Um longo caminho

O governo está eufórico, e não é para menos. O Brasil é a sexta maior economia do mundo, ao ultrapassar o Reino-Unido.  Realmente, é motivo de  alegria.  Contudo, temos um longo caminho para ser percorrido, pois, uma nação não pode se dar ao luxo de ser a sexta economia com problemas sociais ainda tão pertinentes.  Sabemos  que essas desigualdades  são de longas datas e não serão resolvidas em meio prazo, apesar de estarmos vendo os primeiros passos  do combate às mazelas dos sistemas capitalistas. Não podemos esquecer que para continuar avançando teremos pela frente a educação, algo que mancha de vergonha qualquer nação desenvolvida.
O país amadureceu em setores da economia. Aprendemos a não temer a inflação, algo incomum há  quarenta anos atrás, principalmente durante o regime militar, quando o país era ainda a oitava economia do mundo. Falhamos na distribuição de renda. O bolo crescia, mas era mal cortado. O país, no momento, está ajustando essa injustiça. Para o leitor ter uma idéia, o Brasil ocupa a 87ª posição do IDH, enquanto o Reino-Unido está na 28ª. Existe um hiato e sabemos como enfrentar alguns desafios.
Os programas de renda tiveram um papel muito importante quando a crise econômica deu seus primeiros sinais em 2008. Em um seminário no mês de outubro, a economista Denise Gentili destacou que a participação do bolsa família na geração de renda foi de R$ 220 bilhões. Como estão as cabeças dos economistas e intelectuais numa hora dessa? Sim, chamam o bolsa família de estímulo ao aumento de gravidez. Ridículo vindo de quem vem, fora os descontos de IPI (Impostos de produtos industrializados) e os estímulos de créditos aos micro e médio empresários.
Temos de ter cautela. Essas nações européias brincaram com  o dinheiro público e agora querem que o trabalhador pague por uma dívida não feita por ele.  O governo tem que melhorar as infra-estruturas, controlar os gastos públicos e  taxar os impostos nas maiores fortunas do país.
Não cometeremos os mesmos erros dos países da zona do euro. Nas cabeças liberais brasileiras, o modelo europeu de total ausência do Estado na economia é o melhor para o Brasil. Um modelo morto, que aumentará o fosso entre ricos e pobres. Aliás, esse modelo de capitalismo selvagem deve ser revisto. Mudar o conceito. Parar de ser egoísta e divisionário. Ainda é cedo para decretar o fim do capitalismo, mas do jeito que vem pode ser que chegue ao seu rumo certo.
(*) Fabio nogueira é Coordenador de pré-vestibular comunitário e militante da Educafro.

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