Todos os posts de Patrick Granja

Chuvas no Rio: Moradores de Xerém continuam abandonados após tragédia

Por Patrick Granja / A Nova Democracia

No início de janeiro, o distrito de Xerém, no município de Duque de Caxias, região metropolitana do Rio ficou debaixo d’água depois que uma forte chuva que atingiu o local. A passagem de uma tromba d’água pelo Rio Capivari — que corta o distrito — fez com que centenas de casas fossem arrastadas pela lama, deixando três mortos e cinco mil desabrigados. Nossa reportagem esteve no local e conversou com as vítimas desse novo crime premeditado que muitos insistem em chamar de catástrofe natural.

Depois de perderem tudo que tinham, os moradores de Xerém agora sofrem com o abandono das autoridades locais e do gerenciamento Cabral. Semanas depois do desastre, muitas pessoas ainda estão desamparadas. Para os que tiveram a iniciativa de procurar as autoridades, ainda resta passar pelos obstáculos da burocracia e das filas intermináveis.

Algumas vítimas da tragédia conversaram com nossa equipe e se mostraram desconfiadas sobre uma possível ajuda do Estado. Muitos de nossos entrevistados explicaram a desconfiança citando as tragédias por conta das chuvas no morro do Bumba, em Niterói, em 2010 e na Região Serrana, em 2011. Nesses lugares, até hoje, muitas pessoas continuam desamparadas.

Nova ordem de despejo faz crescer mobilização em defesa da Aldeia Maracanã

Por Patrick Granja / A Nova Democracia

Na tarde de ontem, dia 18 de janeiro, indígenas da Aldeia Maracanã, na zona norte do Rio de Janeiro, receberam uma ordem de despejo estipulando um prazo de dez dias para deixarem o local. No sábado, dia 12, PMs da Tropa de Choque já haviam cercado o prédio para o cumprimento de uma ordem de reintegração de posse. Entretanto, depois de doze horas de cerco, os policiais se retiraram do local, já que requisitos básicos para ações de despejo não teriam sido cumpridos pelo Estado. Na ocasião, a equipe de AND esteve no local e conversou com o cacique da Aldeia Maracanã, Carlos Tukano.

Segundo o gerenciamento Cabral, o prédio seria um empecilho à mobilidade urbana no local, e teria que ser demolido como parte das obras de reforma do estádio Maracanã para a Copa do Mundo de 2014. Em 1953, no mesmo imóvel, o antropólogo Darcy Ribeiro criou o primeiro Museu do Índio da América Latina. O espaço é Patrimônio Público Indígena desde 1865 e foi onde, em 1910,  Marechal Rondon inaugurou o antigo Serviço de Proteção ao Índio, atual FUNAI. O prédio estava abandonado desde 1978, mas há sete anos, indigenas de diversas etinias ocuparam o local e criaram a Aldeia Maracanã, em defesa da preservação da cultura e da memória dos povos ancestrais. No dia em que a PM cercou a Aldeia, o antropólogo Mercio Gomes esteve no local e contou um pouco da história do prédio do antigo Museu do Índio, hoje entregue ao abandono do Estado. Mercio foi o primeiro antropólogo a conceber e escrever sobre a sobrevivência dos povos indígenas no Brasil.

Apesar de todas as ameaças, os índios da Aldeia Maracanã prometem resistir pacificamente a uma nova ação do Estado reacionário. Todos os dias, dezenas de pessoas chegam ao local para somar à luta dos indígenas. Muito bem organizado, o movimento de resistência tem o trabalho coletivo como seu principal aliado. Estudantes, trabalhadores, e muitos outros lutadores do povo encontram-se acampados no local em defesa da justa luta dos índios da Aldeia Maracanã. No dia 15 de janeiro, estudantes da UERJ participaram de um ato em defesa da Aldeia Maracanã organizado pelo Movimento Estudantil Popular Revolucionário.

Salve o Patrimônio Material e Imaterial da Humanidade, salve a Aldeia Maracanã

Esse video é uma iniciativa Popular que visa o recolhimento de assinaturas em apoio ao Centro Cultural Indigena da Aldeia Maracanã, no Antigo Museu do Indio, à Rua Mata Machado 126 – Maracanã – RJ . O motivo é: o Governo do Estado não reconhecer a posse do território, local sagrado dos povos indígenas. O Governo do RJ tem como intenção nefasta em demolir o edifício histórico. O antigo casarão reconhecido UNESCO encontra-se em total abandono pelo Governo Federal. Notícias que vêm sendo vinculadas na imprensa o Governo do Estado está em negociação com a União para a utilização desse espaço para um atalho ao estádio. SERÁ QUE ISTO É JUSTO?!!! Neste local, indígenas de várias etnias vêm difundindo sua cultura há seis anos e em escolas particulares e públicas, exercendo direito garantido pela lei. Defendemos a criação de um centro de referência da cultura indígena. Pedimos o apoio e Todos. Assine a petição pública:

http://www.avaaz.org/po/petition/Salve_o_Patrimonio_Material_e_Imaterial_da_H…

FALE MAIS ALTO – Mande emails para esses contatos:
http://www.eduardopaes.com.br/fale-conosco/
http://www.sergiocabral.com.br/contato/
http://www.fifa.com/contact/form.html

With this video we are collecting signatures in support of the preservation of Aldeia Maracanã in Rio de Janeiro, Brazil. The residents here represent various indigenous ethnicities from across the country, maintaining this sacred space as a living Indigenous Museum where we share our songs, rituals, stories, cuisine and other cultural practices with an open door policy — all are welcome to come visit us and learn more about our diverse cultures. Despite our legal entitlement to the space granted to us as an indigenous patrimony, the government is seeking to undo the existing legal protections, paving the way for the destruction of Aldeia Maracanã for World Cup related commercial development. The historic building is recognized by UNESCO but has been abandoned and allowed to fall into disrepair in order to legitimize its demolition. We are asking the government to retrofit the historic building instead, so that we may continue our important work in this space and welcome the world to Rio in 2014 and 2016 when the World Cup and Olympics will take place in the adjacent Maracanã stadium. Indigenous peoples from across Brazil are travelling to Rio to join in our struggle which is now reaching a climax with our potential eviction imminent — please support our struggle and sign our online petition:

http://www.avaaz.org/po/petition/Salve_o_Patrimonio_Material_e_Imaterial_da_H…

SPEAK UP – CONTACT:
http://www.eduardopaes.com.br/fale-conosco/
http://www.sergiocabral.com.br/contato/
http://www.fifa.com/contact/form.html

MAIS INFORMAÇÕES / MORE INFO:
http://aldeiamaracanarj.wix.com/aldeia-maracana

Dois jovens são executados por PMs da UPP no Complexo do Alemão


No dia 9 de dezembro, nossa reportagem foi ao Complexo do Alemão, onde dois jovens teriam sido assassinados por policiais da Unidade de Polícia Pacificadora, a UPP. Segundo testemunhas, depois de baleados, os jovens Wallace de Souza, de 21 anos, e Joseph Alexandrino, de 19 anos, foram executados pelos PMs.
A reportagem de AND foi ao local acompanhada da ouvidora de direitos humanos Márcia Honorato. Segundo ela, moradores denunciam que um dos policiais, o sargento Alexandre Antônio Barbosa, teria apelado para que os jovens fossem socorridos. Mas mesmo assim, outro PM, identificado apenas como Da Silva, teria intimidado o sargento e executado os dois rapazes. Horas depois, o PM Alexandre foi executado. De acordo com testemunhas, o carro preto de onde partiram os disparos que atingiram o policial é o mesmo visto por moradores recolhendo os corpos de Wallace e Joseph no Complexo do Alemão.
Momentos depois, um fato curioso confirmou a tese de Márcia e as denúncias da população do Complexo do Alemão. Enquanto entrevistávamos a ouvidora, uma criança entregou a ela uma carta de um morador que preferiu não se identificar. O bilhete confirmava o atrito entre os PMs Da Silva e Alexandre na cena do crime.
Nossa reportagem também conversou com a mãe de Wallace. Temendo represálias da PM, ela preferiu não mostrar o rosto. Sob efeito de remédios psiquiátricos, ela contou como ficou sabendo da morte do filho.
(*) Reportagem reproduzida do site do jornal A Nova Democracia.

Dois jovens são executados por PMs da UPP no Complexo do Alemão

Por Patrick Granja / A Nova Democracia

No dia 9 de dezembro, nossa reportagem foi ao Complexo do Alemão, onde dois jovens teriam sido assassinados por policiais da Unidade de Polícia Pacificadora, a UPP. Segundo testemun

has, depois de baleados, os jovens Wallace de Souza, de 21 anos, e Joseph Alexandrino, de 19 anos, foram executados pelos PMs.
A reportagem de AND foi ao local acompanhada da ouvidora de direitos humanos Márcia Honorato. Segundo ela, moradores denunciam que um dos policiais, o sargento Alexandre Antônio Barbosa, teria apelado para que os jovens fossem socorridos. Mas mesmo assim, outro PM, identificado apenas como Da Silva, teria intimidado o sargento e executado os dois rapazes. Horas depois, o PM Alexandre foi executado. De acordo com testemunhas, o carro preto de onde partiram os disparos que atingiram o policial é o mesmo visto por moradores recolhendo os corpos de Wallace e Joseph no Complexo do Alemão.

Momentos depois, um fato curioso confirmou a tese de Márcia e as denúncias da população do Complexo do Alemão. Enquanto entrevistávamos a ouvidora, uma criança entregou a ela uma carta de um morador que preferiu não se identificar. O bilhete confirmava o atrito entre os PMs Da Silva e Alexandre na cena do crime.

Nossa reportagem também conversou com a mãe de Wallace. Temendo represálias da PM, ela preferiu não mostrar o rosto. Sob efeito de remédios psiquiátricos, ela contou como ficou sabendo da morte do filho.

Novo ato contra o aumento das passagens de ônibus no Rio

Por Patrick Granja / A Nova Democracia

Na última quinta-feira, dia 29 de novembro, centenas de estudantes e trabalhadores se reuniram mais uma vez para protestar contra o aumento dos preços das passagens de ônibus no Rio de Janeiro. O novo reajuste prevê um aumento da tarifa de R$ 2,75 para R$ 3,05. A última manifestação aconteceu no início de novembro, na Central do Brasil. Na ocasião, várias pessoas foram presas e muitas passaram mal por conta do spray de pimenta e das bombas de gás atiradas pela tropa de choque da PM.

No protesto da última sexta, os manifestantes partiram da igreja da Candelária e caminharam até a Cinelândia, um dos trajetos mais movimentados do Centro do Rio. No caminho, várias pessoas que passavam pela rua manifestaram apoio ao movimento. Chegando à Cinelândia, manifestantes atiraram bombas de tinta vermelha e pixaram os muros do prédio da câmara de vereadores do Rio. O movimento prometeu agendar uma nova manifestação para os próximos dias e convoca todos os cariocas a tomar as ruas da cidade contra o aumento do preço das passagens de ônibus.

Quatro presos arbitrariamente por PMs da UPP do morro do Tuiuti

Por Patrick Granja / A Nova Democracia

No dia 16 de outubro, quatro homens foram presos arbitrariamente por PMs da UPP do morro do Tuiuti — zona norte do Rio — que faziam uma operação no local. Segundo relatos de parentes das vítimas, PMs encontraram uma grande quantidade de drogas a poucos metros do local da prisão. Em seguida, os quatro homens sofreram tortura psicológica dos policiais, que exigiam o paradeiro dos traficantes que esconderam as drogas embaixo de uma caixa d’água. Assustadas, as vítimas ficaram em silêncio e acabaram presas pelos PMs, que conduziram os quatro homens para delagacia. Todos foram autuados por tráfico de drogas e formação de quadrilha.

Foram presos o músico da banda Original Raiz e artesão Luiz Cláudio Cardoso, 48 anos; o gráfico Bruno Matheus Pereira Rocha, 26 anos; o produtor cultural Márcio Antônio Farias, de 45 anos; e o esudante Felipe Cunha Alves, de 18 anos. Todos foram encaminhados para a Polinter e, em seguida, para um dos presídios de triagem da penitenciária de Bangú. A reportagem de AND foi ao morro do Tuiti conversar com familiares de algumas das vítimas da PM. A cobertura completa do caso está no video a seguir.

Abaixo assinado pela libertação dos presos:
http://www.peticaopublica.com.br/PeticaoVer.aspx?pi=P2012N31318

Entrevista exclusiva com a socióloga Vera Malaguti Batista

No final de outubro, a socióloga Vera Malaguti Batista — professora de Criminologia da Universidade Cândido Mendes e Secretária Geral do Instituto Carioca de Criminologia (ICC) — falou em entrevista exclusiva ao AND sobre inúmeros assuntos, entre eles, a militarização de favelas através das Unidades de Polícia Pacificadora, a epidemia do crack no Rio de Janeiro, o Mensalão e a onda de violência contra os pobres em São Paulo. A entrevista se divide em quatro partes, listadas abaixo.

Link para os videos:

Parte 1 – Militarização (UPPs)

Parte 2 – Crack

Parte 3 – Mensalão

Parte 4 – Onda de violência em São Paulo

Morro Santa Marta na mira dos tratores da prefeitura do Rio


Localizado na zona sul do Rio de Janeiro, o morro Santa Marta é dono de uma das mais belas vistas da cidade. Suas encostas são ocupadas há décadas por milhares de famílias pobres que não têm outra opção de moradia, que não à favela. Aos pés do Cristo Redentor o Santa Marta foi o primeiro bairro pobre do Rio a ser militarizado. Hoje, uma parte considerável da favela está ameaçada de remoção. Trata-se do ponto mais alto do morro, conhecido como Pico. Na manhã do dia 19 de setembro, nossa reportagem esteve no local e conversou com um dos moradores ameaçados pelos tratores da prefeitura do Rio. Segundo o guia turístico Igor Lira, no início das intervenções, 52 famílias seriam removida. Hoje, o número já subiu para 150 habitações. Além disso, Igor questionou o argumento da prefeitura e do governo do estado para justificar a remoção das famílias que vivem no Pico.
Igor também denunciou que os aparatamentos oferecidos aos moradores pela prefeitura, além de muito pequenos, estão sendo construídos em uma verdadeira área de risco. Dentro do canteiro de obras onde o conjunto habitacional está sendo construído, nossa reportagem fez um registro das bases de sustentação do prédio, que simplesmente não possue fundação. Quando já estavamos do lado de fora do canteiro, um homem não identificado reprimiu nossa equipe e pediu que as câmeras fossem desligadas.
Por fim, Igor disse que os pobres estão sendo afastados compulsioramente das áreas nobres da cidade e, no morro Santa Marta, não é só o Pico que está ameaçado. Segundo ele, a instalação da UPP na favela em dezembro de 2008 já forçou muitos moradores a deixar o local.
(*) Matéria reproduzida de A Nova Democracia.