Arquivo da tag: equador

Quem sou eu?

Em algum momento, ou em muitos momentos, esta pergunta desperta a nossa atenção. No contexto das vivências dos cursos de Cuidando do Cuidador e da Terapia Comunitária Integrativa, os participantes ouvem esta pergunta: Quem é você? Escutamos esta pergunta em um contexto acolhedor.
Quem sou eu? Só escutar esta pergunta já nos faz bem. Acostumados muitas vezes a fazer e fazer e fazer continuamente, experimentamos uma paz profunda quando alguém nos pergunta pelo ser que somos. Quem sou eu? A própria indagação já é uma resposta.
Sou alguém que se interroga, alguém que quer saber do seu ser. Mas, se bem que a pergunta pelo ser que sou é importante –crucial, digamos– podemos nos fazer mais algumas que também apontam na mesma direção: Como sou? Como funciono? Como costumo funcionar?
Isto ajuda, porque nos deparamos com um saber de nós mesmo que já está ao nosso alcance. Também irão aparecer ideias equivocadas que aprendemos a ter sobre nós mesmos. Mas há muitas sensações boas que vem a nós nesta caminhada.
Pode se tornar um jogo, um divertimento. Uma forma de nos tornarmos mais íntimos do nosso próprio ser. E nesta interrogação, como acontece com vários outros recursos de auto-conhecimento que nos são dados no contexto dos cursos de Cuidando do Cuidador e da Terapia Comunitária Integrativa, vamos recuperando nosso ser autêntico.
Aprendemos a lidar conosco com mais ternura, mais humanidade. Não só sentir. Não só pensar. Não só fazer. Mas ser harmoniosos.

Fluindo

Estes dias passados, tenho estado a refletir sobre a confiança como oposta ao medo, a aceitação e a compreensão como contrárias à culpa, e a fluidez e integração ou integridade como opostas à compulsão e à dissociação. A fluidez contém a confiança, a aceitação, a compreensão e a integração.
Esta meditação tem sido praticada em situações cotidianas. E a conclusão provisória a que tenho chegado, é que a fluidez, que pode ser expressa em uma imagem de água correndo, contém tudo que preciso para viver no dia a dia. A fluidez pode ajudar muito a enfrentar todo tipo de situações da vida diária.
Também tenho refletido sobre a conotação positiva, uma atitude que é encorajada no contexto da Terapia Comunitária Integrativa. Valorizar o que funciona, valorizar o processo, nunca o resultado. Valorizar a minha própria experiência e a experiência pessoal das pessoas à nossa volta. Centrar os esforços na minha mudança pessoal, e não na expectativa de que os outros mudem.
Privilegiar a co-participação em contraposiçao à atitude de “salvador da pátria”. A Terapia Comunitária Integrativa é um lugar para ser. A Terapia Comunitária Integrativa é um lugar onde se pode viver. Tudo isto contribui para uma cultura de paz. Inclusão ao invés de pre-conceito.
Paz interior, derivada de uma atitude fluente, que me permite compreender que sou tão humano quanto as pessoas com quem convivo ou com quem me encontro no dia a dia. A minha vida não precisa (e nem pode) se reduzir a uma teoria ou a uma ideologia.
Posso ter minhas crenças, assim como outras pessoas as delas. Mas a vida é mais do que crenças. A vida não é uma ideologia nem uma teoria. A vida é um mistério inexplicável, do qual me aproximo quando me entrego a essa inexplicabilidade.
Então vem a mim uma força calada que me conduz e me consola. Sinto-me integrado a um movimento que inclui pessoas de diversas classes sociais e categorias profissionais e níveis educacionais. Pessoas de diferentes culturas e nacionalidades.
É o movimento da Terapia Comunitária Integrativa, onde re-encontrei e continuo a re-encontrar a minha identidade pessoal e o meu sentido de viver.

Integrando

Há alguns dias, estive em Brasília, no Centro Cultural Missionário, participando de um encontro de Terapeutas Comunitários. Era a comemoração os 10 anos da ABRATECOM-Associação Brasileira de Terapia Comunitária Integrativa.
Foi realizada uma roda de Terapia Comunitária Integrativa, em que os temas que foram apresentados pelos participantes, foram: as dificuldades oriundas de uma mudança para outra cidade, as dificuldades advindas do processo de envelhecimento, e as dificuldades de conviver com uma pessoa da família na fase final da vida.
Este último tema foi o escolhido pelos presentes, para ser objeto da roda de terapia. Os três temas, especialmente o último, estavam e estão diretamente relacionados com o que me toca viver. Escutei com atenção os relatos das pessoas que tinham proposto os respectivos temas, e a continuação das falas.
Agora já se passaram vários dias desde esta vivência, tão intensa e oportuna. E o que escutei naquela jornada continua a me acompanhar por dentro. Viver um dia cada vez. Valorizar cada instante, cada momento.
Sei que foram partilhadas outras estratégias de enfrentamento, mas isto é o que consegui reter conscientemente. Agradeço fazer parte desta rede da Terapia Comunitária Integrativa. Integrativa, que une, é assim mesmo.

Ecuador: Iglesia de Sucumbíos pide solidaridad internacional

CARTA ABIERTA DE FIELES DE LA IGLESIA LOCAL
VICARIATO APOSTÓLICO DE SAN MIGUEL DE SUCUMBÍOS

“Intervención al Vicariato Apostólico de
San Miguel de Sucumbíos, Ecuador”

Hoy, 29/09/2012, Día de San Miguel Arcángel, patrono de nuestra Iglesia de San Miguel de Sucumbíos, compartimos con ustedes:
Desde pasado el 7 de marzo de 2012, se posesionó Monseñor Paolo Mietto, como Administrador Apostólico del Vicariato de San Miguel de Sucumbíos, Ecuador, abriendo a esta Iglesia Pueblo de Dios, la esperanza de iniciar un nuevo proceso animado por la propuesta explícita de Mons. Mietto de hacer de esta Iglesia, una “Casa y Escuela de Comunión”.

Recordamos que el 30 de octubre del 2010, las autoridades eclesiásticas enviaron a la Congregación Heraldos del Evangelio, para reemplazar a Mons. Gonzalo López Marañón e “implantar de manera diferente todo el trabajo pastoral”, rompiendo así un proceso de 40 años de Iglesia Comunidad Ministerial, Misionera y Participativa, fiel a Jesús y su Evangelio y a la invitación renovadora del Concilio Vaticano II, a las Conferencias Latinoamericanas de Obispos; iniciando así un plan sistemático de destrucción de la Iglesia Local. Nunca imaginaron que la unidad de esta Iglesia local, provocaría un paso atrás en la decisión de la Jerarquía Eclesial, logrando la salida esta agrupación ultraconservadora. La confianza del pueblo siguió seriamente afectada por la indiferencia y pasividad del Delegado Pontificio, Mons. Ángel Polivio Sánchez.

Ahora, después de seis meses de presencia del nuevo Obispo-Administrador Apostólico, el desencanto y la desilusión van llegando a las comunidades cristianas, afectando a todas las instancias de la acción pastoral, y a ciudadanos/as de la Provincia. Las propuestas de Mons. Mietto han quedado solo en palabras. Al contrario, día tras día, sus continuas acciones y decisiones van implementando y legitimando una Iglesia paralela. Entre estas acciones señalamos la dilución del plan diocesano de pastoral, la falta de concreción de un proceso de reconciliación abierto y transparente y de apoyo a las propuestas pastorales que se han hecho, la deslegitimación del clero diocesano incardinado, favoreciendo la formación de seminaristas que han sido observados, entre otras.

DENUNCIAMOS QUE:
̵
Se mantiene la intervención a nuestra Iglesia de Sucumbíos- de manera sistemática y, los acontecimientos posteriores evidencian una tendencia desde la Iglesia institucional, para destruir el proceso de Iglesia Comunidad con opción por los pobres (Hech 2, 42 ss), lo cual se ha logrado en muchas diócesis de América Latina. Esta intervención afecta no sólo la vida de nuestra Iglesia Local, sino todo el tejido social de nuestra provincia los laicos somos la mayoría.
̵
Desconocemos los motivos de esta intervención que han provocado estas inexplicables decisiones en contra del Vicariato, que por cuarenta años contribuyó con su trabajo de evangelización y pastoral social al desarrollo y convivencia pacífica, siendo un referente de unidad provincial en Sucumbíos. Es humillante que Mons. Gonzalo, Obispo Emérito de esta Iglesia y ciudadano ecuatoriano, desde su salida de Sucumbíos hasta el momento actual está impedido de volver a Sucumbíos, al igual que los Padres Carmelitas, por expresas disposiciones de las autoridades eclesiásticas.
̵
El atropello al clero incardinado de nuestra Iglesia, se manifiesta de múltiples maneras, sin que el Administrador Apostólico se pronuncie: amenaza de muerte a dos de ellos el pasado 11 de julio; difamaciones y ofensas injustificadas; y el mismo Mons. Mietto, mantiene distancia discriminatoria con los cuatro sacerdotes locales y no toma en cuenta sus planteamientos hechos desde su probada trayectoria comunitaria, que tiene la aceptación mayoritaria de la población. Desde hace tres meses, estos cuatro sacerdotes, propios de Sucumbíos, esperan la respuesta de su Obispo, para saber en qué cuentan con su apoyo. Ha quedado evidente una situación de persecución.

Esta persecución se ha visibilizado en la acusación de perturbar la comunión eclesial, hecha por Mons. Mietto al P. Pablo Torres, con la intención de removerlo de su parroquia, sin aportar pruebas ni haber demostrado de ninguna manera esta acusación, impidiéndole por eso defenderse. Esto confirma su posición arbitraria, ajena a la del Buen Pastor, desconociendo el recorrido comunitario de los 20 años de sacerdocio del P. Pablo y su aporte permanente a la reconciliación en este conflicto, de lo que dan testimonio las comunidades.

̵Misioneros, misioneras, religiosos, religiosas, laicas, laicos, ministerios instituidos, de la Iglesia de San Miguel de Sucumbíos, muchas veces han sido relegados/as en sus servicios y se han desatendido sus clamores y sufrimientos causados por las acciones y omisiones de los “sacerdotes colaboradores”.

̵ Se han enviado, sin consultar, y se siguen enviando e imponiendo “sacerdotes colaboradores” desde las diócesis de Guayaquil, Ibarra, Quito y Loja, sin vocación ni apertura misionera, dejando dudas sobre su carisma de “Fidei donum”, y sobre su perfil ya que no muestran ningún interés en conocer la realidad, ni respetan el proceso de nuestra Iglesia, más bien vienen prejuiciados y con la consigna de destruir los procesos locales. Hasta el momento ellos son: Wilson Yalamá, Ricardo Ruiz, Diácono Ernesto Arosemena, Guillermo Torres, José Díaz, Pablo Silva y Luis Satián. De las mismas actitudes participa permanentemente el Provicario, P. Gabriel Prandi. Sin embargo, la Iglesia Pueblo de Dios, continúa desarrollando el plan pastoral de conjunto a pesar de los inconvenientes.

En los dos años de intervención, no ha habido la corrección fraterna si fuera el caso, ni ninguna propuesta pastoral concreta y seria, por parte de los administradores apostólicos, incluyendo a Mons. Mietto, excepto su insistencia en la creación de parroquias territoriales en Nueva Loja, lo que favorece el nombramiento de párrocos sin vocación comunitaria que no han respetado los equipos misioneros actuales, propiciando de esta manera el rompimiento del tejido eclesial. Recientemente, él ha rechazado el proyecto de una Parroquia “In Solidum”, -Parroquia Solidaria- sustentada a la luz de los documentos eclesiales, pastoralmente, en el Derecho Canónico, en las necesidades de reconciliación y posibilidades de nuestra realidad.

̵Se está empezando a legitimar una Iglesia paralela, impulsada por los “sacerdotes colaboradores” que han fomentado un sacramentalismo clientelar y un clericalismo que excluye un laicado activo; alguno de ellos han respaldado acciones y actitudes violentas de un pequeño grupo de la población que apoya ese tipo de Iglesia. Además han fomentado una fe individualista, sin compromiso social ni motivación por el bien común, buscando sus intereses particulares. Es paradójico que inclusive no respetan el mismo Plan Global de la Iglesia Ecuatoriana, firmado por sus mismos obispos que los han enviado.

A pocos días de celebrar el inicio del Año de la Fe por los 50 años del Concilio Vaticano II, que recuperó el sentido de la Iglesia Pueblo de Dios, iluminados por Jesús de Nazareth, creemos que, rechazar la luz de la VERDAD es rechazar a JESUCRISTO.

POR ESO:

1. En el día de nuestra Iglesia Local, exigimos que ella, sea respetada en su tradición, historia, modelo y en sus ministerios ordenados y ministerios laicales reconocidos. Que cese la intervención y persecución, por quienes presionan a nuestro Obispo, para que cumpla consignas externas.

2. Invitamos a la conversión pastoral que pide Aparecida (366-370), incluyendo a los pastores y autoridades eclesiásticas, que fieles a su ministerio encomendado y a ejemplo de Jesús de Nazareth, el Buen Pastor, ejerzan su autoridad, en la comunidad eclesial como servicio, respetando a los laicos y laicas que por la dignidad de nuestro bautismo, “…tienen la facultad, más aún, a veces el deber, de exponer su parecer acerca de los asuntos concernientes al bien de la Iglesia…” (L.G. 37)

3. Nos preocupa profundamente que dilatar el conflicto traerá graves consecuencias para la credibilidad de la Iglesia y más grave que el fanatismo y fundamentalismo religioso pondrá en riesgo la paz social de la región.

4. Alertamos al gobierno a vigilar el rebrote de la violencia, que ha caracterizado al sector fanático intolerante, sostenido por intereses externos y al que responsabilizamos y exigimos que sea sancionado porque está creando el caos que alienta la desestabilización de la provincia (como fue el caso del 11 de julio pasado) con profundas consecuencias para la seguridad del país.

5. Hacemos un llamado a la solidaridad y pronunciamiento al Pueblo de Dios, y a las personas, organizaciones eclesiales y sociales, instituciones locales, nacionales e internacionales que conocen el camino recorrido por la Iglesia de San Miguel de Sucumbíos, -ISAMIS- donde se ha sembrado y se sigue sembrando vida, a pesar de los obstáculos, y que ven amenazados los procesos eclesiales y sociales en cualquier parte del mundo.

6. A partir de ahora iniciamos una campaña de recolección de firmas de apoyo en defensa de modelo de Iglesia de San Miguel de Sucumbíos según el Concilio Vaticano II, sus sacerdotes incardinados, ministerios, misioneros, misioneras, laicos, laicas y comunidades de las cuatro unidades pastorales: campesina, indígena, urbana y afro, que serán presentadas el día 11 de octubre en el 50° aniversario de apertura del Concilio.

Envía tu apoyo a: iglesiapueblodediossucumbios@yahoo.es – iglesiapueblodediossucumbios@hotmail.com

Información: http://isamis2012.blogspot.com
Y siguen firmas…

Correo de monseñor Paolo Mietto: vicar.napo@andinanet.net

Depois da GUERRA DA LAGOSTA, teremos a GUERRA DA CAMISINHA?

Eis a principal lição a tirarmos do Caso WikiLeaks (pois é disto que se trata): as forças reacionárias perderam o último resquício de compostura e estão utilizando desavergonhadamente sua indústria cultural para impingir aos cidadãos as lorotas mais inverossímeis.

Querem retaliar Julian Assange por ter divulgado cerca de 250 mil documentos secretos estadunidenses, comprovando irrefutavelmente que os EUA cometem atos ilegais e abomináveis em suas intervenções para mudar governos de nações soberanas e nas caçadas a supostos terroristas.

O responsável pelo vazamento de tais evidências de crimes –que, estes sim, deveriam estar sendo apurados para efeitos penais–, um heróico soldado e analista de inteligência do exército dos EUA chamado Bradley Manning, é submetido a rigores extremos em prisões militares.

Graças a ele, a Assange e ao WikiLeaks, o mundo ficou sabendo, p. ex., que cerca de 150 pessoas inocentes ficaram presas durante períodos variáveis (até por vários anos) no centro de torturas de Guantánamo, sem julgamento nem nada, apenas por terem a ascendência errada ou haverem sido encontradas perto do lugar errado e na hora errada, sem nenhuma evidência concreta respaldando as suspeitas de envolvimento com ações terroristas.

Numa covarde demonstração do seu poder de esmagar os desafetos, os EUA há mais de dois anos estão destruindo Manning psicologicamente.

E foi para submeter Assange ao mesmo suplício que armaram uma farsa simplesmente ridícula na Suécia, no sentido de que o porta-voz do WikiLeaks ficasse detido naquele país –o qual, cumprindo seu papel no script, aceitaria em seguida entregá-lo aos Estados Unidos, para responder a acusações bem mais graves (espionagem e que tais).

As bombásticas acusações de estupro e crime sexual se reduzem ao fato de ele ter mantido relações consentidas com duas mulheres, a camisinha haver-se rompido e Assange (segundo elas) insistido em completar o ato sem preservativo. Nem sequer utilizou a violência para impor sua vontade, já que a fulana não foi agredida.

Se episódios deste tipo fossem levados a ferro e fogo, boa parte da população masculina mundial estaria encarcerada.

E é pra lá de sintomático o fato de uma das denunciantes ter todo o perfil de tarefeira da espionagem estadunidense: Ana Ardin é cubana, anticastrista e trabalhou para ONGs financiadas pela CIA.

Basta somarmos dois e dois para encontrarmos quatro, ou seja, concluirmos que tudo não passou de uma  armação ilimitada  envolvendo uma potência (EUA), dois países lacaios (Suécia e Reino Unido) e uma nação vergonhosamente omissa (a Austrália, que não moveu uma palha por um australiano perseguido e injustiçado).

Mais: se Assange fosse apenas um cavalheiro que prefere transar sem camisinha o Reino Unido e a Suécia fariam tamanho reboliço e se empenhariam tanto em obter sua cabeça? Nem a pau, Juvenal.

Os britânicos, simplesmente, ameaçaram cometer um ato de guerra contra o Equador, ao comunicar-lhe que cogitavam invadir a embaixada equatoriana para sequestrar Assange. Como as embaixadas são extensões do território do país, isto equivaleria  a uma invasão do Equador. É crível que fossem tão longe por uma besteirinha de alcova?

Fez-me lembrar de uma desavença entre o Brasil e a França, meio século atrás, sobre a pesca em larga escala de lagostas na plataforma continental brasileira (mais detalhes aqui).

Um pesqueiro francês foi apresado por uma corveta brasileira e houve até mobilização militar: o presidente Charles De Gaulle enviou um navio de guerra para proteger os pesqueiros e o Brasil deslocou esquadrões de aeronaves para o litoral nordestino. Os dois lados escoravam-se em interpretações diferentes dos direitos de pesca de peixes e de crustáceos.

deixa disso!acabou prevalecendo, mas o patético da chamada  guerra da lagosta  municiou fartamente os humoristas. A melhor gozação foi esta paródia, de autoria desconhecida, da marchinha carnavalesca “Cachaça não é água”:

Você pensa que lagosta é peixe?
Lagosta não é peixe, não!
Peixe é bicho que nada,
crustáceo não nada, não!

Pode faltar tudo ao brasileiro:
arroz, feijão e pão.
Mas, a lagosta é nossa,
De Gaulle não bota a mão!

Pode mandar vaso de guerra,
disto até acho graça:
por causa da lagosta,
até eu vou sentar praça!”

 Agora, o leão desdentado ameaça travar com o Equador a  guerra da camisinha. Falta um humorista que escancare tudo que há de hilário e grotesco nas atitude britânicas.

 

LEIA TAMBÉM ESTES TEXTOS RECENTES DO BLOGUE NÁUFRAGO DA UTOPIA (clique p/ abrir):

GOVERNO BRITÂNICO AMEAÇA SEQUESTRAR ASSANGE NA EMBAIXADA EQUATORIANA

USTRA ESPERNEIA, MAS CONTINUA COM O “TORTURADOR” CARIMBADO NA TESTA

O ÓBVIO ULULANTE: AS TORTURAS FORAM POLÍTICA DE ESTADO

 

Governo britânico ameaça SEQUESTRAR Assange na embaixada equatoriana!!!

 

Todas as instituições, entidades e cidadãos que defendem a liberdade e o respeito à soberania das nações devem posicionar-se da forma mais contundente possível contra a arrogante e inaceitável CHANTAGEM do governo britânico, que ameaça invadir a embaixada equatoriana em Londres para SEQUESTRAR Julian Assange, utilizando como PRETEXTO uma estapafúrdia e retalatória denúncia FORJADA na Suécia, caso o governo de Rafael Correa tenha a coragem de conceder-lhe asilo (obs.: acabou de fazê-lo, às 9h desta 5ª feira, 16 –ousarão os britânicos cumprir a ameaça?).

 É extremamente insultuoso ao Equador que um país do 1º mundo reaja com tamanha virulência ao mero BOATO de que Correa já estaria decidido a asilar o porta-voz do WikiLeaks, que nada fez além de expor os podres de altas autoridades, principalmente dos EUA, revelando aos cidadãos comuns as monstruosidades cometidas na surdina pelos poderosos.

O ridículo leão desdentado pensa que ainda está rugindo, mas a mensagem que entregou à chancelaria do Equador (vide íntegra aqui) não passa de um miado servil, de gatinho que tudo faz para merecer as carícias do amo estadunidense.

Na carta que o chanceler equatoriano não deveria sequer ter-se dignado a receber, devolvendo-a de pronto como desrespeitosa e descabida, os britânicos se dizem dispostos a “cumprir com as nossas obrigações legais, descritas na Decisão Marco relativa à Ordem de Detenções Europeia e à Lei de Extradição de 2003 (Extradition Act 2003), de levar o Sr. Assange à prisão e extraditá-lo à Suécia”.

Ou seja, estão prontos para cometerem UMA FLAGRANTE E GROTESCA VIOLAÇÃO DAS LEIS E CONVENÇÕES INTERNACIONAIS (a Convenção de Viena, de 1961, garante a inviolabilidade do território das embaixadas e missões diplomáticas), a elas sobrepondo um mostrengo jurídico pactuado UNILATERALMENTE pelo Reino Unido com os EUA de George Bush, na onda de histeria e de abusos contra os direitos dos cidadãos subsequente ao atentado contra o WTC.

O mundo precisa dar um basta a esta escalada de arbitrariedades. E a hora é agora!

 

LEIA TAMBÉM ESTES TEXTOS RECENTES DO BLOGUE NÁUFRAGO DA UTOPIA (clique p/ abrir):

USTRA ESPERNEIA, MAS CONTINUA COM O “TORTURADOR” CARIMBADO NA TESTA

O ÓBVIO ULULANTE: AS TORTURAS FORAM POLÍTICA DE ESTADO

ALERTA VERMELHO: ITÁLIA TENTA FORÇAR A DEPORTAÇÃO DE BATTISTI

Hermanos sudamericanos, uni-vos!

A riqueza literária de um continente dividido pela barreira do idioma*

O popular “portunhol”, com simpatizantes fluentes em toda a América do Sul, não é um porto seguro quando o assunto é literatura. Praticado com esmero por brasileiros em Buenos Aires ou venezuelanos na Amazônia brasileira, o idioma improvisado é um recurso prático quando utilizado informalmente, mas parece encontrar seu limite nas páginas dos livros. Lê-se pouco em espanhol no Brasil e as publicações em português parecem um grande mistério para os países vizinhos. Tradutores reclamam da falta de um mercado sólido e de profissionais gabaritados. Afinal, que barreiras separam a produção literária sul-americana?

Em um passeio por cidades pequenas da Bolívia, do Peru ou da Venezuela, é comum encontrar gente que sequer imagina qual é o idioma falado no Brasil. Na contramão, escritores consagrados em seus países, como o poeta argentino Armando Tejada Gómez, o boliviano Marcelo Quiroga Santa Cruz ou o colombiano Armando Romero, são praticamente anônimos no Brasil. “Existe de fato uma barreira linguística”, indica o professor e pesquisador Muniz Sodré, presidente da Fundação Biblioteca Nacional entre 2005 e 2011. “A compreensão do espanhol pode ocorrer nas trocas cotidianas aqui no Brasil, mas as coisas mudam de figura quando se trata de leitura. O mesmo vale para o português nos países de língua hispânica”, explica.

Nos grandes centros, a estranheza entre os idiomas não é diferente. O filósofo bogotano German Granada, livreiro e dono de uma coleção com mais de 2.000 títulos, reconhece a dificuldade de diálogo. “O assunto me remete a um artigo publicado recentemente numa revista de relações internacionais aqui da Colômbia: ‘Brasil: tão próximo e tão distante’. A chamada por si só dá conta da situação. Há um desconhecimento total desse país, que faz fronteira com quase todos os demais, mas culturalmente está isolado”, afirma. Das nove nações ligadas ao Brasil por terra (além da Guiana Francesa, território da França), sete têm o espanhol como língua oficial. Os dois únicos países que não fazem fronteira com o Brasil, Chile e Equador, também foram colônias espanholas. O idioma é forte ainda em toda a América Latina, com destaque também nos Estados Unidos, onde a comunidade de imigrantes de língua castelhana cresce a cada dia.

Batalha de idiomas

“Nós que falamos espanhol tínhamos, antes, a arrogância de acreditar falar a segunda língua internacional do mundo, depois do inglês. Não era tão importante aprender português”, reconhece Héctor Abad, escritor colombiano convidado para a Flip de 2011, onde lançou A Ausência que Seremos [Companhia das Letras, 2011], seu primeiro livro no Brasil. “Agora que o Brasil é cada vez mais uma potência econômica e cultural, acredito que o estudo do português deveria ser obrigatório na América espanhola”, sugere Abad.
A dificuldade de aceitação da literatura brasileira no exterior vai além dos vizinhos sul-americanos, conforme explica Paulo Roberto Pires, diretor editorial da Agir e da Nova Fronteira. “Um editor do grupo francês Gallimard, que está fazendo 100 anos, disse à Folha de São Paulo que lançar hispânicos na França, tudo bem, mas brasileiros, de jeito nenhum. Fico pensando que não tivemos uma operação de marketing tão eficiente quanto o ‘boom’ latino-americano, conduzido por agentes e editores espanhóis”, conta. Para o editor, o distanciamento literário no continente aumenta com a concentração editorial. “Os grandes grupos, de origem sobretudo espanhola, lançam livros simultaneamente no continente inteiro e o português vai ficando cada vez mais isolado”.

Entre os principais obstáculos para a expansão literária brasileira, estão o desinteresse pela produção em português e seu baixo valor no mercado internacional, graças à situação periférica do nosso idioma. Dados organizados pela UNESCO entre 1932 e 2008 mostram que o espanhol é a sexta língua mais traduzida do mundo, enquanto o português está em 19º lugar, atrás de idiomas como húngaro, checo e árabe. Segundo A Cadeia Produtiva do Livro [Ed. BNDES, 2005], as vendas de livros em português atingiram US$ 910 milhões em 2003, enquanto a vendagem em espanhol alcançou US$ 3.238 milhões (mais que o triplo do total em português). Somam-se a isso a consequente dificuldade na formação de bons tradutores e as imprecisões na tradução de escritores consagrados pela experimentação de linguagem e regionalismos.

Traduzir é difícil

“Nonada. Tiros que o senhor ouviu foram de briga de homem não. Deus esteja. Alvejei mira em árvore, no quintal, no baixo do córrego. Por meu acerto. Todo dia isso faço, gosto; desde mal em minha mocidade. Daí, vieram me chamar. Causa dum bezerro: um bezerro branco, erroso, olhos de nem ser – se viu –; e com máscara de cachorro”. Grande Sertão: Veredas, obra do escritor mineiro João Guimarães Rosa, anuncia em seu primeiro parágrafo a dificuldade que enfrentam os que se arriscam a ler em português e o tamanho do problema nas mãos dos tradutores.

“Uma das dificuldades que o tradutor costuma encontrar é a semelhança entre ambos os idiomas e sua suposta facilidade de tradução. O que parece inicialmente uma questão de proximidade se mostra um problema: não há um programa de formação de tradutores no Mercosul e surgem traduções muito literais, que são superam o fato de português e espanhol serem línguas aparentemente parecidas. Não existe, tampouco, um mercado atrativo para os tradutores no Mercosul”, conta Gonzalo Aguillar, docente da cátedra de literatura brasileira da Universidade de Buenos Aires.

O professor encarou o desafio e é responsável por uma coleção de livros brasileiros traduzidos, que inclui, entre outros, obras de José de Alencar, Machado de Assis, Clarice Lispector, Ferreira Gullar, Bernardo Carvalho e Paulo Leminski. Junto a Florencia Garramuño, Gonzalo traduziu Guimarães Rosa e o resultado é “Gran Sertón: Veredas” (Ed. Adriana Hudalgo), publicado em 2009 na Argentina. “Nosso critério foi a combinação do narrador etnográfico e do experimentador vanguardista”, explica o tradutor. Ele conta que outra tradução do livro havia sido feita nos anos 70 e que na nova edição foram tomados cuidados para não afetar a intensidade da prosa de Guimarães, nem criar neologismos onde eles não existem. “Nós cumprimos o que se recomenda para os textos clássicos, que devem ser traduzidos ou retraduzidos a cada 20 anos”, completa. Seguindo na filosofia de “quanto mais difícil, melhor”, o argentino Gonzalo publicou no Brasil, em português, o livro Poesia Concreta Brasileira: As Vanguardas na Encruzilhada Modernista (EDUSP), que discute o experimentalismo do movimento inaugurado pelos poetas Décio Pignatari, Augusto e Haroldo de Campos nos anos 50 em São Paulo.

A argentina Pola Oloixarac, também convidada pela Flip 2011, dá dimensões épicas à tarefa. “É um trabalho heróico traduzir os geniais Guimarães Rosa e Clarice Lispector para o espanhol. Um esforço esplêndido que foi realizado com sucesso na Argentina”, afirma. Quando o assunto é a tradução de seu primeiro livro para o português, As teorias selvagens [Ed. Saraiva, 2011], Pola se mostra satisfeita. “O prazer é imenso. Imaginar minhas ideias em um idioma tão belo como o português, habitando por alguns instantes os ouvidos de garotos e garotas brasileiros, me parece uma imagem deliciosa”, derrete-se.

A escritora conta que já esteve no Brasil e que costuma se arriscar na língua de Camões. “Estava de férias na Bahia e já tinha terminado meus livros. Li então um monte de clássicos baratos traduzidos para o português, como Memórias de Garibaldi, do francês Alexandre Dumas, e Brasil, um país do futuro, do austríaco Stefan Zweig”, lembra. Em contrapartida, seu companheiro de Flip, Héctor Abad, reconhece não ler nada em português, mas promete que vai aprender o idioma. “Que satisfação enorme seria ler Machado de Assis, Vinícius de Moraes, Clarice Lispector, Guimarães Rosa e Jorge Amado em seu idioma original”.

Estereótipos dificultam

Citado não por acaso, Jorge Amado é o romancista brasileiro mais traduzido no exterior e pode ser considerado uma exceção. Títulos como “Capitanes de la arena”, “Doña Flor y sus dos maridos”, “Gabriela, clavo y canela” ou “Tieta de Agreste” são encontrados sem dificuldades em sebos e livrarias argentinas, equatorianas ou colombianas. A popularidade do autor baiano é justificada pelo especialista em literatura brasileira da Universidade de Bolonha, Roberto Vechi. O pesquisador discute a insistência do leitor estrangeiro por elementos da “brasilidade” nos livros tupiniquins. Ele mostra que existe uma expectativa estrangeira por encontrar estereótipos da cultura brasileira em nossa produção literária, o que limita a aceitação de temas de outra natureza. A obra de Jorge Amado aborda os clichês da pobreza, mulheres, musicalidade e sexo, fatores que satisfazem o anseio do mercado internacional e garantem seu sucesso em todo o mundo.

Assim como Amado no exterior, os argentinos Jorge Luiz Borges e Julio Cortázar e o colombiano Gabriel Garcia Márquez estão entre os poucos sul-americanos com lugar garantido nas prateleiras brasileiras, traduzidos ou em espanhol. Os autores, todos vencedores do prêmio Nobel de Literatura, são as principais referências do Realismo Fantástico, movimento literário criado na América do Sul e celebrado em todo o planeta. Na mesma proporção que a produção brasileira não se limita aos temas de Amado, argentinos e colombianos reivindicam espaço além da corrente fantástica. “Existe vida na Colômbia depois de Garcia Márquez!”, exclama Héctor Abad, que enumera outros companheiros de literatura colombiana. “Nós temos, por exemplo, as poesias do movimento Nadaísta e a literatura escandalosa de Fernando Vallejo. Há uma novela colombiana dedicada ao Brasil, de Daniel Sampier Pizano, tradutor de Millôr Fernandes. E existem jovens já traduzidos para o português, como Santiago Gamboa e Juan Gabriel Vásquez”, enumera.

Sul-americanos no Brasil

O pouco interesse dos brasileiros pela literatura vizinha parece estar mudando aos poucos. “A presença da América Latina no mercado brasileiro é terrivelmente pequena, mas está melhorando e os autores que vêm para a Flip são exemplo disso. Todos eles ainda são de certa forma ‘novidades’ em seus países”, assinala Paulo Pires. “Ainda é pouco. Vamos ver se essas iniciativas prosperam”, completa. O professor de Produção Editorial da UFRJ, Mário Feijó, acrescenta que não basta aprender espanhol. “A falta de integração cultural está melhorando, mas precisamos que melhore muito mais. Minha filha estuda espanhol, e todas as referências culturais nos livros didáticos remetem à Espanha. As exceções que confirmam a regra abrem espaço para o México. Quem estuda para valer história e geografia dos países sul-americanos na escola? Os alunos não querem saber nem da Guerra do Paraguai”, afirma.

No ranking dos livros mais vendidos no Brasil na penúltima semana de abril, a categoria “Ficção” trazia 18 livros estrangeiros, todos de origem norte-americana ou européia, e apenas dois brasileiros. Na categoria “Não-ficção”, 10 livros eram traduções de outros idiomas e nenhum vinha do espanhol. “Talvez sejamos hipermétropes, vejamos bem de longe, mas mal de perto”, sugere Hector Abad.

 

Reportagem publicada originalmente na Revista Ocas” (nº77, maio/junho de 2011)

Minería a gran escala pondrá a prueba los derechos de la naturaleza en Ecuador

Ecuador es el único país andino sin minas metálicas de gran escala (como las minas de oro o cobre). Este peculiar estado de gracia será puesto a prueba en las próximas semanas cuando el régimen de Correa firme acuerdos de explotación con los mineros transnacionales chinos y canadienses que buscan explotar las reservas de cobre y oro del país. Pero más importante aún es el hecho de que la legitimidad de la Constitución del país, que garantiza los derechos de la naturaleza, también será puesta a prueba. Por Carlos Zorrilla

No existe otra actividad económica en el mundo que viole tan claramente los derechos de la naturaleza como la minería a cielo abierto y a gran escala. Este tipo de minería, a diferencia de la explotación petrolera, crea pasivos ambientales que pueden durar por miles de años. Sus impactos son de una magnitud aún peor.

Bingham Canyon, una mina de cobre a cielo abierto que se encuentra activa en Utah, puede ser vista desde el espacio. Tiene más de un kilómetro de profundidad y cuatro kilómetros de ancho. Un hoyo similar en el desierto chileno de Atacama -la mina de cobre Chuquicamata-  ha devorado una buena parte del pueblo (del mismo nombre) y también puede observarse desde el espacio. Por otro lado, la tristemente célebre mina de cobre y oro Ok Tedi en Papúa Nueva Guinea ha devastado el ecosistema de todo un río, ocasionado un fuerte impacto en pesquerías. Cuando la mina sea clausurada, habrá destruido 3.000 kilómetros cuadrados de bosques tropicales, al igual que los medios de sustento de 30.000 habitantes locales. La mina, que aún se encuentra abierta, a diario arroja cerca de 160.000 toneladas de y desechos rocosos (sobrecarga)  y relaves a los ríos cercanos.

El agua es el recurso más afectado por estas minas. Muchas minas alrededor del mundo, incluyendo algunas en los EE.UU. y Canadá, están lixiviando metales pesados hacia ríos y hacia el océano hoy en día, y continuarán haciéndolo durante miles de años. Millones de galones de agua podrían ser usados, transportados y contaminados diariamente como parte de una operación normal de minería. Una gran cantidad de agua será mezclada con químicos tóxicos, tales como el cianuro, para extraer los pocos gramos de oro que típicamente se encuentran en una tonelada de mena aurífera. Mucha del agua drenada de las minas es tan ácida como el ácido de baterías para automóviles, pero es más tóxica.

En efecto, según la Agencia de Protección Ambiental de los EE.UU. (EPA, por sus siglas en inglés), en ese país la minería es responsable por más de la mitad de todas las descargas tóxicas  que van al medioambiente y producen una cantidad inimaginable de desechos sólidos: 8-9 veces mayor, en peso, a la de todos sus municipios juntos. Los costos de estabilizar y tratar algunos de estos impactos son espeluznantes. Un proyecto minero en Montana es el sitio al que se le ha asignado el más alto monto del Superfund  de los Estados Unidos, con casi mil millones de dólares dedicados a tratar de limpiar el desastre tóxico descomunal dejado después de décadas de actividades mineras.1 Uno pensaría que tanta destrucción generaría enormes aportes a la economía del país. Sin embargo, en los EE.UU., la economía minera aporta con menos del 1% al Producto Interno Bruto.

Resulta claro, entonces, que no hay manera en que la minería a gran escala pueda evitar impactos ambientales serios, irreversibles y duraderos. Esto es ostensiblemente cierto en lugares como la Cordillera del Cóndor, en el sudeste del país, donde el primer proyecto de minería de cobre y oro a gran escala está supuesto a empezar. La Cordillera del Cóndor, al igual que la Cordillera del Toisán (al noroeste del país), donde la empresa chilena Codelco está buscando cobre, son áreas de una diversidad biológica excepcional y una enorme riqueza en recursos hídricos. También son extremadamente ricas en bosques húmedos primarios y secundarios, uno de los ecosistemas más amenazados en el mundo. Ambas son hogar de docenas de especies de animales en peligro de extinción, incluyendo varias especies de monos, jaguares y osos de anteojos. La topografía empinada, las lluvias abundantes (3.000 milímetros al año) que generan copiosas fuentes de aguas subterráneas, y el subsuelo mineralizado mezclado con metales pesados, harán que los impactos de la minería en estas sitios sean especialmente destructivos. En otras palabras, cuentan con la combinación perfecta de elementos para garantizar una pesadilla ambiental de larga duración.

En resumidas cuentas, no existe manera alguna de que la minería a gran escala en el Ecuador pueda evitar violar burdamente los derechos de la naturaleza que han sido garantizados por la Constitución del país. La pregunta del siglo es ¿cómo justificará el gobierno de Correa la aprobación de estos proyectos, y cómo reaccionarán la sociedad civil, los gobiernos locales y los poderes judiciales y legislativos del Estado?

Existen indicaciones de los desenlaces probables. Para comprenderlos, es necesario darle un vistazo a la situación actual.

Correa está corto de dinero. China tiene dinero y necesita cobre (y petróleo), y ha estado haciendo fuertes préstamos al gobierno de Correa. Por tanto, el gobierno hará hasta lo imposible para tratar de proveer a China de esta materia prima para que China le agregue valor y se lo reenvíe al Ecuador en forma de productos terminados. En fin, no mucho ha cambiado desde la dorada época colonial. La diferencia principal es que la Constitución le obliga al gobierno a obtener más dinero de la extracción de los recursos mineros del país. Los detalles están siendo tratados al momento, caso por caso, mediante acuerdos de explotación negociados individualmente con cada compañía. Existe un cierto margen de negociación, pero si la ley fuese respetada aún mínimamente, las compañías mineras tendrán que pagar mucho más por los minerales en Ecuador que en cualquier otro lugar de Latinoamérica y,  posiblemente, del mundo. Esto significa un verdadero incentivo económico para que el gobierno de Correa le dé luz verde a la minería. Sin embargo, si dicho respeto por la ley se mantiene -en especial en lo referente a los derechos Constitucionales- no existe manera de que la minería metálica a gran escala tenga cabida en esta nación andina.

Ya sabemos lo que intentará hacer el Ejecutivo. El Legislativo a mostrado tener tanta firmeza como la plastilina para hacerle frente a las demandas del Ejecutivo y se ha convertido en un lugar para poner el sello de “APROBADO” a cualquier cosa que venga del Ejecutivo. El sistema judicial del país, incluyendo a la Corte Constitucional, casi nunca ha sido imparcial. Y lo es menos aún ahora que un reciente referéndum populista le otorgó al ejecutivo cuestionables capacidades de intervenir en su composición.

Los No-Tan-Comodines

Nos quedan tan solo los gobiernos locales y la sociedad civil. En Ecuador, los gobiernos locales son autónomos. Me refiero a los gobiernos provinciales, las municipalidades y las juntas parroquiales (equivalentes a municipalidades pequeñas). Algunos de estos ya han dicho abiertamente que no permitirán la minería a gran escala en sus territorios. Las provincias en las cuales el referéndum perdió con grandes márgenes y en donde se encuentran ubicados los proyectos mineros más grandes (como es el caso de Zamora Chinchipe), serán particularmente problemáticas para el Ejecutivo. En estos casos, el ejecutivo intentará imponer los derechos del gobierno nacional a los de los gobiernos locales. No será fácil, aún con las cortes cooptadas. La Constitución garantiza también los derechos a estos gobiernos, y ellos lucharán arduamente por evitar que el gobierno nacional los usurpe.

La Sociedad Civil

Parece ser que podemos contar con que el Ejecutivo dé su aprobación, el Legislativo y el Judicial estén de acuerdo y sigan la corriente, y los gobiernos locales intenten defender sus derechos. Pero la sociedad civil luchará.

No importará si los gobiernos locales tienen éxito al reclamar sus derechos o si se doblegan ante el Ejecutivo, o si las cortes intentan reinar bajo el poder de las transnacionales, o no: la sociedad civil luchará por sus derechos, con la Constitución en mano, porque, además de darle derechos a la naturaleza, la Constitución del Ecuador confiere a su gente el derecho de resistirse a las actividades o procesos que amenacen los derechos constitucionales. Dos de ellos son: el derecho a un ambiente seguro y el derecho al bienestar, o buen vivir, Sumak Kawsay. En las mentes de la mayoría de los campesinos e indígenas, el que haya paz en las comunidades y un ambiente sano es parte integral de esa visión. Y, al juzgar por el pasado, las comunidades y los grupos de la sociedad civil se valdrán del derecho constitucional para resistir e impedir que la minería genere conflictos sociales en sus comunidades y contamine su medio ambiente.

Los activistas rurales no estarán solos. Una coalición de activistas urbanos y académicos, apoyados por un puñado de asambleístas anti Correa –todos de izquierda– también se resistirán a los planes extractivistas del gobierno, que buscan mantener la economía del Ecuador atada a la exportación de productos primarios, como ha estado por décadas. En un país excepcionalmente diverso, tanto biológicamente como culturalmente, los argumentos sostienen que el modelo extractivo no sólo que ya no tiene ningún sentido, sino que amenaza el potencial de desarrollar una economía verdaderamente sustentable en el Ecuador. Los enfrentamientos sociales, los impactos ambientales y la devastación de la cultura, sumados al conocido auge y caída de la economía que trae la dependencia de recursos propia del modelo extractivista, no tienen justificación y son simplemente innecesarios en países como el Ecuador.

Por tanto, podemos estar absolutamente seguros de que la agenda extractivista impuesta por el Ejecutivo va a provocar vastas protestas sociales. Entre otras cosas, los conflictos pondrán  a prueba la popularidad de un gobierno que ya se encuentra debilitado y en constante tensión por los graves desacuerdos internos y la caída de su prestigio. La situación también traerá un aumento de la criminalización de las protestas sociales y violaciones a los derechos humanos. Al fin y al cabo, estamos hablando de un presidente que, en el año 2007, dijo públicamente que cualquiera que se opusiera al desarrollo es un terrorista, y cuyo gobierno señala como terrorismo el cierre de las vías: una de las formas de protesta pública más utilizadas en el país. Y si, a pesar de todo el caos social y legal, se permite la apertura de las minas, y dadas las claras violaciones constitucionales que esa acción implicaría, ello indudablemente conduciría a que haya serios cuestionamientos en el campo de derechos humanos y de justicia ambiental, lo cual probablemente terminará resolviéndose en tribunales internacionales, poniendo en riesgo miles de millones de dólares de inversión minera.

Una de las consecuencias más graves de insistir en la agenda minera sería el letal debilitamiento de la fe en sistema legal del país y, de manera especial, de la importancia que tienen los derechos fundamentales, las garantías constitucionales y la prevalencia de la ley en la concepción colectiva . Estos son principios esenciales con los que no se puede jugar. Los ecuatorianos ya no tienen una opinión muy elevada de su sistema judicial, y no puede soportar más deterioro.

Si la sociedad civil logra detener la agenda minera de Correa, la primera y contundente prueba de su intención de llevar a cabo este propósito habrá venido de la reunión regional que tuvo lugar en Cuenca, Ecuador, en junio de 2011. Allí, los representantes de los gobiernos locales, los indígenas, las ONGs y las comunidades afectadas por la minería en todo el Ecuador y América Latina, se reunieron por tres días para discutir los problemas de la minería y el modelo de desarrollo profundamente defectuoso que ofrece. Los resultados pusieron en evidencia la creciente y feroz resistencia que está afianzándose en todo el continente en contra del modelo de desarrollo extractivista. “Los costos no merecen la pena”, “las consecuencias son tremendas”, y “la gente ya ha tenido suficiente”, son algunos de los mensajes que surgieron del evento. Y, tal vez, el mensaje más importante es que SE RESISTIRÁN a la imposición de ese modelo.

La exitosa resistencia de las bases sociales contra dos proyectos mineros cupríferos de gran escala en 1990, en el área de Íntag, al noroeste del Ecuador, ha demostrado al resto del país que el resistirse no sólo es posible, sino que puede conducir al logro de avances positivos. Parte del éxito de la lucha de Íntag se debió al apoyo que las comunidades recibieron de los gobiernos locales, pero no cabe duda de que la tenacidad de la gente y las comunidades y su habilidad de organizarse fueron cruciales.

Gracias a esta unión de fuerzas, las comunidades y organizaciones de Intag lograron no solo detener el proyecto minero cuprífero a gran escala en dos ocasiones, sino también desarrollar sus propias alternativas a la minería; desde una exitosa cooperativa de café cultivado bajo sombra y un esquema de turismo ecológico comunitario, hasta la creación de docenas de reservas de bosque comunitario y de cuencas hidrográficas; y ahora están proponiendo proyectos de producción hidroeléctrica de pequeña escala, por mencionar tan solo algunas de las alternativas. Todas estas opciones no solo benefician y fortalecen a las comunidades y a las economías locales, sino que ayudan a mantener la paz social y a conservar los bosques nublados de Íntag, su amenazada fauna y sus recursos hídricos. Lo que este modelo sustentable no hace, es violar derechos Constitucionales.

El ejemplo de Íntag es un verdadero esfuerzo de lograr sustentabilidad social, económica y ambiental. Irónicamente, lograr esa sustentabilidad es una responsabilidad primordial que la Constitución exige de sus ciudadanos y sus gobiernos. Con la insistencia de abrir este país megadiverso a la minería a gran escala, tanto el gobierno, como el medioambiente y la mayoría de la gente en Ecuador tienen las de perder. Y de perder en grande. Los ganadores, como siempre, serán las corporaciones transnacionales, la élite de Ecuador, y los ciudadanos de los países ricos que son quienes consumen la mayoría de los recursos del mundo. Atrás solo quedarán tierras profanadas, aguas contaminadas, violaciones de los derechos humanos y constituciones violentadas.

 

Fuentes:

1. Breaking New Ground; The Mining, Minerals and Sustainable Development Project (MMSD) Project, publicado por Earthscan paraRED AND WBCSD . 2002

Derechos de la Naturaleza en la Constitución:

El derecho a que se respete íntegramente su existencia y el mantenimiento y regeneración de sus ciclos vitales, estructura, funciones y procesos evolutivos.

2. El derecho a la restauración.

3. La responsabilidad del Estado de:

  • Incentivar a las personas naturales y jurídicas, y a los colectivos, para que protejan la naturaleza y promover el respeto a todos los elementos que forman un ecosistema.
  • En los casos de impacto ambiental grave o permanente, incluidos los ocasionados por la explotación de los recursos naturales no renovables, establecer los mecanismos más eficaces para alcanzar la restauración, y adoptar las medidas adecuadas para eliminar o mitigar las consecuencias ambientales nocivas.
  • Aplicar medidas de precaución y restricción para las actividades que puedan conducir a la extinción de especies, la destrucción de ecosistemas o la alteración permanente de los ciclos naturales.

Para mayor información acerca de los impactos casi perpetuos de la minería:

http://www.earthworksaction.org/amd.cfm

Para mayor información acerca de los impactos de la mina OK Tedi:

http://www.oktedi.com/community-and-environment/the-environment/impacts-of-mining

Mis agradecimientos a Diana Amores y Ana Cristuba Crrz por la traducción del artículo

(defensaterritorios.org)

Movilitacion Internacional para defender la democracia en Latinoamerica

El jueves 30 de septiembre de 2010 fracasó en Ecuador un intento de golpe de Estado. Un sector importante de la policía nacional mantuvo secuestrado cerca de doce horas al presidente Rafael Correa después que éste fuera a convencer a los policías para que aceptasen la ley sobre servicios públicos, aprobada en primera lectura por la Asamblea nacional el día anterior. Se ha activado la solidaridad internacional en favor de la movilización popular en defensa de la democracia.

Pedro Páez Pérez, Presidente de la Comisión Técnica Presidencial NAFR, ha declarado quela Comisión Técnica Presidencial de la Nueva Arquitectura Financiera Regional  del Gobierno de la República del Ecuador, ante los hechos suscitados desde las primeras horas de la mañana del día de hoy, solicita a los compañeros y amigos en todos los rincones del mundo, su solidaridad y pronunciamientos públicos en contra de  los reprochables actos de irrespeto e intento de Golpe de Estado y desestabilización institucional para evitar que un proyecto patriótico y democrático comprometido con la paz encabezado por el compañero Presidente Rafael Correa Delgado siga concretándose”.

Adolfo Pérez Esquivel, Premio Nobel de la Paz, desde Buenos Aires comenta que es “muy preocupado por la situación del hermano pueblo Ecuatoriano, que es también la situación de todo el continente latinoamericano, escribo para recordar que  rechazamos cualquier intento de golpe de estado que ponga en peligro la democracia en nuestra región. El pueblo ecuatoriano ha construido con sus luchas, un proceso democrático que no puede ponerse en peligro bajo ningún concepto. El gobierno constitucional del presidente Correa debe ser respetado y debe abrirse el diálogo que permita salir de la situación actual. La democracia permite el disenso y es en ese marco que los conflictos deben resolverse. El diálogo debe primar, es urgente que los sectores de la Policía Nacional reflexionen y depongan las medidas y demuestren su vocación de servicio como funcionarios públicos. El pueblo debe mantenerse en resistencia y en la defensa de la democracia y rechazando cualquier tipo de violencia”.

Tras la intentona de golpe de Estado en Ecuador, Cayo Lara y Willy Meyer envían una carta al Presidente de la República de Ecuador para mostrar la solidaridad de Izquierda Unida con el pueblo ecuatoriano. Destacan que “en nombre de Izquierda Unida le trasladamos nuestra admiración por el coraje y dignidad que mantuvo frente a los golpistas que, en una acción cobarde, pretendían romper el orden constitucional violentando la soberanía popular.
Estamos seguros de que la determinación del pueblo ecuatoriano y la lealtad de la mayoría de las fuerzas armadas y de seguridad, que han seguido su ejemplo, y servirán para cimentar y consolidar el camino de reformas sociales que el pueblo emprendió libre y soberanamente.

Tenga Ud. la seguridad de que en esas amargas horas vividas no estuvo solo, que desde muchas partes del mundo como Europa, y más concretamente España, millones de personas democráticas, progresistas y como no, las personas de izquierda, seguimos minuto a minuto los acontecimientos esperando un feliz desenlace.
Nuestra reacción fue inmediata. Nos comunicamos con los Señores Embajadores de la República del Ecuador en España, el Sr. Galo Alfredo Chiriboga, y ante la Unión Europea, el Sr. Fernando Yépez. Asimismo, hicimos público nuestro rechazo al intento de golpe de Estado y realizamos un llamamiento a la comunidad internacional, a las instituciones europeas, y al gobierno de España para que condenaran unánimemente este intento criminal de torcer la voluntad soberana de las y los ecuatorianos. Su determinación y dignidad en la defensa de la voluntad popular han sido un ejemplo que, sin duda redundará, no sólo en su país sino en muchas más partes de la Tierra en la defensa de un mundo más justo, más igualitario y en paz”.

El Comité para la Anulación de la Deuda del Tercer Mundo CADTM, dirigido por Eric Toussaint, desde Bruselas,  “recuerda que el presidente Rafael Correa es un presidente democrático. Fue elegido dos veces consecutivas (en 2006 y 2010) en elecciones democráticas. Desde el comienzo de su mandato, su gobierno puso en marcha una serie de medidas positivas como: un proceso de reforma política democrática que dotó al país de una nueva constitución en 2008; una reafirmación de la soberanía de Ecuador al poner fin a la presencia del ejército de Estados Unidos en la base de Manta; una auditoría sobre la deuda pública —en la que el CADTM colaboró activamente— que llevó a la suspensión del reembolso de la deuda externa, que a su vez permitió reducir de manera importante el volumen de dicha deuda; un aumento de los gastos sociales; la promoción de la integración latinoamericana; una iniciativa tendiente a proteger el medio ambiente al renunciar a la explotación del petróleo del subsuelo de la Amazonia ecuatoriana, en la reserva del Yasuní; la creación de una televisión y una radio de servicio público en un país donde los medios de información estaban totalmente controlados por las grandes compañías privadas, en particular por los bancos privados. Estos avances fueron posibles gracias a las fuertes movilizaciones populares que se sucedieron en el transcurso de los últimos 15 años”.

CHILE, PREOCUPACION PARA EL PUEBLO MAPUCHE

Los diputados europeos de los Verdes/EFA, Ulrike Lunacek, Raül Romeva y Oriol Junqueras dieron a conocer su preocupación por la situación de los 32 presos políticos mapuche en Chile en un encuentro con la jefa de la delegación interparlamentaria UE/Chile, la socialista María Muñiz, en Estrasburgo. La huelga de hambre dura desde el pasado 12 de julio. Los presos políticos quieren mostrar con su huelga de hambre los muchos casos en que los derechos humanos de los mapuches han sido lesionados y siguen siéndolo, como es el caso al aplicar la ley contra el terrorismo del tiempo de la dictadura de Pinochet. Esta ley implica el juzgamiento doble frente a la justicia militar y a la justicia civil, la falta de garantías legales para el proceso, igual que la ocupación militar de las comunidades mapuche que viven desde hace tiempo en ese país con derechos territoriales especiales, los cuales son violados a menudo por empresas multinacionales.

Por este motivo, los diputados del Parlamento Europeo exigieron a María Muñiz que el tema de los presos se trate con urgencia en la próxima sesión de la Delegación, de la cual ella es la presidenta. Esta sesión tendrá lugar el 30 de septiembre con la presencia del embajador chileno ante la UE. Además, están planeando presentar una resolución de urgencia en la próxima sesión del Parlamento Europeo, si hasta esa fecha no hay cambios legales en Chile y la huelga de hambre continúa. Exigen que las vulneraciones de los derechos humanos de los mapuches sean discutidas y tomadas en cuenta en las próximas sesiones en que se vaya a evaluar el tratado de cooperación de la UE con Chile. Lunacek, Romeva y Junqueras consiguieron persuadir a la jefa de la delegación de la urgencia del tema. Ella manifestó no sólo comprensión, sino estar dispuesta a actuar de acuerdo a sus propuestas”.

Una declaración firmada por Isabelle DURANT, Bélgica, Vice-Presidenta del Parlamento Europeo, Rebecca HARMS, Alemania, Co-Presidenta del Grupo de los Verdes, Heidi HAUTALA, Finlandia, Presidenta de la Comisión de Derechos Humanos y otros parlamentarios denuncia que “el territorio del pueblo Mapuche, que con más de 600.000 personas constituye el mayor grupo indígena en Chile, está ubicado en las regiones VIII, IX y X del sur de Chile. Como producto de una larga historia de marginación, exclusión y discriminación, los Mapuches viven en una situación de alta conflictividad social. Más aún, se aplica a ellos la llamada Ley Antiterrorista y de Seguridad Interior del Estado, heredada de la época de la dictadura y que les confronta a la vez con procesos ante tribunales civiles y tribunales militares, imponiéndoles dobles penas.

Comprendemos la actual huelga de hambre como un grito desesperado para llamar la atención a una situación intolerable y contraria a las Convenciones Internacionales en materia de derechos humanos. Compartimos la opinión del Comité de Derechos Humanos de la ONU, según la cual  no se pueden juzgar como terroristas a personas que han participado en la protesta social. (18.5.2007)

En este contexto, en los últimos días hemos podido seguir con mucho interés y simpatía las noticias sobre una iniciativa de algunos congresistas y representantes del actual Gobierno de Chile de iniciar una reforma de la justicia militar y de las leyes antiterroristas en vísperas del bicentenario.

Por lo tanto pedimos al Gobierno de Chile que, en este espíritu, se comprometa con todos sus esfuerzos a encontrar una solución inmediata humanitaria a la situación sumamente crítica de los presos políticos Mapuches en huelga de hambre, como también una solución satisfactoria y a largo plazo a la situación social, económica, cultural y judicial de los pueblos Mapuche. Esto implicaría:

– Aplicar en espíritu y letra el contenido del Convenio N° 169 de la OIT, suscrito por la República de Chile;

– Conformar una mesa de diálogo para escuchar las demandas del pueblo Mapuche y consensuar soluciones duraderas, en particular relacionadas a su reconocimiento constitucional, su derecho a la tierra y a la consulta previa e informada en casos de actividades previstos en su territorio;

– Desmilitarizar las regiones donde viven los Mapuches, no criminalizar las comunidades Mapuches  y abstenerse de medias represivas, incluido para las personas encarceladas, como el aislamiento, dispersión y la relegación de presos Mapuches a centros de detención difícilmente accesibles para familiares y abogados;

– Garantizar el acceso de los Mapuches a la justicia ordinaria con todas las garantías procesales;

– No aplicar el sistema de los dobles juicios simultáneos ante tribunales civiles y militares, y por lo tanto no aplicar la llamada Ley Antiterrorista a los Mapuches detenidos en actos de protesta social; y reformar a fondo el Código de Justicia Militar.

Los órganos concernidos de las Naciones Unidas han emitido múltiples recomendaciones para que se reconozcan plenamente los derechos de los pueblos originarios. El Acuerdo de Asociación que vinculan la Unión Europea y Chile y que se basa en una cláusula democrática y de derechos humanos tanto como señales de algunos representantes de Su Gobierno  nos inspira la confianza que las justas demandas del pueblo Mapuche encontrarán una respuesta en pleno acuerdo con dichas recomendaciones, muy en particular en estas fechas, a pocos días de las festividades del Bicentenario”.

La Coordinación Nacional de Niñas, Niños y Adolescentes Trabajadores – CONNATs Paraguay exige al Estado Chileno que deponga su actitud represiva (policial y militar) y de persecución al pueblo y las reivindicaciones Mapuche. Que les devuelva sus tierras, que los dirigentes queden en Libertad. Que ningún niño, niña o adolescente Mapuche quede encarcelada por ningún motivo político. A Comunidad Nacional e Internacional y las Organizaciones Sociales exige que nos solidaricemos con el Pueblo y las reivindicaciones del Pueblo Mapuche repudiando y rechazando la actitud del Gobierno Chileno y exigiendo el cumplimiento de las reivindicaciones Mapuche. Sigamos construyendo una sociedad más justa, queremos y peleamos porqué ningún niño, niña, adolescentes o persona adulta en cualquier parte del mundo, sea perseguido y violentado en sus Derechos”.

LUCHA ANTIMAFIA EN ARGENTINA

Libera es una agrupación de 1500 organizaciones de diferente tipo (sindicales, vecinales, sociales, religiosas) que desde hace más de 15 años combaten a la mafia italiana de diferentes maneras algunas de ellas con las leyes que han impulsado (la más destacada es la confiscación de los bienes de la mafia que pasan a bienes sociales como cooperativas de trabajo), la asistencias a las víctimas de los asesinados por los mafiosos, movilizaciones callejeras multitudinarias y la recolección de firmas entre la sociedad civil.  Una delegación de Libera visitó hace poco Argentina y en particular la ciudad de La Alameda; la comisión fue encabezada por el padre católico Antonio Dell’Olio, y le siguieron las jóvenes Viviana Matrangola, familiar de una víctima de la mafia, y Valentina Giorda de Libera Internacional, además Jorge Ithuburu, argentino exiliado que preside allá la Asociación 24 de marzo, y Elsa la abogada de las víctimas de la mafia. Los italianos antimafia fueron acompañados por Graciela Palacio De Lois de la Defensoría del Pueblo de la Ciudad e integrante del organismo de derechos humanos Familiares de Desaparecidos y Detenidos por Razones Políticas. Tanto el padre Tonio como el resto de la comitiva de Libera hablaron con víctimas de trata para los talleres que trabajan en el cooperativa de la Alameda, con delegados de fábricas de importantes marcas (como Ezequiel Conde de Soho) conocieron de cerca la experiencia de las cooperativas cartoneras como El Álamo y el Movimiento de Trabajadores Excluidos (MTE) y a Nancy Miño, la mujer policía que denunció a los jefes de la Policía Federal por corrupción con el proxenetismo.

En la Legislatura se realizó el seminario que encabezó Libera para unir a las Madres del Paco, los cartoneros, y la Alameda en una red de América Latina antimafia que se llama Alas. Las organizaciones sociales estuvimos dando su postura sobre las mafias delante de la defensora del Pueblo Alicia Pierini, funcionarios, legisladores y jueces. Resaltó en el seminario la presencia de Dario Caputo, el Vicedirector de la Agencia Nacional de Bienes Confiscados al Crimen Organizado que es la encargada por la justicia de entregar y monitorear aquellos. Gustavo Vera, presidente de la Fundación Alameda destacó que “el crimen organizado en Argentina viene del Estado mismo y cruza transversalmente a la mayoría de los partidos políticos. Medio millón  de niños trabajando. Otro medio millón de esclavizados en los talleres y prostíbulos sin hablar de los relacionados al narcotráfico. Muchos de estos mafiosos no ‘encuadran’ y con la prepotencia del trabajo a menudo jaqueamos a las mafias desde todos sus costados. Sin plata, ni aparato damos clase acerca de cómo desenmascarar ladris. La Alameda es una pequeña historia barrial de ideas y valores que lo impulsa una inmensa voluntad de cambio”.

A través de la Defensoría del Pueblo que conduce Alicia Pierini, y por intermedio de Graciela Palacio de Lois, funcionaria del organismo que viajó a Italia, Libera se contactó con la situación de la Argentina respecto al crimen organizado, por vía de organizaciones que se le oponen, como la fundación La Alameda, que agrupa militantes sociales, abogados y ex funcionarios. La relación de los italianos antimafia con la Argentina tuvo su primera iniciativa a principios de los noventa. Angela Boitano, la presidenta de Familiares de Desaparecidos y Detenidos por Razones Políticas, contó que “ante la imposibilidad de juzgar a los genocidas, como Emilio Massera, por las leyes y los indultos, recurrieron al artículo 8 del Código Penal italiano, que persigue a los asesinos de italianos en cualquier parte del mundo”. Boitano, que vivió exiliada cinco años en Italia, agregó que “el juez Falcone iba a visitar nuestro país para tomar denuncias y entrevistarse con funcionarios. No fue posible porque dos semanas antes de llegar lo volaron en la autopista a él, su mujer y sus custodios. Falcone fue el único juez que nos ayudó. Sentimos mucho su muerte”. En ese punto, los aplausos interrumpieron sus palabras cargadas de emoción, evitando que Boitano, una mujer mayor, rompiera en llantos. Legisladores, diputados nacionales, jueces y el secretario de Justicia Nacional, Héctor Masquelet, pasaron por el seminario. Para Masquelet “no existe la mafia aquí. No tenemos la lógica de organizaciones mafiosas territoriales. Hay organizaciones pequeñas que actúan en redes pero no con una cabeza vertical”.  Para el abogado Mario Ganora, quien presentó y cerró el seminario, “existe una guardia blanca de tipo mafiosa que actúa contra la confiscación de maquinarias ordenadas por la justicia en talleres textiles esclavos. Al jefe de la Policía Federal (Néstor Valleca) le dije personalmente quién es este señor. Hoy sigue libre pese a que luego montó un ataque contra Hebe de Bonafini y otra vez interceptó un proceso judicial en un taller de Villa Celina”. Ganora, un abogado penalista de prestigio internacional por haber confeccionado un manual sobre trabajo forzoso en la Organización Internacional del Trabajo (OIT), aseguró que “policías y funcionarios de la Dirección Nacional de Migraciones fueron denunciados. En esa causa no hubo ningún avance. Estos son hechos que favorecen al crimen organizado.” relata Noticias Urbanas (http://www.noticiasurbanas.com.ar/info_item.shtml?sh_itm=71cf84f01b10b47da0a66bb6fb3f4a1a ).

LA LUCHA POR LA JUSTICIA DESDE EL PLAN CONDOR HASTA HOY

Martín Almada fue el descubridor de los archivos secretos del Plan Cóndor,  principal instrumento de persecución y muerte que usaron  los dictadores militares en el  Cono Sur (Argentina, Chile y Paraguay)  para amedrentar a los intelectuales de la época. Fue entrevistado por el Diario El Telégrafo el 28 de septiembre del 2010, de visita a Quito. “En el Cóndor 1 había varias  cabezas visibles: Henry Kissinger, Secretario de Estado norteamericano, en Washington; Augusto  Pinochet, en Chile; Videla, en Argentina; Banser, en Bolivia. El trabajo era limpiar el ejército, la sociedad civil comunista y eso  dejó más de 100.000 víctimas. Esas víctimas del Cóndor 1 fueron dirigentes de la clase obrera, artistas, estudiantes, religiosos, dirigentes campesinos. La clase pensante se pintó de sangre, se tronchó un proceso en donde la clase intelectual  fue eliminada.  El Cóndor 2, en cambio, se  dirige  desde los EE.UU. a través de la Conferencia de Ejército Americano. El objetivo es el mismo, es decir,  mantener el pensamiento único. El objetivo es de explotación,  no quieren  que sigamos creciendo. EE.UU. sigue creando terroristas. Obama duplicó el presupuesto militar para el control. Yo me enteré del Cóndor 2 porque  encontré un documento secreto militar, en donde un coronel de Paraguay le escribió  a un coronel ecuatoriano, en 1997, y le dijo: “aquí le mando la lista de los subversivos  paraguayos  para que usted  haga la lista de los  de América Latina”. Es decir, que no es algo que ya pasó; el proceso continúa. Salvo  el documento que se halló en 1997, a  Ecuador jamás se le vinculó con el Plan Cóndor; pero la CIA, en Washington, sí. Cada tiempo, esta entidad  libera piezas documentales. Allí me enteré que Ecuador fue el último país que integró el Plan Cóndor”.

El Observatorio sobre Latinoamérica SELVAS está acompañando la movilización por la democracia de los pueblos de Latinoamérica, en particular sobre la lucha a favor de la justicia transnacional (http://www.choike.org/nuevo/informes/3137.html ), en contra de la explotación económica (http://www.cadtm.org/VI-Cumbre-UE-ALC-propuestas-para ).

Cristiano Morsolin, operador de redes internacionales. Co-fundador del Observatorio sobre Latinoamérica SELVAS. Trabaja en Latinoamérica desde 2001.

1.10.2010