Eixos

Tempos sombrios exigem lucidez. Perseverança. Confiança. Atenção à vida mais perto. Desconfiança quanto ao que vêm das esferas do poder e dos meios de desinformação.

Um olhar mais acurado quanto às próprias raízes e a própria história. A vida transcorre mais nos espaços mínimos, no cara a cara, no olho no olho, nas pessoas que se dão um tempo para estar umas com as outras.

A tecnologia não poderá substituir a humanidade. O macro não é mais o que o micro. O dinheiro não é mais do que a arte. A criatividade não poderá ser substituída pelo consumismo, embora a pressão nesse sentido seja enorme.

A idiotice não poderá nunca substituir a reflexão, a indagação, a pesquisa, o estudo. Quem já viveu alguns anos a mais e viu algo a mais de história e não perdeu a memória nem a consciência da própria identidade nem perdeu a sensibilidade diante do desafio do viver, sabe que a batalha é árdua e cotidiana.

Não perder o rumo. Não ceder à covardia nem à acomodação. Não se render às pressões do mercado nem às seduções da anestesia espalhada como suposto ideal remédio para a dificuldade do viver.

Se o viver dá trabalho, mais trabalho ainda dá tratar de não se entregar à alienação. A criminalidade atualmente no poder e seus aliados na mídia venal e na massa anômala e cruel, nem por isso perdem a condição de nulidades. O que é nada, é nada.

Certamente a labuta cotidiana não irá nos desviar do rumo de manter uma vida pautada pelo amor, pela solidariedade, pela beleza, pela arte e pela cultura, pela justiça, pela imaginação que nos conduz a um estado de plenitude constante, pois que é a comunhão com Deus.

O reino de Deus é aqui. É uma frequência mínima que eu posso acessar quando relaxo, sintonizo o meu mundo interno e externo, recupero a sensação de unidade e a minha capacidade de decidir e eleger a cada instante. Elejo a felicidade com justiça amor e paz. Escolho a vida digna.

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