Mas “lembro também dos pastéis, que são muito bons. Tantas pessoas simples, que ofereceram o seu trabalho, a sua esperança”, acrescentou Francisco ao falar espontaneamente a cerca de 800 pessoas que atuaram diretamente na edição portuguesa da Jornada Mundial da Juventude realizada em agosto. Uma missão compartilhada por “todos, todos, todos”, repetiu o Papa, ao recordar a mensagem dada a milhões de jovens em Lisboa, de que a Igreja é lugar para todos.
A Jornada Mundial da Juventude de Lisboa voltou a ser revivida nesta quinta-feira (30) no Vaticano, quando o Papa Francisco recebeu cerca de 800 pessoas – inclusive de brasileiros – que atuaram diretamente para que a edição portuguesa fosse realizada no início de agosto deste ano. Na Sala Paulo VI, para ouvir o Pontífice, estavam representantes do Comitê e da Fundação JMJ Lisboa 2023, a começar pelo seu presidente, dom Américo Aguiar, “o cardeal Américo que gosta de ser chamado de Padre Américo”, comentou o Papa, ao agradecê-lo “por tudo o que fez: é um cardeal especial, um cardeal um pouco enfant terrible, mas muito bom”, brincou Francisco ao citar o termo em francês para uma pessoa vivaz e cheia de iniciativas.
Ao saudar o grande grupo, o Pontífice logo disse que falaria “em espanhol porque é mais seguro, mais próximo ao português. O italiano é mais distante”. E, assim, primeiramente agradeceu por todo o trabalho desenvolvido em Lisboa para que a JMJ se tornasse “um núcleo de forte evangelização, de alegria, de expressão jovem”. E, em seguida, começou a buscar na memória os momentos saudosos vividos por lá:
“Guardo do encontro de Lisboa uma emoção muito grande, e também uma lembrança: pessoas simples, que fizeram tudo o que podiam. Ainda guardo o terço da senhora de 96 anos. Ela ainda está viva? (Sim, eles lhe respondem). Lembro também daquela garota de 19 anos com uma doença grave, que ofereceu a vida para a Jornada, pensando que morreria. Mas ainda estava viva. Está viva? (Sim, eles respondem). 19 anos. Lembro dos filhos daquela voluntária da Jornada que morreu no trabalho, como tinham ido com alegria e saíram com a tristeza de ter perdido a mãe. E lembro de tantas pessoas simples, tantas. E lembro também dos pastéis, que são muito bons. Tantas pessoas simples, que ofereceram o seu trabalho, a sua esperança.”
O Papa, então, disse que não poderia falar por muito tempo, devido à indisposição que o acometeu nos últimos dias, e mons. Antonio Ferreira da Costa, chefe da seção de Assuntos Gerais da Secretaria de Estado, leu o discurso aos presentes na Sala Paulo VI.
Sonhar juntos, com “todos, todos, todos”
No texto, o agradecimento foi reforçado à delegação de várias partes do mundo que veio ao Vaticano, inclusive do Brasil, e que Francisco a descreveu como formada por “dinamizadores, coordenadores e apoiadores” da JMJ de Portugal. Foi um “um luminoso exemplo de como é possível compartilhar uma missão, sem deixar ninguém de fora”, comentou o Papa, ao recordar e reafirmar a mensagem enfática dada a milhões de jovens em Lisboa, de que a Igreja é lugar para todos, “fazendo-os confluir para um grande sonho comum”: