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Exército ataca moradores da Vila Cruzeiro durante visita do príncipe Harry ao Complexo do Alemão

Por Patrick Granja / A Nova Democracia

No último sábado, dia 9 de março, militares do exército, que desde dezembro de 2010 ocupam os complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, protagonizaram novas cenas de violência contra moradores das favelas ocupadas. Dessa vez, o palco da barbarie foi a Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha. A ação aconteceu no mesmo dia da visita do príncipe Harry ao Complexo do Alemão. Um jovem que não quis se identificar diz ter sido amarrado e torturado por militares com choques e spray de pimenta. Revoltados, moradores protestaram e foram reprimidos com bombas de gás lacrimogêneo e tiros de bala de borracha. Mulheres, idosos e até crianças recém nascidas ficaram feridas por conta do spray de pimenta usado pelos militares.

Quando nossa reportagem esteve no local, um homem também denunciou que, há seis meses atrás, teria ficado cego por conta de um tiro de bala de borracha disparado por militares. Muito assustada, uma senhora contou ter vomitado durante horas por conta do spray de pimenta usado pelo exército contra os moradores no último sábado. Segundo ela, o gás invadiu a sua casa sufocando ela e seus familiares.

Moradores do Complexo da Penha acusam exército pela execução de jovem de 15 anos

Por Patrick Granja / A Nova Democracia

A gravação que acabamos de exibir mostra os últimos momentos de vida do jovem Abraão da Silva Maximiano, de 15 anos, assassinado por militares do exército no Complexo da Penha, zona norte do Rio de Janeiro. O crime aconteceu no último dia 26 de dezembro e, segundo familiares da vítima, depois de atingido, Abraão teria ficado quase uma hora agonizando no local, já que os militares proibiram os moradores de socorrê-lo. Na madrugada do último dia 5 de janeiro, nossa reportagem esteve no morro do Caracol, onde policiais civis fizeram parte da reconstituição do crime. Na ocasião, uma testemunha do assassinato do jovem contou à reportagem de AND o que de fato teria acontecido naquela noite de segunda-feira. Muito abatida, a irmã de Abraão disse que o corpo do rapaz foi abandonado pelos militares em um dos acessos ao Hospital Getúlio Vargas na Penha, zona norte do Rio.