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Coronavírus: "Fique em Casa!" E quem não tem casa? Conversa com Bial / Padre Júlio Lancellotti / Adriano – 1ª parte

Coronavírus: “Fique em Casa!” E quem não tem casa? Conversa com Bial / Padre Júlio Lancellotti / Adriano – 1ª parte – 17/6/2020.

Coronavírus: Fique em Casa! E quem não tem casa? Pedro Bial conversa com Padre Júlio Lancellotti e o morador de rua, Adriano Casado, sobre a problemática das milhares de pessoas que estão em situação de rua e suas necessidades durante a pandemia do novo coronavírus e fora dela. Programa Conversa com Bial, Rede Globo, dia 17/6/2020.
(1ª Parte)

Conversa com Bial: padre Júlio Lancelloti e Adriano Casado, 17/6/2020.

Vídeo original https://globoplay.globo.com/v/8634149/programa/ *Divulgação: Frei Gilvander, da CPT, das CEBs, do CEBI, do SAB e da assessoria de Movimentos Populares.
Edição de Nádia Oliveira, colaborada CPT-MG.
*Inscreva-se no Canal Frei Gilvander Luta pela Terra e por Direitos, no link: https://www.youtube.com/user/fgilvander, acione o sininho, receba as notificações de envio de vídeos e assista a diversos vídeos de luta por direitos sociais. Se assistir e gostar, compartilhe. Sugerimos. #FreiGilvander #NaLutaPorDireitos #PalavrasDeFéComFreiGilvander #PalavraÉticaComFreiGilvanderMoreira

Las Madres y las Abuelas volvieron a la Casa Rosada

“Es de ustedes, por su lucha”, les dijo el Presidente y agregó que “no tienen que pedir audiencia” para concurrir. Durante el encuentro junto a la ministra de Justicia, Marcela Losardo, y el secretario de DDHH, Horacio Pietragalla, repasaron distintos puntos en los que se debe avanzar en materia de políticas de memoria, verdad y justicia.
“No tienen que pedir audiencia porque la Casa Rosada es de ustedes, por su lucha.” Con esas palabras, el presidente Alberto Fernández recibió por primera vez desde que asumió a los representantes de los organismos de derechos humanos, quienes le entregaron un documento con una serie puntos que consideran importantes para trabajar como políticas de Estado.
Algunos de los planteos que los referentes le leyeron al mandatario fueron la desclasificación de los archivos de la dictadura, la promoción para la “búsqueda urgente” de nietos apropiados, la “liberación de los presos políticos” y el avance de los juicios a represores por delitos de lesa humanidad. Al respecto, Presidente les contó que en las últimas horas había terminado de escribir el prólogo de un libro sobre los “problemas en la Justicia”, que escribió junto con otros profesores universitarios de derecho.

“Ustedes tienen un lugar ganado en la historia”

“Estoy muy convencido de lo que hay que hacer y sé muy bien donde no queremos volver”, le aseguró el mandatario a los organismos, según un comunicado de Presidencia, al expresarles su “compromiso inquebrantable” con la causa que de los derechos humanos.
Los dirigentes, en tanto, le agradecieron al mandatario por haberlos recibido en la Casa Rosada. “Es una emoción muy grande, gracias por devolvernos la alegría.En 2003 junto a Néstor y Cristina nos abrieron las puertas, te apoyamos y nos vamos a ver muy seguido: tenemos que estar más unidos que nunca”, señalaron.
En este sentido, Fernández respondió: “No tienen por qué agradecer porque ustedes prestigian a esta casa y a la Argentina, siempre voy a recibirlos”. “Ustedes tienen un lugar ganado en la historia porque tuvieron el coraje de levantarse y contarle al mundo lo que estaba pasando en nuestro país y convertir ese dolor en fuerza para que los responsables sean juzgados”, añadió el Presidente.

Los que participaron de la reunión

El encuentro tuvo lugar este mediodía en Casa de Gobierno y asistieron Estela de Carlotto, de Abuelas de Plaza de Mayo; Taty Almeida y Vera Jarach, de Madres de Plaza de Mayo Línea Fundadora; y Lita Boitano, de Familiares de Detenidos Desaparecidos. También participaron la ministra de Justicia, Marcela Losardo, y el secretario de DDHH, Horacio Pietragalla.
Entre los 13 representantes de la Mesa Nacional de Organismos de Derechos Humanos estuvieron miembros de H.I.J.O.S., APDH y APDH La Matanza, Liga Argentina por los Derechos Humanos, Centro de Estudios Legales y Sociales (CELS), Familiares y Compañeros de los 12 de Santa Cruz, El Movimiento Ecuménico, entre otros. Luego del encuentro está prevista una conferencia donde Pietragalla y algunos representantes de los organismos brindarán detalles de lo que pasó puertas adentro del despacho presidencial.
Fuente: Página 12
 

Sem-terra denunciam ameaças e truculência da PM durante ação de despejo em Roraima

Por Caroline Oliveira
Cerca de 80 famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) foram despejadas do acampamento Lula Livre, em Mucajaí, em Roraima, a 58 quilômetros da capital do estado, Boa Vista, nessa quinta-feira (9).
Os acampados afirmam que o despejo se deu de forma violenta e que todos os pertences deles foram queimados pelas forças de segurança que atuaram na operação. “A polícia está ameaçando prender quem tentar entrar no local. As famílias estão sendo obrigadas a ver tudo que tem ser queimado, sem poder fazer nada”, conta uma agricultora, integrante do MST, que prefere não se identificar, por medo de represálias.
Segundo a assessoria de imprensa do movimento, “o despejo não foi acompanhado por um oficial de justiça”, como determina a lei. A Polícia Militar de Roraima estava no local, juntamente com a Força Tática da PM, “ameaçando as famílias e impedindo de retirarem seus pertences das moradias”. De acordo com o MST, os PMs foram acompanhados pelo grileiro da terra, conhecido como Zezinho, que reivindica a posse da área.
As famílias estavam no acampamento, que fica na Fazenda Tocantins, com cerca de 650 hectares, desde o dia 17 de abril de 2019. No local, havia produção de mandioca e hortaliças, além de criação de galinhas.
Após o despejo, os sem-terra decidiram montar um acampamento ao lado da fazenda.
Brasil de Fato entrou em contato com a assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Pública de Roraima, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.

Edição: Camila Maciel

Fonte: Brasil de Fato
(10-01-2019)
 

Polícia inicia buscas por jovem desaparecido depois de ter sido abordado por PM

Por Caroline Oliveira
Desde o dia 27 de dezembro, Carlos Eduardo dos Santos Nascimento, de 20 anos, está desaparecido. Segundo os familiares, o jovem, que é ajudante de caminhão de mudanças, estava com quatro amigos em um bar da região periférica de Jundiaí, São Camilo, no interior de São Paulo, quando agentes da Polícia Militar (PM) realizaram uma abordagem no local.
Depois de serem revistados e algemados, somente Carlos Eduardo teria sido levado pela viatura da PM. Ele era o único negro que estava no local. Para onde, até esta quinta-feira (2), não se sabe. A família foi duas vezes até a Polícia Civil e uma ao 49º Batalhão da PM atrás de informações, mas sem sucesso. A PM informou, por meio da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, que não tem conhecimento de nenhum fato envolvendo policiais militares na localidade.
Segundo o pai de Carlos, Eduardo Aparecido do Nascimento, os familiares tentaram contato telefônico com o jovem e o procuraram em hospitais, mas também sem sucesso.
“Ele gosta de jogar o futebolzinho dele no fim de semana, e truco. Nunca esteve envolvido com coisa errada”, afirma o pai, depois de dar depoimento na 1º Delegacia de Polícia (DP) de Jundiaí sobre o desaparecimento de Carlos Eduardo, que é filho único e mora com a mãe na mesma cidade.
Procurada pela reportagem do Brasil de Fato, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo afirmou que o desaparecimento foi registrado na 1º DP e encaminhado à Delegacia de Investigações Gerais (DIG), por meio de Procedimento de Investigação de Desaparecimento (PID). A equipe realiza oitivas e ouvirá testemunhas para tentar localizar à vítima.

Edição: Vivian Fernandes

Fonte: Brasil de Fato
(02-01-2019)

Brigada Militar do governador Eduardo Leite ataca professores em greve no Rio Grande do Sul

Em paralisação há uma semana, categoria tentou entrar na sede do governo nesta terça (26), mas foi “recebida” com spray de pimenta e golpes de cassetete pela tropa de choque

Professores do Rio Grande do Sul foram atacados pela Brigada Militar, nesta terça-feira (27). Há uma semana de greve, os docentes realizavam uma assembleia de mobilização na Praça da Matriz, no centro de Porto Alegre, e quando foram entrar no Palácio Piratini, sede do governo, para uma reunião com o governador Eduardo Leite (PSDB), foram impedidos com violência pela tropa de choque da Brigada Militar.

De acordo com reportagem do Sul21, o tucano se recusou a receber o comando de greve e o documento com as demandas da categoria no Palácio, aceitando recebê-lo apenas na calçada. Incomodados com a postura do governador, um grupo de pessoas que estava atrás do cordão de isolamento, que separava a entrada da sede, teria se revoltado com a decisão e forçado a entrada. Em resposta, a tropa de choque atacou os manifestantes com spray de pimenta e golpes de cassetete. Diante das cenas de repressão, que durou alguns minutos, a direção do sindicato começou a pedir pelo carro de som que os professores se afastassem do local.

A categoria reivindica a retirada do pacote de reforma administrativa, apresentado na Assembleia Legislativa pelo governador, na semana passada. Segundo os professores, as medidas do tucano acabam com o plano de carreira dos servidores públicos. Mais de 1.500 escolas estão fechadas no estado e a greve só cresce, mesmo com o corte de ponto anunciado pelo governo.

“A ameaça de cortar o ponto é pequena perto de um governo que não paga o salário em dia, que com esse pacote e moral quer simplesmente acabar com toda a qualidade de ensino e desvalorizar totalmente a carreira do professor. Então essa ameaça, para quem não paga o salário a 47 meses em dia, para nós não faz a diferença no momento”, afirma a professora Denise Freitas. Segundo a direção do sindicato, entre 15 e 20 mil pessoas participaram da mobilização.

Fonte: Rede Brasil Atual

Policiais colocam arma na cabeça de vereadora e integrantes do movimento sem-teto

Por Claudia Motta

Juliana Cardoso relata ação que envolveu seis viaturas, com quatro policiais cada, contra a vereadora e outras quatro pessoas; alegação, após três horas de abordagem, foi IPVA atrasado

A vereadora paulistana Juliana Cardoso (PT) teve uma arma apontada para sua cabeça numa ação policial na tarde dessa quinta-feira (10), no centro da capital. Ela e outras quatro pessoas ligadas a movimento de moradia ficaram durante três horas sob abordagem da Polícia Militar.

Em vídeo nas redes sociais, Juliana, que tem forte atuação junto às periferias e aos sem-teto da capital, relatou a abordagem.

“Estou bem. Infelizmente fomos abordados de uma forma truculenta pela polícia de forma muito direcionada”, relata. A vereadora estava com os familiares de Preta e Sidney Ferreira, que tiveram habeas corpus concedidos e foram libertados hoje. “Eles vieram me buscar na Câmara para acompanhá-los e tirar o Sidney de Pinheiros, para conseguirmos adentrar mais rápido ao local para apresentar a documentação e trazê-lo para casa ainda hoje”, explica a vereadora.

Juliana considera que a abordagem foi direcionada, por conta da placa do carro que estava em nome de um dos familiares da Preta e do Sidney. “Na hora que eles saem do Tribunal e passam aqui para me pegar, já começaram a ser seguidos pela polícia”, afirma. “Foi muito perto, porque o Tribunal é na rua Riachuelo (próxima à Câmara de Vereadores). Fomos abordados na (rua) Jaceguai em frente ao Teatro Oficina. Para vocês terem ideia de como estava muito organizada essa abordagem. Só que não tinham ideia de que eu estava com eles.”

Quando foram parados pela Polícia Militar, Juliana saiu do carro e se identificou como vereadora. “Disse que não precisava de ação tão truculenta, com arma em punho direcionada para os nossos rostos. Ele disse que não interessava. Mandou colocar a mão na cabeça e me dirigir à parede.”

A parlamentar avisou que não faria isso, que estava se identificando e que todos estavam prontos para apresentar os documentos. “Nesse primeiro momento ele não ouviu, não quis ter diálogo”, conta. Outro policial chamava mais viaturas. Em cinco minutos chegaram seis viaturas no local, cada uma com quatro policiais.

Seis viaturas e um IPVA atrasado

“E a gente tentando entender o que estava acontecendo”, o que não foi explicado pelos PMs durante as três horas de abordagem. Foi quando desceram os vereadores Eduardo Suplicy (PT) e a deputada federal Luiza Erundina (Psol) e os policiais começaram a falar que o carro tinha o IPVA e licenciamento atrasados. O motorista chegou a ser conduzido à delegacia.

“O que fica na minha opinião: o quanto a gente está vivendo num momento muito intenso e a gente o tempo todo está sendo monitorado. Essa é a realidade. Essa ação truculenta foi para pegar militantes vinculados ao movimento de moradia. Mas a gente não se assusta”, avisa Juliana, que acionou a Câmara Municipal, por meio do presidente, e vai ingressar com BO por abuso de autoridade.

“Tudo que é necessário ser feito, até como uma certa forma de proteção”, diz a vereadora. “Da forma como esses policiais estão abordando, é muito ruim. Fico imaginado como está sendo na periferia ou aqui no centro da cidade, quando eles colocam uma característica de pessoas que são negras como se fossem bandidos. Quem estava dirigindo era um companheiro negro.”

Juliana, no entanto, não se abala. “A boa notícia é que a nossa companheira Preta e nosso companheiro Sidney conseguiram HC para soltura imediata”, comemora. “Agradeço a solidariedade, mas hoje o dia é de festa. É de liberdade ao povo de moradia. Agora vamos buscar tirar a Ednalva dessa situação constrangedora de presa política que só faz buscar na Constituição o direito da casa, o direito da vida.”

Fonte: Rede Brasil Atual

(10-10-2019)

Deter o extermínio

Os métodos do atual regime no poder no Brasil são os do terrorismo de estado.

Em 1997 a OPS-OMS publicou o livro Saúde Mental no Mundo, onde pode se ler sobre práticas idênticas às postas em execução pelo desgoverno atual.

Os assassinatos ficam “justificados” na versão oficial, como sendo combates entre facções criminosas rivais, desacato à voz de alto das forças armadas, ou “erros.”

A ditadura de Videla na Argentina se enquadra neste perfil perfeitamente. 30.000 pessoas foram sequestradas, torturadas e mortas, desaparecidas pelo regime de terror do delinquente militar.

O Brasil do governo do criminoso de lesa humanidade –inacreditável que não tenha sido acusado, julgado, processado e condenado—brota das páginas de uma história de impunidade.

Cumplicidade do parlamento, blindagem do judiciário, apoio da mídia venal, omissão da população, que engole tudo que lhe metem na cabeça. Neste quadro, é difícil manter uma perspectiva positiva.

Como é possível que não tenham sido julgados os crimes da ditadura brasileira? Quem julgará os crimes da quadrilha que derrubou Dilma sem crime cometido, prendeu Lula sem provas, persegue e mata quem considera inimigo/a?

Quem matou Marielle Franco?

Os organismos internacionais e as entidades de Direitos Humanos não fiquem esperando mais cadáveres.

Quantos mais corpos negros precisam morrer para que nos importe?

Protestors carrying symbolic yellow balloons make their way to the funeral of eight-year-old Agatha Sales Felix, who was killed by a stray bullet during a police operation at the Alemao complex slum, in Rio de Janeiro, Brazil, on September 22, 2019. – Felix died during a confrontation between alleged drug traffickers and police officers on September 21. (Photo by Carl DE SOUZA / AFP)

Por Clarissa Nunes

Para o Estado, Agatha, criança negra de oito anos, estava em confronto

De acordo com o Anuário Nacional de Segurança Pública os homicídios decorrentes de intervenções policiais somaram-se em 6.220 em 2018. Dessas vítimas 99,3% são homens e cerca de 75% de indivíduos negros.

Um crescimento de quase 20% em relação a 2017. Os crimes de feminicídio, com um aumento de 4% em relação ao ano anterior, fizeram 1.206 vítimas. Dessas, 61% de mulheres negras.

No Rio de Janeiro, só esse ano, 16 crianças foram baleadas no que a polícia chama de “confronto armado”. Para o Estado, Agatha, criança negra de oito anos, estava em confronto. Bolsonaro defende que policiais assassinos não sejam culpabilizados.

Defende que mais Ágathas morram pelas mãos de um Estado racista. Nas redes sociais e mídia os vídeos das queimadas na Amazônia e o sofrimento dos animais são repercutidos e geraram até mesmo uma crise diplomática para o Brasil.

Essa crise tem lado: o do mercado e o do agronegócio. O assassinato de Ágatha, nas mesmas redes, é recebido com uma apatia e resignação estarrecedora. Não interessa ao mercado mobilizar o mundo contra o genocídio da população negra.

Quantos mais corpos negros precisam morrer pra que nos importe o extermínio da juventude negra?

A autora é advogada criminalista e membro da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia.

Edição: Monyse Ravenna

Fonte: Brasil de Fato

Política do “dedo nervoso” de Witzel amplia mortes e não combate crime organizado

A Rede Fluminense de Pesquisas sobre Violência e Segurança Pública e Direitos humanos lançou na semana passada manifesto contra a política do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC). A rede reúne pesquisadores das universidades federais do estado foi criada no início deste ano, com o objetivo levar informações à população, para que as pessoas possam ter um entendimento crítico da prática do “liberou geral’ e do “dedo nervoso” de Witzel – a pretexto de combater o crime –, nas palavras da pesquisadora Jaqueline Muniz, professora de graduação em Segurança Pública da Universidade Federal Fluminense (UFF).

Jaqueline diz que as políticas públicas de libera geral de Witzel reduzem a eficácia da polícia. “As experiências no campo do policiamento anticrime, dentro e fora do Brasil, demonstram que a repressão – que envolve um recurso caro, nobre e escasso – para que se obtenham resultados precisa ter foco, ser qualificada por um trabalho preliminar de inteligência e investigação rotineiro, discreto e cotidiano”, alerta.

• Confira o manifesto da Rede Fluminense de Pesquisas sobre Violência

“Sem foco para lidar com um crime organizado e itinerante, a proposta do liberou geral do governador, a proposta do dedo nervoso contra todo mundo, exaure a capacidade coercitiva da polícia e sua cobertura extensiva, produzindo o indesejado o fortalecimento dos negócios ilícitos e dos domínios armados no estado”, afirma a pesquisadora, em reportagem de Juliana Almeida, da Rádio Brasil Atual.

Mais mortes

A professora Paula Ferreira Poncioni, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) destaca que a falta de estudos e planos eficazes em políticas públicas de segurança está matando a população – e a polícia. “Não tem qualquer fundamentação em análises, estudos e pesquisas – que todos nós desse grupo produzimos – em termos de formação profissional dos policiais (sua especialidade), para que se pensem estratégias e alternativas para além das polícias”, destaca.

Com apenas nove meses de governo e foram registradas 1.249 mortos pela polícia nas áreas mais pobres da cidade. Também morreram 44 policiais do estado sendo 14 em serviço. “Desenvolvemos treinamento e estratégias alternativas para que se pense segurança pública para além das polícias. E um ponto decorrente desse é que não só a polícia está matando muito, mas está morrendo muito também.”

Segundo Paula, as polícias estão sendo deslocados para as periferias bairros pobres e favelas do Rio sob uma perspectiva ineficaz de combate ao crime. “O que a gente pode pensar em termos de política pública na área de segurança, seja para homicídios, para roubos, furtos são ações voltadas para a prevenção e para a repressão qualificada. E o que é a repressão qualificada? Inteligência. É poder mapear um determinado local, um determinado crime, usar a geo-referência. Enfim, usar ferramentas que possam fundamentar ações.”

Jaqueline Muniz, da UFF, reforça que o Rio tem sido pioneiro em iniciativas de segurança pública que são sabotados pelo crime organizado. “O Rio tem sido palco de iniciativas inovadoras no campo da segurança pública. No entanto, essas iniciativas acabam sendo sabotados por dentro, exatamente porque elas vão na contramão da economia política do crime”, observa.

Fonte: Rede Brasil Atual