Ser mulher. Ser humano.

Ser mulher. Ser humano.

Ser humano neste sistema que usa e descarta a pessoa é um desafio cotidiano. Como bem diz o Papa Francisco, não se trata de ideologias, mas da realidade de uma estrutura montada e mantida para a exploração e a exclusão das maiorias. Mulheres, pobres, migrantes, pessoas negras. Tudo se usa e joga fora.

Uma criança abusada sexualmente desde os seis anos é novamente violentada massivamente pela mídia que a expõe e expõe a ação atroz de quem sem qualquer direito tenta impedir um aborto imprescindível. Religião usada para encobrir abusos. Isto é tão antigo quanto o capitalismo. O deus dinheiro no comando.

Ser mulher nesta “sociedade” é um risco contínuo. Mulheres são tornadas objeto de uso. Coisas que se usa e descarta. Coloco sociedade entre aspas porque como sociólogo não entendo que isto em que vivemos seja de fato uma sociedade. É uma destruição. Uma trituração.

Sei disto porque desde muito jovem tive que enfrentar as distintas formas de violência. Aquela que se pratica de pertinho e de longinho. A violência é a regra deste sistema bárbaro. No entanto a resistência à desumanização é contínua e seguirá sendo. Não apenas denunciar mas desfazer. Desmontar.

Potenciar a nosso favor as circunstâncias que tentam nos destruir. A destruição começa pelo corpo, segue pela mente, prossegue pelos sentimentos e se completa nas relações perversas e nocivas. A base e a essência da resistência é o afã de sobreviver. O inimigo do gênero humano é poderoso mas a força do amor é mais poderosa ainda.

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