Uma “bomba” de sete “terabytes” / História / Imponderável são coisa rara
Na História, aporia também conta
Algo escasso, não de todo excluído
De repente se escuta seu zumbido
Irrompendo qual vulcão de grande monta
A mudança de rumo nos aponta
Surpreende quem se esconde na coivara
E, de vez, a verdade desmascara
Faz gemer as elites da “soçaite”
Uma “bomba” de sete “terabytes”
História/ Imponderável são coisa rara
Mesmo quando razões fortes se têm
De se ver transbordar todo limite
Sem que o povo proteste e até se agite
Vez por outra, na história, sobrevém
Fato insólito, esperado por ninguém
Assustando as elites tão avaras
Massa irrompe na rua – alguns com vara
Interrompem os burgueses, suas “nigths”
Uma “bomba” de sete “terabytes”
História/ Imponderável são coisa rara
Quem diria que, há pouco tempo atrás,
Toda aurea de herói em Moro aposta
De repente, riu,virando-lhe as costas
Mesmo quantos sabiam quão capaz
Era Moro o juiz que pane traz
Entregando o país a gente ignara
E, de súbito, um “hacker” desmascara
Capturando na ”nuvem” os seus “sites”
Uma bomba de sete “terabytes”
História/ Imponderável são coisa rara
Pra provar à justiça, ato raso
Eis que o jovem Delgatti, de Araraquara
Hackeando impostores, desmacara
Que havia sofrido não por acaso
Ao contexto, não defaso
Desmontando a farsa, logo de cara
Libertar-se logrou da escura “night”
Desmontando “lawfare” que Moro armara
Uma “bomba” de sete “terabytes”
História/ Imponderável são coisa rara
Desde então, “Intercept” deu guarida
Recebendo um volume bem extenso
De conversas que ofendam o bom senso
De quem espera a Justiça que é devida
De agentes da Lei:questão de vida
Tudo quanto se vê na dita Vara
Do conluio Justiça do conluio-mídia cara
Prato horrendo, de gosto nada “diet”
Uma “bomba” de sete “terabytes”
História/ Imponderável são coisa rara
Apesar do que o Globo silencia
Longo tempo, o teor do vazamento
Às injúrias de Moro, desatento
Sair nas redes sociais, seguidos dias
Mesmo a Folha, em suas páginas, noticia
A Justiça, afinal, se opõe à Vara
E Fachin, provocado, enfim aclara
Anulando sentenças nada “lights”
Uma “bomba” de sete “terabytes”
História/ Imponderável são coisa rara
Um dos dramas que este caso esclarece
É o golpe ao Estado de dezoito
Sob a égide dos brutos mais afoitos
A insânia ao País ao fundo desce
Amulando dos justos toda a prece
Deste pleito os vícios escancara
Seu caráter de fraude pondo às claras
E das forças das trevas, a longa “night”
Uma “bomba” de sete “terabytes”
História/ Imponderável são coisa rara
Desgoverno ilegítimo instalado
Pela força de um golpe de Estado
As diversas esferas do País
São entregues às sanhas mais servis
Da Nação degradando a raiz
Qual empresa em falência, a Nação para
Povo pobre é tratado sob vara
E as crises se agravam – contam os “sites”
Uma “bomba”de sete “terabytes”
História/ Imponderável são coisa rara
Previdência, Trabalho, Ambiente
Desemprego,Indígenas, Quilombolas
A Nação por inteiro se isola
O desmonte é profundo e persistente
Neofascistas,então, mostram seus dentes
Tal horror nada antes escancara
Da linhagem pior é esse “cara”
Exorcista,o povão lhe grita: “vai-te!”
Uma “bomba” de sete “terabytes”
História/ Imponderável são coisa rara
Provocado por ação do paciente
Bem arguindo os vícios do processo
Atestando de Moro ato incofesso
E do vício formal, abertamente
Reconhece o Ministro competente
Anulando condenas, vis, amaras
Contra Lula, que Moro condenara
Finda o gozo de quem se julga “light”
Uma “bomba” de sete “terabytes”
História/ Imponderável são coisa rara
A lição que extraímos para nós:
Que sigamos semeando alternativa
Ao modelo vigente, postura altiva
Ante o Estado e o Mercado, deus feroz
Levantemos sem fim a nossa voz
Seja o novo nosso alvo, nossa seara
Reforçando correntes, lutas caras
Combatendo o burguês, as elites da “soçaite”
Uma “bomba” de sete “terabytes”
História/ Imponderável são coisa rara
João Pessoa, 14 de março de 2021