Por Gustavo Garcia, Marcela Mattos e Sara Resende, g1 e TV Globo
Para senador Renan Calheiros, presidente agiu ‘como um missionário enlouquecido, para matar o próprio povo’. G1 procurou Palácio do Planalto e aguardava resposta.
No último discurso que realizou na condição de relator da CPI da Covid, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) chamou na noite desta terça-feira (26) o presidente Jair Bolsonaro de “despreparado”, “desonesto”, “caviloso” (falso, fingido), “arrogante”, “autoritário”, “homicida”, entre outras adjetivações.
O g1 perguntou à assessoria de Bolsonaro se pretendia se manifestar e aguardava resposta até a última atualização desta reportagem.
Renan Calheiros fez o discurso pouco antes da votação que aprovou por 7 votos a 4 o relatório final da comissão, que acusa Bolsonaro de nove crimes e pede 80 indiciamentos.
Adversário político de Bolsonaro, o senador disse que o governo “sabotou a ciência” e que o presidente agiu como um “missionário enlouquecido para matar o próprio povo”. Segundo ele, as “atrocidades cometidas por esse governo” não serão esquecidas.
O relator da CPI também chamou Bolsonaro de “homicida”, que cultua “carniceiros”, como ditadores latino-americanos e o coronel Brilhante Ustra, apontado como torturador durante a ditadura militar brasileira, e “está ao lado deles”.
“Este relator está sobejamente convencido de que há um homicida homiziado no Palácio do Planalto. Sua trajetória é marcada pela pulsão da morte, pelo desejo de exterminar adversários, de armar a população e cultuar carniceiros assassinos como Brilhante Ustra, Augusto Pinochet, Strossner, Alfredo Strossner, Adolf Hitler e outros infames que completam a galeria tenebrosa de facínoras da humanidade. Bolsonaro está ao lado deles”, afirmou.
Renan Calheiros disse ainda que a CPI cobrará “todas as punições” indicadas no relatório final.
“Nós não esqueceremos. O Brasil é o sétimo país na relação habitantes-percentual de mortes, com 2,819 óbitos por milhão de habitantes.”
No discurso final, o relator também declarou que os integrantes da CPI enfrentaram “as bestas-feras que rugiram, ameaçaram e tentaram intimidar” a comissão, “sem sucesso”.
“Eliminamos a agenda da morte repondo a verdade. O maior mérito dessa CPI foi existir, funcionar e iluminar as catacumbas da inoperância, da má-fé, da desonestidade e da morte. Os responsáveis estão apontados, seus crimes fartamente descritos e tipificados. É preciso a responsabilização penal”, disse o emedebista.
“Passamos aqui mais de 400 horas de reunião defendendo vidas. Essa CPI é histórica e jamais será esquecida”, concluiu Renan Calheiros.
Acusação deve constar do relatório do senador Renan Calheiros (MDB-AL)
A CPI da Covid pretende responsabilizar Jair Bolsonaro por crimes contra a humanidade, levando seu caso para o Tribunal Penal Internacional em Haia, na Holanda. “Integrantes da CPI da Covid se articulam para que uma cópia do relatório final da investigação parlamentar seja enviada ao TPI (Tribunal Penal Internacional), em Haia, na Holanda. Pretendem atribuir ao presidente Jair Bolsonaro condutas que, na avaliação deles, configuram crime contra a humanidade, um tipo penal avaliado pela Justiça internacional”, informa o jornalista Marcelo Rocha, em reportagem publicada na Folha.
“A insistência em tratamentos sem eficácia (o que contribuiu para o elevado número de vítimas da pandemia, mais de 600 mil), o atraso na vacinação e a desassistência aos povos indígenas são algumas das acusações. Levada adiante, avaliam senadores, a estratégia de acionar o TPI tem potencial para ampliar o desgaste à imagem de Bolsonaro no mundo, ainda que não produza resultados jurídicos”, diz ainda o jornalista.
Temos denunciado desde estas páginas a minuciosa e perversa tarefa de desmonte da cidadania, de quebra da coesão social, anunciada e executada desde que Aécio Neves anunciou em 2013, que iriam tirar o PT do governo. O golpe foi dado em 2016, eleições viciadas em 2018, e agora o que está aí. Um genocídio em andamento.
No entanto, a cidadania continua a resistir. Ações envolvendo movimentos e entidades de base, preservando a vida, a saúde, a educação, a arte e a cultura. Dentre estas ações cidadãs de caráter humanitário, destacamos a Terapia Comunitária Integrativa.
A TCI on line ganhou forte impulso, expansão e enraizamento como uma prática afirmativa dos Direitos Humanos. Na TCI os DDHH são praticados, não apregoados. As pessoas são tratadas como tais, independentemente da sua etnia, nível socioeconômico, orientação sexual, religião, etc.
Aqui se reforça a autoestima, se constroem vínculos solidários positivos, se potenciam a fé e a esperança ativas, como motores da sustentação da vida ameaçada pelos sistemas opressivos e excludentes.
Não doutrinamos ninguém, não damos conselhos nem pretendemos dizer como a pessoa deva agir. Apenas potenciamos a força resiliente, reativamos a memória, reforçamos coletivamente o direito da pessoa ser quem ela é, do seu jeito único e singular.
Desta maneira, reconstruímos interiormente e comunitariamente, aquilo que vêm sendo destruído de cima para baixo. A libertação consiste exatamente nisto, que juntos e juntas podemos resistir e resistimos. Não pode ser destruído um povo consciente e ativo. Mais além das instituições, e também no meio delas, age uma força invencível.
Os valores constitutivos da pessoa e da coletividade mostram sua efetividade. Os direitos laborais também são redimidos por esta prática libertadora: o voluntariado assume a dimensão de uma ação comunitária em prol do bem comum e da justiça. Além do salário monetário, precisamos do salário afetivo.
Convidamos nossas leitoras e leitores a nos fazerem chegar os seus relatos de experiência. Vamos fortalecer este mutirão pela vida e a saúde!
Pela quarta vez em menos de dois meses, a população foi às ruas em centenas de cidades no Brasil e no mundo em protesto contra o governo Jair Bolsonaro, pela aceleração do programa de vacinação e em defesa da democracia.
De acordo com o estimativa dos organizadores dos atos, as manifestações reuniram cerca de 600 mil em 509 protestos realizados no Brasil e no exterior, sendo pelo menos 12 capitais estaduais e em Brasília (DF).
Além das principais bandeiras de reivindicação – defesa da democracia e das eleições, contra a propina da vacina e a favor da aceleração da vacinação em todo o país -, mais uma vez estiveram presentes as homenagens aos mais de 540 mil mortos vítimas da covid no Brasil.
A Campanha #ForaBolsonaro, organizada por uma série de entidades da socidade civil e agremiações políticas, ganhou mais capilaridade, evidenciada pelo aumento das cidades em que ocorreram as manifestações, mantendo a mobilização que teve início com o primeiro ato, em 29 de maio deste ano.
Em São Paulo, milhares de manifestantes fecharam a avenida Paulista nos dois sentidos. Os manifestantes começaram a se reunir na altura do Masp, no meio da avenida, por volta das 15h. Por volta das 16h, já ocupavam as duas faixas da avenida até a rua da Consolação, de onde seguiram em direção à praça Roosevelt, no centro da cidade. Até as 19h45, não havia registro de incidentes.
O ato contou com a participação dos ex-candidatos à presidência Fernando Haddad (PT) e Guilherme Boulos (PSOL), que discursaram em carros de som. O vereador Eduardo Suplicy (PT-SP), de 80 anos, também marcou presença, em seu primeiro protesto desde o início do surto de coronavírus.
No Rio de Janeiro, o ato teve início às 10h, com concentração no Monumento Zumbi dos Palmares, na Avenida Presidente Vargas, e percorreu os quase quatro quilômetros da via, que é uma das principais da cidade, até a Igreja da Candelária. Segundo as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, a manifestação reuniu 75 mil pessoas.
“Não nos movimentamos sob ameaça. O Congresso Nacional é um poder da República brasileira e vai derrotar o voto impresso, porque o voto impresso não é o voto que o Brasil quer, a urna eletrônica é auditável. Bolsonaro quer deslegitimar as eleições. Vamos fazer a luta política avançar, ela vai avançar nas ruas, no Congresso. Lugar de militar da ativa é no quartel, é nas tropas, não é no governo”, disse Jandira.
No Rio Grande do Sul, o dia ensolarado de inverno fez com que cerca de 100 mil gaúchos – segundo os organizadores – fossem às ruas demonstrar seu descontentamento com o governo federal em mais de 60 cidades.
Os manifestantes também lembraram a ameaça do governo Bolsonaro às eleições de 2022, pontuando o desejo do presidente e de alguns dos seus ministros pela volta do voto impresso. Como o caso do ministro da Defesa, general Walter Braga Netto, que teria condicionado as próximas eleições à aprovação no Legislativo do voto impresso.
Durante as caminhadas, tanto no Interior quanto na Região Metropolitana de Porto Alegre e na capital, muitas pessoas nos comércios, nas calçadas e nas janelas dos prédios manifestaram apoio às manifestações.
Em Pernambuco os atos ocorreram do sertão ao litoral, incluindo as cidades de Caruaru, Garanhuns, Recife, Palmares, Petrolândia, Petrolina, São José do Egito e Serra Talhada.
Na capital Recife, o ato que contou com a presença de cerca de 30 mil manifestantes, segundo as organizações, teve concentração na Praça do Derby com início às 10h. Às 11h, os manifestantes saíram em caminhada pela Avenida Conde da Boa Vista em direção à Avenida Guararapes.
Já em Fortaleza, capital do Ceará, a manifestação também teve início às 15h na Praça Portugal, no bairro Aldeota. Do local, ela seguiu em direção ao Centro Dragão do mar de Arte e Cultura, no bairro Praia de Iracema. Ao ver a manifestação passar em frente a sua casa, a nutricionista Luiza Teixeira, aproveitou para sair também em apoio ao ato, em uma postura de adesão natural às manifestações que se viu ocorrer em todo país.
Em entrevista ao Brasil de Fato, ela observou que “temos que manifestar nossa opinião porque já são quase 600 mil pessoas mortas por conta dessa pandemia e por conta da negligência desse desgoverno. E eu acho que a gente precisa tirar ele o quanto antes do nosso país porque vai acabar com tudo.”
E concluiu: “Ele está acabando com a nossa saúde, com a nossa existência. Então é importante fazermos isso hoje (o ato) porque é uma forma de mostrarmos nossa indignação”.
Em Brasília, os manifestantes se reuniram no Museu Nacional. “Estamos deixando neste protesto as marcas da liberdade, da democracia. Fora Bolsonaro, o seu lugar é na cadeia. É esse movimento que segue em frente em nome de Marielle, em nome da rainha Tereza de Benguela, em nome de Zumbi, de Dandara, de Margarida Alves e Chico Mendes que vai arrancar a faixa presidencial que está no peito estufado do fascista”, discursou a deputada federal Erika Kokay (PT-DF) durante o ato.
Em Blumenau (SC), uma faixa resumiu o espírito de quem foi às ruas: “Não tire a máscara. Tire o presidente”
Atos pelo mundo
Cidades como Bruxelas, Tóquio, Berlim, Paris, Viena, Londres, Zurique, Freiburg, entre outras, registram manifestações pelo impeachment do presidente. São ao menos 35 cidades no exterior, em 15 países. Nas redes sociais, a hashtag #24JForaBolsonaro figuraram entre as mais comentadas, com engajamento internacional, desde as primeiras horas da manhã deste sábado.
“É positivo que setores da direita democrática se incorporem às manifestações”, diz Frente Brasil Popular. Para deputado do Psol, “importante é uma grande manifestação contra o bolsonarismo”
As manifestações do #24J nas ruas do país no próximo sábado pelo impeachment de Bolsonaro tiveram confirmados, até ontem (21) à noite, 294 atos em 285 cidades de 15 países. Entres os organizadores, estão as frentes Brasil Popular e Povo sem Medo, que, juntas, agregam mais de um centena de organizações sociais. A Campanha Nacional Fora Bolsonaro, criada em junho de 2020, reúne ainda as centrais sindicais e diversos partidos, como PT, PSB, PDT, Psol, PCdoB, PSTU, PCB, PCO e UP.
Além disso, algumas das principais lideranças dessas agremiações e entidades tratam como positiva a adesão aos protestos de representantes de espectros políticos para além da esquerda. “A urgência é remover o atual presidente da República e estancar a destruição que seu governo promove no país”, avaliam pessoas ouvidas pela RBA. Auxílio emergencial de R$ 600 e vacina contra a covid-19 para toda a população são bandeiras do #24J.
“Avalio como positivo que setores da direita democrática se incorporem às manifestações. Seja motivados pelos crimes de responsabilidade e contra democracia, seja pela sabotagem do governo Bolsonaro ao combate à covid”, diz Raimundo Bonfim, coordenador nacional da Central de Movimentos Populares (CMP) e da Frente Brasil Popular. “Se a esquerda saiu na frente, cabe à direita também entrar. As ruas são democráticas”, acrescenta.
Na opinião do deputado federal Ivan Valente (Psol-SP), o mais importante na atual conjuntura é “fazer uma grande manifestação contra o bolsonarismo”. Para ele, se a hegemonia da organização e mobilização é da esquerda, e mesmo que os partidos conservadores, enquanto instituições, não se manifestem oficialmente, serão bem-vindas as pessoas individualmente, figuras públicas, cidadãos e cidadãs, independentemente das cores partidárias. “Não tem problema nenhum. Quanto mais amplo, melhor”, afirma.
“Quem quiser somar, deve ir”
“O PSDB, por exemplo, tem baixa capacidade de mobilização. As grandes figuras não estão indo mesmo. Claro que o PSDB esteve envolvido no golpe institucional de 2018. Mas agora o principal é se chegar ao impeachment de Bolsonaro ou a sua derrocada. Quem quiser somar nessa direção, deve ir ao ato”, pondera o parlamentar do Psol. “Não tem sentido querer fazer um ato só do campo de esquerdas. E quem não quer impeachment de Bolsonaro não vai estar lá mesmo.”
Na opinião de Bonfim, embora a presença de figuras da esquerda à direita democrática seja positiva para somar forças contra o mal maior, ainda é “muito tímida” a disposição do PSDB. Em 3 de julho, filiados do partido na cidade de São Paulo participaram das manifestações. Na ocasião, o presidente do diretório municipal, Fernando Alfredo, afirmou que os tucanos foram à rua “para pedir o impeachment do Bolsonaro”.
Alfredo se coloca como oposição ao presidente. O PSDB tem 33 deputados federais e até o momento nenhum deles, a não ser, ironicamente, Alexandre Frota (SP), se posicionou a favor do impeachment, como fez até mesmo o partido Novo, do ex-banqueiro João Amoêdo. “O PSDB tampouco sinaliza nesse sentido”, constata o coordenador da CMP.
Outras manifestações
A deputada estadual do PSDB Maria Lúcia Amary, parlamentar na Assembleia Legislativa de São Paulo desde 2003, diz preferir não se manifestar sobre apoiar impeachment e o “fora Bolsonaro”, já que o partido e a direção nacional ainda não discutiram a questão. “Uma decisão como essa entendo que tem que ser partidária, das executivas nacional e estadual, no meu caso, e dos deputados federais e estaduais”, diz.
Já o Movimento Brasil Livre (MBL), do deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP), promoverá manifestações contra Bolsonaro em 12 de setembro. “A gente considera que são inaceitáveis as inúmeras traições e sabotagens que o presidente da República tem feito desde sua eleição”, declarou. Essas manifestações são convocadas separadamente também por outras agremiações de direita, como o Vem Pra Rua. Isso porque, segundo alegam, querem evitar conflitos como os episódios isolados envolvendo militantes do PCO e do PSDB, no protesto realizado no dia 3.
Em nota intitulada “Em Defesa da Vida e da Democracia”, a organização “Bloco Democrático”, que reúne inúmeros partidos e entidades, afirma que #24J é “dia de unir o país em defesa da democracia, da vida dos brasileiros e do Fora Bolsonaro”.
Líderes da esquerda e da direita já chegaram a se entender em torno do superpedido de impeachment apresentado à Câmara dos Deputados no último dia 30. A ação assinada por mais de 40 pessoas, das centrais sindicais e movimentos sociais, passando por parlamentares da oposição e de direita. A peça foi elaborada por advogados como Mauro Menezes, que já relatou alguns dos mais de 100 pedidos de impeachment de Bolsonaro, juristas do grupo Prerrogativas, da Associação Juristas pela Democracia (AJD) e Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD). Estão representados no superpedido de impeachment de Bolsonaro PT, PDT, PSB, PC do B, Psol, Coalizão Negra por Direitos, UNE, MBL e ex-aliados bolsonaristas Alexandre Frota (PSDB-SP), Joice Hasselmann (sem partido-SP) e Kim Kataguiri.
Leia a nota
“BLOCO DEMOCRÁTICO – Em Defesa da Vida e da Democracia.
24 de Julho – #24J – Dia de unir o país em defesa da democracia, da vida dos brasileiros e do Fora Bolsonaro
O Brasil vive uma das maiores tragédias da sua história, com a perda de 540 mil vidas para a pandemia do Covid 19. Nesse difícil momento, a ação do governo federal tem sido marcada de maneira criminosa pela irresponsabilidade e descaso com a defesa da vida do nosso povo, atacando a ciência e sabotando a vacinação, usando o momento de dor e perda por que passamos como uma oportunidade para ações corruptas, reveladas pela CPI da pandemia.
Ao mesmo tempo em que sabota todos os esforços da sociedade para vencer o coronavírus, Bolsonaro ataca diariamente o regime democrático brasileiro e busca, inequivocamente, as condições para a imposição de um regime autoritário que destrua as instituições republicanas para acabar com as liberdades democráticas.
Não é a primeira vez que o Brasil enfrenta essa ameaça. Já assistimos a esse filme e sabemos o caminho para derrotar o arbítrio. É hora de unir os brasileiros, independente de colorações partidárias e ideológicas, na defesa intransigente da democracia. É preciso, ainda, apoiar as demandas sociais pelo auxílio emergencial de $600, vacina para todos já, contra a carestia e política ativa de geração de empregos de qualidade.
Por isso convidamos a todos para vir à Avenida Paulista, no dia 24 de julho. Estaremos com as nossas bandeiras do Brasil, em frente ao Conjunto Nacional, a partir das 15 horas.
Assinam o texto
Acredito,
Agora,
Central de Sindicatos Brasileiros (CSB)
Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB)
Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB)
Confederação das Mulheres do Brasil (CMB),
Derrubando Muros,
Federação das Mulheres Paulistas – FMP,
Federação dos Bancários de São Paulo,
Força Sindical,
Juventude Pátria Livre (JPL),
Juventude Socialista do PDT de São Paulo (JS),
Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST),
Pública Central do Servidor,
União Geral dos Trabalhadores (UGT),
União da Juventude Socialista (UJS),
União Municipal de Estudantes Secundaristas (UMES),
União Nacional dos Estudantes (UNE),
Cidadania,
PV,
PCdoB,
PDT,
PSB,
PSDB,
Rede Sustentabilidade,
Solidariedade
Confira os atos marcados no #24J
Região Norte
AP – Macapá – Praça da Bandeira | 16h
PA – Altamira – Em frente Celpa/Equatorial | 8h
PA – Belém – Praça da República | 8h
PA – Santarém – Praça São Sebastião | 16h
PA – Bragança – Praça da Bandeira | 8h
RO – Guajará-Mirim – Parque Circuito | 9h
RO – Ji-Paraná – Casa do Papai Noel | 8h30
RO – Porto Velho – Praça do CEU da zona leste, rua Antônio Fraga Moreira, 8250 | 8h30
RO – Porto Velho – Campo Florestão na Av. Jatuarana | 16h
Centenas de manifestantes ligados a movimentos populares urbanos ocuparam nesta sexta-feira (16) as ruas de cidades das cinco regiões do país.
A Jornada de Lutas demandou mais agilidade na vacinação contra a covid-19, auxílio emergencial de no mínimo R$ 600 e a conclusão de projetos habitacionais que garantam moradia para a população trabalhadora.
Em unidade com os atos massivos que emparedam o governo federal, a Jornada de Lutas manteve as bandeiras “Vacina no Braço, Comida no Prato e Fora Bolsonaro”, acrescentando mais uma palavra de ordem: “Moradia Popular”.
Déficit habitacional
Durante os atos, foi enviada ao Governo Federal uma carta elencando as pautas e reivindicações das organizações populares.
“Segundo dados oficiais, faltam 5,87 milhões de moradias no Brasil, sendo que 75% dessas famílias têm renda inferior a 2 salários mínimos. Não há política habitacional para essas famílias”, afirma o documento. Leia a versão completa aqui.
Entre os movimentos que articularam a ação estão a Central dos Movimentos Populares, a Confederação Nacional das Associações de Moradores (Conam), o Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas, o Movimento Nacional de Luta pela Moradia, o Movimento de Trabalhadores e Trabalhadoras por Direitos e a União Nacional por Moradia Popular.
Veja os principais protestos
Em Recife (PE), centenas de manifestantes bloquearam os dois sentidos da BR-101, na região oeste da cidade:
Divulgação
Em Belo Horizonte (MG), a mobilização foi realizada em frente à Assembleia Legislativa de Minas Gerais. O protesto foi contra a privatização da Companhia Estadual de Habitação e por mais participação popular nas políticas urbanas e habitacionais:
Em Natal (RN), a passeata ocupou as ruas do bairro do Alecrim, foi até o centro da cidade e terminou na Praça dos Três Poderes. Manifestantes denunciaram a remoção de moradores realizada pela Prefeitura:
“Quando começamos esse movimento, colocamos pilares extremamente atuais e necessários ainda hoje. Passou-se mais de um ano, e seguimos nesse trabalho de muita união”, ressaltou Gulnar Azevedo e Silva, presidente da Abrasco na abertura de uma Ágora Abrasco especial, dedicada a avaliar a construção da Frente Pela Vida e seus futuros desafios. A atividade foi realizada em 7 de julho e reuniu dirigentes da atual gestão da Abrasco, candidatos à nova diretoria e diretores e militantes de entidades integrantes e entusiastas da Frente.
“[A Frente] Foi um movimento que permitiu agregar muitas entidades da sociedade civil, todas em torno da luta pela vida”, disse ressaltando o papel cumprido pelo “Plano Nacional de Enfrentamento da Pandemia de Covid-19“, redigido pelas entidades da Saúde ligadas à Frente. Lançado em julho de 2020, o PEP-Covid-19 foi apresentado a todos os poderes da República e à sociedade civil, servindo de referência para ações de diversas prefeituras e serviços de saúde.
Clemente Ganz, representante do Fórum das Centrais Sindicaisdestacou que, no atual momento da conjuntura nacional, a sociedade civil foi convocada a se posicionar energicamente e promover acordos entre seus diferentes segmentos dentro do debate público. “É fundamental que tenhamos nossa cultura política constituída por essas redes, articulações, frentes, fóruns e movimentos que, assim como a Frente Pela Vida, procuram agregar, tanto pela resistência como pela ação propositiva e qualificada”, definiu o sociólogo.
A área da educação foi representada por Geovana Lunardi Mendes. “Nunca havíamos passado por essa situação de um sistema educacional mundial fechado do dia para noite. Depois do primeiro imobilismo, foram as pessoas da saúde que nos chamaram para pensar em respostas”, apontou a presidente da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped), ressaltando a parceria estabelecida entre os campos da saúde e educação, com a publicação do “Manifesto Ocupar Escolas, Proteger Pessoas e Valorizar a Educação“, em outubro e novembro de 2020; e a entrada da área da Assistência Social, consolidada no documento “Saúde, Educação e Assistência Social em defesa da Vida e da Democracia”, lançado em abril de 2021.
O controle social também destacou a importância da iniciativa diante do cenário de imobilismo e negacionismo. “Se não tivéssemos a Frente Pela Vida seria bem mais difícil. Essa iniciativa foi fundamental, um espaço para atuação da socidade civil do Conselho”, ressalta Fernando Pigatto, presidente do Conselho Nacional de Saúde”, disse Fernando Pigatto, presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS).
Após as explanações, o debate contou com as participações de militantes e dirigentes das entidades que compõem a Frente, e parceiros entusiastas, como Nésio Fernandes de Medeiros, representante do Conass; Tulio Franco, coordenador da Rede Unida; Erika Aragão, presidente da Associação Brasileira de Economia da Saúde (ABrES); Ronald dos Santos, diretor da Federação Nacional dos Farmacêuticos (Fenafar); Lúcia Souto, presidente do Cebes; Dirceu Grecco, presidente da Sociedade Brasileira de Bioética (SBB); Denise Herdy, representante da Associação Brasileira de Educação Médica (Abem) Ensino da Medicina (Abem); Ricardo Heizelman, representante da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) e Lígia Giovanella, coordenadora da Rede APS.
Não posso deixar de expressar a minha mais enérgica indignação diante do quadro de total incompetência (para dizer o menos) do atual governo nacional no combate à pandemia.
Não houve uma campanha de vacinação, mas, ao contrário, um encorajamento a não seguir com as normas elementares de cuidados em saúde que poderiam ter evitado muitas mortes.
Num quadro de institucionalidade republicana isto não poderia acontecer. É dever do estado zelar pelo cuidado da população.
O estado viciado pelo patrimonialismo, pelo privatismo e pela total ausência de cumprimento dos compromissos em matéria de Direitos Humanos, mostra a que veio.
Veio para matar de diversas maneiras. Física, moral, culturalmente. Ataques à educação, à ciência, à diversidade. Agressões contínuas a mulheres, LGBTQI+. Este é o Brasil que não queremos.
Junto a minha voz à de entidades e movimentos que hoje exigem a destituição de quem se encontra no cargo de presidente da República.
Deve existir alguma medida que garanta que não se repita o atual quadro de irresponsabilidade e descuido da coisa pública neste país. Uma mínima exigência de qualificação para os cargos públicos.
Uma demonstração de que a pessoa têm capacidade e vocação de serviço, e não de se servir do público. Está tudo virado. Os imorais nos têm acuado.
Em qualquer profissão existem requisitos mínimos para que a pessoa possa se desempenhar no exercício. Como é que no serviço público, no poder público, isto não existe?
Lembro de um triste ex-presidente que enchia a boca a falar de meritocracia. Méritos são coisa que se demonstra com ações, trabalho, atividade construtiva e produtiva.
Não basta alguém se dizer competente. Esse ex-presidente, FHC, hoje parece arrependido de ter apoiado o processo de quebra da ordem institucional que conduziu à atual mortandade.
Tem que provar, não basta falar! É tempo de ação. Vamos recuperar o Brasil para a cidadania.
Doutor em sociologia (USP). Terapeuta Comunitário. Escritor. Membro do MISC-PB Movimento Integrado de Saúde Comunitária da Paraíba. Autor de “Max Weber: ciência e valores” (São Paulo: Cortez Editora, 2001. Publicado em espanhol pela Editora Homo Sapiens. Buenos Aires, 2005), Mosaico (João Pessoa: Editora da UFPB, 2003), Resurrección, (2009). Vários dos meus livros estão disponíveis on line gratuitamente: https://consciencia.net/mis-libros-on-line-meus-livros/
As manifestações nas principais capitais (confira abaixo quadro de atividades confirmadas) fazem a defesa do controle público dos Correios. Assim, vários atos como em Brasília, às 10h, se concentram diante de unidades da empresa. As manifestações criticam ainda a “reforma” administrativa prevista na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 32. E se apresentam como uma quarta jornada nacional pelo “Fora Bolsonaro”, uma espécie de “esquenta” para o próximo 24 de julho, o #24J.
Movimentos populares, organizações antifascistas e movimentos do povo negro, feministas, LGBTQIA+, estudantes e sindicatos participam da convocação. Quem mantêm também as bandeiras levantadas nas manifestações de 29 de maio, 19 de junho e 3 de julho, como mais agilidade na vacinação contra a covid-19, auxílio emergencial de R$ 600 até o fim da pandemia e respeito aos direitos dos povos indígenas.
Pesquisa Datafolha, divulgada neste sábado (10), mostrou que, pela primeira vez desde abril de 2020, a maioria da população se diz a favor da abertura do processo de impeachment de Bolsonaro. De acordo com o instituto, entre 2.074 entrevistados, ao menos 54% disseram ser a favor da ação, ante 42% que responderam ser contrários. Ao todo, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), tem 125 pedidos de destituição do presidente parados na Mesa Diretora da Casa.
#LiberdadeParaMatheus
Na pauta de reivindicações, os movimentos populares também pedem a liberdade de Matheus Machado Xavier, de 25 anos, preso há uma semana desde a manifestação de 3 de julho, em São Paulo. O jovem foi acusado de ter furtado o capacete de um segurança privado da concessionária da ViaQuatro, linha 4-Amarela do Metrô, durante um confronto entre seguranças e manifestantes na noite do protesto, na estação Higienópolis-Mackenzie. De acordo com informações da Ponte Jornalismo, em depoimento, Matheus, que trabalha como tatuador, disse que passava pelo local e pegou o capacete no chão.
Vídeos que circulam pelas redes sociais mostram que um dos segurança perdeu o capacete após tropeçar em frente à estação. Para Matheus, a versão de furto foi combinada pelo segurança com policiais militares. Os movimentos populares também acusam “perseguição política” contra o tatuador.
Segurança
A organização deste #13J também reforça as medidas de precaução para evitar os riscos de contaminação pela covid-19 nos atos presenciais. A orientação é usar máscara o tempo todo (PFF2, de preferência), guardar distância mínima de 1,5 metro dos outros manifestantes e usar álcool em gel 70º nos atos. “Das ruas não sairemos enquanto esse governo genocida de Bolsonaro não cair”, reforça a articulação.
Confira a lista completa dos atos neste #13J
Sudeste
São Paulo – Teatro Municipal | 17h
Instituto Federal de São Paulo | 12h
Campinas – Catedral Metropolitana | 17h
São Vicente – Praça dos Correios | 17h
Sorocaba – Centro | 16h
Belo Horizonte – Praça Afonso Arinos, às 17h
Itaúna – Praça da Matriz | 18h
Itabira – Praça Acrísio Alvarenga | 18h
Juiz de Fora – Correios | 8h30
Montes Claros – Praça do Maracanã | 9h
Ouro Branco – Praça Santa Cruz | 15h30
Poços de Caldas – Praça Pedro Sanches | 17h
Ribeirão das Neves – Praça de Justinópolis | 17h30
Uberaba – Praça Henrique Kruger (Av. Fidelis Reis) | 17h
Uberlândia – Agência dos Correios (Av. Getúlio Vargas) | 11h30
Rio de Janeiro – Candelária | 17h
Hospital Universitário da UFRJ | 7h
Ato da educação em frente à prefeitura | 10h
Petrópolis em frente a sede do Correios, Centro | 16h
Cabo Frio – Jardim Esperança, 17h
Niterói – Hospital Universitário da UFF | 7h.
Vitória – Praça Costa Pereira, às 10h
Nordeste
Maceió – Centro em Frente ao antigo Produban |15h.
Fortaleza – 15h30 – Praça da Bandeira
Crato – Agência dos Correios | 8h
Juazeiro do Norte- Agência dos Correios, Centro | 8h
João Pessoa – Praça Cristo Rei, Mangabeira | 9h
Cajazeiras – Prefeitura | 9h
Campina Grande – Praça da Bandeira | 9h
Patos – Correios, 17h
Caruaru – Março Zero | 16h
Garanhuns – Colunata | 15h
Teresina – Av. Serafim com Frei Rosa | 17h
Natal – Praça do Relógio – Alecrim | 14h30
Aracaju – Calçadão João Pessoa | 16h.
Norte
Belém – Escadinha da Doca | 17h
Santarém – Praça São Sebastião | 17h
Sul
Curitiba – Praça Santo André | 18h
Cascavel, Catedral | 17h
Maringá – Praça da Prefeitura |18h
Porto Alegre – Prefeitura | 18h
Passo Fundo – Praça do Teixeirinha |18h30
Pelotas – Mercado Público | 17h
Guaíba – Largo José Cláudio Machado | 17h
Florianópolis – Catedral, às 17h
Centro-Oeste
Brasília – Edifício sede dos Correios |10h
Rodoviária Plano Piloto | 16h
Goiânia – Praça do Bandeirante | 16h
Cuiabá – Praça da República | 12h
No exterior
Espanha
Madrid – Plaza Arturo Barea, Lavapiés |19h30
Leia a carta na íntegra:
“Com avaliação positiva das manifestações, Campanha Fora Bolsonaro reafirma a convocação de atos no 24 de julho
As manifestações por ‘Fora Bolsonaro’ realizadas em 29 de maio, 19 de junho e 3 de julho marcaram a retomada dos atos de massa no Brasil e uma nova etapa da Campanha Fora Bolsonaro, iniciada em 2020. São uma emergência necessária, mesmo em meio a pandemia, diante de um governo criminoso que ataca a democracia, a soberania, os direitos e promove a morte e a destruição do país.
A força e a capilaridade dos atos, realizados em mais de 400 cidades e que reuniram centenas de milhares de pessoas, mostram a sintonia do chamado às ruas da Campanha Fora Bolsonaro com o luto e a indignação crescente do povo brasileiro.
Assim como nas ruas, nas redes sociais a indignação contra o governo Bolsonaro é cada vez mais frequente. A comunicação vem sendo um local de luta importante e de denúncia dos casos de corrupção da vacina, do descaso com os mais de 523 mil mortos. Desde o 29 de maio, além de auxiliar na mobilização, é o espaço onde tem reverberado e ampliado o posicionamento político de artistas, personalidades e influenciadores.
Alicerçamos a luta das frentes, movimentos populares, centrais sindicais, partidos políticos, organizações da sociedade civil e coletivos militantes em torno de bandeiras unitárias. Lutamos pelo impeachment de Jair Bolsonaro e pelas necessidades mais urgentes da população como a vacinação para todas as pessoas e o auxílio emergencial de R$600 até o fim da pandemia para enfrentar a fome e alta nos preços. Expressamos essa unidade na palavra de ordem “vacina no braço e comida no prato”.
Na experiência concreta das manifestações nos encontramos com a força da luta dos movimentos negros, das mulheres, dos jovens, dos LGBTI+ e dos povos indígenas contra o racismo, o machismo, a violência e a exclusão. Gritamos por nossas vidas e contra a morte: “nem bala, nem fome, nem covid”. Também vimos a unidade de movimentos populares e sindicais na defesa da soberania nacional e dos serviços públicos, manifesto nas lutas contra as privatizações, o teto de gastos, a Reforma Administrativa (PEC 32) e o desemprego.
Reafirmamos, mais uma vez, as bandeiras de unidade que sustentam nossa campanha e o objetivo de congregar todos aqueles que estão unidos pelo Fora Bolsonaro. Seguiremos pressionando o Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP/AL), para que cumpra seu dever e abra o processo de impeachment. Todos são bem-vindos nas manifestações. As diferenças políticas, ideológicas e programáticas entre os diversos atores desta ampla unidade de ação continuam existindo, mas não são obstáculo à nossa unidade nas ruas pelo objetivo imediato comum a todos: retirar o genocida da presidência da república.
Nossos atos são pacíficos. Repudiamos quaisquer provocações ou ações violentas que atentem contra a segurança dos manifestantes e das manifestantes ou deem margem à criminalização de nossa mobilização.
Renovamos, por fim, a convocatória a todo o povo brasileiro para estar conosco mais uma vez nas ruas por Fora Bolsonaro no dia 24 de julho em manifestações abertas, unitárias e seguras, respeitando as orientações sanitárias e toda nossa diversidade.