A questão indígena

Por Isaac Bigio

LONDRES, 5/1/2005. Nos últimos anos foram feitos diversos levantamentos que aguçaram a questão indígena, de Quito a Andahuaylas e de Chiapas ao Chapare. O nacionalismo étnico vem crescendo internacionalmente e foi um dos fatores que propiciou a desintegração das federações socialistas do leste europeu em 1989-91.

A União Européia procurou contrastar os efeitos centrífugos das reivindicações étnicas, ao permitir que as minorias nacionalistas tivessem suas próprias autonomias e parlamentos, além de fomentem o uso oficial de seus idiomas junto aos colégios, universidades, tribunais, congressos e à mídia.

É inevitável o crescimento das demandas em prol de se fazer com que os povos ameríndios tenham maiores níveis de autonomia e que, dentro de seus próprios idiomas, possam ser instruídos, julgados e legislados.

Alguns setores, decerto, usarão tais reivindicações para impulsionar um levante popular, enquanto os liberais e sociais-democratas deverão regulamentar algumas dessas petições para se evitar uma explosão social e racial, buscando assim, a integração desses povos historicamente marginados ao Estado. Tradução de Pepe Chaves

Maremotos: terrorismo telúrico

Por Isaac Bigio

LONDRES, 5/1/2005. Uma semana após o incidente do sismo sul-asiático é que o premiê britânico decidiu encerrar suas férias. Não considerou necessário interromper as férias frente à magnitude da morte de 150.000 pessoas, produzida diante ao grande centro humanístico da “Mancomunidade” Britânica de Nações.

O paradóxico é que Blair tem viajado pelo mundo, procurando sempre mais aliados a cada vez que os EUA deseje se vingar do assassinato de vários de seus compatriotas. O tsunami, que matou mais gente do que uma bomba atômica, pode repetir-se.

Em 1746 um maremoto arrasou ao Callao (então o principal porto do hemisfério sul) assassinando 95% de seus habitantes. A inevitável erupção do vulcão das Palmas nas Ilhas Canárias poderia gerar ondas que sepultassem Nova Iorque.

Os serviços de inteligência gastam bilhões para vigiar e perseguir células terroristas. Mas o sismo asiático demonstrou que não se investe muito em “espionar” as mudanças geológicas e que não existe nenhuma organização global que coordene a luta contra o ‘terrorismo telúrico’ e que possa se mobilizar imediatamente recursos em massa para socorrer os prejudicados. Tradução de Pepe Chaves