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O legado de Lula: uma terra arrasada e uma esquerda mais arrasada ainda

A comédia dos erros terminou melancolicamente.

Sem surpresa nenhuma o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi declarado inelegível pela Justiça Eleitoral, pois é isto que determina a Lei da Ficha Limpa

Se sua condenação por corrupção e lavagem de dinheiro foi justa ou injusta, é algo a ser resolvido na esfera da Justiça Criminal, cujas decisões o Tribunal Superior Eleitoral não tem poder para questionar.

Se sua exclusão do pleito deveria se dar após uma sentença de 2ª ou 3ª instância, é algo a ser resolvido pelo Supremo Tribunal Federal, cujas decisões o TSE não tem poder para questionar. O certo é que, desde 2010, a condenação em 2ª instância vem sendo considerada suficiente.

E todas as decisões do TRF-4, do STJ e do STF foram no sentido de que nem a sentença do Lula seria cancelada, nem a inelegibilidade após a 2ª instância revista neste momento. O que vimos nesta 6ª feira (31) foi apenas a confirmação da derrota anunciada – e pelo acachapante placar de 6×1!

Então, por que o PT insistiu tanto em manter um candidato a presidente ilusório até cinco semanas antes do 1º turno? Cabe aqui uma recapitulação.

De Gaulle teria dito que o PT não é um partido sério…

Mesmo tendo o partido sido gerado em plena ditadura militar, seus fundadores não deixaram de colocar no manifesto de fundação, aprovado em fevereiro de 1980, que teria como objetivos supremos o fim da exploração capitalista e a construção de uma sociedade igualitária e livre:

…As riquezas naturais, que até hoje só têm servido aos interesses do grande capital nacional e internacional, deverão ser postas a serviço do bem-estar da coletividade.  

Para isso é preciso que as decisões sobre a economia se submetam aos interesses populares. Mas esses interesses não prevalecerão enquanto o poder político não expressar uma real representação popular, fundada nas organizações de base, para que se efetive o poder de decisão dos trabalhadores sobre a economia e os demais níveis da sociedade

É preciso que o Estado se torne a expressão da sociedade, o que só será possível quando se criarem condições de livre intervenção dos trabalhadores nas decisões dos seus rumos…  

…O PT buscará conquistar a liberdade para que o povo possa construir uma sociedade igualitária, onde não haja explorados nem exploradores…

Mas, logo na sua primeira década de existência o PT já desistiu informalmente da meta revolucionária, expurgou as tendências internas que a priorizavam e passou a objetivar apenas a conquista de posições de poder dentro do capitalismo, não mais para construir uma sociedade igualitária, mas sim para proporcionar pequenas melhoras aos trabalhadores. 

Eis, enfim, o real candidato do PT: o ciclista Haddad. Terá ele… 

As eleições foram significando cada vez mais para o PT, enquanto a participação nas lutas sociais ia passando para segundo e até terceiro plano. 

As consequências de sua furtiva guinada ideológica não se tornaram tão evidentes no século passado (porque estava na oposição), nem durante os dois mandatos presidenciais de Lula (porque o bom desempenho das commodities brasileiras lhe permitia cumprir a promessa de botar um pouco mais de pão na mesa dos trabalhadores, embora sem retirá-lo da esbórnia dos privilegiados, tanto que nossa escandalosa desigualdade econômica não diminuiu em momento nenhum).

Quando a crise capitalista se aguçou sobremaneira na presente década, contudo, o cobertor foi ficando cada vez mais curto para cobrir tanto a cabeça de uns quanto os pés dos outros. A política de conciliação de classe foi colocada em xeque, pois numa fase de vacas magras já não era mais possível continuar mascarando a existência de uma contradição fundamental entre os interesses de explorados e exploradores. 


A presidente Dilma Rousseff, que há muito se desencantara com a luta de classes e passara a crer que contradições insolúveis pudessem ser resolvidas com soluções tecnoburocráticas (superestimando desmedida e alucinadamente seu próprio papel como gerentona), tentou uma jogada arriscada para impedir o castelo de cartas de desabar. Era preciso fazer a economia crescer o suficiente para os bancos continuarem comemorando recordes de faturamento a cada mês e para os pobres seguirem deslumbrados com o maravilhoso mundo do consumo ao qual haviam obtido limitado e endividado acesso!

Dilma retirou do baú de velharias as fórmulas desenvolvimentistas de seis décadas antes, com a esperança de fazer o carro da economia pegar no tranco graças aos investimentos estatais. Mas, como o relógio da História não anda para trás, o que ela conseguiu foi colocar a economia brasileira no rumo de uma formidável recessão.

…mais sorte do que a Dilma das pedaladas fiscais?

A hora da verdade chegou em 2014, quando fatalmente não conseguiria reeleger-se a partir dos resultados entregues por seu primeiro governo e de esperanças que ainda fosse capaz de despertar. E o quadro pioraria ainda mais caso o distinto público se desse conta da tempestade que se formava.

Então, como tábua de salvação, ocultou dos eleitores (por meio das famosas pedaladas fiscais) o estado calamitoso das finanças públicas; satanizou adversários exagerando verdades e espalhando as mais cabeludas mentiras; e praticou um ignóbil estelionato eleitoral ao prometer salvar os brasileiros das reformas neoliberais que seus rivais estariam tramando na calada da noite, ao passo que ela, a angelical, jamais cometeria tamanha maldade…

Desde então, o PT passou cada vez mais a sobreviver politicamente à custa de fantasias e embromações.

Depois de cumprir uma por uma todas as etapas do ritual do impeachment e ser derrotado em todas, passou a atribuir o defenestramento de Dilma a um diabólico golpe… que, na verdade, nada mais foi do que a secular prevalência, nos momentos críticos, das necessidades e interesses da classe dominante, pois está é a lógica do sistema. Só ingênuos esperavam que sucedesse o contrário. 

Com isto mais o Fora Temer, o PT conseguiu desviar a atenção dos terríveis erros por ele cometidos, que possibilitaram a derrubada de Dilma mediante um mero piparote parlamentar; e da óbvia constatação de que não adiantava mais eleger presidentes, já que eles seriam deseleitos pelo poder econômico quando este bem entendesse. 

Mas, conseguindo espertamente evitar  um processo de autocrítica do qual sairiam bem menores do que entraram, os dirigentes petistas ao mesmo tempo abortaram a definição de novas linhas mestras para a atuação partidária, já que as anteriores haviam implodido espetacularmente. A salvação dos ineptos se deu à custa de sacrificar-se o futuro: que mágica besta!  

Que dilúvio nos legará esse outro Luís?

O certo é que, para que se consumassem os desastres recentes do PT, concorreu mesmo a adoção de dois pesos e duas medidas: pecados idênticos, cometidos por outros partidos e políticos, foram tratados como venais e os petistas, como mortais. 

Mas as alegações de inocência, tanto no impeachment quanto nos processos por corrupção, nunca passaram de lorotas inverossímeis; o mar de lama existiu mesmo e as práticas que teoricamente ensejariam cassação de mandatos, idem.

Aos olhos dos cidadãos com um mínimo de espírito crítico, o PT, ao incidir nas mesmas práticas e recorrer às mesmas desculpas esfarrapadas quando apanhado com a boca na botija, igualou-se às agremiações convencionais, perdendo o status de partido diferenciado e confiável. Acreditar nele passou a ser um ato de fé; e não é com fanáticos que se constrói uma sociedade emancipada.

Para reforçar a narrativa do golpe e a narrativa do preso político, criou-se o roteiro de um espetáculo de mafuá: a farsa do candidato fantasma, que só serviu para travar a campanha eleitoral e oxigenar o representante do DOI-Codi no pleito presidencial (o truculento candidato que explora, da forma mais grotesca e obtusa, os filões do anticomunismo e do antipetismo) .

Quem disse depois de mim, o dilúvio foi o rei francês Luís XV, e a profecia se cumpriria com seu neto Luís XVI sendo guilhotinado na Grande Revolução Francesa.

Que dilúvio nos legará esse outro Luís? Uma coisa é certa: ele sai de cena deixando atrás de si uma terra arrasada e uma esquerda mais arrasada ainda.

¿Por qué no te callas, Dilma?

Quando não se tem nada aproveitável para dizer…

A presidenta Dilma Rousseff deveria mirar-se no exemplo do Marco Polo Del Nero e não sair tão cedo do seu canto.

Por motivo diferente, claro. Ao contrário do cúmplice de José Maria Marin, ela pode correr mundo  à vontade, sem o mínimo receio de prisão e extradição. Deste tipo de vexame a Dilma nos poupa.

Mas, cada vez que abre a boca no exterior, deixa morrendo de vergonha todos que a temos como presidenta da República.

Ora atribui seu novo recorde de impopularidade a um inverossímil preconceito sexual por parte dos brasileiros que há poucos meses a reelegemos. Não consta que, depois de outubro de 2014, tenha ocorrido em nosso país uma epidemia de machismo. Trata-se, tão somente, de uma saída pela tangente, uma desculpa de má pagadora.

E, se nem na Quadrada das Almas Perdidas uma lorota destas cola, muito menos na capital do Império. Os leitores do Washington Post, um dos jornais mais importantes do planeta, devem ter sentido pena de nós.

Ora Dilma faz um verdadeiro samba do crioulo doido por não levar em conta a regra de ouro de que roupa suja se lava em casa. Qualquer mandatário que se desse ao respeito e tivesse respeito pelo seu cargo não se manifestaria em solo estrangeiro sobre um assunto doméstico tão pobre e tão podre.

Primeiramente, porque é o partido no poder que está sendo duramente atingido por alcaguetagens dos seus parceiros de maracutaias, a ponto de tirar Dilma do sério. Então, a primeira coisa que ocorrerá a um estrangeiro dotado de espírito crítico, lendo a catilinária de Dilma contra o delator premiado da vez, é: como o tal Partido dos Trabalhadores foi envolver-se com uma ralé moral tão nauseabunda?!

…a regra de ouro é: em boca fechada, não entra mosca.

Se, além disto, tal cidadão conhecer o passado do PT, mais estupefato ainda ficará: pois não é que uma agremiação nascida das lutas contra o patronato está em parafuso por haver sido pilhada em conluio com um dos segmentos mais vorazes e inescrupulosos do empresariado, os empreiteiros de obras! Virou tudo de cabeça pra baixo?

É óbvio que as declarações de Dilma, dadas durante conversa com jornalistas em Nova York, se endereçavam ao público brasileiro; mas, eram a hora e o lugar errados para as fazer, porque, queira ela ou não, o que presidente da República fala em viagem internacional tende a ter repercussão também internacional. Por que não incumbir um porta-voz qualquer de dar tal recado cá no Brasil?

É claro que melhor mesmo teria sido ela, simplesmente, calar. Pois,  nada se aproveita desta mistura de alhos com bugalhos:

Eu não respeito delator, Até porque eu estive presa na ditadura e sei o que é. Tentaram me transformar numa delatora. A ditadura fazia isso com as pessoas. Eu garanto para vocês que eu resisti bravamente.

O que tem a ver, afinal, uma militante que combateu uma ditadura bestial com um meliante categorizado da organização criminosa que assaltou o Estado em plena democracia?

Como equiparar o ato de não ceder às bestas-feras que queriam barbarizar e executar os melhores brasileiros com o ato de não ajudar os agentes de um Estado de Direito a denunciarem e processarem os piores brasileiros?

Daria para esperar outra coisa deste indivíduo?

Como uma ex-resistente se tornou tão desnorteada a ponto de ela própria se colocar no mesmo plano de um reles Ricardo Pessoa (ao afirmar que ele fez o que ela não aceitou fazer), como se fossem valores de mesma grandeza?

Como uma presidente da República se põe a deitar falação sobre investigações policiais e judiciais em curso (o que, claro, configura pressão indevida e absolutamente injustificável sobre outras esferas do Estado)?

E, tendo tal forçação de barra pontos de contato com os disparates demagógicos de alguns articulistas e blogueiros chapa branca, é o caso de indagamos se ela estará insinuando  a existência de alguma semelhança entre os métodos da Polícia Federal e os do DOI-Codi, entre o juiz Sérgio Moro e os auditores militares.  Espero que não, pois aí já seria desespero de causa; e causas desesperadas, defendidas com tamanho desapreço pela verdade, estão de antemão fadadas à nocividade.

De resto, como ex-preso político que também sofri o diabo nos porões do regime militar, acrescento que a comparação de Dilma peca igualmente no aspecto de ser descabido ela afirmar que resistiu bravamente aos que queriam transformá-la numa delatora.

É preconceituoso e desumano qualificar de delatores aqueles de quem os torturadores arrancaram alguma informação; todos sabemos que a resistência humana tem limites, quem cultuava super-homens eram Nietzche e os nazistas (quanto à Dilma, deve sonhar toda noite com super-mulheres-sapiens…)..

Os correspondentes aos delatores premiados de agora não eram os pobres torturados de outrora, mas sim os vis  cachorros da repressão –militantes que, aceitando propostas indecentes dos torturadores, passavam a trabalhar para eles, em troca da liberdade, de uma nova identidade e de um pagamento mensal. Ou seja, negociavam os detalhes da barganha, firmavam o pacto e então mudavam de lado, para receberem  favores e contrapartidas dos verdugos. Não porque fossem coagidos a tanto, mas simplesmente para encurtarem a permanência na prisão e levarem vida melhor fora dela.

Quem se deita com cães, amanhece com pulgas.

Se Dilma queria comparar o dono da construtora UTC com alguém, por que não fez o paralelo certo, equiparando-o aos ditos cachorros? Talvez porque assim a pertinência seria maior mas a dramaticidade, menor; a ambiguidade é que convinha a seu propósito de usar um nobre passado como escudo contra acusações (verdadeiras ou não) que lhe fazem no presente.

Muitos dos que optamos por travar o bom combate em circunstâncias tão extremas, arriscando a vida, a integridade física/psicológica e a segurança de nossos entes queridos, consideramos imensamente mais importante o que fizemos então do que qualquer coisa que façamos ou sejamos agora.

Mesmo para manter uma faixa presidencial sob a democracia burguesa, não utilizaríamos como trunfo retórico nem faríamos chantagem emocional a partir de uma luta que para nós foi sagrada. Até porque nós, os sobreviventes do morticínio, temos a obrigação de honrar o sacrifício dos companheiros que não estão mais conosco.

É pena que a Dilma não seja mais como nós nem pense mais desta maneira. Sua imagem histórica como presidenta não tem conserto e temo que a permanência no cargo, doravante, nada lhe trará de gratificante. Fez as apostas erradas e perdeu; enquanto permanecer na mesa, será para padecer em agonia lenta.

Deveria encarar seu passado revolucionário como o maior patrimônio que lhe restou, a melhor lembrança que deixará para os pósteros. Dilma presidenta foi um equívoco, mas Wanda guerrilheira merecerá eternamente o respeito e a gratidão do povo brasileiro.

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Celso Lungaretti (*)

“O maior truque do diabo foi convencer o mundo de que ele não existe” (frase célebre do filme Os suspeitos)
“Não foram encontrados registros que comprovem o uso de instalações para fins diferentes dos que lhes tenham sido prescritos” (trecho de relatório do Exército sobre o centro de torturas que manteve em SP durante a ditadura militar)
Obs.: concordo plenamente com as linhas pessimamente traçadas manu militari. Afinal, todos estamos carecas de saber que a prática de sevícias, os assassinatos, estupros, ocultação de cadáveres e outros horrores decorreram de uma decisão de Estado. 
As instalações (tanto esta que tinha o torturador-mor Carlos Alberto Brilhante Ustra à sua frente, como todas as congêneres) foram usadas exatamente para os fins que lhes tinham sido prescritos pelo ditador de plantão, pelos ministros militares e pela cadeia de comando. 
Temo, contudo, que não fosse bem isto o que a Comissão Nacional da Verdade esperava ouvir dos fardados…
* jornalista, escritor e sobrevivente de duas dessas instalações inofensivas: o DOI-Codi da Tijuca (RJ) e a PE da Vila Militar (RJ). Na primeira quase enfartou aos 19 anos de idade. Da segunda saiu com um tímpano estourado para sempre.
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Como um antigo torturador cometeria o crime perfeito

Vamos supor que um torturador de outrora quisesse eliminar dois dos seus congêneres, de tal forma que o assassinato não viesse a ser imputado nem a ele, nem a outros veteranos da repressão ditatorial.
Um dos alvos, porque estava próximo da morte e mantinha um minucioso arquivo sobre agentes do Estado que cometeram crimes contra a humanidade, como os cometeram, quem foram suas vítimas, que fim tiveram os respectivos restos mortais, etc. Sabia-se lá quem ficaria com tal arquivo quando ocorresse sua morte natural e qual o destino que a ele daria. Daí a conveniência de antecipar o desfecho, para o poder administrar convenientemente, só permitindo que viessem a público informações tornadas inócuas pelo passar das décadas.
Outro, porque dera com a língua nos dentes num palco iluminado e, mesmo que não voltasse a fazê-lo (deixara de identificar comparsas vivos, mas poderia mudar de ideia), constituía-se num péssimo exemplo. Quantos pés na cova com os mesmos antecedentes não estariam queimando de inveja da notoriedade que ele alcançara? Para certo tipo de pessoas, serem relegadas ao esquecimento incomoda muito mais do que serem lembradas como ogros…
Assassinados: o 1º colecionador de armas…
Como dizia o Dadá Maravilha, para toda problemática existe uma solucionática.
O hipotético torturador de outrora certamente conheceria bem um universo contíguo, o da contravenção, nele sentindo-se como um peixe dentro da água. Lembrem-se:
  • o famoso delegado Sérgio Fleury, nos tempos em que chefiava o famigerado Esquadrão da Morte, estava a serviço de um grande traficante, liquidando apenas seus concorrentes, enquanto fingia exterminar os bandidos em geral;
  • os torturadores da PE da Vila Militar (RJ), oficiais inclusos, quando começaram a escassear os proventos da repressão à guerrilha (as recompensas recebidas de grandes empresários e a rapinagem dos bens apreendidos com militantes), não só se tornaram parceiros de contrabandistas da região como tentaram passar-lhes a perna, tomando sua muamba à bala;
  • um destes oficiais, o Capitão Guimarães, não se conformou de, desmascarado, haverem aliviado para ele no sentido de salvar as aparências mas ter-se tornado um pária na caserna –optou por dar baixa e iniciar uma bem sucedida carreira como bicheiro de Niterói, acabando por se tornar um dos maiores chefões do crime organizado.
…e o 2º colecionador de armas. Ambos quando mais convinha.
Então, para alguém da laia de um antigo torturador da ditadura militar, nada mais fácil do que encontrar ladrões homicidas aptos para tais missões e passar-lhes a dica de que os oficiais da reserva em questão possuíam bens valiosos, como coleções de armas, estando praticamente indefesos.
Com a recomendação expressa de que os mesmos deveriam ser assassinados, e ninguém mais.
Com a advertência expressa de que, se caíssem presos, não deveriam de forma nenhuma incriminá-lo, caso contrário sua rede (de veteranos dos porões e novos fanáticos do extremismo) cuidaria para que fossem mortos no cárcere.
Foi assim que as coisas se passaram? Se non è vero, è ben trovato, como dizem os italianos…

A Comissão da Verdade e a autoflagelação dos ogros decrépitos

Malhães admitiu que cortava as mãos dos cadáveres para dificultar sua identificação

Uma obra-prima de Sidney Lumet que ainda não obteve o merecido reconhecimento é O príncipe da cidade, de 1981.
Mostra a sofrida cooperação de um detetive da Divisão de Narcóticos de Nova York com os promotores que investigam a corrupção policial.
Lá pelas tantas, um desses promotores comenta que todo policial corrupto, lá no íntimo, quer mesmo é botar pra fora todos os seus malfeitos, pois está em permanente conflito com os valores que lhe inculcaram.
Sabe ter errado e anseia não só pela retirada de tal peso da consciência, mas também pela punição. Sua forma específica de autoflagelação é dar o serviço, exatamente como fazem os marginais que ele está acostumado a prender. Sente necessidade de se colocar no lugar deles, submetendo-se à rotina humilhante da confissão e delação.
Seja por sentimento de culpa, seja por quererem os holofotes voltados uma última vez na sua direção antes da morte que se avizinha, militares convocados pela Comissão Nacional da Verdade têm sido pródigos em desembucharem as monstruosidades que cometeram durante a ditadura de 1964/85.
As revelações até agora mais chocantes acabam de ser feitas pelo coronel reformado Paulo Malhães, hoje com 76 anos, que revelou como funcionava a Casa Morte de Petrópolis (RJ), admitiu ter torturado muitos presos políticos e executado “tantas pessoas quanto foram necessárias”, descreveu como mutilava os cadáveres para dificultar sua identificação (destruindo-lhes as arcadas dentárias e digitais), etc. Haja estômago.
Então, mesmo sem ter levado a bom termo investigações cruciais nem conseguido obrigar os fardados da ativa a darem os esclarecimentos que lhes competiam (bem como a apresentarem o que ocultaram e ainda não tenham incinerado…), a Comissão poderá sair bem na foto, graças à compulsão dos pijamados em assumirem-se como os ogros que foram no passado.
Sem perceberem que, em sua decrepitude atual (mal disfarçada por tinturas para cabelo como a que Malhães evidentemente utiliza…), não inspiram mais medo. Somente nojo.

Bolsonaro comprovou ser fiel discípulo do DOI-Codi

O franzino Randolfe jamais seria um Davi à altura…

 

O deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) foi de covardia extrema ao agredir com um soco na barriga o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), visivelmente sem porte físico para encará-lo de igual para igual. Bater em homens mais fracos, mulheres, crianças ou idosos é animalesco. É indigno. É desonroso. É repulsivo. Ponto final.

 

Um grande amigo espanhol me contou que, ao chegar no Brasil em meados do século passado, ficou estarrecido com as brigas de rua em que vários espancavam um só.

 

Na sua terra ficariam malvistos se agissem assim. Fossem quantos fossem, iam um de cada vez confrontar o desafeto. Os demais assistiam sem interferir.

 

Mas, tais posturas altaneiras são características de homens de verdade. Não dos Bolsonaros da vida.

…deste bestial Golias.

 

Só não sei o que integrantes da Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro, parlamentares e representantes do Ministério Público foram fazer no 1º Batalhão de Polícia do Exército, em que funcionava o DOI-Codi/RJ. Foi quando Bolsonaro, que não fazia parte do grupo, tentou impor sua presença na base da porrada.

 

A alegada verificação in loco da viabilidade da montagem de uma espécie de museu da ditadura no local não convence.

 

Isto faria sentido numa instalação desativada e com entrada independente, como o antigo Deops de São Paulo, transformado em Memorial da Resistência. Não no interior do que continua sendo um quartel e precisa manter normas elementares de segurança.

 

O trabalho das comissões da verdade está definido no próprio nome: resgatar e disponibilizar a verdade. Fazer provocações pueris está fora do seu foco.

 

 

É inaceitável que continuem sendo engolidas as explicações evasivas e desculpas esfarrapadas dos militares com relação, p. ex., aos guerrilheiros do Araguaia que eles executaram a sangue-frio e em cujos restos mortais deram sumiço. Aí sim seria necessária mais firmeza, principalmente por parte da Comissão Nacional da Verdade –que tem reais poderes para comprar tal briga, deles fazendo uso pífio.

 

Mas, que contribuição real traz às investigações uma visita à famigerada ala nos fundos do quartel da Tijuca (as dependências do Pelotão de Investigações Criminais, que também usava muita violência para apurar as transgressões e delitos cometidos por integrantes do Exército, foram cedidas durante alguns anos ao DOI-Codi, para o encarceramento e torturas de presos políticos)? Há algo relevante a ser buscado ali, quatro décadas depois? Evidentemente, não.

 

Foi onde sofri as piores sevícias e quase enfartei com a idade de 19 anos. Mas, nem de longe o ocorrido nesta 2ª feira (23) me serve como desagravo. Continuo, isto sim, esperando que as comissões acrescentem algo de novo ao que já sei sobre o martírio de companheiros queridos.

 

E que as famílias de alguns deles recebam, afinal, suas ossadas para sepultarem.

 

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Ustra na Comissão da Verdade: o piti anunciado

Reduzir a pó de  traque a racionália falaciosa e performance canastrônica do torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra é tão fácil que, no meu caso, equivaleria a bater em cego.

Então, não perderei muito tempo escrevendo uma  crônica do piti anunciado, que só serviria para dar destaque imerecido ao mafuá armado na Comissão da Verdade.

Prefiro liquidar o assunto sucintamente:

  • Que a convocação do Ustra não lançaria luz nenhuma sobre assunto nenhum eram favas contadas. Como a presidente Dilma Rousseff, há alguns meses, cobrou da Comissão iniciativas que repercutissem mais na mídia, certamente o que se viu nesta 6ª feira (10/05) não passou de uma óbvia tentativa de atender a tal exigência de espetacularização –tanto que se tratou da primeira sessão do colegiado aberta ao público. Só que os crimes perpetrados por Ustra e seus cúmplices foram hediondos demais para que uma  tempestade de som e fúria significando nada  alivie minimamente nossa dor. Se não nos deram justiça, ao menos poupem-nos de farsas.
  • Em meio à enxurrada de mentiras e asneiras, Ustra disse algo aproveitável: o Exército brasileiro e os generais ditadores foram mesmo os maiores culpados pelo festival de horrores para o qual ele concorreu como vil e servil instrumento. Considerada a correlação de forças do poder de então, um Delfim Netto, ao dar carta branca para o aparato repressivo (como signatário que foi do AI-5), teve responsabilidade muito maior nas carnificinas e atrocidades do que paus mandados como o Ustra, o Fleury e o Curió.

  • Foi pitoresco o Ustra negar a prática de torturas e, ao mesmo tempo, esquivar-se de responder se no DOI-Codi paulista, por ele comandado, existiam a  cadeira do dragão  e o  pau-de-arara. É claro que existiam! Ambos, aliás, me foram apresentados pelo tenente-coronel Waldyr Coelho, seu antecessor, quando por lá passei em abril de 1970. Como eu estivera muito próximo de um enfarte no dia anterior, cheguei do RJ com a recomendação de que não me torturassem em SP. Então, o frustrado comandante se limitou a me conduzir numa  turnê educativa  pelas dependências de sua filial do inferno, mostrando-me aquilo de que eu me safara por ser prisioneiro dos co-irmãos cariocas. Depois, sempre que pernoitava no DOI-Codi/SP após uma audiência nas auditorias do Exército, os gritos dos supliciados não me deixavam pregar o olho. Daí eu já ter comentado que só seria crível  a afirmação do Ustra, de desconhecer as torturas praticadas sob seu nariz, se ele apresentasse um atestado de surdez…
  • Há várias testemunhas, como o companheiro Ivan Seixas, de que o Ustra punha, sim, a mão na massa, participando pessoalmente das sevícias. Mas, no fundo, isto é secundário, em se tratando do comandante de um órgão sobre o qual pesam (durante sua gestão) mais de 500 denúncias de torturas e no qual pelo menos 50 prisioneiros indefesos foram covardemente executados. Os comandantes de Auschwitz e Buchenwald, tendo ou não assassinado eles próprios os presos, foram responsáveis por cada um dos exterminados nos respectivos campos de concentração. Eram bestas-feras; e o Ustra também.
  • A mais acachapante avaliação que alguém já fez de Ustra é a do ex-ministro da Justiça José Carlos Dias: “emporcalhou com o sangue de suas vítimas a farda que devera honrar”. Ambos estiveram frente a frente na audiência da Comissão da Verdade e, como sempre, o  torturador símbolo do Brasil  foi incapaz de dar uma  resposta à altura, apesar das bravatas que vomita em livros e sites. Ele berra “lutei, lutei e lutei”, mas vale muito pouco quando se trata de confrontar um homem em igualdade de condições.

O strip-tease moral de José Maria Marin

Ivo Herzog e Romário falem em nome da dignidade nacional, ao alertarem…

A  Folha de S. Paulo publica nesta 4ª feira o debate entre Ivo Herzog, filho do saudoso Vlado, e José Maria Marin, o mau-caráter que secundou um ataque feito na Assembléia Legislativa contra a “infiltração comunista” na TV Cultura. Os dois artigos podem ser acessados, na íntegra, aqui.

Marin está certo ao dizer que a repressão ditatorial não precisava de tais estímulos para agir como agia.

É o que sempre afirmei: a operação contra os inofensivos e manjadíssimos esquerdistas da emissora estatal de São Paulo não passou de uma PROVOCAÇÃO.

Em 1975, quando a paz dos cemitérios já fora imposta ao País, o ditador Geisel pretendia desativar o DOI-Codi que, além de haver-se tornado desnecessário, era um dos responsáveis pela péssima imagem do Brasil no exterior. Seus integrantes, no entanto, tudo faziam para não perderem as benesses de que desfrutavam –principalmente a divisão entre si do que apreendiam com os militantes e as gratificações recebidas de empresários canalhas.

…para o pesadelo de sermos representados
no Mundial por um filhote da ditadura…

Então, prendendo Vladimir Herzog e outros jornalistas com os quais até então não se haviam importado, os torturadores tencionavam produzir um dramalhão mexicano sobre o  imenso risco  que os paulistas estariam correndo ao ficarem expostos às  deletérias transmissões subversivas  da TV Cultura e sua  enorme  audiência… de, em média, 1%!

De quebra, acreditavam que, sendo o Vlado muito querido na USP, o movimento estudantil sairia às ruas para protestar, dando-lhes um argumento a mais para alegarem que seu infame trabalho ainda era imprescindível para a ditadura.

Quando o tiro saiu pela culatra e a morte de Herzog (um óbvio  acidente de trabalho: todos que éramos torturados com descargas elétricas estávamos sujeitos a enfartar, caso tivéssemos o menor problema cardíaco) provocou imensa indignação, um que apanhou as sobras foi o jornalista Cláudio Marques: no igualmente desimportante Diário Comércio & Indústria, ele fizera campanha contra “os comunistas” da TV Cultura. Execrado pelos colegas, desceu a ladeira tão rapidamente quanto subira.

O   Cláudio Marques 2  é José Maria Marin, em função do aparte que deu em apoio à diátribe anticomunista de outro puxa-saco dos militares, o deputado Wadih Helu; e também por haver, em discurso próprio, rasgado seda para uma das figuras mais infames dos  anos de chumbo, o delegado Sérgio Fleury, tocaieiro do Marighella.

Eu não considero Marques e Marin RESPONSÁVEIS FACTUAIS pelo assassinato do Vlado; mas, RESPONSÁVEIS MORAIS, INDISCUTIVELMENTE, AMBOS SÃO.

…que coonestava e aplaudia horrores
como o assassinato de Marighella.

Seria o mesmo que um jornalista e um parlamentar do III Reich virem a público pedir medidas contra os judeus. O fato de que Hitler já estava determinado a exterminá-los não eximiria tais personagens de terem se portado da forma mais abjeta possível.

Marin argui a própria insignificância como atenuante: “É sabido por todos que atuavam naqueles tempos que os deputados não tinham o menor poder sobre os órgãos de Estado”.

Então, se não tinha poder real nenhum, por que ele se empenhou tanto em ser visto… como um vil dedoduro?! Ao invés de uma defesa, esta é uma agravante. Diz muito sobre o caráter dos cúmplices menores da ditadura, aqueles que surfavam na onda do totalitarismo apenas para colherem benefícios pessoais, indiferentes aos horrores que coonestavam.

Está certíssimo o Ivo Herzog: alguém com tal pequenez moral não pode, jamais, representar-nos no evento máximo do futebol mundial.

Portanto, subscrevo o parágrafo final do seu artigo e assino embaixo:

Pensar em recompensar um desses personagens com a glória de ser o responsável por receber o mundo em nome do povo brasileiro na ocasião da Copa do Mundo é inaceitável. Intolerável. A Copa do Mundo é nossa. Não do Marin.

Democracia à moda da ‘Folha’ é, ela sim, uma ditabranda

Os dirigentes municipais do PSOL decidiram não questionar juridicamente o boicote da Folha de S. Paulo à coligação PSOL/PCB, ao organizar  seletivamente  o debate de candidatos a vereador que realizou na tarde de 3ª feira (2) e publicará no próximo domingo (7).

O jornal convidou apenas os representantes das “cinco principais coligações nas eleições municipais deste ano e o partido do prefeito, Gilberto Kassab”, quais sejam: Luíza Nagib Eluf (PMDB), Andrea Matarazzo (PSDB), Ricardo Young (PPS), Nabil Bonduki (PT), José Police Neto (PSD) e Celso Jatene (PTB).

Segundo o parecer legal que embasou decisão do PSOL, não prevaleceriam neste caso as regras dos debates em rádio e TV. Seria encarado juridicamente como uma mera coleta de informações para a produção de um texto jornalístico.

Trata-se, enfim, de mais uma iniciativa discricionária que, mesmo não sendo ilegal, é flagrantemente imoral

Democracia não existe sem oportunidades iguais para todos; daí eu nunca ter considerado verdadeiramente democrática a sociedade que o capitalismo desenha, na qual o poder econômico prevalece de forma esmagadora sobre Executivo, Legislativo, Judiciário e imprensa.

Não só a coligação PSOL/PCB, mas também as candidaturas do PSTU e do PCO deveriam estar presentes em todos os debates. Contra as duas últimas, contudo, havia o  pretexto  de não terem deputados federais. No primeiro caso, nem isto: ela atendia inclusive aos critérios casuísticos estabelecidos para evitar o crescimento e afirmação de agremiações engendradas  na contramão do sistema.

Quanto ao veículo de imprensa cujo  reizinho, usando as prerrogativas de dono da bola , impõe regras a seu bel-prazer, está esquecendo mais uma vez os pomposos princípios do seu Manual de Redação, que afirma ser o “jornalismo crítico” um “princípio editorial da Folha“. Eis a postura nele recomendada aos profissionais da casa:

O jornal não existe para adoçar a realidade, mas para mostrá-la de um ponto de vista crítico. Mesmo sem opinar, sempre é possível noticiar de forma crítica. Compare fatos, estabeleça analogias, identifique atitudes contraditórias e veicule diferentes versões sobre o mesmo acontecimento. A Folha pretende exercer um jornalismo crítico em relação a todos os partidos políticos, governos, grupos, tendências ideológicas e acontecimentos.

Ganha um doce quem me explicar como se pode ser crítico sobre a eleição para a Câmara Municipal deixando de fora do debate e das notícias dele decorrentes a coligação que tem as propostas mais diferenciadas, praticamente um contraponto às dos cinco partidos que realmente têm direito de participar e ao sexto (o do prefeito Gilberto Kassab) que estará presente  porque Deus quer.

Retórica à parte, a Folha da Manhã continua sendo a mesmíssima empresa que cedia viaturas para o serviço sujo da repressão, durante a ditadura militar; e a Folha de S. Paulo continua sendo o mesmíssimo jornal que um dia ousou qualificar de  ditabranda  a ditadura mais bestial a que este país já foi submetido. Leopardos nunca perdem as pintas…

Exorto todos os companheiros de esquerda e a todos os verdadeiros democratas, no sentido de que manifestem seu inconformismo enviando mensagens à ombudsman. Mesmo que não haja resultados práticos, não devemos deixar essas infâmias passarem batidas. Resignarmo-nos, jamais! Eis as formas de protestar:

  • e-mail para ombudsman@uol.com.br;
  • telefonema para 0800 0159000; e
  • carta para al. Barão de Limeira 425, 8ºandar, São Paulo, SP CEP 01202-900, a/c Suzana Singer/ombudsman ou pelo fax 0/xx/11 3224-3895

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COMPANHEIROS, PRECISO DE VOCÊS!

Minha campanha para a vereança de São Paulo continua dependendo do apoio de companheiros que julguem importante quebrarmos a espinha dos reacionários e golpistas, detendo a escalada autoritária em São Paulo.

O artista gráfico Eliseu de Castro Leão, que há três décadas mora e trabalha na Itália, solidariamente produziu ótimos folhetos; eles estão à disposição dos interessados que o solicitarem a lungaretti@gmail.com

Se alguém tiver amigos/conhecidos influentes na mídia convencional ou alternativa, não custa nada propor que noticiem minha campanha. 

Outras possibilidades são as de divulgar a carta destinada ao eleitorado em geral (copiar daqui) e o vídeo que, solidariamente e por iniciativa própria, o poeta Marcelo Roque criou (disponibilizado em http://youtu.be/f76HdD34Arg).