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Obama prova que não basta ser ‘minoria’! É preciso ser responsável pelos próprios estados mentais

Por Evandro Vieira Ouriques

Quando sabemos que as posições assumidas pelo governo norte-americano em relação a Edward Snowden e à Síria mudam a política exterior de Obama para pior, evidenciando em tempo real o seu fracasso, fica a lição definitiva para os que ainda não a aprenderam, pois quando ele foi eleito foi uma ovação geral no mundo, porque ele é “negro”.

Que fique claro: não basta ser ‘negro’, não basta ser ‘indígena’ (no momento está aqui em casa o grande Thiniá, o xamã Fulni-ô, meu amigo-irmão, que concorda com essa afirmação), não basta ser ‘branco’, não basta ser ‘homossexual’, não basta ser ‘idoso’, não basta ser ‘criança’, não basta ser ‘favelado’, não basta ser ‘pobre’, não basta ser ‘comum’, não basta ser ‘artista’, não basta ser ‘ativista’, não basta ser ‘militante’, não basta ser de ‘esquerda’, não basta ser ‘verde’, não basta ser ‘vegetariano’, não basta ser ‘espiritualista’, não basta ser ‘cooperativo’, não basta ‘ser do partido’, etc., etc., etc. …

É necessário que o sujeito seja responsável pelos próprios estados mentais e assim faça a gestão psicopolítica de seu território mental para não ser capturado pelos mesmos valores que diz querer superar no plano tradicionalmente compreendido com ‘social’, como ‘político’.

Com amor, e a alegria da gratidão, e.

The Obama Failure in Real Time

Porque a corrupção é sistêmica ao estado mental capitalista e captura também as esquerdas

por Evandro Vieira Ouriques

A corrupção é sistêmica ao ‘estado mental capitalista’ e também captura as esquerdas. Porque?

Porque o ‘estado mental capitalista’ apregoa como sua grande vantagem que ‘qualquer um’ pode ser ‘rico’ e que ser ‘rico’ é ‘a melhor coisa do mundo’ e o ‘objetivo supremo de um ser humano’.

Mas observem por favor: é ‘qualquer um” que pode ser ‘rico’; não ‘todos’. É assim que ‘todos’ são ensinados (pela pedagogia da opressão, pela concentração da propriedade de mídia, pela publicidade, etc.) a fazer o que puderem para ser este ‘qualquer um’, porque não ser este ‘qualquer um’ seria ser ‘infeliz’, um ‘derrotado’.

Então, grande parte de ‘todos’ faz exatamente isto, procurando -o tempo todo- esconder tal fato. Quando alguém ou um grupo quer derrubar outro alguém ou outro grupo faz vazar informações sobre a ‘corrupção’ do ‘outro’.

Por isso só há uma saída: uma nova visão de política, que seja psicopolítica; ou seja, na qual cada um faça continuamente uma revisão dos estados mentais de maneira a suprimir memórias psíquicas e valores comprometidos com o processo descrito acima.

A começar, por exemplo, pela eliminação dos estados mentais ‘desenvolvimentistas’, uma vez que são fatos concretos:

1. que a maior parte do que se considera ‘belo’ e ‘desejável’ é construído com o sangue e o sofrimento dos ‘perdedores;
2. e, que não existem recursos naturais para produzir os bens e serviços considerados ‘ricos’, ‘desenvolvidos’, ‘desejáveis’ para ‘todos’.

Este é o erro de apoiar o ‘desenvolvimentismo’. Pois é alimentar a ‘corrupção’. E, lembro, que este gravíssimo erro estratégico está sendo cometido também pelas esquerdas na tentativa de instauração do que seria o ‘socialismo’, entendido como a distribuição de tal ‘riqueza’ para todos, uma vez que é impossível fazer isto, como acabei de dizer, pois não existem recursos naturais suficientes para tal.

O que entendemos geralmente como ‘riqueza’ é o que a Europa produziu a partir do século XVI com os recursos saqueados através da colonização. Ou seja, o que é vivenciado como sendo ‘belo’ e ‘bom’, ‘elegante’ e ‘chic’ -e que as esquerdas querem distribuir para todos- é construído na maior parte das vezes com o sangue e o sofrimento dos ‘outros’, destes ‘outros’ mesmos que tantas vezes assim admiram a estética de seu próprio opressor; e a desejam, e fazem de tudo para tê-la, perpetuando assim o mesmo horror.

É por isso que venho dizendo desde o início dos anos 70 que precisamos ir além da ‘esquerda’ e da ‘direita’, do ‘capitalismo’ e do ‘socialismo’, na medida em que a crise ecológica, ou seja a crise da relação entre Cultura e Natureza, evidenciou que o problema é muito mais complexo do que o da acumulação de capital, uma vez que desde então estamos, ou deveríamos estar, conscientes de que o que está em risco não é uma classe, mas a própria espécie humana. O que demanda para sua compreensão uma outra Teoria Social e uma outra estratégia de ação política. A Psicopolítica da Teoria Social e a Gestão da Mente são minha contribuição para isso.

Espero ter sido claro, com amor, e a a alegria da gratidão, e.