Advogados sem defesa: A repressão sobre a atuação dos defensores

Foto: Henrique Fornazin, via Justiça Global
Foto: Henrique Fornazin, via Justiça Global

“A imagem de manifestantes e jornalistas agredidos tem se repetido e se banalizado desde junho do ano passado. Enquanto continuam a sofrer abusos policiais e prisões arbitrárias, os advogados tornam-se um alvo cada vez mais comum durante protestos, acuados pela Polícia Militar, pela mídia e até por integrantes da Ordem dos Advogados do Brasil.”
O registro é de Piero Locatelli na Carta Capital.
Citando o movimento Advogados Ativistas (facebook.com/AdvogadosAtivistas), lembra que os defensores foram impedidos de se aproximar dos manifestantes e de observar as detenções quando a polícia fez um cordão em volta de mais de duas centenas de manifestantes, presos por amostragem.
Um deles, Luiz Guilherme Ferreira, chegou a ter seu celular levado por um policial e até o momento não o recuperou. O grupo diz que outros foram vítimas dos mesmos cassetetes empunhados contra manifestantes e jornalistas, “sem distinção de profissão ou classe”.
No último protesto contra a Copa, em São Paulo, as 253 detenções aconteceram no centro da cidade, próximas à Estação Anhangabaú do Metrô. Mas os detidos foram levados a sete distritos policiais em diferentes bairros, distantes até cinco quilômetros uns dos outros. Vários foram levados a distritos que normalmente não funcionam no sábado à noite, horário de plantão. Em consequência, os advogados tiveram mais dificuldade de atender os detidos diante de policiais que sonegam informações.
O mesmo tem acontecido no Rio de Janeiro, desde junho de 2013.
“Para você ficar sabendo a qual delegacia o detido foi conduzido, é um trabalho muito grande. A viatura roda pela cidade, fora da circunscrição que deveria ir. Tem gente presa no Rio e conduzida a São Gonçalo”, diz Thiago Melo, advogado do Instituto de Defensores de Direitos Humanos (DDH).
A defesa de manifestantes feita pelo DDH, entre os quais adeptos da tática black bloc, serviu de pretexto para ameaças anônimas feitas por telefone.
“É como se essa defesa significasse um apoio a um eventual crime. Quando, na verdade, o delito ainda não está nem firmado como uma verdade pela Justiça. Além disso, o próprio Judiciário tem se manifestado e afirma que as prisões são arbitrárias. Não sou eu, é o Poder Judiciário que chega a essa conclusão”, disse Thiago.
Leia a matéria de Carta Capital clicando aqui.

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