Quando amanhã tu estiveres sóbria,
talvez relembres de nós dois bebendo:
vinhos depois, já com o sol nascendo,
caídos ébrios no chão sem memória.
Inebriada, dorme nossa história,
guarda segredos que jamais desvendo.
Breves lampejos, nada mais havendo,
recuperá-la, pois, tarefa inglória.
Talvez um gole a mais remédio seja
para acabar com nossa atroz peleja
e nos tirar desse letárgico sono.
Porém quem bebe sempre está sujeito
a encontrar colateral efeito:
pois o de bêbado, dizem, não tem dono.
Martim Assueros
23/11/2023
Bacharel em Ciências Sociais, ambientalista e poeta.