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Comunidade do Horto se organiza para impedir demolições de casas na quarta-feira (9/4)

Há mais de 200 no local, comunidade pode ser removida por interesses especulativos. Há tentativa clara de criminalização dos moradores no caso da bomba 

Tratados como invasores de uma área onde vivem há mais de 200 anos, os moradores do Horto, no Jardim Botânico, se organizam para impedir a demolição de sete casas, que pode ocorrer na quarta-feira, a partir das 9h, se nada for feito. Se trata de uma comunidade que surgiu quando a Zona Sul era praticamente inabitada. Pessoas como a aposentada Nadir dos Santos Dias, de 60 anos, que vive até hoje na casa em que nasceu, que pertencia a seu pai antes dela, mas que corre o risco de ser derrubada. A situação é ainda mais absurda porque ela acabou sendo afetada pela decisão judicial desfavorável a outro morador do Horto, o aposentado Delton Luis dos Santos, de 71 anos. Ele é o único réu na ação, mas a sentença é de reintegração simultânea de todas as famílias que residem próximo a sua residência. Continue lendo Comunidade do Horto se organiza para impedir demolições de casas na quarta-feira (9/4)

Polícia Militar cerca Aldeia Maracanã para expulsar os índios

Policiais cercam Aldeia Maracanã durante a madrugada. Foto: Guilherme Chalita

Na manhã dessa sexta-feira, 22 de março, despertamos com uma triste notícia: a Polícia Militar cercou a Aldeia Maracanã nessa madrugada para expulsar os indígenas. Frente à pressão, parte do grupo decidiu deixar o prédio por volta das 7h30, mas outra parte resiste no prédio, juntamente com ativistas. Segundo informações do Jornal do Brasil, três pessoas foram detidas durante a madrugada, por resistir. Para dispersar as manifestações contrárias, a PM usou spray de pimenta e gás lacrimogênio. Um jornalista da revista alternativo Vírus Planetário também foi preso, segundo informações da equipe da publicação. No dia anterior, quinta-feira, o Governo do Estado apresentou algumas propostas aos indígenas, mas não houve acordo. Apesar de tanta manifestação popular favorável, a Aldeia Maracanã será desfeita para dar lugar a um Museu Olímpico.
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Cresce a resistência à remoção no Complexo do Borel

 Por Patrick Granja / A Nova Democracia

O Complexo do Borel, é um conjunto de favelas localizado na zona norte do Rio de Janeiro, aos pés da maior floresta urbana do mundo, a Floresta da Tijuca. Desde outubro de 2010, a favela está ocupada por uma Unidade de Polícia Pacificadora. Depois da instalação da UPP, moradores da favela Indiana, às margens da Rua São Miguel, receberam a notícia de que teriam que deixar as suas casas, pois segundo a prefeitura, aquela seria uma área de risco. Um grupo de moradores, que vive às margens do Rio Maracanã, quer deixar o local e aceitou os apartamentos oferecidos pela prefeitura no bairro de Triagem. Contudo, o grupo segue vivendo à beira do Rio, devido a um impasse no processo de reassentamento.

Enquanto isso, alguns moradores dizem que está havendo uma generalização por parte da prefeitura e que grande parte da favela Indiana não está em área de risco. Procurada por nossa reportagem, a secretaria de habitação, através de um e-mail, afirmou que existe um acordo com os moradores para que nehuma das partes seja prejudicada. Entretanto, segundo o presidente da associação de moradores da favela Indiana, as negociações estão longe de um consenso entre a prefeitura, os que querem sair e os que não querem deixar o local.

Favela Indiana na mira dos tratores do gerenciamento Eduardo Paes

Chicão, como é conhecido o presidente da associação, levou nossa equipe de reportagem a um estacionamento de quase 10 mil metros quadrados ao lado da favela. Em seguida, o líder comunitário nos mostrou um projeto feito pelos moradores de um conjunto habitacional que poderia ser construído no local. Entretanto, segundo Chicão, a prefeitura rejeitou o projeto. Com ares de preocupação, o presidente diz que chegou ao Complexo do Borel ainda criança e que não gostaria de deixar a favela.

Outra moradora da Indiana, Ana Cristina é vendedora autônoma e tem a maioria de suas clientes no Complexo do Borel. Ela diz que os moradores que não querem sair têm sofrido intimidações da prefeitura. Ela conta também que, no mesmo local onde mora, a prefeitura construiu uma escola, conhecida como Brizolão, e uma creche. Tudo sobre o mesmo local, hoje, chamado de área de risco pelo gerenciamento Eduardo Paes. O barraqueiro de praia Chicão diz que abrir mão de viver na Indiana é abrir mão de toda uma história.

 

UPP: Tiros, prisões e remoções arbitrárias na favela de Manguinhos

Por Patrick Granja / A Nova Democracia

A favela de Manguinhos fica no coração da zona norte do Rio de Janeiro e foi militarizada no final de 2012. Meses depois, moradores denunciam que a paz está longe de ser uma realidade na favela. Segundo relatos registrados pela equipe de reportagem de AND, policiais da UPP estariam atacando moradores com armas não-letais e, em algumas ocasiões, etariam usando munição real contra a população. Em uma dessas ocasiões, o jovem Fernando Wanderley da Silva Reis, de 22 anos, teria sido baleado nos dois pés e, ainda, preso por desacato, lesão corporal e dano ao patrimônio público. Nossa reportagem foi à Manguinhos e conversou com o pai de Fernando, o operário da constução civil, Clésio Reis, de 52 anos.

 O pai de Fernando contestou as acusações e disse que ele e sua esposa tiveram que peregrinar por delegacias e hospitais em busca do filho. No hospital Salgado Filho, a surpresa: Fernando estava internado sob custódia e não podia receber visitas.

 Além das prisões e agressões, um grupo de moradores está revoltado com a possível remoção de cerca de 150 moradias às margens da avenida Leopoldo Bulhões. Muitos deles, como o Sr. José Geraldo, de 54 anos, vivem na favela de Manguinhos há mais de 30 anos. O operário Clésio Reis se queixou da rotina de opressão imposta aos moradores de Manguinhos e disse que os pobres não têm voz diante dessa triste realidade.

 Procurado por nossa reportagem, o comando da UPP de Manguinhos não quis responder as acusações.

Nova ordem de despejo faz crescer mobilização em defesa da Aldeia Maracanã

Por Patrick Granja / A Nova Democracia

Na tarde de ontem, dia 18 de janeiro, indígenas da Aldeia Maracanã, na zona norte do Rio de Janeiro, receberam uma ordem de despejo estipulando um prazo de dez dias para deixarem o local. No sábado, dia 12, PMs da Tropa de Choque já haviam cercado o prédio para o cumprimento de uma ordem de reintegração de posse. Entretanto, depois de doze horas de cerco, os policiais se retiraram do local, já que requisitos básicos para ações de despejo não teriam sido cumpridos pelo Estado. Na ocasião, a equipe de AND esteve no local e conversou com o cacique da Aldeia Maracanã, Carlos Tukano.

Segundo o gerenciamento Cabral, o prédio seria um empecilho à mobilidade urbana no local, e teria que ser demolido como parte das obras de reforma do estádio Maracanã para a Copa do Mundo de 2014. Em 1953, no mesmo imóvel, o antropólogo Darcy Ribeiro criou o primeiro Museu do Índio da América Latina. O espaço é Patrimônio Público Indígena desde 1865 e foi onde, em 1910,  Marechal Rondon inaugurou o antigo Serviço de Proteção ao Índio, atual FUNAI. O prédio estava abandonado desde 1978, mas há sete anos, indigenas de diversas etinias ocuparam o local e criaram a Aldeia Maracanã, em defesa da preservação da cultura e da memória dos povos ancestrais. No dia em que a PM cercou a Aldeia, o antropólogo Mercio Gomes esteve no local e contou um pouco da história do prédio do antigo Museu do Índio, hoje entregue ao abandono do Estado. Mercio foi o primeiro antropólogo a conceber e escrever sobre a sobrevivência dos povos indígenas no Brasil.

Apesar de todas as ameaças, os índios da Aldeia Maracanã prometem resistir pacificamente a uma nova ação do Estado reacionário. Todos os dias, dezenas de pessoas chegam ao local para somar à luta dos indígenas. Muito bem organizado, o movimento de resistência tem o trabalho coletivo como seu principal aliado. Estudantes, trabalhadores, e muitos outros lutadores do povo encontram-se acampados no local em defesa da justa luta dos índios da Aldeia Maracanã. No dia 15 de janeiro, estudantes da UERJ participaram de um ato em defesa da Aldeia Maracanã organizado pelo Movimento Estudantil Popular Revolucionário.

Salve o Patrimônio Material e Imaterial da Humanidade, salve a Aldeia Maracanã

Esse video é uma iniciativa Popular que visa o recolhimento de assinaturas em apoio ao Centro Cultural Indigena da Aldeia Maracanã, no Antigo Museu do Indio, à Rua Mata Machado 126 – Maracanã – RJ . O motivo é: o Governo do Estado não reconhecer a posse do território, local sagrado dos povos indígenas. O Governo do RJ tem como intenção nefasta em demolir o edifício histórico. O antigo casarão reconhecido UNESCO encontra-se em total abandono pelo Governo Federal. Notícias que vêm sendo vinculadas na imprensa o Governo do Estado está em negociação com a União para a utilização desse espaço para um atalho ao estádio. SERÁ QUE ISTO É JUSTO?!!! Neste local, indígenas de várias etnias vêm difundindo sua cultura há seis anos e em escolas particulares e públicas, exercendo direito garantido pela lei. Defendemos a criação de um centro de referência da cultura indígena. Pedimos o apoio e Todos. Assine a petição pública:

http://www.avaaz.org/po/petition/Salve_o_Patrimonio_Material_e_Imaterial_da_H…

FALE MAIS ALTO – Mande emails para esses contatos:
http://www.eduardopaes.com.br/fale-conosco/
http://www.sergiocabral.com.br/contato/
http://www.fifa.com/contact/form.html

With this video we are collecting signatures in support of the preservation of Aldeia Maracanã in Rio de Janeiro, Brazil. The residents here represent various indigenous ethnicities from across the country, maintaining this sacred space as a living Indigenous Museum where we share our songs, rituals, stories, cuisine and other cultural practices with an open door policy — all are welcome to come visit us and learn more about our diverse cultures. Despite our legal entitlement to the space granted to us as an indigenous patrimony, the government is seeking to undo the existing legal protections, paving the way for the destruction of Aldeia Maracanã for World Cup related commercial development. The historic building is recognized by UNESCO but has been abandoned and allowed to fall into disrepair in order to legitimize its demolition. We are asking the government to retrofit the historic building instead, so that we may continue our important work in this space and welcome the world to Rio in 2014 and 2016 when the World Cup and Olympics will take place in the adjacent Maracanã stadium. Indigenous peoples from across Brazil are travelling to Rio to join in our struggle which is now reaching a climax with our potential eviction imminent — please support our struggle and sign our online petition:

http://www.avaaz.org/po/petition/Salve_o_Patrimonio_Material_e_Imaterial_da_H…

SPEAK UP – CONTACT:
http://www.eduardopaes.com.br/fale-conosco/
http://www.sergiocabral.com.br/contato/
http://www.fifa.com/contact/form.html

MAIS INFORMAÇÕES / MORE INFO:
http://aldeiamaracanarj.wix.com/aldeia-maracana

Morro Santa Marta na mira dos tratores da prefeitura do Rio

Por Patrick Granja / A Nova Democracia

Localizado na zona sul do Rio de Janeiro, o morro Santa Marta é dono de uma das mais belas vistas da cidade. Suas encostas são ocupadas há décadas por milhares de famílias pobres que não têm outra opção de moradia, que não à favela. Aos pés do Cristo Redentor o Santa Marta foi o primeiro bairro pobre do Rio a ser militarizado. Hoje, uma parte considerável da favela está ameaçada de remoção. Trata-se do ponto mais alto do morro, conhecido como Pico. Na manhã do dia 19 de setembro, nossa reportagem esteve no local e conversou com um dos moradores ameaçados pelos tratores da prefeitura do Rio. Segundo o guia turístico Igor Lira, no início das intervenções, 52 famílias seriam removida. Hoje, o número já subiu para 150 habitações. Além disso, Igor questionou o argumento da prefeitura e do governo do estado para justificar a remoção das famílias que vivem no Pico.

Igor também denunciou que os aparatamentos oferecidos aos moradores pela prefeitura, além de muito pequenos, estão sendo construídos em uma verdadeira área de risco. Dentro do canteiro de obras onde o conjunto habitacional está sendo construído, nossa reportagem fez um registro das bases de sustentação do prédio, que simplesmente não possue fundação. Quando já estavamos do lado de fora do canteiro, um homem não identificado reprimiu nossa equipe e pediu que as câmeras fossem desligadas.

Por fim, Igor disse que os pobres estão sendo afastados compulsioramente das áreas nobres da cidade e, no morro Santa Marta, não é só o Pico que está ameaçado. Segundo ele, a instalação da UPP na favela em dezembro de 2008 já forçou muitos moradores a deixar o local.

Moradores do morro da Providência seguem resistindo à remoção

Por Patrick Granja / A Nova Democracia

Localizado no Centro do Rio de Janeiro, o Morro da Providência é considerado a primeira favela do estado e pode ser visto de inúmeros pontos da cidade. Cerca de 3 mil famílias vivem em seus becos e vielas e, apesar de serem donos de uma das mais belas vistas do Rio, sofrem condenados à miseráveis condições de sobrevivência. No final de 2010, a prefeitura iniciou as obras do projeto Morar Carioca que prevê a construção de um teleférico ligando a estação de trem Central do Brasil ao alto da favela. Além disso, várias outras intervenções estão sendo feitas e, para isso, nada mais, nada menos que 832 famílas estão sendo removidas. Quase um terço a população total do Morro da Providência. No início das obras, o jornal A Nova Democracia publicou um video com depoimentos de moradores insatisfeitos com a remoção. Um deles é o músico Sidney Ferreira. Ele denunciou à nossa reportagem que funcionários da prefeitura constantemente tentam subornar os moradores da comissão de resistência à remoção.

Um desses aliciadores, segundo Sidney, é um morador, recrutado pela prefeitura para minar a resistência à remoção. Quando esteve no local da obra do telérico, nossa reportagem flagrou o homem, que não tem nenhum vínculo comprovado com a prefeitura, conversando com engenheiros dentro da obra. Repare que, quando percebe que está sendo filmado, ele rapidamente sai do local.

Há 53 anos na Providência, Márcia Regina é outra notória integrande da resistência à remoção. Ela contou à nossa reportagem como foi o processo de entrada da prefeitura na favela em 2010, coincidentemente, pouco tempo depois do início da militarização. Márcia se queixou também da falta de informação por parte da prefeitura e do consórcio Rio Faz, responsável pela obra e disse que o teleférico da Providência não serve aos moradores e que está sofendo muito por conta das remoções.

Prefeito é recebido com protestos na chegada da bandeira olímpica ao Rio

Por Patrick Granja / A Nova Democracia

No dia 13 de agosto, o prefeito do Rio de Janeiro, Edurado Paes, desembarcou no aeroporto internacional da cidade trazendo a bandeira das olimpíadas. Depois de desembarcar, o gerente municipal deu uma entrevista coletiva para a imprensa. O Brasil é o próximo palco do mega-evento que acontecerá em 2016. As olimpíadas do Rio de Janeiro estão servindo de motivo para o despejo forçado de várias favelas e bairros pobres que ocupam as regiões nobres da cidade. Por esse motivo, um grupo de manifestantes do Comitê Popular Rio Copa e Olimpíadas se reuniu às portas da coletiva de imprensa no aeroporto internacional em um animado protesto contra as remoções. Em um teatro emprovisado, os maniestantes imitaram o prefeito e seu tradicional discurso anti-povo.

 Na saída do aeroporto, atletas olímpicos brasileiros, medalhistas nas olimpíadas de Londres, receberam panfletos do movimento contra as remoções. Entre os atletas que demonstraram apoio ao protesto estavam a saltadora Maurren Maggi; o velejador Robert Scheidt e os irmãos boxeadores Esquiva e Yamaguchi Falcão.