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Exército ataca moradores da Vila Cruzeiro durante visita do príncipe Harry ao Complexo do Alemão

Por Patrick Granja / A Nova Democracia

No último sábado, dia 9 de março, militares do exército, que desde dezembro de 2010 ocupam os complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, protagonizaram novas cenas de violência contra moradores das favelas ocupadas. Dessa vez, o palco da barbarie foi a Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha. A ação aconteceu no mesmo dia da visita do príncipe Harry ao Complexo do Alemão. Um jovem que não quis se identificar diz ter sido amarrado e torturado por militares com choques e spray de pimenta. Revoltados, moradores protestaram e foram reprimidos com bombas de gás lacrimogêneo e tiros de bala de borracha. Mulheres, idosos e até crianças recém nascidas ficaram feridas por conta do spray de pimenta usado pelos militares.

Quando nossa reportagem esteve no local, um homem também denunciou que, há seis meses atrás, teria ficado cego por conta de um tiro de bala de borracha disparado por militares. Muito assustada, uma senhora contou ter vomitado durante horas por conta do spray de pimenta usado pelo exército contra os moradores no último sábado. Segundo ela, o gás invadiu a sua casa sufocando ela e seus familiares.

Militarização do Alemão é alvo de críticas e denúncias em audiência pública no MPF do Rio

Por Patrick Granja / A Nova Democracia

Na tarde do dia 18 de novembro, foi realizada na sede do Ministério Público Federal, no Rio de Janeiro, uma audiência pública onde foram discutidos os problemas da militarização nos Complexos do Alemão e da Penha. Na ocasião, militares afirmaram que 99% dos moradores dos dois complexos de favelas aprovam a ocupação levada a cabo pelo exército reacionário. A afirmação foi amplamente questionada por moradores que estavam no local, líderes comunitários, defensores dos direitos humanos e militantes de vária organizações. O evento foi marcado pelo depoimento emocionado de um dos quatro operários do PAC que moram no Complexo do Alemão e foram presos arbitrariamente por soldados do exército em outubro.

Líderes comunitários, parentes dos operários presos e até a procuradora geral dos direitos do cidadão, Gilda Carvalho, também criticaram a prisão dos trabalhadores. Defensores públicos e representantes de organizações que lutam pelos direitos do povo também fizeram sérias denúncias contra a famigerada força de pacificação.

Dezenas de pessoas ficam feridas em violento ataque do exército no Complexo do Alemão

Por Patrick Granja / A Nova Democracia

Na madrugada do último sábado, dia 5 de novembro, centenas de pessoas que celebravam um aniversário em um salão de festas do Complexo do Alemão, na localidade Largo do Cruzeiro, foram atacadas por soldados do exército. Segundo um dos aniversariantes, ferido no rosto com um tiro de bala de borracha, os militares tentaram invadir a festa, mas foram impedidos pelos convidados. Em seguida, os soldados teriam atirado bombas de gás lacrimogêneo para dentro do salão. Ainda segundo os moradores, as pessoas que saiam do imóvel, sufocadas com a fumaça, eram atingidas na saída com tiros de bala de borracha disparados pelo exército. Tiros de fuzil também teriam sido efetuados para o alto pelos militares. Cerca de 40 pessoas ficaram feridas no ataque.

Sufocadas pelas bombas atiradas pelo exército para dentro do salão, algumas das vítimas chegaram a pensar que não sobreviveriam ao ataque. Os moradores disseram ainda que não existe um orgão que fiscalize a ação dos militares no Complexo do Alemão. Segundo eles, a população das 13 favelas do Complexo encontra-se abandonada e a mercê dos excessos cometidos diariamente pelo exército.

Moradores do Complexo do Alemão são presos arbitrariamente por soldados do exército

Por Patrick Granja / A Nova Democracia

No dia 18 de outubro, cinco moradores do Complexo do Alemão, presos por homens do exército, foram soltos do presidio Ary Franco, em Água Santa. Quatro deles são operários da obra do PAC no conjunto de favelas. Os trabalhadores foram presos quatro dias antes acusados de desacatar um grupo de militares próximo à estação do teleférico do Alemão. Eles negam as acusações e afirmam nunca terem sofrido tamanha humilhação.

Como mostram as imagens a seguir, moradores protestaram contra a prisão e, um deles, que filmava tudo com um celular também foi preso. Militares acusam os trabalhadores de apoligia ao crime, desacato a autoridade e resistência à prisão. Entretanto, os operários afirmam que foram confundidos quando voltavam do trabalho. O telefone usado para filmar a prisão também foi apreendido, mas segundo o rapaz, dono do telefone, o aparelho não foi devolvido pelos militares ou pelos policiais. Na prisão, os operários teriam sido agredidos por um agente penitenciário e ficado dias sem dormir, se alimentar e até sem beber água.

Jovem trabalhador é baleado por policiais no Complexo do Alemão

Por Patrick Granja / A Nova Democracia

Na última terça-feira, dia 11 de outubro, um operário da construção civil morador do Complexo do Alemão foi baleado por policiais civis na favela da Grota. O rapaz caminhava em direção à firma onde trabalha, quando policiais civis da 22ª DP, que faziam uma operação na favela, foram confundidos com bandidos por soldados do exército. Os militares atiraram nos policiais, que revidaram. No meio do fogo cruzado, o trabalhador teria sido atingido no ombro por um tiro disparado pelos policiais. Enquanto isso, o jovem teria ficado deitado no chão por duas horas a espera de socorro. Ele contou a nossa reportagem que os policiais civis o abandonaram no hospital, roubaram seus documentos e, ainda na favela, tentaram forjar suas digitais em uma arma e em um saco com drogas. Frente ao protesto dos moradores, os políciais teriam desistido da farsa. O rapaz ainda criticou a militarização do Complexo Alemão, que tem sido alvo de seguidas denúncias de abusos contra moradores. Depois que o entrevistamos, o trabalhador foi à 5ª DP para registrar um boletim de ocorrência contra os policiais que o balearam.

Censura: Militares impedem cinegrafistas de fazer imagens no Complexo do Alemão

Por Patrick Granja / A Nova Democracia

No último domingo, dia 2 de outubro, o jornal A Nova Democracia divulgou imagens exclusivas que mostravam um morador do Complexo do Alemão sendo espancado por soldados do exército. No dia seguinte, as equipes do AND e da Agência de Notícias das Favelas foram ao local entrevistar o homem que sofreu as agressões. Desde novembro do ano passado, as tropas do exército ocupam as treze favelas do Complexo do Alemão. Segundo moradores, militares estariam levando a cabo um regime de exceção nas favelas ocupadas. No dia em que estivemos no local, uma clara evidência desse regime foi registrada por nossas câmeras. Quando faziamos uma filmagem na Estrada do Itararé, um grupo de militares sem identificação nos abordou e tentou nos proibir de filmar. Segundo o oficial a frente do grupo, a proibição foi uma ordem de seus comandantes. Segundo ele, filmagens e fotos estariam proibidas no Complexo do Alemão sem autorização prévia do exército.

Para nossa surpresa, quando conversávamos com o oficial, um soldado surgiu com uma câmera nos fimando. Ele chegou a tentar fotografar nossas credenciais. Na base do exérito no Complexo do Alemão, o Chefe do Estado Maior das tropas que ocupam o Complexo disse que os soldados que nos abordaram não entenderam a ordem do comando. Ele disse ainda que a imprensa pode filmar  e circular livremente pelo Complexo. No entanto, segundo moradores, no dia seguinte, a equipe do SBT também teria sido proibida de filmar na localidade conhecida como Largo da Vivi, no Morro da Alvorada.

Video flagra homem sendo espancado por militares no Complexo do Alemão

Por Patrick Granja / A Nova Democracia

As imagens que acabamos de mostrar foram registradas no último fim de semana por nossa reportagem no Complexo do Alemão. A pessoa que aparece nas imagens sendo espancada por militares é um homem de 42 anos que trabalha como açogueiro em uma rede de supermercados. Ele é morador da localidade conhecida como Largo da Vivi, no morro da Alvorada, onde as imagens foram registradas. Desde o início do mês, a equipe do jornal A Nova Democracia tem registrado inúmeras denúncias de abusos contra moradores cometidos pelas tropas do exército, que desde novembro do ano passado ocupam as treze favelas do Complexo do Alemão.

Após rebelião, moradores denunciam abusos do exército no Complexo do Alemão

Por Patrick Granja

No último domingo, dia quatro de setembro, moradores do Complexo do Alemão foram atacados por tropas do exército durante uma confraternização em um bar da favela. As imagens flagradas por um morador mostram os militares atirando spray de pimenta e tiros de bala de borracha contra várias pessoas que estavam dentro de um bar. Do lado de fora, moradores reagiaram e também foram reprimidos com violência pelas tropas do exército. Dois dias depois do incidente, nossa equipe esteve no local das agressões para ouvir os relatos das vítimas da militarização.

Uma moradora disse que, no dia após o ataque do exército, um soldado teria roubado sua câmera e agredido seu marido que filmava os abusos cometidos pelos militares. Outra moradora conversou com nossa reportagem e mostrou o ferimento causado por um disparo de bala de borracha. Enquanto militares diziam que havia um confronto com traficantes dentro da favela, moradores reunidos na mesma rua da confusão de domingo criticavam o estado de exceção levado a cabo pelo exército no Complexo do Alemão.