Resistência e construção

Esta manhã, lia várias notícias no âmbito da América Latina, que mostram uma crescente e continuada, legítima e necessária, iniciativa dos diversos países do continente, na linha da resistência ás tentativas de desestabilização da democracia na região.

Anima-me muito, herdeiro que sou, destas eternas lutas pela defesa ao direito da nossa auto-determinação, frente às manobras das oligarquias nacionais e do ”irmão” do Norte, os Estados Unidos da América, uma das maiores ameaças à liberdade e à justiça no mundo atual.

No meio à manifestações de resistência dos índios brasileiros e da Argentina, Uruguay, Bolívia, etc., movimentos sociais de vários países, e artigos de Atílio Borón, o lúcido cientista político argentino, em cujo blog se mostra a expulsão de militares estadunidenses da sede do exército argentino em Buenos Aires. América Latina resiste.

Em um desses sites, uma manchete me chamou a atenção: escritores de vários países latino-americanos se manifestando em favor da paz no continente e no mundo. Li vários nomes. Senti de imediato, uma sensação de sossego.

A literatura nos retira dessas linhas de conflito muito desgastantes, aparentemente inócuas, para lugares de refazimento, para remansos onde podemos restaurar as nossas forças para o prosseguimento das tarefas construtivas exigidas pela hora.

Não deixo de ter uma certa triste impressão quando leio tantas denuncias, sem que a elas se alie a imprescindível opção pela mudança de atitudes, pelo empreendimento de tarefas que possam reverter o atual estado de coisas.

Na minha adolescência e juventude, abundavam as críticas à dominação e à injustiça. Necessárias, sem dúvida. Perfeitamente. Mas, e hoje?

Não terá a história nos ensinado lições muito valiosas, a respeito de cómo se pode ir construindo, em pequenos e nem tão pequenos âmbitos, mudanças radicais de modos de vida, de formas de relacionamento, de maneiras de recuperação da auto-estima e auto-determinação de pessoas e comunidades, em direção a uma nova humanidade?

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