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Romário dispara: secretário-geral da FIFA é 'chantagista', 'ladrão' e 'cara-de-pau'

Romário dispara: secretário-geral da FIFA é 'chantagista', 'ladrão' e 'cara-de-pau'
Romário dispara: secretário-geral da FIFA é ‘chantagista’, ‘ladrão’ e ‘cara-de-pau’

“O senhor secretário-geral da FIFA, Jérôme Valcke, disse que teme que a Copa do Mundo no Brasil seja considerada a pior de todas. Quero saber o que a FIFA fez para ajudar o Brasil nesta organização além de cobrar”, observou o ex-jogador Romário e, atualmente, um dos deputados federais mais populares do país, em sua página no Facebook (com a reprodução acima).
“A FIFA vende aos países uma ilusão tão bem engendrada que faz todos acreditarem, por um tempo, que é um grande lucro sediar o mundial. Então os países gastam bilhões para realizar uma Copa do Mundo padrão FIFA, a entidade enche os bolsos e vai embora, deixando o país sede afundado em dívidas”, completou.
Ela acrescentou: “Qual a moral que uma entidade como essa tem para fazer este tipo de afirmação? Espero que o mundo todo esteja atento ao Brasil, espero que outros países não aceitem as imposições e intransigências da FIFA, que quer atropelar leis federais e até a cultura do nosso povo. Sem falar da postura de seus dirigentes. A FIFA é uma vergonha.”
Matéria citada pelo “baixinho” em do UOL aqui.

FIFA reclama da falta de subserviência do Brasil e teme que dinheiro público não seja desviado a tempo

O secretário geral da FIFA, Jérôme Valcke, quer que os governos façam tudo sozinhos, com dinheiro do povo brasileiro, rápido, sem questionar nenhuma exigência e sem debate público.

Como aqui tem democracia (frágil, mas tem pelo menos Parlamento), Estado de Direito, ele ficou puto e declarou: “Tem que acelerar, ganhar um pontapé no traseiro e simplesmente entregar a Copa.” (original em http://glo.bo/As8kAp)

A FIFA, que não resistiria a uma auditoria financeira de meia hora e não sabe o que é democracia, está finalmente mostrando a que veio.

Em seu ataque histérico, Valcke declarou ainda: “Acho que a prioridade do Brasil é ganhar o Mundial. Não creio que seja organizar o Mundial.”

O mesmo tem sido lembrado para a FIFA, só que com mais ênfase (nada de ‘acho’): A prioridade da FIFA é ganhar nosso dinheiro público. Não é organizar o Mundial.

FIFA derruba ministro brasileiro

Matéria do dia que gostaríamos de ler:

Lide:
Após bater de frente com a máfia internacional da FIFA em defesa da Constituição do país e de seus cidadãos, ministro brasileiro é acusado por revista de aluguel que comprou a briga dos lobbistas envolvidos nas negociatas da Copa.

Box-entrevista: “O senhor achou que defenderia direitos dos brasileiros impunemente?”, “O senhor não achou que eles nos contratariam para arrebentar com a sua imagem?”, “O senhor não sabe ‘como as coisas são feitas’ no Brasil?”, “Não dava mesmo pra levar um por fora e calar a boca?”, “O senhor é mesmo brasileiro?”, “O senhor é ‘otário’ de família ou aprendeu com o tempo?”, “O senhor conhece a lei de Gerson?” …

Gasto com dinheiro público para evento de um dia da Copa de 2014 no Rio de Janeiro chegou a R$ 30 milhões

Entre outros gastos, aluguel do espaço na Marina da Glória foi de R$ 3,7 milhões. Os R$ 30 milhões foram destinados à Geo Eventos, empresa que pertence às Organizações Globo e ao Grupo RBS. Tudo sem licitação.

No dia 30 de julho de 2011, houve um ato político de propaganda e lançamento dos grupos eliminatórios da Copa do Mundo, no salão de festas da Marina da Glória, no Rio de Janeiro.

O ato durou aproximadamente três horas, teve ampla cobertura do Jornal Nacional e da grande mídia brasileira. Participaram dele a Presidenta Dilma Rousseff, o presidente da FIFA, o governador do Rio de Janeiro Sergio Cabral, o prefeito Eduardo Paes, o Ministro dos Esportes, o todo poderoso presidente da CBF Ricardo Teixeira e artistas globais que se revesavam entre chefes de cerimônia e apresentadores culturais.

Tudo isso para anunciar os grupos da Copa. Apenas isso.

Custo do evento: 30 milhões de reais. Quem pagou? 15 milhões foram pagos pela Prefeitura do Rio de Janeiro e 15 milhões de reais pelo Governo do Estado do Rio de janeiro. Ou seja, tudo pago com dinheiro do contribuinte.

Vejam alguns gastos que foram feitos com esses recursos, em tão pouco tempo:

  • Aluguel do espaço na Marina da Glória, por um dia: 3,7 milhões de reais.
  • Aluguel de 70 cadeiras com braço, que não havia no local: 204 reais por cadeira, pelo tempo de meio dia.
  • A diretora que coordenou e planejou o evento recebeu 54 mil reais.
  • Os artistas e convidados cobraram para ir 416 mil reais.
  • O assistente geral da coordenadora recebeu 6 mil reais.
  • Uma arquiteta júnior (não se sabe para que grande obra) recebeu 22,5 mil reais.
  • O “supervisor de chegadas e partidas” levou 4 mil reais.
  • O diretor de TV, imprensa e assessoria jurídica cobrou 162 mil reais.
  • Cenografia do local: 2,24 milhões.
  • Transportes dos artistas, de suas casas e hotéis até o local: 112 mil reais.
  • Custo da produção do evento (?): 1,716 milhões.
  • O motorista, coitado, recebeu apenas 3,5 mil por um dia de trabalho.

Tudo isso pago com dinheiro público e sem nenhuma licitação, pois o evento era sui generis, excepcional e poucas pessoas teriam capacidade no Brasil para organizá-lo… A justificativa: seria transmitido para todo mundo.

Mas isso não é a parte mais “interessante”. Qual foi a empresa prestadora de serviços que recebeu os trinta milhões de reais, de dinheiro público, e aplicou desta maneira? A GEO EVENTOS. Proprietários da empresa: Organizações Globo e Grupo RBS (associado da Globo no Rio Grande do Sul).

Por meio de nota, a empresa GEO EVENTOS explicou ao jornalista: “(…) os valores do serviço foram estabelecidos na proposta, que previu uma remuneração padrão, dentro de preços de mercado, e foram correspondentes ao prazo e complexidade das operações de produção. A apresentação de documentação e prestação de contas ocorreu dentro do modelo dos eventos patrocinados pela Prefeitura e Governo do Estado do Rio de Janeiro”.

Ou seja: foi uma roubalheira generalizada, mas com o crivo do Estado e, portanto, oficial.

Por tudo isso, a Rede Globo se cala diante dos descalabros do Ricardo Teixeira, que será investigado pela Polícia Federal por remessa de dinheiro ilegalmente para o Brasil e lavagem de dinheiro.

O dinheiro supostamente enviado para o Brasil teria sido recebido por Teixeira como suborno por parte da empresa de marketing ISL, para garantir que ela tivesse o direito de transmissão de TV de algumas copas. Quem fez a denúncia foi o jornalista Andrew Jennings, da BBC de Londres. Ainda segundo o jornalista, o suborno pago a dirigentes da FIFA chega a US$ 200 milhões, que foram pagos através de empresas fantasmas sediadas no paraíso fiscal de Liechtenstein. A determinação para investigar Teixeira também atinge João Havelange, ex-presidente da FIFA, e partiu do Ministério Pública, após as denúncias da mídia.

Qual a moral da Globo para ficar exigindo rigor no uso dinheiro público? E ficar cobrindo passeatas da classe média com vassouras que nunca usaram, clamando contra a corrupção? Corrupção de quem?

A saber: o custo de alfabetização de um adulto, segundo o MEC, é de 500 reais. Ou seja, com esses 30 milhões o Estado do Rio de janeiro poderia ter alfabetizado 60 mil trabalhadores adultos.

(Com informações de matéria publicada no jornal ‘Estado de são Paulo’ de 30 de setembro de 2011, assinada pelo jornalista Tiago Rogero, da sucursal do Rio de Janeiro. Clique aqui para acessar a versão online parcial da reportagem.)

“O Estado brasileiro abdicou de sua soberania”, afirma Carlos Vainer

Em entrevista coletiva realizada nesta sexta, 29, o professor titular da UFRJ Carlos Vainer falou sobre as “leis de exceção” que estão sendo criadas em função da Copa e das Olimpíadas. A coletiva foi convocada pelo Comitê Popular da Copa e das Olimpíadas, com o objetivo de divulgar o lado oculto dos megaeventos: violações de direitos humanos, gastos públicos descontrolados, corrupção e favorecimento de grandes empresas.

Segundo Vainer, uma das leis mais polêmicas é o chamado “Ato Olímpico”, aprovado em 1/10/2009, antes mesmo da escolha do Rio para sediar os jogos. Ao citar o artigo 2°, segundo o qual “Ficam dispensadas a concessão e a aposição de visto aos estrangeiros vinculados à realização dos Jogos Rio 2016”, Vainer diz que “o Estado brasileiro abdicou de sua soberania. Mesmo que isso faça parte das exigências do COI, duvido que os Estados Unidos tenha aceitado esta cláusula para os jogos de inverno de 2002”.

Outra lei aprovada foi o regime diferenciado de contratação, que, segundo o governo, “agiliza as obras e reduz os custos”. Entretanto, uma análise mais detalhada revela que as licitações podem ser abandonadas e que os aditivos podem se estender ao infinito. “Se a atual lei de licitações é falha, ela tem que ser revista para a construção de escolas e hospitais, e não para os elefantes brancos que serão construídos ou reformados para os megaeventos.”

Aprovado no dia 1° de Janeiro de 2009 (quem estava lá pra ver?), o decreto n° 30.379 é outra afronta ao estado de direito. Seu artigos 4°, 5° e 6° simplesmente cedem todas as áreas de propaganda para o COI fazer o que bem entender, inclusive revendê-las. Inclui-se nessas áreas os letreiros de ônibus e táxis.

O mesmo decreto anuncia que vem repressão por aí. Em tom excessivamente enérgico para um texto jurídico, o artigo 7° deixa claro que “não será tolerada a atividade de comércio ambulante em áreas de interesse para a realização dos Jogos Rio 2016”.

Por fim, Vainer destacou que a Lei Geral da Copa está tentando reestabelecer o consumo de álcool nos estádios. Será que os torcedores, depois de 8 anos com a lei seca do estatuto do torcedor, aprenderam a beber com moderação nos estádios? Será que a bebida não é mais a responsável pelas brigas nos estádios? Pode ser… Mas que a Budweiser, maior vendedora de cervejas nos EUA, patrocina a FIFA, isso ninguém pode negar. Veja abaixo lista de patrocinadores da FIFA e do COI.

Governos endividados, população pobre removida da cidade, leis especiais. Os megaeventos estão gerando uma cidade de exceção, onde camelôs, sem-teto, população pobre e trabalhadores informais não têm vez. Serão varridos para fora da cidade, assim como lixo para debaixo do tapete.

Só faltava essa

Agora a Fifa pretende dificultar a vida dos bares e restaurantes que pretendem exibir, em televisões ou telões, os jogos da Copa do Mundo deste ano. Parece piada de mau gosto, mas é verdade. Os botecos que quiserem deixar a TV ligada em dia de jogo da Copa vão ter que pedir uma autorização formal para a entidade que organiza o torneio.

Não só isso: além da Fifa, a Rede Globo terá que autorizar o estabelecimento obedecendo a critérios subjetivos que só a Vênus Platinada entende. Quem descumprir a vontade dos safados poderá ser multado e até processado. Duvida? Clique aqui então.

É evidente que o troço é ilegal, inconstitucional e não vai dar em nada. Pelo menos não quero crer que a Fifa tenha mais poder que a Constituição Brasileira. Mas fiquemos de olhos bem abertos. A tendência daqui pra frente será esta: a proibição das coisas mais simples da vida, como ver uma partida de futebol no boteco da esquina.

[Leia outras em botequimdobruno.blogspot.com]