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Quando se nega a política, o que vem é pior, afirma Lula

Da Redação da Agência PT de Notícias

Em entrevista à Rádio Itatiaia, de Belo Horizonte, nesta quinta-feira (23), o ex-presidente Lula externou sua solidariedade ao povo mineiro pelas vítimas do coronavírus, especialmente aos familiares dos mais de dois mil mortos pela pandemia. Ele também se solidarizou com o povo brasileiro, hoje governado por alguém que, ao invés de governar, prefere receitar um medicamento ineficaz à população.
“Os brasileiros são vítimas de um presidente que se acha médico, resolveu ser infectologista e receitar remédio à população. As duas principais agências de saúde dos EUA descartaram o efeito da cloroquina e por isso o Trump doou 3 milhões de doses para o Brasil. Agora, ele está pressionando todos a usarem. A verdade é que a forma que o Trump encontrou de jogar a cloroquina dele fora foi mandando para o Bolsonaro usar. E ele segue defendendo o uso contra todas as orientações médicas”, afirmou o ex-presidente.
Sobre a atual crise política e humanitária que assola o país, Lula manifestou a sua preocupação com o desrespeito de Bolsonaro em relação à ciência e a sua opção pela violência.
“Eu fico preocupado porque o Bolsonaro tem apenas um ano e meio de governo e já existem mais de 40 pedidos de impeachment contra ele. Nós acabamos de sair de um processo de impeachment contra uma presidenta que não cometeu nenhum crime, nem um ato de improbidade administrativa, foi cassada porque era necessário cassar, para tirar o PT”, advertiu Lula.
“Agora, você tem um cidadão que está desrespeitando a ciência, desrespeitando a medicina, está desrespeitando a paz”, continua ele. “Você não vê o Bolsonaro com um livro na mão, nem falar de um livro, só vê ele falar de arma, é um presidente que acha que os problemas do mundo serão resolvidos com armas”.  Para Lula, “os problemas do mundo não serão resolvidos com armas, mas sim com educação, com paz, com emprego, quando o Estado cumprir com as suas obrigações”, disse.

Esquerda, direita e relação com Congresso

Sobre a polarização no país hoje, com o país dividido entre direita e esquerda, além do ódio manifestado em alguns setores da sociedade, Lula relembrou o seu importante papel como líder que buscava a paz política, inclusive com a sua candidatura em 2002 que tinha como vice o empresário mineiro José de Alencar.
“Foi um pacto feito no mundo do trabalho e no mundo da política. Ninguém nunca vai ter um vice como eu tive, um homem de caráter, honesto e com uma capacidade de trabalho extraordinário. A primeira coisa que fiz foi criar um Conselho de Desenvolvimento Social, envolvendo indígenas, fazendeiros, banqueiros, sindicalistas, pastores, padres, etc. Era um conselho que 100 personalidades que me ajudava a governar, a fazer projetos e encaminhar no Congresso Nacional”, lembrou Lula.
“Nós vivemos no Brasil um momento de paz, um momento em que o Brasil mais cresceu na economia. Quando eu cheguei o Brasil estava devendo 30 milhões ao FMI, nós pagamos e juntamos 380 bilhões de dólares em reservas internacionais. As nossas exportações chegaram a 500 bilhões de dólares e o Brasil gerou 20 milhões de empregos formais”, destacou.
De acordo com Lula, “a convivência democrática foi a coisa mais extraordinária que nós pudemos ensinar a este país. É por isso que nós fizemos muitas obras, muitas universidades, muitas escolas técnicas, os programas sociais que o povo esperava há muitos anos”.
Lula ainda analisou o papel atual da esquerda na oposição ao governo de Bolsonaro, e rebateu a versão de que as forças políticas estariam divididas.
“A esquerda não está dividida, a esquerda está fora do poder. Quando você ganha, quatro anos passam rápido demais, quando perde cada dia dura um ano, parece que não acaba nunca o mandato de quem está governando. Eu digo para o PT que é preciso ter paciência”, disse.
Segundo Lula, quando um presidente erra muito, quem paga o pato é o povo. “O que eu quero é que o Bolsonaro crie juízo, pare a sua relação com os milicianos, para de mentir para a sociedade através de fake news e governe este país com responsabilidade, que pare de brigar com a China, a Argentina e a América do Sul e pare de lamber as botas do Trump”, afirmou o ex-presidente.

Relação do governo com o Congresso

“Ninguém governa este país sem o apoio do Congresso, se não manter uma harmonia comas instituições democráticas. Este negócio do Bolsonaro que fazia bravata dizendo que não falaria com ninguém, está provado que era farsa, pois ele está rastejando agora”, ressaltou Lula.
“Eu falei em 92 que haviam 300 picaretas no Congresso, hoje eu acho que tem mais. Ulisses Guimarães dizia que que ‘ toda vez que a elite brasileira começa a dizer que tem que renovar a política e mudar o Congresso, o que vem e pior’. É o que estamos assistindo agora. O Congresso atual é muito pior do que o anterior”, advertiu o ex-presidente.
Para Lula, os meios de comunicação não podem permitir que o povo negue a política. “Toda vez que você nega a política, que esculhamba políticos, você precisa lembrar que quem escolheu deputado foi o povo. Teve político que hoje está sendo acusado, mas que recebeu dois milhões de votos em 2018, sem ser conhecido, apenas às custas fake news”, criticou.

Eleição em Belo Horizonte

Sobre as eleições municipais em Belo Horizonte, Lula elogiou a escolha do ex-deputado federal e ex-ministro Nilmário Miranda pelo Diretório Municipal do PT para disputar a prefeitura da capital mineira.
“O PT fez uma escolha da forma mais democrática possível. Nilmário tem um papel histórico em Belo Horizonte, desde o movimento social e da imprensa alternativa. Ele foi um ministro de Direitos Humanos extraordinário durante o meu governo. Foi deputado federal, já disputou o governo de Minas com o Aécio. Temos que ir para as ruas para eleger o candidato do PT”, conclamou.
Lula afirmou que o PT fez história ao administrar Belo Horizonte com Patrus Ananias, Célio de Castro e Fernando Pimentel e é isto que deve ser resgatado pela partido durante a campanha.
Fonte: Instituto Lula
(24-07-2020)

PT não tem 'gabinete do ódio', PT tem 'gabinete da história'

Por Gustavo Conde
O alardeado ‘gabinete do ódio do PT’, invocado por Ciro Gomes e Marina Silva, é na verdade o ‘gabinete do amor e da verdade’. É o ‘gabinete da história’. É o ‘gabinete da factualidade’.
Senão vejamos:
Marina Silva derreteu feito manteiga na chapa em 2014 porque simplesmente foi “exposta”. “Quem é Marina Silva?”, perguntaram os eleitores. E a resposta foi precisa: uma idealista sem um projeto e sem uma visão de país (apenas a visão do meio ambiente).
Não foi preciso mobilizar o marketing político para desconstruir Marina, pelo amor de deus. Ela se desconstruiu sozinha, afogada nas contradições.
Tanto que em 2018… Ah, deixa pra lá.
E o Ciro?
Aí, a explicação é mais tortuosa.
Todo mundo que tenta flanar na popularidade de Lula e do PT e depois não recebe o pratinho de ração habitual da política coronelista (o toma-lá-dá-cá), sai fumegando pelas ventas.
Não é preciso um gabinete de coisa nenhuma para assistir Ciro Gomes ficar furioso com suas próprias contradições.
(É bom ter contradição, faz parte… Mas não precisa exagerar né).
Como no embate direto, Ciro não tem nada para mostrar – ou muito pouco, se comparado aos governos de Lula e Dilma -, ele cai na pistolagem agressiva do apontar de dedos.
Quando ele tem um surto passageiro de humildade e resolve assumir quem é – um tecnocrata tucano com sotaque – ele cai no mesmo lodaçal que o PSDB vinha caindo nas últimas eleições presidenciais: o povo que elege um presidente não escuta esse tipo de baboseira de ‘déficit publico’ e ‘superávit fiscal’. Ninguém sabe o que é isso – nem a elite, que é burra por definição.
Ora, o que acontece com um político metido a líder de massas que só tem o discurso técnico de governança para vender?
É desconstruído sozinho.
Esse tempo já se foi (o tempo em que a tecnocracia elegia governantes).
E ele só existiu pelo pânico das nossas elites à soberania popular subscrita nas ações e no discurso de Lula e do PT.
Acabou sendo difícil-quase-impossível vencer o PT no debate direto.
Não foi à toa que o partido venceu 4 eleições seguidas e nas restantes ficou em segundo lugar (nas restantes do período pós ditadura).
O drama é esse: a história, a realidade, a consciência política e a factualidade são os elementos que sempre vinham dando as vitórias ao PT nas últimas décadas.
Na impossibilidade de lidar com essa impiedosa realidade, eternos pretendentes a líder de massas tiveram de recorrer ao uso do simulacro: chamaram a realidade do debate público que lhes esfolava o discurso rarefeito de ‘gabinete do ódio do PT’.
Nessa brincadeira de maus perdedores, o que aconteceu? Aconteceu Bolsonaro.
Agora, os pretendentes a mito seguem sufocados pelas próprias contradições e lacunas de humanidade.
O país deve tanto ao PT que é bom nem tocar nesse assunto.
O PT garantiu um debate público, garantiu o respeito à democracia, aceitou derrotas, aceitou perder no debate, recusou um terceiro mandato, recusou aventuras autoritárias, respeitou a imprensa que lhe era e é hostil, manteve relações civilizadas com as elites podres para sustentar a revolução silenciosa da inclusão social.
O PT representa densidade demais para essas corruptelas de candidatos fracassados pretendentes a arautos da governança pública.
Não será fácil fazer retornar essa qualidade de debate público no Brasil.
Mas a gente precisa tentar, à revelia de todos esse tubos de ensaio ambulantes, cujo sumo do bagaço sugere apenas narcisismo e ambição individual.
Fonte: Brasil 247
(08-07-2020)

Campanha ‘Fora Bolsonaro’ começa com faixas em pontes e tuitaço

O primeiro dia da Jornada Nacional pelo “Fora Bolsonaro” teve início na manhã desta sexta-feira (10), quando pontes e viadutos de diversas capitais foram tomadas por faixas e cartazes cobrando o impeachment do presidente Jair Bolsonaro. As primeiras imagens de protestos surgiram em Fortaleza. No viaduto da Avenida José Bastos, uma enorme faixa com “Fora Bolsonaro” foi fixada. 
Em outro ponto da cidade, na Praça da Bandeira, um grupo de manifestantes da CUT e do Sindicatos dos Empregados em Estabelecimentos de Saúde (SindSaúde-CE) também protesta pelo afastamento do presidente. Os manifestantes saem em defesa da vida dos trabalhadores da saúde, que estão na linha de frente do combate à pandemia do novo coronavírus. Os organizadores criticam a omissão do governo diante da maior crise sanitária do último século. O grito pela vida também foi lembrado por manifestantes na capital federal, que com faixas destacam que “a unidade vence o ódio”.
Junto aos cartazes pedindo “Fora Bolsonaro”, cruzes foram fincadas em um canteiro de praça na cidade de Ouricuri, no sertão pernambucano. Na capital do estado, trabalhadores da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e da CUT estadual também se mobilizam em frente ao Mercado Público de Casa Amarela, zona norte da cidade.
CUT também registra atos em Campo Grande, João Pessoa, no terminal de Miramar, em Belém, e nas cidades do litoral paulista São Sebastião e Caraguatatuba. A Frente Brasil Popular em Rondônia também fixou faixas por “Fora Bolsonaro” nas principais entradas e saídas da cidade.

Tuitaço #Fora Bolsonaro

Trabalhadores do Sindisaúde do Rio Grande do Sul e da CUT-RS começaram os protestos ainda na madrugada desta sexta. Em frente ao Hospital da Pontifícia Universidade Católica (PUC-RS) o grupo cobrou testagem para a covid-19 a todos os trabalhadores da área. Cruzes também foram colocadas em escadaria, lembrando as vítimas, em Florianópolis.

No Rio de Janeiro, o dia de mobilização também conta com o apoio dos funcionários dos Correios do Centro de Tratamento de Encomendas (Benfica) e de trabalhadores da Petrobras. Em São Paulo o protesto deve ocorrer com apoio da CUT-SP, às 14h, na Praça do Patriarca.
As mobilizações acontecem dentro das orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) pelo distanciamento social. Enquanto isso, nas redes sociais, apoiadores emplacam a hashtag “ForaBolsonaro”, que já está entre os assuntos mais comentados no Twitter.
Personalidades políticas e movimentos lembram do descaso do presidente com a população, evidente na pandemia que leva o Brasil a quase 70 mil mortos. “Desde o primeiro óbito registrado pelo coronavírus, Bolsonaro negou evidências científicas, promoveu aglomerações, demitiu dois ministros da Saúde e agora virou garoto propaganda de um medicamento sem eficácia comprovada contra a covid-19”, ressaltou a deputada Erika Kokay (PT-DF) ao destacar o #ForaBolsonaro no Twitter.
O MST posta que “em tempos de pandemia, estamos vendo ao vivo, a importância de termos um sistema Único, Público, Universal e Gratuito de saúde. Ao mesmo tempo que comprovamos que o governo Bolsonaro é capaz de adoecer um país inteiro”.

Jornada continua com panelaço

Os protestos foram convocados nesta quinta (9) por um conjunto de frentes, partidos políticos, movimentos populares, sociais e sindicais. Ao todo, são esperados atos em 20 estados do país de acordo com a organização formada pela Central dos Movimentos Populares (CMP) e pela União Nacional por Moradia Popular (UNMP).
“O nosso propósito é o ‘Fora Bolsonaro’, mas também reivindicar moradia, acesso à saúde, à renda, ao emprego e à água”, explicou o coordenador da CMP e da Frente Brasil Popular, Raimundo Bonfim ao Jornal Brasil Atual.
As ações simbólicas devem continuar ao longo da tarde. A população no geral pode se manifestar, colocando também um pano preto em janelas.  Às 19h, será realizado um ato inter-religioso e a programação do dia se encerra com um panelaço às 20h. A Jornada Nacional pelo “Fora Bolsonaro” continua neste sábado (11), com uma plenária com todos os movimentos às 14h.
Fonte: Rede Brasil Atual

Recordar es vivir

Por Catalina Baeza
Recordamos el dolor y el miedo que sentimos, recordamos con tristeza a nuestros muertos y desaparecidos, recordamos con angustia y rabia los años oscuros de nuestro país en manos de tiranos que nos quitaron casi todo, pero no nuestras memorias. Se esforzaron quemando libros e intentando cambiar la historia, pero no pudieron, ni podrán nunca, borrar nuestros recuerdos porque no están escritos en páginas de libros que podamos arrancar de nuestro cerebro. Nuestras memorias las llevamos, en el presente, en el cuerpo
El tiempo fluye como aquel río de Heráclito. Un río en el cual no podemos bañarnos dos veces ya que el agua que nos bañó la primera vez no será igual al agua que nos baña la segunda. Todo cambia, dice Heráclito, todo fluye, nada permanece en las cosas y es por este motivo que no podemos obtener conocimiento de las cosas. Todo hacer es conocer, dice Maturana, y todo conocer es un hacer en la emoción.  El tiempo que conocemos, ese fluir desde el pasado hacia el futuro, nos encuentra en un punto. Nos encuentra en la emoción del presente.
Somos quien somos, en el presente, gracias a nuestros recuerdos, a nuestra memoria. Memoria que se reconstruye constantemente en conversaciones que mantenemos con nosotros mismos, conversaciones íntimas que podemos llamar de reflexiones, pensamientos y evocaciones de momentos vividos.
Pero también somos quien somos, en el presente, por el recuerdo y la memoria de los otros. Nuestros amigos y amigas, nuestros familiares e incluso nuestros conocidos nos recuerdan quien somos y quien éramos.
Cuando alguien nos dice: ¿Te acuerdas cuando…? nuestro cerebro, por medio de sinapsis, recorre senderos, realiza conexiones y recordamos. Será gracias a este dialogo, gracias a estas reminiscencias que continuaremos en el flujo de construir nuestro ser, nuestras memorias.
No existe el tiempo sin la noción de memoria ya que solo podemos volver al pasado a través de nuestros recuerdos y no habría presente sin la noción de tiempo. Incluso, eso que llamamos de realidad, es la suma de nuestras memorias, nuestro conocimiento adquirido en el tiempo. Pasado, presente y futuro no serían nada sin memoria.
Recordamos mejor el camino que más hacemos, las canciones que cantamos con más frecuencia, los nombres de nuestros amigos más íntimos, las películas que vemos una y otra vez y las historias que nos cuentan o nos contamos más a menudo. Olvidamos con facilidad lo que acabamos de leer, el número de teléfono que nos dieron ayer y los nombres de personas que nos acabaron de presentar en una reunión.
Comprendemos lo que observamos, escuchamos y conversamos, gracias a la memoria y a la emoción con la que la relacionamos.  Recordamos más algo que nos afectó profundamente y olvidamos con frecuencia hechos a los que no les atribuímos emoción o cuando la emoción es la indiferencia. Es posible que no recordemos lo que comimos el miércoles de la semana pasada, pero probablemente todos y todas recordemos donde estábamos y que sentimos el 11 de septiembre de 1973.
La memoria, tanto la personal como la colectiva, se organiza segun la función que desempeña y es por este motivo que, en este mes de septiembre, recordamos.
Recordamos el dolor y el miedo que sentimos, recordamos con tristeza a nuestros muertos y desaparecidos, recordamos con angustia y rabia los años oscuros de nuestro país en manos de tiranos que nos quitaron casi todo, pero no nuestras memorias. Se esforzaron quemando libros e intentando cambiar la historia, pero no pudieron, ni podrán nunca, borrar nuestros recuerdos porque no están escritos en páginas de libros que podamos arrancar de nuestro cerebro. Nuestras memorias las llevamos, en el presente, en el cuerpo.
Somos el país que somos gracias a la memoria colectiva producto de una red de conversaciones que nos definen como cultura en una red de emociones propias de nuestro ser y a pesar de que para algunos la emoción de la indiferencia no registró como experiencia los miles de muertos, desaparecidos y torturados, para muchos y muchas otras, esta experiencia fue vivida desde la emoción del miedo y la tristeza, por lo tanto no se olvida.
Recordar es vivir, es continuar siendo quien soy en el fluir del tiempo sabiendo que el pasado, gracias a las memorias, se constituye en experiencia y estas experiencias, estas memorias, son la que se mantendrán en el fluir del tiempo hacia un futuro donde nuestros hijos e hijas, nuestros nietos y nietas dirán: Nunca Más.
Fuente: El desconcierto
(10-09-2018)

Retrocede o Brasil com Bolsonaro. Pandemônio que agrava a pandemia

Retrocede o Brasil com Bolsonaro

Pandemônio que agrava a pandemia 

 

Pandemônio expressa o ambiente

que caótico, aprofunda a ordem insana

Nos tornando uma “República de bananas”

Justo em meio à crise inclemente

Que, longeva, teremos pela frente

A política de Guedes esvazia

E à riqueza da gente traz sangria

Os milhares de óbitos deixam claro

Retrocede o Brasil com Bolsonaro

Pandemônio que agrava a pandemia 

 

Todo império é aético, sem prurido

Assujeita, invade, assassina

Faz pilhagem, tortura, espalha mina

Tem capanga agindo, escondido

Espiões lhe ampliam o ouvido

Aparelhos de Estado como a CIA

Disseminam no mundo porcaria

Traidores corrompem, aumentam o faro

Retrocede o Brasil com Bolsonaro

Pandemônio que agrava a pandemia 

 

Praticando o “Law fair”, inverte as leis

Atraindo juízes amorais 

Corrompendo a imprensa, mais e mais

Arruina empresas, como o fez

Empreiteiras famosas, mais de dez

Nos empregos gerando uma sangria

Tudo faz contra o povo ou à revelia

Submissos, se rendem ao avaro

Retrocede o Brasil com Bolsonaro

Pandemônio que agrava a pandemia 

 

Este esquema faz parte de um projeto

De pilhagem e desmonte do Brasil

Mediante conluio, covarde e vil

Entre forças internas, império abjeto

Com traição que alcançam máximo teto

Saudosista do Golpe, a burguesia 

A setores retrógrados se alia

Induzindo milhões a erro claro

Retrocede o Brasil com Bolsonaro

Pandemônio que agrava a pandemia 

 

Lava jato transpõe os seus limites

A sentenças legais, aduz malfeitos

Politiza sentença, a despeito

De com peças dos autos não estar quites

A Justiça implodindo com “dinamites”

Subvertendo as regras da autonomia 

Inocenta o amigo, freguesia

Sentencia sem prova, o que lhe é caro

Retrocede o Brasil com Bolsonaro

Pandemônio que agrava a pandemia 

 

Sobretudo com Trump, um novo bando

Recorrendo a estratégias virtuais

“Fake news”, vários truques e outros mais

Tanta gente qual Bennon no comando

A milhões suas mensagens disparando

Produzindo mentiras, fantasias

No país e também nas cercanias

“Fake news”! – O Esquema fica claro

Retrocede o Brasil com Bolsonaro

Pandemônio que agrava a pandemia 

 

É useira e vezeira, nossa “elite”

Em lançar o País no precipício

Quando o lucro lhe soa mais propício

Dando errado, o fracasso admite

Mas… dos outros! Seu cinismo é sem limite

E não tarda em voltar à vaca fria

A tentar refazer hegemonia

Eis seu modo ardiloso, nada raro

Retrocede o Brasil com Bolsonaro

Pandemônio que agrava a pandemia

 

O conceito “Brasil” perante o mundo

Só rebaixa o País e os Brasileiros

Mais um fato imputável a seus coveiros

No setor diplomático, o tombo é fundo

Segue à frente o Ministro nauseabundo

Com o plano deletério em sintonia

Qual refém do Trumpismo e da CIA

Sintomático é seu grande despreparo

Retrocede o Brasil com Bolsonaro

Pandemônio que agrava a pandemia

 

Só agora o percebem os da Direita

Preferiram apoiar um caricato

Implicando em trair seus candidatos

E, surfando na onda, foram eleitas

Lideranças de proa – que desfeita!

Pois não podem esconder a cercania

É o plano econômico que os guia

Desde sempre isto fica muito claro

Retrocede o Brasil com Bolsonaro

Pandemônio que agrava a pandemia

 

Faz sentido a campanha antigramscista

Que, há décadas, sustenta o Império

Ao mover arsenal tão deletério

Combatendo de Gramsci qualquer pista

Ou de Freire e outros ativistas

A Cultura tem dupla serventia

Ou liberta ou reforça tirania

Gramsci, Freire erradicam o ignaro

Retrocede o Brasil com Bolsonaro

Pandemônio que agrava a pandemia

 

Eis por que é tarefa libertária

Investir no legado gramsciano

No de Freire e de outros, neste plano

Resistindo ao lugar de triste pária

Movimentos têm força identitária

E, negando-se ao papel de feitoria,

Por sua luta garantem autonomia

Anulando estratégias de disparo

Retrocede o Brasil com Bolsonaro

Pandemônio que agrava a pandemia

 

Argumento fatal contra Olavistas

É arguir quais os frutos do pensar 

Que o filósofo das “fakes” vem inspirar

A ruína da Pátria põe-se à vista

Dos escombros da terra, grande é a lista

Quem tem olhos pra ver se arrepia

É urgente dar fim à distopia

Na Esperança nutrindo o nosso faro

Retrocede o Brasil com Bolsonaro

Pandemônio que agrava a pandemia

 
João Pessoa, 04 de julho de 2020.

A morte como política. Temos de derrubar a Casa Grande.

Por Ariovaldo Ramos*
Passamos a marca dos 64 mil mortos por covid 19, e os bares do Leblon lotam.
E o presidente vetou a obrigatoriedade do uso de máscaras em igrejas e lojas.
O governador de São Paulo antecipa a reabertura de academias de ginástica.
A OMS diz que o Brasil segue receita para espalhar mais coronavírus.
O quadro brasileiro é desolador.
Todas estas noticias não revelam como os pobres estão sendo afetados pelo caminho escolhido pelos governos federal e de São Paulo. E muitos dos demais governos locais não ficam a dever quanto ao caminho que vem sendo trilhado, também trabalham assim.
Os pobres são os mais afetados por toda essa irresponsabilidade.
O número recorde e crescente de mortos, mais do que tem sido percebido, revela a política escolhida para a tomada de decisão governamental.
Não é de estranhar, portanto, o rumo da economia brasileira, que vê como desperdício ajudar as pequenas e médias empresas, e que convive com mais de 85 milhões de trabalhadores sem emprego, e grande parte, literalmente, sem acesso a renda alguma; que privilegia o rentismo em detrimento da produção.
Não é de estranhar, portanto, a escolha por uma politica de destruição do sistema educacional, pela desvalorização do professorado e pela revisão da política de acesso aos mais pobres, e com a insistência na privatização.
E que a política ambiental seja a de destruição dos mais diversos biomas.
Não é de estranhar, portanto, que a política agrícola seja pela valorização do agronegócio em detrimento do pequeno agricultor e do agricultor familiar, que é quem planta alimento, enquanto envenena o campo com agrotóxicos que ninguém, no mundo, utiliza mais.
E que a Funai seja entregue a religiosos neo-colonialistas que, simplesmente, assistem ao genocídio dos povos originários.
Quando vamos perceber que a postura do governo quanto ao combate à pandemia revela toda a intenção governamental, quanto a tudo?
E que quem cimentou o caminho para a chegada desta política ao poder, não tem outra intenção, senão a mesma que se plastifica, com toda a crueldade inerente, no número de mortes pelo vírus?
Golpistas de 2016; “lava-jato” com sua alta traição, com a prática da prisão política e da chantagem para provocar delações, com a intencional destruição da construção civil brasileira; a destruição dos ativos por meio de privatizações catastróficas; destruição da Petrobras; destruição da soberania nacional; a elite escravista disfarçada de neo-liberal, que, agora, tenta atrair a esquerda pusilânime para um acordo, mas, não antes de ver o fim das relações de trabalho.
O descaso no combate à pandemia com a promulgação, mal disfarçada, de um genocídio dos empobrecidos, dos negros e dos indígenas, fala da política que assumiu o controle do governo e está a determinar o futuro de um país que não terá mais nação, apenas pretensos senhores e escravizados.
Temos de derrubar a “Casa Grande”.
*Coordenador nacional da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito.
Fonte: Rede Brasil Atual
 
 

Argentinos debatem imposto sobre 15 mil mais ricos para ajudar 16 milhões mais pobres

Por Fernanda Paixão
Um projeto que pretende aplicar um imposto único às grandes riquezas na Argentina deverá ser apresentado no Congresso Nacional ainda este mês. O imposto se aplicaria a cerca de 15 mil pessoas físicas e jurídicas no país, que pagariam o equivalente a cerca de 1 a 2% do seu patrimônio. Dessa forma, o Estado argentino arrecadaria aproximadamente US$ 3 bilhões, que serviriam para atender as regiões mais afetadas pela pobreza e pela crise agravada pela pandemia do coronavírus.
O assunto surgiu em abril, a poucos dias do anúncio do isolamento social, preventivo e obrigatório no país. Impulsionado pelo partido governista, Frente de Todos, o projeto foi encabeçado pelo deputado nacional Máximo Kirchner, filho da ex-presidenta Cristina Kirchner. Há uma expectativa no setor progressista de que o projeto avance devido à urgência dada a crise econômica, mas, assim como a pretensão de expropriar a cerealífera Vicentin, o projeto ainda está em discussão.

Entre o atual índice de pobreza que alcança 16 milhões de pessoas e os altos indicadores de fuga de capitais que o país tem atualmente, um imposto sobre as grandes fortunas é tão necessário quanto um desafio aos interesses dos mais ricos, que têm lançado uma forte campanha contra o projeto.
Entenda: Miséria cresce sob Macri e quase uma a cada três pessoas é pobre na Argentina

Há enormes oportunidades de negócio para quem tem capital para investir, e vai haver muita concentração econômica.

“É impossível sustentar a quarentena e encarar a recuperação sem uma contribuição dos que podem fazê-lo”, afirma a economista Eva Sacco, do Centro de Economia Política Argentina (CEPA).
“Os únicos que estão em condições de fazê-lo são as grandes fortunas que, em muitos casos, não só não perderam como se viram favorecidas com a quarentena. O Mercado Livre, uma das maiores empresas do país, multiplicou seu valor em poucos dias. Há enormes oportunidades de negócio para quem tem capital para investir, e vai haver muita concentração econômica. É mais que justo pedir uma contribuição a esses setores; mas não só por justiça, senão porque é a única alternativa possível para sustentar o isolamento e não ter uma situação como a que vive o Brasil, por exemplo”, reforça a economista.

Evasão fiscal

A Argentina já possui um imposto sobre bens pessoais, de maneira regular – e que, em linhas gerais, têm pouco impacto em termos de arrecadação –, o que não estaria relacionado ao imposto sobre as grandes fortunas.
A diferença foi definida em uma conferência sobre o assunto pela deputada e coautora do projeto Fernanda Vallejos (Frente de Todos): “O imposto sobre as grandes fortunas é de caráter extraordinário e seria pago uma única vez, e estaria diretamente relacionado à crise do coronavírus e às fortunas dos residentes que declaram sua riqueza no país”, disse.

Da totalidade de ativos exteriorizados dos argentinos, 70% ou mais não estão declarados à fiscalização nacional.

Uma porcentagem muito elevada das riquezas se mantêm fora do país e/ou não estão declaradas, o que marca a problemática da fuga de capitais na Argentina. Estima-se que cerca de US$ 235 bilhões não estão declarados, segundo o relatório da equipe de Vallejos. Com isso, o Estado estaria deixando de arrecadar cerca de U$S 1,2 bilhões de bens pessoais.
“Entre as pessoas que compõem as parcelas superiores na escala de ingressos, 80% da riqueza declarada está fora da Argentina”, afirma Vallejos. “Ao mesmo tempo, fizemos um balanço entre os dados da contabilidade nacional e os registros fiscais e, da totalidade de ativos exteriorizados dos argentinos, 70% ou mais não estão declarados à fiscalização nacional.”
O economista Claudio Katz, integrante do coletivo Economistas de Esquerda, pontua que um dos argumentos da campanha da direita contra o projeto é, justamente, a pressão tributária já existente. “Dizem que a carga tributária já é elevada, o que é falso, porque a média da Argentina é menor que a média latino-americana e muito menor que qualquer país desenvolvido”, afirma. “Inclusive a Angela Merkel, em uma visita que fez ao presidente Fernández, disse, surpreendida, que pelos dados, os impostos sobre os patrimônios na Argentina são baixíssimos comparados aos da Alemanha.”
Aprofunde-se: Argentina tenta renegociar dívida externa enquanto enfrenta a pandemia do coronavírus

Repensar a distribuição de riquezas

Projetos similares são discutidos em outros países da América Latina, como Equador, Chile, Peru, e inclusive no Brasil, marcados pelo contexto do coronavírus. Essas propostas levantam debates sobre a desigualdade social da região, e deixam à mostra como operam essas estruturas, em grande evidência pela pandemia.

O trabalhador paga diretamente 38% de impostos sobre seu salário. E os senhores das grandes fortunas não querem pagar 1% em função dessa situação de emergência.

O médico sanitarista e militante peronista Jorge Rachid enfatiza: a dicotomia entre saúde e economia é falsa. “Nunca houve contradição entre saúde e economia. Os países que adotaram outras formas de combate à pandemia viram quedas no PIB similares ou maiores que as da Argentina.”
Para Rachid, o individualismo meritocrático do neoliberalismo se ampliou com a crise sanitária. “O trabalhador, que não pode evadir, paga 11% de aposentadoria, 3% de plano de saúde e 3% de PAMI [Programa de Assistência Médica Integral]; vai ao mercado e paga 21% de IVA [Imposto ao Valor Agregado]. Ou seja, o trabalhador paga diretamente 38% de impostos sobre seu salário. E os senhores das grandes fortunas não querem pagar 1% em função dessa situação de emergência”, aponta.
Saiba mais: Tributação de grandes fortunas ganha força diante da pandemia de coronavírus
Nesse sentido, abre-se também o debate sobre uma reforma tributária mais ampla, para além do projeto de imposto sobre as grandes fortunas. “Os trabalhadores, os pequenos empresários, as mulheres, já fizeram todo o possível resignando ingressos, ficando em casa – em muitos casos, fechando as empresas e perdendo seus trabalhos.”, diz Sacco.
“Temos que reformar nosso sistema tributário, gerar maior arrecadação na ponta da pirâmide, tirar pressão do meio e incrementar as transferências à base. Essa será uma das ferramentas fundamentais para crescer ao fim da crise. Não é a única, e ela não é suficiente. Mas é, sim, fundamental.”
Enquanto aspectos técnicos e práticos do projeto do imposto sobre as grandes fortunas ainda estão em discussão e negociação, debates como a distribuição de riquezas surgem como um novo cenário, segundo Rachid. “A pandemia provocou a recuperação do Estado como ordenador social e deslocou o mercado. É um conceito muito forte”, reflete, acrescentando o aspecto da solidariedade como outro importante resgate que marcaria a derrota do capitalismo. “Vamos confrontar uma Argentina colonial, oligárquica, trapaceira, contrabandista, ‘fugadora’ de capitais, com um povo argentino que quer recuperar o marco solidário social, conforme votou em outubro de 2019.”
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Edição: Rodrigo Chagas

Fonte: Brasil de Fato

¿Puede ser la vida?

Imprescindible decir algunas palabras frente a la acción genocida del actual desgobierno de Brasil frente a la situación creada por la pandemia.
La indiferencia del cabeza del gobierno ilegal (un gobierno es ilegal si fue elegido mediante elecciones viciadas surgidas de un golpe de estado) es una ofensa a la población.
Hay mucha gente que tiene en el presidente del país una referencia de comportamiento a ser tomada en cuenta.
Si la máxima autoridad del poder ejecutivo es un criminal de lesa humanidad absolutamente destituído de cualquier idoneidad moral, el precio lo pagamos todos/as.
Aún en países donde se han adoptado las recomendaciones de la Organización Mundial de la Salud, la pandemia está lejos de haber retrocedido.
Brasil no merece ser condenado a muerte por la acción anómala y cruel del genocida actualmente en el poder.
Los pobres y los trabajadores y trabajadoras son los más afectados por la insensibilidad del gobierno.
La afrenta que esta delincuencia política institucionalizada perpetra contra la humanidad deberá ser llevada a tribunales de justicia que sean capaces de condenar el genocidio.
La vida es todo lo que tenemos. No podemos entregrla sin lucha. ¿O habremos perdido la noción del valor de estar vivos/as?