misericordioso. Pidamos, dijo el Papa, a Dios que nos dé un corazón humilde que lo espera todo de él y siente siempre la sed de él. En este tiempo de Pascua, que el Señor Resucitado llene nuestros corazones con su paz y alegría. A los de habla inglesa, les bendijo e invocó sobre sus familias, en este tiempo de Pascua, la fortaleza que viene de Jesucristo.
A los árabes, el papa les dijo que aprendamos de la oración del ciego Bartimeo a pedir primero la misericordia de Dios con insistencia y fe. Dejemos que el Señor, dijo Francisco,  nos muestre su misericordia de la manera que él considere adecuada para nuestra salvación.

Este viernes. Fiesta de Nuestra Señora de Luján en Argentina

Al saludar a los fieles en lengua española que siguen esta catequesis, el Papa pidió a Jesús, el buen Pastor, que nos conceda ser hombres y mujeres de oración, que con confianza y perseverancia, dijo, presentemos al Padre compasivo nuestras necesidades y las de todos nuestros hermanos.
Pasado mañana, 8 de mayo, se celebra en Argentina la fiesta de Nuestra Señora de Luján. Francisco pidió que ella, Madre de Dios y Madre nuestra, interceda por nosotros y nos obtenga de su Hijo las gracias necesarias en este tiempo de dificultad que el mundo atraviesa.

Súplica a la Virgen en Santuario de Pompeya

Al saludar a los italianos, recordó que el viernes 8 de mayo, se elevará en el Santuario de Pompeya la intensa oración de la “Súplica a Nuestra Señora del Rosario”. Exhortó a todos a unirse espiritualmente a este acto popular de fe y devoción, para que, por la intercesión de la Santísima Virgen, el Señor conceda misericordia y paz a la Iglesia y al mundo entero.
“Hemos iniciado el mes de mayo, que la devoción popular cristiana consagra a la Madre del Señor”, afirmó el Pontífice y pidió a los italianos, que se encomienden a Ella, que bajo la Cruz nos fue dada como Madre.
A los jóvenes, los ancianos, los enfermos y los recién casados: “Pónganse confiadamente bajo la protección maternal de María y estén seguros de que ella no les fallará en su hora de prueba”.

En Polonia: Solemnidad de San Estanislao Patrón del país

Al saludar a todos los polacos. Pasado mañana celebraréis la solemnidad de San Estanislao, obispo y mártir, patrón de Polonia. Durante siglos, este gran santo ha permanecido en la memoria y la espiritualidad de los polacos como un intrépido defensor de la fe, del orden moral y social, protector de los más débiles e indefensos, un pastor dispuesto a dar su vida por Cristo y por sus ovejas. Por su intercesión rezamos por la Iglesia en Polonia y por el pueblo polaco, para que – en la difícil situación mundial actual causada por la pandemia y en todos los tiempos – puedan disfrutar de la bendición, la paz y la prosperidad de Dios.
Fonte: Vatican News
 

Qual a diferença entre o amor cristão, ateu ou comunista?

Por Roberto Malvezzi (Gogó)
Quando em outubro passado fiquei hospitalizado durante dez dias em Roma – 8 dias na UTI – fui atendido com muito carinho por enfermeiros e enfermeiras, médicos e médicas, serviço de alimentação, pelo capelão que nos levava eucaristia todos os dias, pelos visitantes que estavam no Sínodo para a Amazônia – eu fui para o Sínodo e adoeci -, depois por meus familiares. Um padre, secretário do Sínodo, me visitava duas vezes todos os dias e me repassava a informação de meu estado de saúde.
Não sei ali quem era cristão, quem era ateu, quem era comunista, ou se ali não havia nenhum deles. Eu estava num estado de total impotência, dependia dessas pessoas cem por cento.
Lembro muito hoje daqueles profissionais da medicina que me atendiam, juntamente com outros homes e mulheres que estavam na UTI – sim, lá é todo mundo junto -, certos dias com clara aparência de exaustão pelos serviços de dia e noite.
Hoje vejo médicos cubanos indo para a Itália ajudar no trabalho esgotante do setor de saúde daquele país e cuidar de seus enfermos. Vejo que um Padre italiano cedeu seu aparelho respiratório para alguém mais jovem sobreviver e ele morreu por falta do ventilador mecânico. Quando seu caixão passou pelas ruas, foi aplaudido das janelas pelo povo, devido ao seu gesto supremo de amor. Vejo que médicos e médicas, enfermeiros e enfermeiras, estão exaustos, adoecendo, morrendo para poder cuidar da população.
Enquanto isso, no Brasil, seres humanos dizem que é preciso que o povo morra mesmo, que a morte dos idosos é insignificante, que a agenda econômica deve se sobrepor à agenda humanitária da vida. Muitos se dizem cristãos, frequentam igrejas, são moralistas com os “pecadores”, no entanto é impossível ver neles qualquer gesto que se pareça com o amor.
Claro, há a reação extraordinária de governadores, sobretudo do Nordeste, tapando o vácuo político do governo federal e criando políticas paralelas para poder contribuir com a população de seus estados. Na TV Bahia, uma reportagem conjunta do governador com o prefeito de Salvador sobre o que fazer nesse momento para evitar a catástrofe, me pareceu diferente de tudo que tenho visto na política baiana em 40 anos.
Sim, para quem está em estado de dependência absoluta, como eu estava em Roma, que diferença faz se o gesto solidário e de amor vem de alguém comunista, alguém ateu ou alguém cristão?
(08-04-2020)
Fonte: Teologia Nordeste

ABJD denuncia Bolsonaro por crime contra a humanidade no Tribunal Penal Internacional

A ABJD (Associação Brasileira de Juristas pela Democracia) protocolou nesta quinta-feira, (2/4) uma representação (Leia a íntegra em português e inglês) no TPI (Tribunal Penal Internacional) contra o presidente da República, Jair Bolsonaro, pela prática de crime contra a humanidade que vitima a população brasileira diante da pandemia de coronavírus.

Acesse o texto de divulgação em inglês e espanhol.

De acordo com a entidade, o Brasil possui, no atual momento, um chefe de governo e de Estado cujas atitudes são total e absolutamente irresponsáveis. Por isso, solicitam ao TPI que instaure procedimento para averiguar a conduta do presidente e condene Bolsonaro pelo crime contra a humanidade por expor a vida de cidadãos brasileiros, com ações concretas que estimulam o contágio e a proliferação do vírus, aplicando a pena cabível.
“Por ação ou omissão, Bolsonaro coloca a vida da população em risco, cometendo crimes e merecendo a atuação do Tribunal Penal Internacional para a proteção da vida de milhares de pessoas”, reforça o documento assinado pelos advogados Ricardo Franco Pinto (Espanha) e Charles Kurmay (EUA).
Violações
Os juristas listam a série de ações que vêm sendo realizadas pelo presidente da República que minimizam a gravidade da pandemia e contrariam recomendações de autoridades sanitárias do mundo inteiro, diretrizes e recomendações da OMS (Organização Mundial de Saúde) e de todas as nações que já estiveram ou estão no epicentro da pandemia. Entre elas estão pronunciamentos estimulando o fim do isolamento social e a reabertura de escolas e comércios; lançamento da campanha oficial “O Brasil não pode Parar”; saídas às ruas para participar de manifestações e provocar aglomerações públicas; e o decreto para abertura de igrejas e casas lotéricas.
“Os crimes cometidos afetam gravemente a saúde física e mental da população brasileira, expondo-a a um vírus letal para vários segmentos e com capacidade de proliferação assustadora, como já demonstrado em diversos países. Os locais que negligenciaram a política de quarentena são onde o impacto da pandemia tem se revelado maior, como na Itália, Espanha e Estados Unidos”, ressalta.
Crimes
Segundo a ABJD, Bolsonaro está cometendo o crime de epidemia, previsto no art. 267, do Código Penal Brasileiro, e na Lei nº 8.072/1990, que dispõe sobre crimes hediondos. Além de infringir medida sanitária preventiva, conforme art. 268, também do Código Penal. Bem como viola a Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, que trata especificamente da emergência do Covid-19, e a Portaria Interministerial nº 05, de 17 de março de 2020, que determina, em seus arts. 3º e 4º, que o descumprimento das medidas de isolamento e quarentena, assim como a resistência a se submeter a exames médicos, testes laboratoriais e tratamentos médicos específicos, acarretam punição com base nos arts. 268 e 330, do Código Penal.
“É precisamente o Presidente da República quem incita as pessoas a circularem normalmente pelas ruas, escolas e postos de trabalho e a confusão criada é absurda, pois ele mesmo desobedece as diretrizes do próprio governo”, completa.
Diante disso, os integrantes da Associação apontam que o chefe do Executivo despreza as maiores autoridades científicas que prescrevem uma estratégia de guerra para reduzir os efeitos da pandemia. “O Presidente do Brasil faz eco com empresários inescrupulosos e se nega a adotar o padrão mundial de confinamento social, deixa de atuar na estratégia para achatar a curva de infecção e auxilia na expansão e aumento do contágio, o que fatalmente vai fazer com que o sistema de saúde no Brasil entre em colapso”, discorre.
Tribunal Penal Internacional
O Estatuto de Roma (Decreto 4.388/2002) rege a atuação do TPI (Tribunal Penal Internacional) e foi incluído no ordenamento jurídico brasileiro após aprovação pelo Congresso Nacional. Ao adotar internamente a norma, o Brasil acompanha o entendimento que existem crimes que afetam diretamente milhares de pessoas mundialmente e chocam a humanidade de maneira profunda.
O art. 27, 1 do Estatuto de Roma, diz que o fato de o Chefe de Estado ter imunidade não o exime em caso de responsabilidade criminal, nem constitui motivo de redução da pena. A imunidade decorrente do cargo também não impede que o TPI exerça a sua jurisdição sobre o presidente.
O Brasil não apenas assinou e ratificou o estatuto, como incluiu o § 4º, ao artigo 5º, da Constituição Federal de 1988, reconhecendo a submissão do Brasil à jurisdição internacional do Tribunal.
Desse modo, a ABJD afirma que não há dúvida sobre a legitimidade e competência do TPI para apreciar a Representação. Além disso, a Associação evidencia que o Ministério Público Federal do Brasil já procurou fazer com que o Procurador-Geral da República – único órgão que poderia processar o presidente no país – fizesse com que Bolsonaro não cometesse mais as ações que colocam a população em risco diante de uma grave pandemia, porém o pedido foi sumariamente arquivado.
“A internacionalização da questão e um pronunciamento do TPI são urgentes e necessários. Não podemos admitir o que vem ocorrendo no Brasil, ou seja, a total impunidade de Jair Bolsonaro, que é o principal fator que aumenta de forma escalonada a prática de novos crimes”, finaliza.
Fonte: Associação Brasileira de Juristas pela Democracia

ONU lança plano para ‘derrotar o vírus e construir um mundo melhor’

O chefe da ONU lançou nesta terça-feira (31) um novo plano para combater os impactos socioeconômicos potencialmente devastadores da pandemia de COVID-19, exortando todos a “agirem em conjunto para diminuir os efeitos sobre as pessoas”.
“A nova doença do coronavírus está atacando as sociedades em sua essência, reivindicando vidas e meios de subsistência das pessoas”, disse o secretário-geral da ONU, António Guterres, destacando que os potenciais efeitos de longo prazo na economia global e nos países serão “terríveis”.
O novo relatório, denominado “Responsabilidade compartilhada, solidariedade global: respondendo aos impactos socioeconômicos da COVID-19“, descreve a velocidade e a escala da pandemia, a gravidade dos casos e as perturbações sociais e econômicas provocadas por ela.
“A COVID-19 é o maior teste que enfrentamos juntos desde a formação das Nações Unidas”, destacou o chefe da ONU. “Esta crise humana exige ação política coordenada, decisiva, inclusiva e inovadora das principais economias do mundo – e apoio financeiro e técnico máximo para as pessoas e países mais pobres e vulneráveis.”
Guterres pediu “uma resposta de saúde imediata e coordenada para suprimir a transmissão e acabar com a pandemia” que “aumente a capacidade para testes, rastreamento, quarentena e tratamento, mantendo os socorristas em segurança, combinada com medidas para restringir o movimento e o contato”.
Ele ressaltou que os países desenvolvidos devem ajudar os menos desenvolvidos, ou potencialmente “enfrentar o pesadelo de a doença se espalhar como fogo no Hemisfério Sul, provocando milhões de mortes e a perspectiva de ressurgir onde foi suprimida anteriormente”.
“Lembremos que somos tão fortes quanto o sistema de saúde mais fraco em um mundo interconectado”, enfatizou.

Foco nos mais vulneráveis

Para combater as devastadoras dimensões socioeconômicas da crise, o chefe da ONU se concentrou nos mais vulneráveis, elaborando políticas que, entre outras coisas, apoiam o fornecimento de seguro de saúde e desemprego e proteções sociais, além de fortalecer as empresas para evitar falências e perdas de empregos.
O alívio de dívidas soberanas também deve ser uma prioridade, disse ele, observando que a ONU está “totalmente mobilizada” e está estabelecendo um novo Fundo Fiduciário para a Resposta e Recuperação frente à COVID-19, formado por múltiplos parceiros, para responder à emergência e promover a recuperação após o choque socioeconômico.

United Nations

@UN

Watch live as @antonioguterres launches report on the socio-economic impacts of . https://www.pscp.tv/w/cVIPCzU1MDE5NTN8MU1ZR05rTHB3Z1JKdzt03kopmq-5CTI9rWjzWBJ1YB3XXNV46ZPtnT9dhQSY?t=4m2s 

UN Web TV @UNWebTV

Responding to the socio-economic impacts of COVID-19 | Launching of the report by UN chief (31 March 2020).

“Quando superarmos esta crise, o que acontecerá, teremos uma escolha”, disse o chefe da ONU. “Podemos voltar ao mundo como era antes ou lidar de maneira decisiva com os problemas que nos tornam desnecessariamente vulneráveis ​​a crises.”
Citando a Agenda 2030 e os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), ele sustentou que a recuperação deve levar à construção de economias mais inclusivas e sustentáveis, mais resistentes ao enfrentar pandemias, mudanças climáticas e os demais desafios globais.
“O que o mundo precisa agora é de solidariedade”, enfatizou o secretário-geral da ONU. “Com solidariedade, podemos derrotar o vírus e construir um mundo melhor.”

Estimativas socioeconômicas sombrias para 2020

O relatório inclui estimativas de várias agências da ONU. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), de 5 milhões a 25 milhões de empregos serão perdidos no mundo este ano, e os Estados Unidos perderão de 860 bilhões a 3,4 trilhões de dólares em renda do trabalho.
A Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) projetou uma queda de 30% a 40% nos fluxos globais de investimento estrangeiro direto, enquanto a Organização Mundial de Turismo (OMT) registrou um declínio de 20% a 30% nas chegadas internacionais.
Enquanto isso, a União Internacional de Telecomunicações (UIT) antecipou que 3,6 bilhões de pessoas não terão acesso à Internet, e a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) previu que 1,5 bilhão de estudantes ficarão fora da escola.
O relatório pede uma resposta multilateral abrangente, coordenada e em larga escala que represente pelo menos 10% do Produto Interno Bruto (PIB) global, e alerta que não há tempo a perder na montagem da resposta de saúde mais robusta e cooperativa que o mundo já viu.
Para encerrar, Guterres chamou a pandemia de “um momento decisivo para a sociedade moderna”, dizendo que a “história julgará a eficácia da resposta não pelas ações de um único conjunto de atores governamentais tomadas isoladamente, mas pelo grau em que a resposta é coordenada globalmente em todos os setores para o benefício de nossa família humana”.
“Com as ações corretas, a pandemia de COVID-19 pode marcar o início de um novo tipo de cooperação global e social”, concluiu o secretário-geral da ONU.
Clique aqui para acessar o relatório completo (em inglês).
Fonte: Nações Unidas – Brasil

Boaventura: ‘A luta urgente é impedir Bolsonaro de continuar no poder’

Por Boaventura de Souza Santos
Jair Bolsonaro “é um homem transtornado mentalmente”, que deve sair do poder o mais rapidamente possível, conclamou o sociólogo português Boaventura de Sousa Santos, professor aposentado da Faculdade de Economia e diretor emérito do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. Em vídeo, ele afirmou que o Brasil tem dois problemas de saúde pública: a pandemia e o presidente.
Boaventura nota, no entanto, que a “loucura” de Bolsonaro não é indiscriminada: atende, segundo ele, aos “interesses econômicos das elites brasileiras”. Assim, o presidente busca aproveitar a crise “para destruir toda a lógica da proteção do trabalho, toda a lógica social, politicas sociais”.
Existem “duas lutas” a travar, afirma Boaventura. “A luta importante é evitar que essa política siga adiante. A luta urgente é impedir Bolsonaro de continuar no poder. As duas estão relacionadas”, diz o pesquisador.

Esquerda silenciosa

E depois?, questiona, citando as forças de esquerda, que para ele “têm estado perturbadoramente silenciosas neste caso, apesar dos panelaços”. Boaventura avalia que, no caso de o vice Hamilton Mourão assumir o poder, o objetivo do governo será “continuar a seguir as políticas de proteção dos interesses econômicos da burguesia, que puseram em primeiro lugar Bolsonaro no poder, e e aí tem que haver uma luta, obviamente”.
Nesse cenário, o país tem um problema econômico (Paulo Guedes) e um problema político (Sergio Moro). “São as lutas que é preciso travar”, diz ainda o sociólogo, que destaca o “bom exemplo” vindo dos governadores. Para ele, é preciso agir rápido para remover Bolsonaro “e toda a corja de máfia miliciana que está à volta dele e quer destruir o Brasil”.
O Centro de Estudos Sociais também adotou medidas para se adaptar à pandemia de covid-19. A maior parte das atividades é feita a distância. Segundo o CES, as instalações físicas estão fechadas para pessoal não essencial ao funcionamento da área de informática.
“A atividade letiva no âmbito dos programas de doutoramento está a ser reestruturada a partir de meios de comunicação online, através de diferentes plataformas que começam agora a ser utilizadas; os cursos de formação à distância decorrem e decorrerão como previsto, estando cursos novos em preparação e outros em conversão para funcionarem online”, diz o centro.
Fonte: Rede Brasil Atual

Assembleia Internacional dos Povos propõe 16 medidas para conter a crise humanitária

Os movimentos populares, sindicatos e partidos que compõem a Assembleia Internacional dos Povos apresentaram um conjunto de 16 medidas estruturais para combate da pandemia mundial de coronavírus.
O manifesto divulgado neste sábado (21) afirma que “manter os mercados financeiros abertos é um fracasso da imaginação”, questiona a postura do Fundo Monetário Internacional (FMI), que não deveria “exigir ajustes ou condições para fornecer esses empréstimos”, e destaca a “exemplar” solidariedade internacional da China e de Cuba.
O texto cita ainda, com base no comportamento de governos europeus, “tímidas ações para tentar fortalecer as capacidades dos Estados diante da crise” e as classifica como um “repúdio parcial das receitas neoliberais que foram aplicadas em muitos países e dominaram o mundo nos últimos 50 anos”.
A Assembleia mantém o documento aberto para novas assinaturas de organizações políticas mundiais e se dispõe a “formular e debater um programa de mudança estrutural que nos permita vencer esta luta e reconfigurar o mundo”.
Leia na íntegra:
O vírus SARS-CoV-2 ou covid-19, agora declarado uma pandemia global pela Organização Mundial da Saúde (OMS), começou a causar estragos em muitas partes do mundo, enquanto outras seguem em alerta. Estamos em uma guerra real que exige mobilizar todos os esforços e, acima de tudo, colocar a vida e não os lucros em primeiro lugar. Só venceremos esta guerra – como a China já fez – se tivermos unidade e disciplina popular, se os governos ganharem nosso respeito por suas ações e se agirmos em solidariedade em todo o mundo.
A dívida global é de US$ 250 trilhões, parte dela corresponde a uma dívida corporativa enorme. Por outro lado, existem trilhões de dólares aplicados de forma especulativa nas bolsas de valores e paraísos fiscais. Na medida em que a atividade econômica seja reduzida, as empresas farão fila para serem resgatadas. Este não é o melhor uso dos valiosos recursos da humanidade neste momento. No meio disso, manter os mercados financeiros abertos é um fracasso da imaginação. A queda no valor das bolsas de valores, de Hang Seng a Wall Street, é simplesmente uma maneira de intensificar a ansiedade da sociedade global, uma vez que a saúde da bolsa de valores sempre foi vista, erroneamente, como um indicador de saúde econômica em geral.
Estão em marcha quarentenas e suspensões de atividades a longo prazo em boa parte do mundo, tanto na Europa e na América do Norte, como também cada vez mais na África, Ásia e América Latina. A atividade econômica já começou a parar. Não é possível fazer estimativas de perdas líquidas, e mesmo as principais instituições internacionais estão ajustando suas estimativas diariamente. Um estudo da UNCTAD de 4 de março, por exemplo, antecipou que a desaceleração do setor na China perturbaria a cadeia de suprimentos global e diminuiria as exportações em US$ 50 bilhões. Esta é apenas uma parte das perdas de um total que, no momento, é incalculável.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) prometeu usar US$ 1 trilhão para ajudar os países a evitar desastres econômicos. Cerca de vinte países já solicitaram assistência ao FMI. O Irã, que ficou longe do FMI nas últimas três décadas, agora pediu sua ajuda. Seria uma valorosa mudança na política da instituição, sem precedentes na história, se não fosse pela vergonhosa negação em ajudar o povo venezuelano com o pretexto de não reconhecer o governo. O FMI não deve exigir ajustes ou condições para fornecer esses empréstimos. A recusa de um empréstimo à Venezuela é um sinal de um grande fracasso político do FMI.
A solidariedade internacional da China e de Cuba é exemplar. Médicos chineses e cubanos estão no Irã, na Itália e na Venezuela e ofereceram seus serviços e experiências em todo o mundo. Eles desenvolveram medicamentos e tratamentos médicos que reduzem a taxa de mortalidade de pessoas afetadas pelo covid-19 e querem distribuí-los aos povos do mundo sem patentes ou lucros. O exemplo dos chineses e cubanos neste período deve ser levado a sério; graças a este exemplo, em meio a esta pandemia do coronavírus é mais imaginar o socialismo do que viver sob o cruel regime do capitalismo.
Os países europeus, atual foco da pandemia, veem seus enfraquecidos sistemas de saúde entrarem em colapso após décadas de subfinanciamento e austeridade neoliberal. Os governos europeus, assim como o Banco Central Europeu e a União Europeia, concentram grande parte de seus recursos na tentativa de proteger o setor financeiro e empresarial de um desastre econômico que certamente acontecerá. A adoção de tímidas ações para tentar fortalecer as capacidades dos Estados diante da crise – renacionalizações pontuais, controle público temporário dos prestadores de serviços de saúde – ou medidas paliativas – como isenções limitadas do pagamento de aluguéis e hipotecas domésticas – não representam um compromisso firme com as garantias básicas de trabalho e saúde para a classe trabalhadora que está mais exposta aos efeitos devastadores da pandemia: trabalhadores da saúde, mulheres encarregadas pelos cuidados, funcionários de empresas de distribuição de alimentos, serviços básicos, etc.
Isto é um repúdio parcial das receitas neoliberais que foram aplicadas em muitos países e dominaram o mundo nos últimos 50 anos. O FMI deve levar isso em conta, já que participou ativamente da espoliação de recursos na África, Ásia e América Latina e na criação de desertos institucionais em vários países. O fortalecimento dos Estados e a redistribuição da riqueza em nome da grande maioria é uma orientação que deve ser construída globalmente.
Os cientistas dizem que a batalha decisiva contra o vírus pode seguir pelos próximos 30 ou 40 dias. É por isso que é essencial que cada país e cada governo tome medidas para evitar a morte de milhares de pessoas. Os movimentos populares, sindicatos e partidos que compõem a Assembleia Internacional dos Povos colocam-se à disposição para formular e debater um programa de mudança estrutural que nos permita vencer esta luta e reconfigurar o mundo:
1. Suspensão imediata de todos os tipos de trabalho, com exceção do setor médico e logístico essencial e dos funcionários necessários para produzir e distribuir alimentos e artigos de necessidades básicas, sem nenhuma perda de salário. O Estado deve arcar com o custo dos salários durante o período de quarentena.
2. Os serviços de saúde, abastecimento de alimentos e segurança pública devem continuar funcionando de maneira organizada. As reservas de grãos de emergência devem ser imediatamente liberadas para distribuição entre os pobres.
3. Todas as escolas devem suspender as aulas.
4. Socialização imediata de hospitais e centros médicos, para que não tenham que se preocupar com seus lucros à medida que a crise se desenvolve. Esses centros médicos devem estar sob o controle de uma coordenação centralizada da campanha de saúde do governo.
5. Nacionalização imediata das empresas farmacêuticas e cooperação internacional imediata entre elas para encontrar uma vacina mais simples e dispositivos para testes mais simples. Eliminação da propriedade intelectual no campo da medicina.
6. Fazer o exame do coronavírus em todas as pessoas. Mobilização imediata de kits de teste, recursos e apoio às equipes médicas que estão à frente desta pandemia.
7. Aceleração imediata da produção de materiais necessários para enfrentar a crise (kits de teste, máscaras, respiradores).
8. Fechamento imediato dos mercados financeiros mundiais.
9. Arrecadação imediata de recursos para evitar a falência dos governos.
10. Anulação imediata de todas as dívidas não corporativas.
11. Fim imediato de todos os pagamentos de aluguel e hipoteca, bem como fim de despejos. A moradia decente deve ser um direito para todos os cidadãos e deve ser garantido pelos Estados nacionais.
12. Acesso de toda a população a serviços básicos como água, eletricidade e comunicações, uma vez que são direitos básicos. Absorção imediata de todos os pagamentos por serviços públicos pelo Estado: água, eletricidade e internet assumidos como direitos humanos.
13. Fim imediato do criminoso regime de sanções unilaterais que afetam países como Cuba, Irã e Venezuela e os impedem de importar os suprimentos médicos necessários.
14. Apoio urgente aos camponeses para aumentar a produção de alimentos saudáveis e fornecê-los ao governo para sua distribuição direcionada.
15. Suspensão do dólar como moeda internacional e exigir das Nações Unidas para que convoquem com urgência uma nova conferência internacional para propor uma moeda internacional comum.
16. Garantir uma renda básica universal em todos os países. Isto possibilita garantir o apoio do Estado a milhões de famílias que estão desempregadas, trabalhando em condições extremamente precárias ou por conta própria. O atual sistema capitalista exclui milhões de pessoas de empregos formais. O Estado deve proporcionar emprego e uma vida digna para a população. O custo da renda básica universal pode ser coberto pelos orçamentos de defesa, em particular as despesas destinadas a armas, munições e outras aquisições de equipamentos bélicos.
Para adicionar a sua assinatura ou a da sua organização a esta declaração, envie um e-mail para secretaria@asambleadelospueblos.org até o dia 26 de março de 2020.

Edição: Rodrigo Chagas

Fonte: Brasil de Fato

Chefe da ONU lista quatro principais ameaças para futuro global

O novo ano começa com quatro ameaças iminentes ao progresso humano no mundo: tensões geopolíticas crescentes, crise climática, desconfiança global e impactos negativos da tecnologia, disse o secretário-geral da ONU, António Guterres, nesta quarta-feira (22).
Em um amplo discurso na Assembleia Geral, o chefe da ONU delineou estratégias para abordar tais ameaças e instou os países a aproveitar o 75º aniversário da ONU para garantir um futuro pacífico para todas as pessoas.
“É por isso que comemorar o 75º aniversário com bons discursos não serve. Precisamos enfrentar esses quatro desafios do século 21 com quatro soluções do século 21”, declarou Guterres.

Tensões globais crescentes

Para o secretário-geral da ONU, as tensões globais estão em seu nível mais alto em anos, criando riscos reais.
Embora desenvolvimentos como a formação do Comitê Constitucional na Síria e a recente conferência de Berlim sobre a Líbia deem esperança, ele enfatizou que há muito trabalho a ser feito.
Guterres destacou o papel central da prevenção na atuação da ONU em paz e segurança, e enfatizou a necessidade de a Organização se concentrar nas causas profundas das crises.
“Precisamos fortalecer nossa capacidade de mediação e nossas ferramentas para sustentar a paz, levando ao desenvolvimento a longo prazo”, acrescentou.
“Precisamos criar condições para operações eficazes de imposição da paz e antiterrorismo por nossos parceiros regionais, no capítulo VII da Carta (da ONU) e com financiamento previsível. Isto é especialmente verdade na África, do Sahel ao Lago Chade.”

Nosso planeta está em chamas

Sobre a mudança climática, a ciência é clara, afirmou Guterres. “O aumento da temperatura continua a provocar derretimento recorde (das calotas polares). A década passada foi a mais quente já registrada.”
“Os cientistas nos dizem que a temperatura do oceano está subindo o equivalente a cinco bombas de Hiroshima por segundo. Um milhão de espécies estão em risco de extinção a curto prazo. Nosso planeta está queimando”, disse ele aos embaixadores.
No entanto, em meio à crise, alguns líderes globais continuam hesitando, disse ele, como evidenciado pelo resultado da última conferência climática da ONU, conhecida como COP25, realizada em Madri em dezembro.
Mas o secretário-geral da ONU disse estar convencido de que a batalha climática pode ser vencida à medida que as pessoas em todos os lugares entendam o que está acontecendo, enquanto a esmagadora maioria dos cientistas afirma que ainda há tempo para agir.
“Na próxima conferência climática — COP26, em Glasgow — os governos devem promover a mudança transformacional de que nosso mundo precisa e que as pessoas exigem, com ambição muito mais forte — ambição de mitigação, adaptação e de finanças”, afirmou.

Uma globalização justa

A terceira ameaça — desconfiança global profunda e crescente — pode ser enfrentada por meio de uma globalização justa, impulsionando o crescimento econômico e prevenindo conflitos.
Em 2015, os líderes mundiais adotaram uma agenda para criar um planeta mais justo para todos. Este ano, a ONU lançou a Década de Ação para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) até o prazo de 2030.
“Durante a Década de Ação, devemos investir na erradicação da pobreza, na proteção social, na saúde e no combate às pandemias, em educação, energia, água e saneamento, nos transportes e infraestrutura sustentáveis ​​e no acesso à Internet”, afirmou Guterres.
“Precisamos melhorar a governança, combater os fluxos financeiros ilícitos, acabar com a corrupção e desenvolver sistemas eficazes, de bom senso e tributação justa. Temos de construir economias para o futuro e garantir um trabalho decente para todos, especialmente os jovens. E devemos colocar um foco especial em mulheres e meninas, porque isso beneficia a todos nós.”
O secretário-geral da ONU também incentivou os líderes a trabalhar para restabelecer a confiança, inclusive ouvindo seus cidadãos e aproveitando as ideias de mudança e outras soluções construtivas apresentadas pelos jovens.

Domesticar o ‘Velho Oeste’ do ciberespaço

Levar luz ao lado sombrio do mundo digital exigirá ação em várias frentes, inclusive no mercado de trabalho, pois a automação deslocará dezenas de milhões de empregos na próxima década.
O chefe da ONU recomendou que os sistemas educacionais sejam redesenhados para lidar com essa realidade, ensinando às pessoas como aprender durante toda a vida.
“Também precisamos colocar em ordem o ‘Velho Oeste’ do ciberespaço”, disse.
“Terroristas, supremacistas brancos e outros que semeiam ódio estão explorando a Internet e as mídias sociais. Os robôs estão espalhando desinformação, alimentando a polarização e minando as democracias. No próximo ano, o cibercrime custará 6 trilhões de dólares.”
Guterres destacou a ONU como a plataforma para reunir governos, setor privado, sociedade civil e outros para combater o que ele chamou de “fragmentação digital” por meio da cooperação global.
As “possibilidades alarmantes” da inteligência artificial também devem ser abordadas, e ele apelou aos países para banirem imediatamente as armas autônomas letais, também conhecidas como robôs assassinos.
“Armas autônomas letais – máquinas com o poder de matar por conta própria, sem julgamento e responsabilidade humana – estão nos levando a um território moral e político inaceitável”, alertou.
Fonte: Nações Unidas – Brasil
(22-01-2020)
 

ONU: desigualdade fecha as portas para avanço econômico e social no mundo

A crescente desigualdade em países desenvolvidos e em desenvolvimento pode exacerbar as divisões e desacelerar o desenvolvimento econômico e social, de acordo com o Relatório Social Mundial 2020 das Nações Unidas, lançado globalmente nesta terça-feira (21). Mais de dois terços da população mundial vivem em países onde a desigualdade aumentou e o impacto é sentido em níveis pessoais e nacionais. O documento aponta que no Brasil, onde a desigualdade havia sido reduzida nas últimas décadas, ela está aumentando novamente.
De acordo com o relatório, produzido pelo Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU, sociedades muito desiguais são menos efetivas na redução da pobreza, crescem mais vagarosamente, dificultam que as pessoas quebrem o ciclo da pobreza e fecham as portas para o avanço econômico e social. Além disso, o aumento da desigualdade reprime o crescimento econômico e pode aumentar a instabilidade política.
No prefácio da publicação, o secretário-geral da ONU, António Guterres, escreveu: “o ‘Relatório Social Mundial 2020: desigualdade num mundo que muda rapidamente’ surge quando confrontamos realidades difíceis de um panorama global de profunda desigualdade. Tanto no Norte quando no Sul, protestos em massa reacendem, alimentados por uma combinação de males econômicos, crescimento das desigualdades e insegurança no trabalho. Disparidades de renda e falta de oportunidades estão criando um ciclo vicioso de desigualdade, frustração e descontentamento em várias gerações”.
O relatório dá evidências mostrando que inovação tecnológica, mudanças climáticas, urbanização e migração internacional estão afetando as tendências de desigualdade. O secretário-geral afirmou que o documento traz uma mensagem clara: “o rumo futuro destes desafios complexos não é irreversível. Mudanças tecnológicas, migração, urbanização e mesmo a crise climática podem ser aproveitadas para um mundo mais sustentável e justo, ou podem nos dividir ainda mais”, alertou.
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), unanimemente adotados pelos países em 2015, contêm um ODS específico para a redução da desigualdade. Os objetivos incorporam o princípio de “não deixar ninguém para trás”. O relatório detectou que crescimento econômico extraordinário ao longo das últimas décadas tem falhado em diminuir a “profunda divisão dentro e entre os países”.
O estudo aponta que estas disparidades dentro e entre os países irá inevitavelmente levar que as pessoas migrem. O documento registra que, se bem gerenciada, a migração pode não apenas beneficiar os migrantes, mas também ajudar a diminuir a pobreza e a desigualdade.
Brasil – Com o aumento da migração a partir de áreas rurais, mais da metade da população mundial hoje vive em áreas urbanas. Apesar de as cidades serem o cenário de inovação e prosperidade, muitos moradores urbanos sofrem com a extrema desigualdade.
Em um mundo com altos e crescentes níveis de urbanização, a desigualdade está aumentando novamente, mesmo em países que a tinham reduzido em décadas recentes, como Brasil, Argentina e México. O documento lembra que a desigualdade depende do que acontece nas cidades e as vantagens que as cidades oferecem podem não ser contínuas se as altas desigualdades urbanas não forem reduzidas.
Desigualdade desgasta confiança no governo – O relatório mostra que desigualdades concentram influência política entre os que estão em melhor situação, o que tende a preservar ou mesmo aumentar as diferenças de oportunidade. “Crescente influência política entre os mais afortunados corrói a confiança na habilidade dos governos em atender às necessidades da maioria (da população)”.
Mesmo em países que se recuperaram completamente das crises econômica e financeira de 2008, o descontentamento popular continua alto.
As crescentes desigualdades estão beneficiando os mais ricos. As alíquotas de imposto para as rendas mais altas têm diminuído em países desenvolvidos e em desenvolvimento, tornando os sistemas tributários menos progressivos. Em países desenvolvidos, as alíquotas para os mais ricos diminuíram de 66% em 1981 para 43% em 2018.
Nos países em desenvolvimento, as crianças das famílias mais pobres – e aqueles dos grupos étnicos mais vulneráveis – têm experimentado progresso mais lento na frequência escolar do ensino médio do que aquelas de famílias mais ricas, que estão mandando seus filhos para escolas de melhor qualidade. Disparidades e desvantagens na saúde e na educação estão sendo transmitidas de uma geração para outra.
Mudanças climáticas acentuam desigualdades – As emissões estão aumentando, as temperaturas globais estão subindo, mas os impactos das mudanças climáticas não estão sendo sentidos de forma uniforme no mundo, com países dos trópicos sendo os mais afetados negativamente.
De acordo com o relatório, as mudanças climáticas têm deixado os países mais pobres ainda mais pobres e, se não enfrentadas, podem levar milhões de pessoas para a pobreza nos próximos dez anos. As mudanças climáticas também estão deixando as coisas piores para a próxima geração, com impactos que devem reduzir oportunidades de trabalho, especialmente nos países mais afetados.
O relatório alerta que as mudanças climáticas podem aumentar a desigualdade, afetando também as políticas desenvolvidas para combater seus efeitos. Na medida em que países adotam ações para o clima, será importante proteger as famílias de baixa renda.
Tecnologia criando vencedores e perdedores – Os rápidos e revolucionários avanços tecnológicos das últimas décadas têm beneficiado trabalhadores qualificados ou aqueles que podem se qualificar.
Mas também têm cobrado um pedágio alto para trabalhadores com baixa ou média qualificação com intensa rotina laboral, cujos trabalhos estão sendo gradualmente eliminados ou extintos, na medida em que as tecnologias estão sendo absorvidas por um pequeno número de empresas dominantes.
Enquanto as novas tecnologias – como inovação digital ou inteligência artificial – abrem vastas e novas oportunidades de trabalho e engajamento, o relatório descobriu que o potencial para que elas promovam desenvolvimento sustentável só pode ser alcançado se todos tiverem acesso a elas, o que não está acontecendo, criando novas “divisões digitais”. Cerca de 87% das pessoas nos países desenvolvidos têm acesso a Internet, contra 19% nos países em desenvolvimento.
Os avanços tecnológicos podem exacerbar as desigualdades, ao favorecer aqueles com acesso precoce a estas tecnologias, e aumentar as lacunas em educação se desproporcionalmente ajudarem os filhos dos mais ricos.
Soluções – Usando exemplos positivos, o estudo apresenta concretas recomendações políticas que podem promover acesso a oportunidades, permitindo que políticas macroeconômicas foquem na redução da desigualdade, enfrentando também preconceito e discriminação.
Lançado enquanto as Nações Unidas se preparam para celebrar o 75º aniversário, o documento contém análises e recomendações políticas para conceber os diálogos globais para redução da desigualdade como uma condição fundamental para construir o futuro que queremos.
O relatório completo pode ser acessado aqui.
O sumário executivo pode ser acessado aqui.
Informações para a imprensa e pedidos de entrevista:
Departamento de Comunicação Global da ONU
Dan Shepard – Fone: + 1 (212) 963.9495 |- E-mail: shepard@un.org
Fonte: Nações Unidas – Brasil
(21-01-2020)