Arquivo da categoria: Memória & Consciência

1964 ou 2016?

Duas citações. A primeira:

“A crise que se manifesta no país foi provocada pela minoria de privilegiados que vive de olhos voltados para o passado e teme enfrentar o luminoso futuro que se abrirá à democracia pela integração de milhões (…) à vida econômica, social e política, libertando-os da penúria e da ignorância.

(…) O momento é de calma e determinação para fazer face ao clima de intrigas e envenenamento que grupos poderosos procuram criar contra o governo (…). Na crise [anterior], os mesmos fariseus que hoje exibem falso zelo pela Constituição queriam rasgá-la e enterrá-la. (…) Reconheço que há muitos iludidos de boa fé. Venho adverti-los de que estão sendo manipulados.

(…) os interesses econômicos, os grandes grupos nacionais e internacionais não têm competência para julgar o presidente da República.

(…) Com fé em Deus e confiança no povo, quero afirmar nesta noite que, em nome da disciplina, se estão praticando as maiores indisciplinas, que não admitirei que a desordem seja praticada em nome da ordem (…) Não admitirei o golpe dos reacionários. O golpe que desejamos é o das reformas de base.”

A segunda:

“Nunca tive o apoio das forças políticas (…) durante o meu governo. Só tive dificuldades. Se agora me livro dos que me cercam, equivale a um suicídio.”

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Primeira citação: João Goulart, discurso em março de 1964 no Automóvel Clube, no Rio de Janeiro.

Segunda citação: João Goulart, às 23h30 do dia 31 de março de 1964, em conversa com o general Amaury Kruel, sem compadre, padrinho de batismo de seu filho João Vicente.

(Ambos estão em: CHAGAS, Carlos. ‘O Brasil sem retoque – 1808-1964: a História contada por jornais e jornalistas, volume 2. Rio de Janeiro: Record, 2001. Páginas 1.115-1.116 (o primeiro) e 1.124 (o segundo).

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João Vicente Goulart contra o golpe

Filho do ex-presidente João Goulart, João Vicente Goulart critica duramente as tentativas de golpe contra a democracia brasileira. Para ele, o Brasil vive um complô político com a ajuda da mídia e do Judiciário. Assista ao vídeo e leia mais no site do PT: http://bit.ly/1ShLrT4

Publicado por Partido dos Trabalhadores em Quinta, 24 de março de 2016

 

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Leia também: Roteiro de um golpe? (por André Singer)

Bruxelas: os cavaleiros do próprio apocalipse

Cheguei em Bruxelas, em janeiro de 1974, refugiado da ditadura brasileira, em 1971, e, a seguir, do golpe chileno, em 1973. Na Bélgica, obtive refúgio político e completei graduação e pós-graduação em História. Encontrei um país cinza, chuvoso mas solidário, que recebeu os refugiados do Chile de braços abertos. Estudei na UCL, universidade católica, com bolsa de estudos financiada por sindicalistas, militantes de esquerda e membros do minúsculo Partido Comunista belga.

Morei sempre em Bruxelas, onde convivi com jovens belgas e estrangeiros, de diversas origens, sobretudo italiana e norte-africana. A partir do fim da II Guerra Mundial, a Bélgica, grande centro industrial europeu, sustentou sua expansão econômica com a importação maciça de trabalhadores italianos, poloneses, etc., destinados às minas de carvão, fundamentais à retomada da metalurgia e indústria do país.

Em 1946, os italianos, 200 mil no total, foram os primeiros a chegar. Literalmente substituíram, no trabalho e nos alojamentos, os prisioneiros alemães e de direito comum, forçados a descer nas minas de carvão, trabalho duro e danoso à saúde.

Aquela imigração oficial foi interrompida, pela Itália, após a explosão de mina em Marcinelle, com centenas de trabalhadores italianos mortos. A seguir, o Estado belga contratou a importação de trabalhadores com a Espanha [1956] e com a Grécia [1957] e, mais tarde, com a Turquia e com o Marrocos.

Nos anos 1960, com forte impulsão industrial, trabalhadores espanhóis, portugueses, etc. chegaram ao país, em forma individual, para empregarem-se também na indústria. Um tipo de imigração que livrou o Estado belga de compromissos com os governos dos países que cediam os trabalhadores. Do norte da África, chegaram muitos trabalhadores, até poucas décadas.

Uma população multinacional

Em 1974, conheci uma Bélgica multinacional, sobretudo quanto à classe trabalhadora. Naqueles anos, os filhos dos imigrados chegavam à universidade, de acesso universal e gratuita. Companheiros e companheiras refugiados amigos – chilenos, brasileiros, argentinos, etc. – conheceram e casaram-se com belgas nativos ou filhos e filhas de operários estrangeiros. Em Bruxelas conheci minha atual esposa, universitária nascida em aldeia próxima a Charleroi, filha de italiano chegado precisamente em 1946 para labutar nas minas de carvão daquela região.

Não havia diferenças de qualidade no tratamento de um jovem belga nativo e de um filho de imigrados, mesmo que aflorassem elementos de discriminação, conhecidos por todas as vagas imigratórias. Situação que tendia à dissolução, com o passar dos anos e a absorção-naturalização das gerações nascidas na Bélgica.

Mesmo conhecendo o italiano, espanhol, árabe, etc., os filhos de imigrados tinham, como primeira língua, o francês ou o holandês, línguas das duas comunidades nacionais que, desde a invenção da Bélgica, em 1830, dividem-se o país aos beijos e tabefes.

Tive grandes amigos e amigas do norte da África e da África Negra, em geral militantes e simpatizantes de esquerda, como normal na época. Nos unia as mesmas visões difusas de mundo e a devoção à cerveja belga, excelente. Os jovens de origem norte-africana, nascidos na Bélgica, tinham a mesma adesão à religião dos pais do que eu tinha à dos meus – isto é, nenhuma.

Os jovens de origem norte-africana que conheci abominavam o fundamentalismo islâmico, assim como os jovens progressistas brasileiros abominam o nosso fundamentalismo evangélico. Denunciavam-no como movimento propiciado pelo imperialismo britânico e estadunidense, sobretudo através da Arábia Saudita, para enfraquecer os então fortes movimentos de libertação nacional de inspiração mais ou menos esquerdista, nacionalista, laica que avançavam no mundo dito árabe.

O fundamentalismo era inimigo a ser abatido

No Marrocos, Egito, Líbia, Argélia, etc., havia governos nacionalistas, anti-fundamentalistas, com amplas fricções com os USA e seus aliados. Não eram governos emanados da população e possuíam fortes contradições com suas classes trabalhadoras e populares, mas garantiam espaços de convivência social e alguns direitos civis mínimos, com destaque para as mulheres. Sobretudo em comparação com sociedades como a Arábia Saudita.

Em Bruxelas, mesmo nos bairros de imigrados norte-africanos, apenas as mulheres mais idosas portavam o véu. Jamais vi alguém portar uma burca, até retornar ao Brasil em final de 1977. Na Bélgica, o racismo era sobretudo contra a população negro-africana, em boa parte oriunda da ex-colônia belga, com pouca expressão entre os trabalhadores. A colonização do Congo foi singularmente desumana, praticando crimes inimagináveis.

Em 1991, quando Florence retornou a Bruxelas para terminar os estudos universitários, a situação mostrava-se já diversa, sobretudo em relação aos trabalhadores imigrados norte-africanos, últimos chegados, e dos seus filhos nascidos na Bélgica. Matriculamos Gregório, nosso filho, nascido na Bélgica, em 1977, em colégio público de Etterbeek, bairro onde morávamos e onde se concentram as instituições europeias. Não sabíamos que o colégio constituía uma espécie de depósito de filhos de norte-africanos, provenientes de famílias que viviam já conheciam situações precárias.

A tensão entre os jovens norte-africanos e os belgas de origem era forte, espelhando situação que se degradaria nos anos seguintes. Quando menina e adolescente, na escola, Florence sofrera pouco o peso de sua origem italiana. Mas volta de seus pais para a Itália, após a aposentadoria, anos mais tarde, foi sentida como enorme perda pela pequena comunidade operária em que viveram.

Um italiano, primeiro-ministro

Com o passar dos anos, os filhos de italianos, portugueses, espanhóis, etc. integraram-se profundamente no país, em geral ocupando postos crescentemente especializados no mundo do trabalho e na sociedade. Esse processo foi propiciada pela educação pública, por direitos sociais inimagináveis para o Brasil e graças a um mercado de trabalho em expansão.

Recentemente, o cargo de primeiro-ministro do governo federal da Bélgica foi assumido por filho de operário italiano imigrado. Não foi por choque de civilização, como proposto pelo conservadorismo, que o mesmo não ocorreu com os norte-africanos.

Em 1974, conheci a cidade de Charleroi, já com as minas desativadas, mas ainda centro metalúrgico dinâmico, absorvendo ainda uma mão de obra que apenas começava a exceder às necessidades. Diante das moradias operárias, operários especializados exibiam seus novos automóveis.

Visitei um velho italiano, ofegante, semi-imobilizado, respirando com ajuda de oxigênio, com os pulmões destruídos, como milhares de outros mineradores. Doze anos mais tarde, visitei a aldeia em que Florence nasceu. Na periferia de Charleroi e antigos bairros industriais, deparei-me com usinas, fábricas, moradias, lojas, bares, etc. abandonados e enegrecidos pela fuligem dos alto-fornos desmobilizados.

A impressão era de uma espécie de ferro-velho industrial. Na região vivia uma geração de trabalhadores lumpenizados e desmoralizados, entre eles colegas da escola de Florence, que envelheceram não raro praticamente sem jamais ter trabalhado, sustentados pelo salário-desemprego.

O fim do sonho capitalista

A crise estrutural da ordem capitalista e as políticas neoliberais que ensejou, sobretudo após a vitória da contrarrevolução mundial, de fins dos anos 1980, ocasionaram uma vaga gigantesca de desindustrialização, deslocamento industrial e desemprego no mundo industrializado, que golpeou duramente a Bélgica. No Sermão da Montanha do mundo real, os últimos chegados passam fome, frio e são humilhados.

Os trabalhadores norte-africanos, com direito de residência, aposentaram-se ou passaram a gozar do salário-desemprego, ao igual que seus companheiros belgas. Com o agravamento da crise, foram apontados como parasitas de uma sociedade nacional que haviam e seguiam construindo. O movimento de discriminação enfatizou características somáticas e culturais antes quase desapercebidas: a forma popular de falar; a cor mais escura da pele; o cabelo negro ou crespo; a religião e cultura muçulmana; os nomes e sobrenomes árabes.

Mesmo com curso secundário e universitário, os jovens de origem norte-africana nascidos no país foram marginalizados na disputa cada vez mais acirrada pelo trabalho cada vez mais escasso. Quando muito, empregaram-se nos trabalhos precários, temporários e mal-remunerados, incapazes de sustentar inserção minimamente condigna na sociedade nacional. E assim, muitos deles nasceram e têm vivido reduzidos a situação de párias, em seu próprio país.

Alguns bairros de Bruxelas, com destaque para Molenbeek, se transformaram em espécie de guetos norte-africanos, sobretudo devido aos menores preços de seus imóveis. Entretanto, neles vivem também moradores de outras origens, sem maiores problemas de convivência.

Por esses azares da sorte, Gregório, hoje professor do curso de Arquitetura na ULB em Bruxelas, se alojava em casa de casal de amigos arquitetos, no mesmo lado da rua, apenas a duas casas, do último esconderijo de Salah Abdeslam.

A morte da utopia

O uso e o tráfico miúdo de entorpecentes, a pequena delinquência, a humilhação permanente, a inevitável desmoralização são os únicos grandes caminhos que se abrem a essa geração descartada, permanentemente assediada por forças policiais municipais que não primam pelo apreço do multiculturalismo. Diante dela, se abre literalmente o nula, em uma sociedade que tudo promete e oferece a quem é um produtor e consumidor de maior ou menor fôlego.

Por outro lado, a derrota da classe operária e o retrocesso e dissolução dos partidos e organizações de esquerda belgas e europeus ensejaram que seus programas não mais atraiam essa juventude sem futuro e destino, que descrê totalmente da organização e luta social para superação do descalabro atual. Não raro, o vazio ideológico-existencial dessa juventude é preenchido pelo fundamentalismo, reação aparentemente radical à sociedade cristã-ocidental que a marginaliza e humilha, no país em que nasceu.

O massacre e a literal destruição de nações inteiras de raízes árabes e muçulmanas – Palestina, Líbano, Iraque, Síria, Líbia, etc. -, promovidos pelos Estados Unidos e seus aliados, com destaque para os grandes Estados europeus, em nome do capitalismo e da civilização ocidental, causaram igualmente impulsão à adesão ao fundamentalismo islâmico, visto como dura resposta a esses crimes genocidas. A esse coquetel explosivo, acrescente-se elemento em geral ocultado pela grande mídia.

O imperialismo ocidental, em aliança com a Arábia Saudita, serviram-se nas últimas décadas do extremismo islâmico para destruir nações árabes autônomas, que defendiam estados minimamente laicos, heranças das lutas pela independência anti-colonial dos anos 1950, travadas contra a Inglaterra e a França, sobretudo.

Quando o Ocidente amava Bin-Laden

Política de destruição nacional que, em 2011, se voltou para a Síria, após o arrasamento de Líbia, Iraque, Palestina, Afeganistão, etc. Inicialmente, o levante islâmico fomentado por USA, Turquia, Arábia Saudita e estados europeus imperialistas foi saudado vivamente na Europa como movimento libertador.

Ainda há dois ou três anos, a grande mídia belga, europeia e mundial – brasileira inclusive -, glamourizavam os jovens europeus, sobretudo de origem muçulmana, que partiam para lutar na Síria. Esses jovens desesperados foram apresentado como fedayins da liberdade, antagonistas do terrível ditador sírio, síntese de todos os horrores do universo, como já fora Saddam, Guedafi, etc!

Pouco importava que fossem doutrinados pelo islamismo fundamentalista, que acusava o “ogro sírio”, entre outros graves pecados, de sustentar Estado laico, aberto a todos os credos. A Bélgica foi um dos países europeus que forneceu um maior número de voluntários para a cruzada anti-síria. Enorme parte deles partiram de Molenbeek.

Simpatia e apoio que começou a mudar apenas quando o Estado Islâmico, com suas principais raízes nas comunidades sunitas, reprimidas pelo xiismo entronizado pelos USA no Iraque, escapou do controle de grande financiador estadunidense, para realizar demonstrações de singular barbarismo, exprimindo um programa próprio para aquela região do mundo. Então, de heróis da luta antiditatorial, os jovens fedayins belgas, franceses, espanhóis, etc. passaram a ser denunciados e perseguidos como terroristas islâmicos.

Já na França e agora na Bélgica, os promotores diretos dos atentados terroristas multitudinários urbanos comumente, não são cidadãos do mundo árabe, nascidos em tugúrios rurais, educados nas obscuras madrassas financiadas pela Arábia Saudita e pelos corruptos emirados petrolíferos, criados pelos britânicos e defendidos até hoje pelo imperialismo estadunidense e inglês, os reais proprietários de suas riquezas, há dezenas de anos.

Cavaleiros do próprio apocalipse

Os neo-terroristas são cidadãos europeus, belgas e franceses sobretudo, de origem norte-africana, educados em escolas públicas, em geral até poucos anos sem qualquer ligação religiosa, não raro galvanizados e doutrinados nas prisões dos seus países, onde muitos foram parar por pequenos e médios delitos e crimes.

Jovens que conheceram o desespero, a desmoralização, a humilhação, na terra em que nasceram, encantados pelo abismo patológico do fundamentalismo islâmico, nem que seja como forma de abandonar em uma explosão de ódio um mundo e destino que já não mais suportavam.

É por tudo isso que os ataques contra o aeroporto e uma estação de metrô de Bruxelas, por jovens nascidos naquela cidade, foi saudado por outros jovens moradores de Molenbeek, Schaerbeek e outros bairros da capital da Europa, atirando pedras contra policiais, que por ali circulam, há anos, como se estivessem em terra estrangeira.

É mais uma guerra civil, de classes, ou melhor, de desclassados, sem futuro, do que um confronto de religião ou de raça, travada por desesperados, condenados a uma vida sem destino, na ferida cidade de Bruxelas.

Atos terríveis que certamente degradarão ainda mais as condições de existência de uma população de origem norte-africana, embretada e sem saída, em uma sociedade européia que tudo lhe ofereceu no passado e, hoje, lhe retira até a esperança no futuro.

Ditadura nunca mais. É importante lembrar para nunca mais reviver

fotoA Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, com o objetivo de celebrar a resistência da sociedade brasileira contra o estado de exceção determinado pelos militares, então apoiados pela elite nacional e pelos Estados Unidos da América, há 50 anos, organiza uma campanha permanente em memória dos/as trabalhadores/as em educação que lutaram contra a Ditadura e foram vítimas do Golpe.

O site ditaduranuncamais.cnte.org.br é colaborativo e foi criado para destacar o retrocesso na educação brasileira e lembrar os trabalhadores perseguidos por um regime que cassou direitos individuais, coletivos e políticos, abusou da integridade física e psíquica de milhares de pessoas, impôs ideologias conservadoras à sociedade, perseguiu, prendeu, torturou, exilou e matou cidadãos e cidadãs, cujos crimes (muitos deles) ainda carecem de elucidação e/ou reconhecimento por parte do Estado.

Por aqui também começa um amplo movimento de mudança de nomes de escolas que homenageiam agentes patrocinadores do Golpe e os ditadores de plantão. A ideia é propor projetos de iniciativa popular às Assembleias Legislativas e Câmaras de Vereadores, após a realização de amplo debate com a comunidade escolar, a fim de legitimar o pleito.

Esse movimento busca respeitar mártires da educação e incentivar a sociedade a rever as homenagens prestadas aos algozes do povo brasileiro que dão nomes a praças, ruas, avenidas, estádios e ginásios esportivos Brasil afora.

Foram 21 anos em que a tortura, a censura e o medo fizeram parte do dia-a-dia de milhares de brasileiros. A democracia voltou, mas, até hoje, quem é lembrado é quem deveria ser esquecido. Enquanto há destaque para o nome do ditador na porta da escola, educadores que morreram na luta pela liberdade não tem o reconhecimento que merecem. Vamos reescrever juntos essa história.

Fonte: Ditadura Nunca Mais – CNTE
http://ditaduranuncamais.cnte.org.br/e-importante-lembrar-para-nunca-mais-reviver/

Monseñor Oscar Romero: Volver a las fuentes

El día 24 de marzo es una fecha de reflexión y memoria, sobre el dolor y la resistencia del pueblo argentino frente a la dictadura militar que asoló al país y a todo el continente latinoamericano.

En otro 24 de marzo, del año 1980, un hecho doloroso sacudió a la iglesia y al pueblo salvadoreño: el asesinato de Monseñor Oscar Romero, Arzobispo de San Salvador, mientras celebraba la Eucaristía. Un profeta de Nuestra América, hoy beato, cuya voz clara denunció la violencia y los atropellos contra el pueblo, que la dictadura quiso silenciar pero no pudo. Sus homilías penetraron en la mente y el corazón de los salvadoreños, que encontraron en la voz de su pastor la palabra liberadora y sanadora del Evangelio.

Romero fue coherente entre el decir y el hacer, abrazó con coraje la cruz sin claudicar a las amenazas y fiel a su pueblo, asumió la decisión de denunciar las graves violaciones de los derechos humanos desde la Catedral del Salvador. Sus homilías fueron cátedra de vida y esperanza a la luz del Evangelio, cada una de sus palabras caminaban y eran esperadas en las casas, las calles, el campo, montes y sierra, como el agua fresca que recrea el espíritu.

Monseñor Romero vivió el dolor y la incomprensión de sus pares y del Vaticano, lo identificaban como integrante de la teología de la liberación por los sectores conservadores y del gobierno salvadoreño, a quienes las denuncias del obispo irritaban mientras imponían el terror y se ocultaban en las sombras de la impunidad.

El Amor a Dios y a su pueblo fortalecieron su acción pastoral, nunca dudó cual era su lugar junto a los más pobres y necesitados. Puso el Amor en acción y fue su fuerza profética que lo llevó a abrazar la cruz y dar su vida para dar vida.

Frente a las amenazas de muerte decía: “si me matan resucitaré en mi pueblo”, como la semilla que muere para dar nueva vida y multiplicar los frutos. Gustavo Gutiérrez nos señala que: “Tratándose de espiritualidad hay que ‘saber beber en su propio pozo‘, es el punto de partida del seguimiento de Jesús que está en nuestra propia experiencia. El agua que brota de él nos limpia de viejos aspectos de nuestro modo de ser cristianos, pero al mismo tiempo fertiliza nuestra tierra”. En su caminar, Monseñor Romero fue descubriendo el rostro de Nuestro Señor en el pueblo salvadoreño y tuvo la conversión del corazón en la comunidad, en la aventura colectiva de ser parte espiritual, social y cultural de su pueblo.

Su martirio, como de muchos otros cristianos y no cristianos en el Salvador, da vida a la comunidad. A 36 años de su asesinato su voz permanece entre nosotros.

Siguiendo a Gustavo Gutiérrez: “En América Latina crece un movimiento de solidaridad -de ejercicio concreto de la caridad- que da fuerza histórica a los pobres y es conciente de su dimensión universal”.

El Papa Francisco supo ver el caminar del hermano Oscar Romero, su compromiso y sacrificio en la esperanza de Jesús, en su lucha por la Paz y la dignidad de los pueblos. Y viajó a El Salvador para beatificarlo.

Hemos acompañado a Monseñor Romero y a otros hermanos y hermanas desde el Evangelio, en la oración y compromiso que fertilizan las semillas de vida.

Ese otro 24 de Marzo permanece en la mente y el corazón de nuestra América, en el ayer y el hoy de los pueblos que viven la fuerza de la Esperanza en la voz profética de Monseñor Romero de América.

Secretário-geral da OEA se pronuncia contra o impeachment de Dilma

Ao comentar a crise política do Brasil, o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, afirmou que “a principal responsabilidade política e jurídica é a estabilidade das instituições e a garantia da plena vigência da democracia”.

Para Almagro, essa garantia está ligada à manutenção da presidente Dilma Rousseff no cargo. Segundo ele, Dilma “demonstra um claro compromisso com a transparência institucional e a defesa dos ganhos sociais alcançados pelo país. Neste momento, a sua coragem e honestidade são ferramentas essenciais para a preservação e o fortalecimento do Estado de Direito,” acrescentou.

O chefe da OEA disse, também, que “é imperativo” o prosseguimento das investigações da Operação Lava Jato. “O Estado de Direito requer que todos sejamos responsáveis e iguais perante a lei. Ninguém—repito ninguém—está acima da Lei. Por outro lado, nenhum magistrado está acima da lei, que deve aplicar, e da Constituição, que dá garantias ao seu trabalho. A democracia não pode ser vítima do oportunismo, mas deve ser sustentada pelo poder das ideias e da ética,” concluiu.

Fonte: Jota
http://jota.uol.com.br/secretario-geral-da-oea-se-pronuncia-contra-o-impeachment-de-dilma-rousseff

Lula destacó el apoyo de las fuerzas populares en defensa de la democracia

El ex-presidente de Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, sostuvo que la democracia es “convivir con la diversidad” y le recalcó a sus seguidores que “hay tiempo suficiente para cambiar la historia de este país”. A su juicio, deben sumarse mayores esfuerzos para que el pueblo participe en el Gobierno de manera libre y soberana.

“Yo pensé que nada fuese a emocionarme más. Lo que ustedes están haciendo hoy será una lección para aquellos que no creen en la democracia brasileña, para aquellos que nos tratan como ciudadanos y ciudadanas de segunda clase”, dijo Lula ante miles de simpatizantes que se concentraron en la neurálgica avenida Paulist de Sao Paulo en defensa de la democracia.

El líder del Partido de los Trabajadores (PT) destacó que las protestas son necesarias en países libres y soberanos. Recordó que su vida transcurrió entre movilizaciones y luchas por un mejor país.

“Nací en la vida protestando. Pero sepan que estas personas de acá son las que producen día a día el pan”, expresó el exmandatario al tiempo que valoró la movilización de las grandes mayorías en defensa de la democracia.

“Aquellos que protestan contra Dilma, no hay problema, pero sepan que en las luchas de antes no tuvieron metro de gratis y no fueron convidados por los medios”, dijo.

“Las personas que están aquí saben el valor de la democracia. La bandera verde amarilla está en nuestra conciencia, en nuestro corazón”, sostuvo. Advirtió que la alegría del pueblo brasileño está en juego ante la arremetida que adelanta la derecha para derrocar al Gobierno de Dilma Rousseff y generar un ambiente de inestabilidad en el país.

“Brasil tiene el pueblo más alegre del planeta tierra. Tenemos que recuperar la alegría del pueblo brasileño”, insistió ante miles de simpatizantes del PT.

Dio a conocer que aceptó participar en el Gobierno de Dilma Rousseff porque faltan más de dos años para que termine su mandato y “hay tiempo suficiente para cambiar la historia de este país”, acotó.

Fuente: TeleSUR
http://www.telesurtv.net/news/Lula-da-Silva-La-democracia-es-convivir-con-la-diversidad-20160318-0069.html

¿Quién ya sufrió persecuciones en nombre de la justicia?

¿Quién ya fue señalado como delincuente, por quienes usan la justicia para obtener beneficios, o para vengarse?

“Bienaventurados seréis cuando os insulten y persigan, y digan todo género de mal contra vosotros falsamente, por causa de mí.” (Mateo, 5: 11)

Hay toda una masa de gente que no creo que sea del todo malintencionada, pero que sin duda, es completamente ignorante sobre la política, y sobre el uso político-partidario del sistema de poder.

Esa gente llenó las calles el domingo pasado. Creen que Lula debería estar preso. Pero no se dan cuenta de que los presos son ellos, presos de la ignorancia, de la falta de información, de la falta de conocimiento de la historia.

Se da demasiado crédito a la voz vertical, la voz de los dueños del poder. Las empresas de comunicación, claramente contrarias a un proyecto de país inclusivo.

Políticos y jueces que usan la policía federal para proyectarse frente a esa masa desinformada que cree en todo lo que los patrones le dicen.

En este contexto, encuentro un refrigerio, como creo que muchos encontrarán, en unas palabras antiguas que resuenan con ecos de verdad:

“Escuchadme, vosotros que conocéis la justicia, pueblo en cuyo corazón está mi ley. No temáis el oprobio del hombre, ni os desalentéis a causa de sus ultrajes.” (Isaías 51: 7)

Assim não!

É lamentável ter que começar o dia lamentando o triste, o baixo espetáculo oferecido antes de ontem por este país afora, de um número de pessoas que se opõem à democracia.

Racistas. Segregacionistas. Lamentável mesmo. Gente que se move pelo ódio e pelo ressentimento. Menosprezo pelo outro, pelo mais fraco. Deixo vir a tona estes meus sentimentos, por uma necessidade interior de me limpar. Deixar com que o nojo vá se indo. Tentar, deste modo, retomar forças no sentido positivo. O sentido que move a vida.

Espetáculo lamentável, ainda mais que em muitos casos, esteve financiado pelo dinheiro de todos nós, o dinheiro da cidadania, que nunca deveria ter sido desviado para estes fins baixos e mesquinhos. Antidemocráticos. Fascistas. Lamentável mesmo. Não faria uma “análise política” deste quadro que envergonha o Brasil.

Um país que muito lentamente, vem saindo de uma longa noite ditatorial que deixou muitos vícios tanto no sistema político e judiciário, como na cidadania e na imprensa. Pouco mais de trinta anos de vida democrática, e temos que assistir agora, esta massa amorfa que exibe o seu ódio à democracia, em plena democracia.

Num regime como o que eles desejam, não poderiam botar o nariz fora de casa. O fato do PSDB e boa parte da mídia estarem por trás destas manifestações, é muito penoso. Menosprezam a ordem institucional. Mostram a cara de um Brasil iníquo, partidário da exploração selvagem, que menospreza a cidadania e os trabalhadores.

Não sei mais o que dizer. Apenas espero que este país consiga se endireitar pelo caminho correto, democrático, e não por onde estes tristes episódios parecem estar apontando.

Carta abierta al pueblo argentino. Por los Derechos Humanos de ayer y hoy

Queridos/as compatriotas

El país ha pasado por muchas luces y sombras, sufrimientos y esperanzas en su lucha para lograr cambios hacia la construcción de sociedades más justas y fraternas en defensa de la vida y la dignidad del pueblo. Hemos asumido la resistencia frente al totalitarismo y la impunidad jurídica en años de incertidumbre y persecuciones, donde muchos hombres y mujeres dieron su vida para dar vida y lograr recuperar el derecho a la democracia y la libertad como valores indivisibles de los derechos humanos.

Esta carta está dirigida a todos los sectores sociales del país para convocar a la unidad y la resistencia frente a hechos que llevan al retroceso de la construcción social y política del pueblo argentino y sus conquistas logradas. Hoy está en riesgo el conocimiento y apropiación del derecho del pueblo a la “Verdad, Justica y Memoria”, ya que es justamente el conocimiento verdadero de lo sucedido y ejecutado mediante el genocidio y la conciencia/apropiación de los Derechos internacionalmente establecidos y asumidos como propios por el Estado Nacional lo que está tratando de tergiversar, difamar, erradicar e incluso criminalizar el actual gobierno que responde a los grandes grupos económicos nacionales, las transnacionales y al capital financiero, que fueron los principales beneficiaros del terrorismo de estado.

No hay pueblo sin memoria, no se pueden desvirtuar los hechos y los valores de las luchas sociales que tanto costó alcanzar.

Afirmamos: NI UN PASO ATRÁS en el derecho de las personas y los pueblos.

Más allá de las diferencias sectoriales, políticas y religiosas, valoramos la diversidad como la gran riqueza de los pueblos, y por eso convocamos a movilizarnos en todas las plazas y calles del país, al cumplirse 40 años del golpe de Estado, para reafirmar la memoria del caminar del pueblo y de la resistencia al terrorismo de Estado que se impuso en el país el 24 de Marzo de 1976. Una dictadura que vino a imponer un modelo de dependencia, saqueo y opresión, legitimada por su Doctrina de Seguridad Nacional, que se aplicó y extendió a todo el continente a través de la Operación Cóndor que provocó miles de muertos, desaparecidos, exiliados, presos y niños secuestrados. El terrorismo de estado fue el garante de las políticas neoliberales de endeudamiento, desindustrialización, privatizaciones y sus secuelas de desocupación, mayor pobreza y exclusión social. Aún reconquistada la democracia, el proceso democrático no alcanzó a modificar sustancialmente dicha herencia, los “golpes de mercado” para disciplinar los gobiernos constitucionales de la mano de las grandes corporaciones económicas apuntaron a asegurar la continuidad de esas políticas de saqueo. Hoy vuelven de la mano del actual gobierno que privilegia el capital financiero y las transnacionales sobre la vida del pueblo y con ello vuelven las políticas de ajuste y represión.

Las heridas provocadas son profundas y no están cicatrizadas, por eso reclamamos justicia en memoria de los 30 mil desaparecidos, de hombres y mujeres que se comprometieron en construir sociedades más justas y fraternas, para que “Nunca Más” vuelva a imponerse la violencia contra nuestros pueblos.

Hoy estamos frente a políticas del gobierno nacional de retroceso en los derechos humanos, de las libertades ciudadanas, de la libertad de expresión, y del respeto a la institucionalidad, mientras se impone la persecución ideológica y cultural, políticas de ajuste que como siempre van de la mano de la represión para asegurar el saqueo y la explotación de nuestro pueblo. A esto debemos agregar la provocación que un presunto discurso republicanísta, que se contradice en su accionar al pretender gobernar por decretos de necesidad y urgencia, modificando leyes largamente debatidas en la sociedad como la ley de medios de comunicación. A esto debemos agregar la provocación que significa traer al país un 24 de marzo al presidente de Estado Unidos, la potencia imperial que alentó, apoyó y financió los golpes militares en América Latina y además plantear llevarlo al ex centro clandestino de detención de la ESMA donde fueron secuestrados y desaparecidos miles de militantes populares. Es claro que se pretende resignificar la lucha por los derechos humanos para ponerla al servicio de la principal potencia hegemónica.

Frente a esta situación tenemos la responsabilidad social, cultural, política y religiosa de superar las diferencias y sumar esfuerzos en defensa de los derechos de las personas y de los pueblos. De la unidad del pueblo depende el presente y futuro del país.

Convocamos a la Unidad del pueblo argentino para reclamar:

* Ni un paso atrás a la Memoria, Verdad y Justicia.

* Cárcel ya a todos los genocidas.

*Restitución de la identidad a los jóvenes apropiados por la dictadura.

* Anulación de la ley antiterrorista.

* No a la criminalización y represión de las protestas sociales. No al Protocolo Represivo de Actuación de las Fuerzas de Seguridad del Estado en Manifestaciones Públicas.

* No a la injerencia de las FFAA en los asuntos internos del país.

* Apertura de todos los archivos de la dictadura

* Respeto a los espacios de Memoria y los Derechos Humanos de ayer y de hoy.

* No al ajuste y al saqueo

* No a los despidos del sector público y privado

* No a la represión y violencia contra los trabajadores.

* No al pago de la deuda externa contraída por la dictadura y los gobiernos constitucionales.

* No al pago de los fondos buitres

* Aparición con vida de Julio López

* Para que no les roben la vida y la esperanza a los niños y jóvenes, levantamos la bandera de los Chicos del Pueblo: “El hambre es un crimen”.

* Basta de saqueo y depredación de los bienes comunes. Por el derecho al acceso a la tierra de los Pueblos Originarios y de la pequeña agricultura familiar.

* Basta de desmontes de bosques en favor de los agro negocios, basta de pueblos fumigados con agro tóxicos. Basta de mega minería contaminante. El Agua Vale Más que el Oro.

* Por la democratización de la palabra y contra la monopolización de las comunicaciones defendamos la Ley de Medios, que es una conquista de nuestro pueblo.

Por fortalecer la unidad y movilización de los empobrecidos y los desposeídos, de todos quienes tenemos hambre y sed de justicia.

QUEREMOS COMPARTIR EL PAN Y LA LIBERTAD JUNTO A NUESTRO PUEBLO Y NOS AUTOCONVOCAMOS A LA MARCHA. En todas las plazas del PAIS

A 40 AÑOS DEL GOLPE CÍVICO – MILITAR DEL 24 de Marzo de 1976

Los 30 MIL DESAPARECIDOS…¡PRESENTES, AHORA Y SIEMPRE……

Firman:

Servicio Paz y Justicia
Liga Argentina por los Derechos del Hombre
Movimiento Ecuménico por los Derechos Humanos
Asamblea Permanente por los Derechos Humanos
Asamblea Permanente por los Derechos Humanos de La Matanza
Asociación de ex detenidos- desaparecidos ( AEDD)
Herman@s de Desaparecidos por la Verdad y la Justicia.
Codesedh
Nora Cortiñas, Madre de Plaza de Mayo, Línea Fundadora
Mirta Baravalle Madre de Plaza de Mayo, Línea Fundadora
Liberpueblo
Pelota de Trapo
Fundación Che Pibe
Dialogo 2000
Cátedra Libre de Salud y DDHH Facultad de medicina
Amelia Lucia Mussini Cátedra Libre de Salud y DDHH Facultad de medicina
Claudio Capuano Cátedra Libre de Salud y DDHH Facultad de medicina
Asociación Americana de Juristas
InterCuencas
CTA Autónoma.
Pablo Micheli, Secretario General CTA Autónoma.
José Rigane secretario adjunto CTA Autónoma.
Carlos Chile M.T.L CTA Autónoma.
Rubén Garrido Director Relaciones Internacionales CTA Autónoma.
Hugo Blasco Secretario de DD.HH CTA Autónoma.
Carla Rodríguez MOI CTA Autónoma.
Néstor Jeifetz MOI CTA Autónoma.
Secretaria de DDHH CTA Autónoma
CTA Capital Regional Sur
Casona de los trabajadores “José De Luca”
Julio Gambina FISYP,
Víctor Mendibil E.S.N.A.
Diana Kordon (Coordinadora del Equipo Argentino de Trabajo e Investigación Psicosocial-EATIP)
Víctor De Gennaro. Unidad Popular
Claudio Lozano. Unidad Popular
Graciela Iturraspe. Unidad Popular
Carlos Custer. Unidad Popular
Hugo Godoy Sec. Gral A.T.E
Antonio Sofía
Elena Hanono
Corriente Nacional Emancipación Sur
Patria Grande
PTP – Partido del Trabajo y del Pueblo
PCR – Partido Comunista Revolucionario
Pablo Bergel
Asamblea Delta Rio de la Plata
Foro en Defensa del Rio de la Plata
Foro Hídrico de Lomas de Zamora
Asamblea Barrial de Beccar
Autoconvocados por los Trenes
Comisión por la Recuperación de las Privatizadas
Beatriz Villar, cantora nacional, cantautora, escritora.
Julio C. Gambina Presidente de la Fundación de Investigaciones Sociales y Políticas, FISYP
Paula Mercedes Alvarado, abogada
Federación latinoamericana de asociaciones de familiares de detenidos desaparecidos Fedefam Caracas
Comité Internacional Paz, Justicia y Dignidad a los Pueblos- Cuba
Equipo animación de la Manzana Santa Cruz: Colegio, Parroquia y Casa Nazaret.
Cátedra “Cultura para la paz y DDHH” de la Facultad de Ciencias Sociales de la UBA
Nuria Giniger, investigadora del CONICET y docente UBA.
Sonia Winer, investigadora del CONICET y profesora de la UBA
Marcelo Piñeyro
Adriana Lestido, fotógrafa.
Gabriela Massuh Escritora
Sergio González, Foro hídrico Lanús
Fundación Emmanuel
Lita Stantic
Inés Nercesian, Socióloga, UBA, CONICET
Margarita Jusid
Alberto Mas, Secretario del CAPAC y corresponsal de Cuba información TV
Daniel Feierstein , titular de la cátedra Análisis de las prácticas sociales genocidas de la Facultad de Sociales de la UBA.
Cátedra Análisis de las prácticas sociales genocidas de la Facultad de Sociales de la UBA,
Red por derecho a la identidad Jujuy
Multisectorial de la mujer Jujuy
Dr. Rubén Roa
Daniel Entin, médico generalista, salud pública, Zapala, Neuquén.
El Colectivo de Derechos de Infancia y Adolescencia
Laura González Bosc
Alcira Argumedo
Hugo Alazraqui
Dra. María Luisa Pfeiffer CONICET
Ana Capdevielle Medica Pediatra
Celia Iriart, University of New Mexico USA
IEM
María del Carmen Seveso. Coordinadora de la Red de Salud Popular Dr. “Ramón Carrillo” Chaco.
Siguen las firmas…………..