Caboclo Silvestre

Foi quando o vi chorar no Apertado da Hora

Da vez em que desceu a Serra do Teixeira

O abismo se esgueirando a encobrir a flora

Descida brusca, tensa, a quem ousá-la queira

 

Ainda noite escura a esconder a aurora

O gado ele tangeu no rumo à Catingueira

E o mesmo passo lento a caminhar outrora

Levanta noutro tempo essa mesma poeira

 

A mata de Caatinga a ladear a estrada

Exala um forte odor de flor de Marmeleiro

Macaco-prego à vista a guinchar pra boiada

 

O meu avô então seguiu sua viagem

Agora em clima quente aqui nas Espinharas

E nunca mais voltou: tornou-se uma miragem

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