O dia seguinte
The day after
Como quer que se diga, é um alívio.
Quase a metade da população brasileira que vota, ainda quer este país.
Um alívio, verdadeiramente.
Sempre foi um enigma para mim, um mistério, como possa haver quem odeie o seu próprio país.
Pátria amada. Como assim: armas amam? Armas matam.
Amar é fazer justiça, casa para todo mundo, saúde para todas as pessoas, educação para toda a cidadania.
Alívio.
Hoje estou mais aliviado.
Uma das coisas que mais me chama a atenção, são as coisas que não morrem, embora pareça que sumiram de cena de vez.
A humanidade, por exemplo.
A boa vontade, a disposição a fazer o bem, a simplicidade que se expressa num sorriso, num olhar compassivo, num aperto de mãos.
Isto relembro hoje, de ontem, quando estive a votar nas eleições que agora vão para um segundo turno.
Ainda temos uma segunda chance.
O mundo mais perto, mais próximo, aquele do cara a cara
Esse que não perece embora muitas vezes pareça ter sumido de vez.
Reaparece
Recomeça
A natureza dá muitas lições
Amanhã lembramos o dia de São Francisco de Assis, il poverello. El pobrecito de Asís.
Que a memória e a presença viva do amor sejam a nossa guia, agora e sempre.
Doutor em sociologia (USP). Terapeuta Comunitário. Escritor. Membro do MISC-PB Movimento Integrado de Saúde Comunitária da Paraíba. Autor de “Max Weber: ciência e valores” (São Paulo: Cortez Editora, 2001. Publicado em espanhol pela Editora Homo Sapiens. Buenos Aires, 2005), Mosaico (João Pessoa: Editora da UFPB, 2003), Resurrección, (2009). Vários dos meus livros estão disponíveis on line gratuitamente: https://consciencia.net/mis-libros-on-line-meus-livros/