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Obama prova que não basta ser ‘minoria’! É preciso ser responsável pelos próprios estados mentais

Por Evandro Vieira Ouriques

Quando sabemos que as posições assumidas pelo governo norte-americano em relação a Edward Snowden e à Síria mudam a política exterior de Obama para pior, evidenciando em tempo real o seu fracasso, fica a lição definitiva para os que ainda não a aprenderam, pois quando ele foi eleito foi uma ovação geral no mundo, porque ele é “negro”.

Que fique claro: não basta ser ‘negro’, não basta ser ‘indígena’ (no momento está aqui em casa o grande Thiniá, o xamã Fulni-ô, meu amigo-irmão, que concorda com essa afirmação), não basta ser ‘branco’, não basta ser ‘homossexual’, não basta ser ‘idoso’, não basta ser ‘criança’, não basta ser ‘favelado’, não basta ser ‘pobre’, não basta ser ‘comum’, não basta ser ‘artista’, não basta ser ‘ativista’, não basta ser ‘militante’, não basta ser de ‘esquerda’, não basta ser ‘verde’, não basta ser ‘vegetariano’, não basta ser ‘espiritualista’, não basta ser ‘cooperativo’, não basta ‘ser do partido’, etc., etc., etc. …

É necessário que o sujeito seja responsável pelos próprios estados mentais e assim faça a gestão psicopolítica de seu território mental para não ser capturado pelos mesmos valores que diz querer superar no plano tradicionalmente compreendido com ‘social’, como ‘político’.

Com amor, e a alegria da gratidão, e.

The Obama Failure in Real Time

Manifestantes contra Obama têm cabeça raspada no presídio

“O que está acontecendo é simplesmente inacreditável. Não entendo porque eles continuam presos”, afirma Aderson Bussinger, da Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ, que acompanha o caso. Entre os presos, “ameaças a Obama”, está a “Vovó tricolor”, de 69 anos. Depois que um coquetel molotov foi jogado contra o Consulado, ela terminou presa, assim como outras 12 pessoas que apenas ouviram o barulho do artefato explodindo. Do Diário da Liberdade.

Na sexta-feira, 18, após um protesto em frente ao Consulado dos Estados Unidos, 13 pessoas foram presas. Depois de passar a noite na cadeia, nove homens foram levados aos presídios de Ary Franco, onde foram obrigados a raspar a cabeça. A imagem lembra as fotos dos presos políticos em Guantánamo, base norte-americana em Cuba, marcada pelo absoluto desrespeito aos Direitos Humanos.

“Estamos vendo a situação se repetir aqui no Rio. Por causa da vinda de Obama, inocentes estão presos desde sexta-feira. São os presos políticos de Cabral e Dilma”, protesta Cyro Garcia, presidente do PSTU, partido que tem 10 militantes nos presídios.

“O que está acontecendo é simplesmente inacreditável. Não entendo porque eles continuam presos”, afirma Aderson Bussinger, da Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ, que acompanha o caso. De fato, é difícil supor que o menor J. , de 16 anos, ainda permaneça em um Centro de Triagem, na Ilha do Governador. Ou encontrar os motivos que fizeram o juiz de plantão considerar que Maria de Lourdes Pereira da Silva, de 69 anos signifique uma ameaça ao presidente dos Estados Unidos e sua comitiva.

A senhora, que também é conhecida pela torcida do Fluminense como “Vovó tricolor”, pela assiduidade aos jogos, estava passando pelo Centro do Rio, na sexta-feira, quando concordou com o motivo do protesto e se juntou ao grupo que dizia “Obama, go home”. Depois que um coquetel molotov foi jogado contra o Consulado, ela terminou presa, assim como outras 12 pessoas que apenas ouviram o barulho do artefato explodindo, antes do avanço dos policiais. Desde a manhã de sábado, ela divide uma cela em Bangu 8 com uma estudante de Artes da Uerj e uma professora, que estavam no ato, e outra detenta.

Neste domingo, pouco antes da chegada de Obama no Theatro Municipal, uma passeata com 800 pessoas foi até a Rua do Passeio, exigir a libertação dos 13. Muitos amigos e parentes dos presos estavam lá. Cirlete Proença, que tem um casal de filhos preso, discursou, e emocionada, chegou a comparar os dias de hoje aos da ditadura militar.

A prisão arbritária tem despertado muitos gestos de solidariedade. O forte calor deste domingo não impediu a presença no ato dos advogados Marcelo Cerqueira e Antonio Modesto da Silveira, dois símbolos na defesa dos presos políticos na ditadura militar. Modesto, de 84 anos, chegou a ser sequestrado pelo DOI-CODI e é autor da Lei de Anistia. Parlamentares, inclusive o senador Lindberg Farias, do PT, também já manifestaram apoio, com uma nota pública.

Nesta segunda, às 11h, um ato será realizado no campus do Fundão da UFRJ, pela liberdade dos presos, e contará com a presença de juristas e professores da Faculdade de Direito. A campanha para libertar os 13 também chegou a internet. Uma petição online já recebeu quase cinco mil assinaturas em apenas dois dias e uma charge do cartunista Latuff está sendo reproduzida em sites do mundo todo e nas redes sociais.

Os advogados do PSTU preparam um novo pedido de liberdade, apoiados agora pelo fim da visita de Barack Obama. “Mas não queremos só a libertação. É preciso que as acusações sejam retiradas, para que não sejam presos no futuro. Não há crime em participar ou organizar um protesto pacífico”, diz Cyro Garcia.

Obama e sua cúpula nuclear: por que não uma cópula?

Entra presidente, sai presidente, os Estados Unidos continuam um país prepotente.

Hoje (12/04) e amanhã estarão reunidos em Washington representantes de 47 nações, na chamada Cúpula de Segurança Nuclear. Quem rege a orquestra, claro, são os anfitriães.

Segundo um alto funcionário do Governo Obama, “a cúpula é focada na cooperação para prevenir o contrabando nuclear, de forma a reduzir tanto quanto possível o perigo de que grupos de terror ou gangues de criminosos coloquem as mãos em materiais nucleares”.

Até aí, tudo bem. Bombas atômicas não são mesmo brinquedos para bandos de tresloucados.

A coisa pega quando se percebe nas entrelinhas que o verdadeiro motivo da reunião é concertar sanções (quiçá ações, no sentido intervencionista do termo…) contra o Irã, o resto não passando de conversa pra boi dormir.

Israel, p. ex., não é signatário do Tratado Não-Proliferação Nuclear e cogitou até ficar fora da cúpula, por temer que o fossem pressionar nesse sentido.

A hilária esposa do ex-presidente Clinton correu a tranquilizar os falcões israelenses: “Israel compartilha conosco uma preocupação profunda com as ambições nucleares do Irã e também sobre a ameaça de terrorismo nuclear”, afirmou a secretária de Estado dos EUA.

Ou seja, Israel não admite controle internacional de nenhuma espécie sobre seus programas nucleares, e tudo bem.

O Irã almeja ser tratado da mesma maneira, e tudo mal.

Esses dois países representam ameaças à humanidade?

A resposta é sim.

O Irã, por ser um estado teocrático, cujos condutores supõem ter (ou fingem que têm) linha direta com seu Deus, de quem receberiam as determinações mais cruéis e desumanas, como a de assassinar mais de uma centena de cidadãos que protestaram pacificamente contra uma fraude eleitoral.

Que garantia os demais países têm de que gente desse tipo não recorrerá a armas nucleares contra nações inimigas, iniciando a derrubada das peças de dominó que poderá levar à extinção da espécie humana? Realmente, nenhuma.

Israel, por sua vez, é um estado pirata, que descumpre sistematicamente as resoluções da ONU e é capaz de promover massacres terríveis como o da virada de 2008 para 2009, quando dizimou velhos, mulheres e crianças palestinos da faixa de Gaza, repetindo as práticas infames dos nazistas: se algum soldado de Hitler era emboscado nos territórios ocupados e não havia como punir os verdadeiros responsáveis, matavam moradores escolhidos a esmo.

Quem trata os civis como reféns sobre os quais é lícito retaliarem-se as ações dos combatentes também não oferece garantia nenhuma aos demais países de que seja nuclearmente correto.

A única forma de convivência de Israel com seus vizinhos tem sido a intimidação. Usa e abusa da sua condição de mais forte. Não é contido por escrúpulos de nenhuma espécie. Sua inclemência faz lembrar Átila, Gengis Khan e Vlad Dracul.

Só não foi derrotado até agora porque, na verdade, o inimigo que os senhores feudais e/ou tiranos do Oriente Médio mais temem é o seu próprio povo, que deve ser mantido sempre submisso; em segundo lugar, seus congêneres dos países vizinhos; e Israel vem só em terceiro lugar.

Mais dia, menos dia, esses déspotas serão derrubados e os novos governos vão conseguir unir-se contra Israel, como até agora nunca fizeram (quanto muito enfrentaram-no simultaneamente, só que sem obedecerem a uma estratégia conjunta nem unificarem seu comando pra valer).

Quando Israel tiver sua existência ameaçada, hesitará em usar as armas atômicas?

Por tudo que dele sabemos e por tudo que fez nas últimas seis décadas, só há uma resposta plausível: não.

Pelo contrário, os precedentes sugerem que, numa eventual iminência de extinção, arriscará tranquilamente levar consigo o resto da humanidade.

Então, se o Irã for enquadrado mas Israel mantiver sua licença para matar, continuaremos sem segurança nuclear nenhuma.

Recordando o velho Freud, que associava a agressividade ao déficit sexual, talvez fosse melhor uma cópula do que essa cúpula ridícula…

EUA: Conservadores passam atestado de insanidade ao lançar jogo na internet

Da Redação CartaCapital

Após a derrota democrata em novembro de 2010, o presidente Barack Obama fecha o Congresso, declara-se o “imã perdido” (líder legendário dos xiitas) e dá um “golpe de Estado marxista” em conluio com o mexicano (conservador) Felipe Calderón e o canadense (igualmente conservador) Stephen Harper, aos quais se junta na “União Norte-Americana”. Líderes conservadores estadunidenses são mortos ou desaparecem em campos de concentração.

É o enredo de 2011: Obama Coup Fails (“Fracassa Golpe de Obama”), jogo on-line criado por conservadores, no qual o jogador se junta aos “patriotas” que lutam contra a ditadura para atirar em líderes democratas e nos “Tigres Negros”, a imaginária guarda pessoal afrodescendente de Obama.

Se não acredita, confira em http://www.usofearth.com/2011-obamas-coup-fails.php

Americanos e palestinos: cooperação para a tortura e o assassinato de palestinos

Barack Obama foi eleito presidente dos EUA prometendo, entre outras coisas, proibir a prática de tortura pelos agentes americanos. Sabemos que ele mentiu e continua mentindo. Como acreditar nas palavras de um assassino? A CIA (Agência Central de Inteligência) continua torturando e assassinando mundo afora os supostos inimigos do poder americano. Este sempre foi, aliás, o procedimento operacional padrão especialmente durante o governo W. Bush, antecessor de Obama, época em que o uso da tortura, por muito pouco, não foi legalizada inclusive contra cidadãos americanos.

 

Obama continua a tradição “bushiana”, terceirizar a tortura, com a cumplicidade de governos pró-EUA. Este é o caso do quase governo da Autoridade Nacional Palestina (ANP). Desde 1995, há rumores de que agentes de segurança da ANP recebiam armas e treinamento de Israel e dos EUA. Estes agentes de segurança palestinos tentaram tomar o poder na Faixa de Gaza, no verão de 2007, após a vitória eleitoral do Hamas para o parlamento palestino. O partido islâmico reagiu e expulsou o Fatah (principal milícia da Organização Para a Libertação da Palestina, OLP, e líder da ANP) e agentes da Organização Preventiva de Segurança (OPS) e do Serviço Geral de Inteligência (SGI) da região bloqueada por Israel desde 2005. Com a derrota do Fatah, a ANP passou a controlar, com apoio ocidental, somente a Cisjordânia, região invadida, ocupada e dominada militarmente pelos israelenses. Desde então, o Fatah (assim como setores da sociedade palestina) passou a considerar de fato que o Hamas, e não Israel, é seu verdadeiro inimigo.

 

Durante o Massacre de Gaza, no inverno de 2009, quando Israel exterminou mais de 1400 palestinos em 23 dias de ataques, o jornalista David Rose, do diário britânico DailyMail, relatou que os agentes de segurança da ANP, OPS e SGI, eram armados e financiados pela Ingleterra para prenderem, torturarem e assassinarem simpatizantes do Hamas ou simples manifestantes na Cisjordânia contra o massacre israelense na Faixa de Gaza.

 

Agora, mais uma vez a imprensa britânica denuncia a cooperação entre os agentes da OPS e SGI com a CIA na prisão, tortura e assassinato de supostos militantes pró-Hamas e demais oponentes da política pró-Israel de Mahmoud Abbas e do Fatah, partido que comanda a ANP, na Cisjordânia, ocupada pelos israelenses.

 

Enquanto isto, Israel prossegue seu bloqueio, por terra, ar e mar, à Faixa de Gaza, iniciado após a retirada dos “colonos” israelenses, em agosto de 2005, mantendo mais de 1,5 milhão de palestinos sem acesso a alimentos, medicamentos, eletricidade e água. É o genocídio racionalizado. A Cisjordânia também continua ocupada pelos israelenses, enquanto o premier israelense, Bibi Netanyahu, promove a mais recente limpeza étnica de Jerusalém, expulsando milhares de palestinos de suas casas e da cidade. Desnecessário dizer que a sucessão destas atrocidades acontece com a cumplicidade daqueles que supostamente deveriam proteger os palestinos, a própria ANP.

 

Os governos árabes (ditaduras em sua maioria) são, quase sem exceção, um ultraje e uma desgraça para todos os árabes.

Investigadores da ONU concluem: Israel massacrou civis em Gaza

Os genocídios e atrocidades perpetrados por Israel durante sua campanha de intimidação dos palestinos em dezembro/2008 e janeiro/2009 foram veementemente condenados pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU, em relatório divulgado nesta terça-feira.

Segundo o documento, a ofensiva de Israel foi direcionada contra “o povo de Gaza em conjunto”, configurando “uma política de castigo”.

Mais: “Israel não adotou as precauções requeridas pelo direito internacional para limitar o número de civis mortos ou feridos nem os danos materiais”.

Portanto, o estado judeu “cometeu crimes de guerra e, possivelmente, contra a humanidade”.

Segundo o juiz sul-africano Richard Goldstone, que presidiu a missão de investigação da ONU, foram analisados 36 episódios ocorridos em Gaza, entre eles “alguns nos quais as forças armadas israelenses lançaram ataques diretos contra civis, com consequências letais”.

Pior ainda, os militares judeus recorreram exatamente às mesmas práticas que seu povo tanto deplorava nos nazistas: “Outros incidentes que detalhamos se referem ao emprego pelas forças israelenses de escudos humanos, em violação de uma sentença anterior do Tribunal Supremo israelense que proibiu essa conduta”.

Ou seja, é tão comum os israelenses servirem-se de seres humanos como escudos que seu principal tribunal já impugnou esta infamia, em vão!

É claro que os fanáticos do Hamas também são recriminados, mas a missão constatou a extrema desproporção entre os ataques sofridos por Israel e a forma avassaladora como reagiu. Foi o que Goldstone explicou à imprensa:

“O ataque contra a única fábrica que seguia produzindo farinha, a destruição da maior parte da produção de ovos em Gaza, a destruição com escavadeiras de enormes superfícies de terra agrícola e o bombardeio de 200 fábricas, não podem ser justificados de nenhuma maneira com razões militares. Esses ataques não tiveram nada a ver com o disparo de foguetes e morteiros contra Israel”.

A missão recomendou à Assembleia Geral da ONU que promova uma discussão urgente sobre o emprego do fósforo branco, que foi usado indiscriminadamente pelos israelenses contra a população civil de Gaza. A utilização militar do fósforo branco é proibida tanto pela Convenção de Genebra quanto pela Convenção de Armas Químicas.

E quem esperava do governo de Barack Obama uma postura menos aberrante no conflito do Oriente médio se decepcionou. Além de Israel, os Estados Unidos foram o único país a rejeitar o relatório, com uma justificativa que seria cômica se não fosse trágica, verbalizada por Michael Posner, secretário de Estado adjunto para Democracia, Direitos Humanos e Trabalho:

“Não se pode fazer equivalência moral entre Israel, um Estado democrático com direito à autodefesa, e o grupo terrorista Hamas, que respondeu à retirada israelense de Gaza aterrorizando os civis no sul de Israel”.

A verdadeira diferença entre as partes desse conflito é bem outra, conforme se deprende deste levantamento de um grupo israelense de direitos humanos, o B’Tselem: 1.387 palestinos foram assassinados em Gaza, 773 (55,7%) dos quais eram civis. Enquanto isso, as baixas israelenses se limitaram a dez militares e três civis.

Ou seja, para cada israelense morto, mais de cem palestinos tombaram.

Uma proporção que também nada fica a dever às retaliações nazistas.

Crise hondurenha: Lula pede medidas duras, mas não promete ação

“É preciso sermos muito duros, muito estritos, não podemos admitir sob nenhum conceito que alguém se ache no direito de poder derrubar um governo legitimamente eleito pelo povo”, disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a crise hondurenha, em entrevista radiofônica que concedeu nesta terça feira em Paris.

Lembrando que a América Latina já sofreu demais com os golpes de Estado das décadas de 1960 e 1970, Lula declarou enfaticamente: “Não vamos permitir que isso ocorra de novo”.

Admirável. Pena que não ocorresse a quem o entrevistava a pergunta óbvia: qual vai ser a atitude que ele próprio tomará para impedir essa reincidência golpista extemporânea?

Pois está cada vez mais claro que os EUA não querem arcar com o ônus de compelirem a Organização dos Estados Americanos a adotar medidas mais enérgicas.

Qual é a segunda grande liderança da OEA? O Brasil de Lula, claro, já que o México ainda não decidiu o que quer ser na vida: um país com voo próprio ou um satélite político dos EUA, em cuja órbita já oscila em termos econômicos.

Então, se a parada tiver de ser resolvida pela força, com o envio de tropas da OEA para garantir a devolução do poder ao presidente deposto Manuel Zelaya, a iniciativa de transformar as palavras em atos cabe a Lula. Aconselho as redes bolivarianas a lhe cobrarem isto.

A hipótese de um desfecho menos duro do que o pregado na retórica  de Lula seria uma pressão estadunidense nos bastidores que funcionasse. Foi o motivo da reunião que Zelaya manteve com a secretária de Estado Hillary Clinton.

Pode resultar, se Barack Obama empenhar-se realmente neste sentido. Países pobres têm muito a perder antipatizando-se com o mandatário da principal economia do mundo.

O resultado visível da reunião foi a indicação do presidente costarriquenho Óscar Arias para atuar como mediador entre Zelaya e o seu substituto ilegítimo Roberto Micheletti.

Mas, o cacife do Arias é unicamente moral; depende dos EUA lhe fornecerem os trunfos de que necessitará para levar a bom termo sua missão.

Da boca para fora, o desempenho de Obama é convincente. Em visita oficial a Moscou, afirmou:

“Os Estados Unidos apoiam a restituição do presidente democraticamente eleito de Honduras, apesar de ele ter fortemente se oposto a políticas americanas.

“Nós o fazemos não porque concordemos com ele, mas porque respeitamos o princípio universal segundo o qual as pessoas devem escolher os seus próprios líderes, quer concordemos com eles ou não.”

Os próximos acontecimentos nos informarão se as convicções de Lula e Obama são sinceras ou não passam de conversa pra boi dormir.

No caso de tudo isso falhar, uma cartada interessante para Zelaya seria voltar de surpresa a Honduras, a fim de que o prendessem e as duas organizações (OEA e ONU) fossem obrigadas a mostrar para que servem. Já que ele andou citando tanto Gandhi, esta seria uma linha de ação bem ao estilo do Mahatma.

O que não pode é esperar demais.

Como enxadrista que sou desde criança, tenho o hábito mental de sempre considerar as jogadas possíveis dos dois lados. O governo golpista hondurenho tem também uma carta poderosa para jogar: a antecipação das eleições.

Isto criaria um fato consumado capaz de desestimular reações da comunidade internacional, que já denota mais vontade de discursar que de agir.

O chanceler Celso Amorim diz esperar que a situação em Honduras se resolva “nos próximos dias ou semanas”, argumentando:

“Honduras é muito dependente da ajuda dos Estados Unidos, do Banco Mundial e de petróleo. Esse novo governo não tem possibilidade de durar dois ou três meses.”

Que Zelaya não o ouça. Pois suas chances de voltar ao poder também não devem durar dois ou três meses. O tempo corre contra ele, com a situação tendendo a acomodar-se a cada dia que passa. Os próximos movimentos serão decisivos.

Para Obama, Lula é ‘o político mais popular da Terra’

Da AFP em Brasília

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, comentou, pouco antes do início da cúpula do G20, que seu colega brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, é “o político mais popular da Terra”.

Imagens de TV difundidas constantemente pelos canais de Tv mostram Lula se aproximando para cumprimentar Obama, que, nesse instante, comentou com o primeiro-ministro da Austrália, Kevin Rudd, que o presidente brasileiro é “o político mais popular da Terra”.

De acordo com as transcrições do diálogo, o premier australiano acrescenta que o brasileiro é “o mais popular político de longo mandato”. Ao que Obama respondeu: “Porque é boa pinta!”.

Enquanto Lula gesticulava para chamar seu tradutor, Obama apontou para o presidente brasileiro e disse: “This is the guy!” (‘Esse é o cara!’), acrescentando em seguida: “I love this guy!” (‘Adoro esse cara!’).

O vídeo abaixo, a matéria da AFP clicando aqui.