LONDRES, 22/4/2005. O Vaticano escolheu seu pontífice fazendo sábios cálculos políticos. O primeiro papa não italiano eleito nos últimos cinco séculos foi o polonês Wotjyla (1978-2005), que contribuiu com a derrubada do comunismo no Leste Europeu e lutou contra a ‘esquerda cristã’. O segundo é um alemão de linha dura, cuja missão é evitar que o número de católicos na Europa siga retrocedendo. O nome Bento (o santo da Europa) foi escolhido devido ao seu objetivo de reevangilizar o continente. O desejo é de que só haja estados cristãos na União Européia.
Bento XVI não será dos mais simpáticos nem mesmo viajará muito ao redor do mundo. Seu dever é o de ser o guardião dos dogmas da igreja e de reevangelizar a Europa. Em um mundo no qual cresce o fundamentalismo islâmico e o ‘evangélico-bushista’, o novo papa deseja desenvolver um fundamentalismo católico. Tais atitudes evitarão uma divisão interna da igreja? A base militante da entidade será ampliada? Seu curto reinado consolidará uma igreja ultraconservadora ou produzirá uma manifestação violenta por um papa menos conservador?